Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Mais um pouco de Daryl Hall & John Oates

Por Fabian Chacur

Já que ninguém escreve muita coisa sobre Daryl Hall & John Oates aqui no Brasil, vou aproveitar o gancho do lançamento da caixa Do What You Want Be What You Are- The Music Of Daryl Hall & John Oates que eu resenhei no post anterior e esticar a conversa em pequenos tópicos.

A Voz de Daryl Hall– Este cantor, compositor e músico americano é o típico caso de branco com alma negra. Sua voz é forte, intensa e sabe ir da potência à sutileza em questão de segundos. Pouca gente canta tão bem no universo da música pop como ele.

A importância de John Oates-1 – Em duplas de sucesso, sempre existe o mito de que “um carrega o outro nas costas”. Conversa mole. A carreira solo de Hall é bacana, mas não se compara ao que ele fez com Oates. Prova simples de que o trabalho em dupla é de fato onde ele rende melhor.

A importância de John Oates-2– O ex-bigodudo compõe bem, toca uma guitarra respeitável, sabe cantar (embora não tão bem como o parceiro) e consegue ser a combinação perfeita para a voz de Daryl Hall. Ou seja, os caras se completam musicalmente de forma perfeita.

Bandas sempre ótimas– Hall & Oates sempre tocaram com músicos fantásticos. Destaco alguns deles: G. E. Smith (guitarra), Charles DeChant (sax, teclados), Kenny Passarelli (baixo), Caleb Quaye (guitarra), T-Bone Wolk (baixo), Mickey Curry (bateria), Jerry Marotta (bateria) e Larry Fast (sintetizadores). Nunca os vi tocando com bandas toscas. Nunca.

Everytime You Go Away-1 –A música é de autoria de Daryl Hall e foi gravada originalmente pela dupla no CD Voices, o mesmo que inclui Kiss On My List. Na época, passou meio batida, fazendo sucesso só no Japão. Em 1985, o britânico Paul Young fez uma bela regravação da canção e estourou em todo o planeta com ela. Aliás, não confundir este Paul Young com o que integrou o Mike & The Mechanics de Mike Rutherford (do Genesis) e o grupo Sad Cafe. E que, infelizmente, já foi dessa para a melhor.

Everytime You Go Away-2– A dupla deve ter se sentido desafiada pelo novato e resolveu fazer uma releitura à altura da dele. Conseguiram no sublime álbum ao vivo Live At The Apollo With David Ruffin & Eddie Kendrick (1985) no qual Daryl Hall dá à canção a interpretação que ela merecia e que na versão de estúdio deles não ficou tão ótima.

Marigold Sky (1997)– Este álbum, inexplicavelmente ignorado na caixa, marcou a volta da dupla após sete anos sem gravar, e é bem bacana, um de seus melhores trabalhos. Acredite se quiser: a versão nacional deste CD inclui três faixas-bônus em relação ao americano! Mas não se anime, pois está fora de catálogo há séculos. A faixa-título, Romeo Is Bleeding, The Sky Is Falling, Out Of The Blue e Time Won’t Pass Me By são os destaques.

Daryl Hall flertou com a vanguarda– No final dos anos 70, Daryl Hall fez trabalhos ao lado de Robert Fripp, guitarrista da banda King Crimson e um rei da experimentação no rock. Ele produziu Sacred Song, primeiro disco solo de Hall, enquanto o cantor marcou presença em Exposure, de Fripp. Ambos foram gravados em 1979.

Livetime– Inédito em CD, Livetime é o primeiro disco ao vivo de Daryl Hall & John Oates. Excelente, ele traz pelo menos dois momentos antológicos: uma inspiradíssima versão ao vivo de Sara Smile, com oito minutos de duração, e uma releitura ainda mais acelerada do rockão Room To Breathe, o que de mais rocker eles já gravaram na carreira.

Extended Versions- The Encore Collection (2004)- Esta coletânea de embalagem simples e nenhuma informação na capa é na verdade um tesouro, pois reúne 10 faixas extraídas dos ao vivo Livetime e Live At The Apollo, ambos raridades até em vinil. As faixas que citei acima estão presentes na mesma, que vale cada centavo que você pagar nela. Quem lançou foi a BMG no exterior. Não saiu por aqui.

