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Manifesto – Roxy Music (1979-EG Records)

No final de 1978, o grupo liderado pelo cantor, compositor e músico Bryan Ferry retornava aos estúdios de gravação, após um hiato de quase quatro anos. A volta definiu certos parâmetros. Além de Ferry, o guitarrista e compositor Phil Manzanera e o saxofonista Andy Mackay passaram a ser a banda. A acompanhá-los, músicos de apoio como o baterista Paul Thompson, o tecladista Paul Carrack e o baixista Alan Spenner. Manifesto tem concepção interessante.

No vinil, o lado um era o East Side (europeu), e o dois, o West Side (americano), sendo que este último tem como marca gravações feitas em Nova York com a participação de músicos top como Rick Marotta (bateria), Richard Tee (teclados) e Luther Vandross (backing vocais). O resultado é um CD sublime, que antecipou em alguns anos o som que se tornaria padrão no mainstream pop dos anos 80. Mistura de rock, disco music, funk e pop, com direito a melodias densas, climas intensos, vocalizações sempre cativantes e uma sofisticação no ponto certo, sem cair no hermetismo ou no banal. E, é lógico, tem a voz de Bryan Ferry, misto de crooner a la anos 50 com soul singer e cantor de rock and roll. Um mestre no uso da voz.

A coisa começa em clima de festa com a hipnótica faixa título, de longa introdução instrumental. A nervosa Trash vem a seguir, abrindo caminho para a sacudida disco Angel Eyes. Stills Falls The Rain, rock swingado, vem a seguir, com belos riffs de guitarra. A misteriosa Stronger Through The Years encerra o lado britânico. O sax sensual pontua Ain’t That So, seguida da delicada e pop My Little Girl. O clima disco romântico vem em Dance Away, enquanto o rock básico pontua Cry Cry Cry. O romantismo mais desbragado encerra o álbum, na bela Spin Me Round, ancestral de Slave To Love, hit solo de Ferry nos anos 80. Um disco precursor, que ainda soa atual e delicioso.

Clipe de Angel Eyes:
http://www.youtube.com/watch?v=xMXdWGODwlY

Clipe de The Main Thing (1982):
http://www.youtube.com/watch?v=B20CCrIx6Kk

2 Comments

  1. Sem palavras, porcaria

  2. Fabian , eu também gosto muito desse disco . Depois de lançar um punhado de discos históricos e estar um período longe dos estúdios , como você mesmo disse , a expectativa cresceu muito em relação ao próximo trabalho . Na minha opinão , além desse disco modernizar ( se é que isso é possível ) mais ainda , o trabalho da banda , mostra mais um nome , pra quem ainda não tinha entendido a mensagem , se colocando definitivamente entre os gigantes . Acho que mesmo que passe despercebido pra alguns , muito do que veio com o pós-punk deve e muito ao Roxy . Vida longa aos corações que nunca cicatrizam .

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