Por Fabian Chacur

Desde o início de sua carreira discográfica, na segunda metade dos anos 70, Elvis Costello dá mostras de que é um artista muito acima da média. Ótimo músico, cantor vibrante, compositor original, nunca se limitou a um único horizonte em termos musicais. Até na seara erudita já andou se metendo. Lógico que nem sempre acerta, mas quando isso ocorre, é garantia de satisfação aos ouvintes mais exigentes. E é exatamente isso o que Momofuku, seu novo CD, creditado a Elvis Costello And The Imposters, proporciona. Disco básico, direto, mas daquele jeito que só ele sabe fazer.

Concebido para ser lançado em vinil, mas também disponível em CD e downloads, Momofuku teve seu nome extraído do inventor do cup noodle, ou seja, o miojo, matador instantâneo de fome popular no mundo todo. De certa forma, é o que as doze faixas do novo trabalho de Mr.Costello possibilitam. Ele investe no lado mais vigoroso de sua musicalidade, sem, no entanto, deixar de lado espaço para baladas e até mesmo uma canção com influências de bossa nova (Harry Worth).

Se só tivesse a matadora trinca de abertura, com as canções No Hiding Place, American Gangster Time e Turpentine, já valeria o preço, mas é um trabalho bom como um todo. Básico, sim, mas repleto de requintes como instrumentos com timbres bem diversificados, vocalizações bem concatenadas e ótimas participações de gente como Jenny Lewis, Johnathan Rice e David Hidalgo, além dos parceiros fiéis dos Imposters, a saber: Steve Nieve (teclados), Pete Thomas (bateria) e Davey Faragher (baixo).

Momofuku dá mostras de que o vigor e a criatividade desse cinquentão vibrante continuam mais fortes do que nunca, para alegria de quem curte rock com erre maiúsculo.

Elvis Costello e Sting cantam Alison ao vivo em maio de 2008:
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