16 Comments

  1. Alexandre Damiano

    February 13, 2010 at 1:22 pm

    Muito obrigado Fabian!!

    confesso que infelizmente conheço pouco Hall e Oates, mas com esses dois posts absolutamente didáticos, estou me animando a ouvir mais!!

    Grande Abraço
    Alexandre Damiano

  2. Oi, Fabian

    Sinceramente só conheço três musicas da dupla e aproveitando a inclusão desses posts no site, fui na Amazon ouvir trechos das musicas incluidas na caixa e cheguei a seguinte conclusão: SÃO EXCELENTES!!!!!
    Você poderia me dizer se ela está muito cara via importação?
    Quanto a participação no album Exposure de Robert Fripp, o próprio RF lançou há alguns anos uma versão deluxe do album contendo outras participações de Daryl Hall que não entraram por problemas com o empresário de Daryl, Tony Motolla. Daryl tinha colocado vocais em 7 faixas mas o empresário só permitiu que Fripp colocasse duas faixas no album e para colocar outras faixas no disco, Fripp teria que colocar o nome de Daryl ao lado do dele no disco.Fripp, que não é bobo, escolheu as duas a que tinha direito e as outras ele arquivou e as regravou já sem a participação de Daryl.

    Abraços
    André Luiz

  3. O, Fabian

    Aqui é o André Luiz e esqueci de escrever que os albuns Livetime e Live at the Apollo foram reeditados em CD pelo selo Friday Music

  4. Oi, Fabian

    Aqui é o André Luiz novamente e complementando o comentário anterior, essas duas reedições fazem parte da série Hall & Oates Definitive Masters da Friday Music que tambem reeditou os albuns:
    Along the Red Ledge(78)
    Beauty on a Back Street(77)
    Bigger Than Both of Us(76)

    Pesquisando no Submarino, encontrei um DVD da dupla ao vivo em 1976 no programa de TV Musikladen por um preço bem em conta(R$14,90).

    Abraços
    André Luiz

  5. I Can’t Go for That (No can Do), Family Man, Man Eater, musicas que marcaram muito, pelo menos prah mim.

  6. Cláudio, essas músicas são maravilhosas, e marcaram a vida de muitas pessoas, a minha inclusa. André Luiz, muito obrigado pelas informações. Uma das razões que me levaram a criar esse Mondo Pop é trocar ideias e informações com pessoas legais como você. Paguei em torno de R$ 230 pela minha caixa na loja (que aceita encomendas) Compact Blue, cujo site é http://www.compactblue.com.br . O preço deles é um dos melhores de São Paulo (se não for o melhor), e a entrega é garantida. Valeu pelo toque dos discos Livetime e Live At The Apollo, que eu só tenho no formato vinil. Só mesmo um desses selos independentes para resgatar trabalhos de tão alto nível e tão necessários para os fãs do melhor pop. Grande abraço e tuuuuuudo de bom procês dois!!!! E voltem sempre!!!

  7. maneater, i can’t go for that, out of touch, family man, private eyes, kiss on my list, say it isn’t so, sara smile… ai ai… só música de qualidade.

  8. É, meu caro Cesar Henrique, essa dupla tem um repertório matador!!! Grande abraço e muito obrigado pela visita a este Mondo Pop

  9. Nadja S.Ferreira

    July 3, 2014 at 7:17 pm

    Primeiramente desculpe a falta de acentos mas o teclado e americano e nao consigo achar nada!!!kkkk
    Nossa onde estava que nao conhecia esse cara??????De repente nao consigo parar de pensar nas musicas deles..maravilhosas….vivo agora no youtube ouvindo tudo …tambem pesquisei sobre o guitarrista Paul Pesto, enfim, agora so da DARYL HALL, a musica ONE ON ONE, ficou linda no estudio dele com o Cee Lo Green. Tambem li que ele estava com a doenca do carrapato?? Quem dera pudesse ir em algum show dele.obrigada pelas informacoes.

  10. admin

    July 16, 2014 at 7:08 pm

    Nadja, fico muito contente em saber que graças a esse humilde blog você descobriu um dos melhores e mais talentosos nomes da história da música pop. Daryl Hall, com ou sem John Oates, possui uma obra repleta de grandes canções e ótimos álbuns. Explorar a sua obra é diversão garantida. Tuuudo de bom e volte sempre que puder/quiser!

