Com seu disco de estréia, auto-intitulado, a cantora britânica Corinne Bailey Rae está conquistando uma legião de fãs que tem tudo para aumentar ainda mais.

Por Fabian Chacur

CorrineCom 26 anos de idade e experiência em bares, grupos amadores e corais de igreja, Corinne Bailey Rae rapidamente se tornou uma pequena sensação no sempre efervescente mercado pop britânico. Após alguns singles de sucesso, seu disco de estréia, auto-intitulado, atingiu no mês de março deste ano o primeiro posto na parada de sucessos do país dos Beatles, algo não muito comum para uma artista inédita. O CD acaba de sair no Brasil via EMI, e merece todo o carinho por parte dos apreciadores de boa música pop. Para início de conversa, essa bela mulata, filha de pai caribenho e mãe inglesa, mistura talentosamente influências como soul, funk, jazz, pop e rock com desenvoltura. Ela estudou literatura inglesa em sua cidade natal, Leeds, na Leeds University, e se diz fã de Led Zeppelin, Massive Attack e música erudita, entre outros estilos musicais. Sua voz é cativante, e anda sendo comparada a um mix de Billie Holiday com Erikah Badu. O timbre vocal de Corinne é uma delícia, e a moça sabe se valer dele em canções de sua autoria que variam entre o clima cool, o funk balançado com influências de Stevie Wonder, o soul a la Aretha Franklin e o tom jazzy, com um tempero pop caprichado e que sempre foge do banal.

Há alguns apressados a comparando com Norah Jones, mas a impressão é de que Corinne tem muito mais lenha para queimar do que Miss Jones. Corinne Bailey Rae , o CD, pode ser ouvido de ponta a ponta sem susto, pois conta com canções diversificadas, instrumental extremamente refinado e pop ao mesmo tempo, e um bom gosto à toda prova servindo de âncora. Like a Star , Trouble Sleeping e Put Your Records On são destaques, mas a rigor não há músicas fracas a serem detonadas, por aqui. Ótima estréia, e um dos melhores trabalhos lançados na área da black music em 2006.