  11. Essa banda , é uma das melhores. Acompanho os trabalhos dos caras há tempo.
    E tenho toda a sua coleção de discos.
    Atualmente, estou curtindo o trabalho solo do Hall House, bem interessante as novas compilações de suas músicas e de outros cantores.
    abraço.
    Kleber Saro

  12. Kleber, eu nem suspeito sou, sou culpado mesmo para falar de Daryl Hall & John Oates. O trabalho deles é muito legal mesmo, e também tenho tudo deles. E concordo, o programa do Daryl é simplesmente sensacional. Grande abraço, tudo de bom e muito obrigado pela visita ao Mondo Pop!

  13. Eu conhecia apenas Maneater, que tocava e ainda toca bastante em rádios… E nunca tive a curiosidade de saber o que era… Até o ano passado, quando fui buscar a música no YouTube, e comecei a ouvir as coisas mais antigas deles… Em poucos dias eu estava ouvindo toda a discografia deles em mp3, um álbum após o outro – e também os solo do Daryl …
    Eu sei que há muitos anos eu não acompanho a imprensa musical, mas me parece que no Brasil eles não são tão conhecidos como deveria, ou mesmo como mereciam… Daryl Hall e John Oates produziram algumas das melhores músicas existentes no mundo, e eu não consegui, até o momento, ouvir um álbum ruim deles… E Daryl, sem dúvida, é um dos maiores vocalistas que eu já ouvi…
    Me impressiona o fato de serem tão bons e não serem óbvios, apesar de tocarem algo que se aproxima tantas vezes da música pop… Eu vi uma entrevista do Daryl onde ele diz que não gosta e não ouve música pop! E que sempre tiveram problemas com as gravadoras sobre as opções musicais deles, que se distanciavam muitas vezes do padrão exato buscado pelo mercado.
    Um álbum que recomendo, e que pode ser considerado experimental também, um pouco progressivo, é o terceiro deles, de 1974: “War Babies”. Ele foi produzido pelo Todd Rundgren – outro gênio da música (que merecia ser mais reconhecido aqui no Brasil, também – compositor, cantor, multi-instrumentista, e produtor de alguns dos melhores discos lançados nos anos 70).
    Alguém sabe me dizer por que é que eles têm tão pouco reconhecimento aqui no Brasil? Alguma questão de mercado?
    Abço a você e a todos que curtem esses caras, isso é música de verdade. Vlw.

  14. Belo depoimento, Rodrigo. Daryl Hall & John Oates tiveram suas músicas presentes com frequência nas programações das rádios no Brasil na primeira metade dos anos 1980, embora a imprensa nunca tenha dado muita importância a eles, com exceção do excelente crítico Ezequiel Neves (que depois viraria produtor do Barão Vermelho e do Cazuza em carreira solo). A obra deles é simplesmente excelente, repleta de momentos bacanas. Legal saber que você descobriu o War Babies, que de fato é bem experimental. O Todd Rundgren esteve no Brasil duas vezes integrando a All Starr Band, do Ringo Starr. Estive em um show, e foi emocionante vê-lo cantar I Saw The Light e Love Is The Answer. Voltando ao Hall & Oates, pena que eles nunca vieram ao Brasil. Acho difícil que venham, mas nunca se sabe… Muito obrigado pela visita a Mondo Pop e tudo de bom!!!

  15. Oi Fabian… Então, eu conhecia o Todd Rundgren por uma música dele na trilha sonora do filme Vanilla Sky, e nada além. Fui buscar mais depois que conheci o Hall & Oates… Ele é fantástico, você é privilegiado por ter visto ele nestas duas oportunidades. É um artista único.
    Sobre o H & O, é uma pena mesmo, eu nem sei qual é a extensão da fama deles por aqui, mas eu iria no show deles mesmo que fosse em outra cidade (eu moro em Curitiba).
    Abraço, e parabéns pelo conteúdo do seu site, foi um dos raros que falou sobre os caras! Grande abraço.

  16. Muito obrigado pelos elogios, e também pela visita a Mondo Pop. E tomara que Daryl Hall & John Oates nos visitem um dia. A esperança ainda vive!!! Grande Abraço!!!

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  1. T Bone Wolk
  2. T Bone Wolk

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