Já que ninguém escreve muita coisa sobre Daryl Hall & John Oates aqui no Brasil, vou aproveitar o gancho do lançamento da caixa Do What You Want Be What You Are- The Music Of Daryl Hall & John Oates que eu resenhei no post anterior e esticar a conversa em pequenos tópicos.
– A Voz de Daryl Hall– Este cantor, compositor e músico americano é o típico caso de branco com alma negra. Sua voz é forte, intensa e sabe ir da potência à sutileza em questão de segundos. Pouca gente canta tão bem no universo da música pop como ele.
– A importância de John Oates-1 – Em duplas de sucesso, sempre existe o mito de que “um carrega o outro nas costas”. Conversa mole. A carreira solo de Hall é bacana, mas não se compara ao que ele fez com Oates. Prova simples de que o trabalho em dupla é de fato onde ele rende melhor.
– A importância de John Oates-2– O ex-bigodudo compõe bem, toca uma guitarra respeitável, sabe cantar (embora não tão bem como o parceiro) e consegue ser a combinação perfeita para a voz de Daryl Hall. Ou seja, os caras se completam musicalmente de forma perfeita.
– Bandas sempre ótimas– Hall & Oates sempre tocaram com músicos fantásticos. Destaco alguns deles: G. E. Smith (guitarra), Charles DeChant (sax, teclados), Kenny Passarelli (baixo), Caleb Quaye (guitarra), T-Bone Wolk (baixo), Mickey Curry (bateria), Jerry Marotta (bateria) e Larry Fast (sintetizadores). Nunca os vi tocando com bandas toscas. Nunca.
– Everytime You Go Away-1 –A música é de autoria de Daryl Hall e foi gravada originalmente pela dupla no CD Voices, o mesmo que inclui Kiss On My List. Na época, passou meio batida, fazendo sucesso só no Japão. Em 1985, o britânico Paul Young fez uma bela regravação da canção e estourou em todo o planeta com ela. Aliás, não confundir este Paul Young com o que integrou o Mike & The Mechanics de Mike Rutherford (do Genesis) e o grupo Sad Cafe. E que, infelizmente, já foi dessa para a melhor.
–Everytime You Go Away-2– A dupla deve ter se sentido desafiada pelo novato e resolveu fazer uma releitura à altura da dele. Conseguiram no sublime álbum ao vivo Live At The Apollo With David Ruffin & Eddie Kendrick (1985) no qual Daryl Hall dá à canção a interpretação que ela merecia e que na versão de estúdio deles não ficou tão ótima.
– Marigold Sky (1997)– Este álbum, inexplicavelmente ignorado na caixa, marcou a volta da dupla após sete anos sem gravar, e é bem bacana, um de seus melhores trabalhos. Acredite se quiser: a versão nacional deste CD inclui três faixas-bônus em relação ao americano! Mas não se anime, pois está fora de catálogo há séculos. A faixa-título, Romeo Is Bleeding, The Sky Is Falling, Out Of The Blue e Time Won’t Pass Me By são os destaques.
– Daryl Hall flertou com a vanguarda– No final dos anos 70, Daryl Hall fez trabalhos ao lado de Robert Fripp, guitarrista da banda King Crimson e um rei da experimentação no rock. Ele produziu Sacred Song, primeiro disco solo de Hall, enquanto o cantor marcou presença em Exposure, de Fripp. Ambos foram gravados em 1979.
– Livetime– Inédito em CD, Livetime é o primeiro disco ao vivo de Daryl Hall & John Oates. Excelente, ele traz pelo menos dois momentos antológicos: uma inspiradíssima versão ao vivo de Sara Smile, com oito minutos de duração, e uma releitura ainda mais acelerada do rockão Room To Breathe, o que de mais rocker eles já gravaram na carreira.
– Extended Versions- The Encore Collection (2004)- Esta coletânea de embalagem simples e nenhuma informação na capa é na verdade um tesouro, pois reúne 10 faixas extraídas dos ao vivo Livetime e Live At The Apollo, ambos raridades até em vinil. As faixas que citei acima estão presentes na mesma, que vale cada centavo que você pagar nela. Quem lançou foi a BMG no exterior. Não saiu por aqui.
February 13, 2010 at 1:22 pm
Muito obrigado Fabian!!
confesso que infelizmente conheço pouco Hall e Oates, mas com esses dois posts absolutamente didáticos, estou me animando a ouvir mais!!
Grande Abraço
Alexandre Damiano
February 13, 2010 at 2:12 pm
Oi, Fabian
Sinceramente só conheço três musicas da dupla e aproveitando a inclusão desses posts no site, fui na Amazon ouvir trechos das musicas incluidas na caixa e cheguei a seguinte conclusão: SÃO EXCELENTES!!!!!
Você poderia me dizer se ela está muito cara via importação?
Quanto a participação no album Exposure de Robert Fripp, o próprio RF lançou há alguns anos uma versão deluxe do album contendo outras participações de Daryl Hall que não entraram por problemas com o empresário de Daryl, Tony Motolla. Daryl tinha colocado vocais em 7 faixas mas o empresário só permitiu que Fripp colocasse duas faixas no album e para colocar outras faixas no disco, Fripp teria que colocar o nome de Daryl ao lado do dele no disco.Fripp, que não é bobo, escolheu as duas a que tinha direito e as outras ele arquivou e as regravou já sem a participação de Daryl.
Abraços
André Luiz
February 13, 2010 at 6:16 pm
O, Fabian
Aqui é o André Luiz e esqueci de escrever que os albuns Livetime e Live at the Apollo foram reeditados em CD pelo selo Friday Music
February 14, 2010 at 3:24 pm
Oi, Fabian
Aqui é o André Luiz novamente e complementando o comentário anterior, essas duas reedições fazem parte da série Hall & Oates Definitive Masters da Friday Music que tambem reeditou os albuns:
Along the Red Ledge(78)
Beauty on a Back Street(77)
Bigger Than Both of Us(76)
Pesquisando no Submarino, encontrei um DVD da dupla ao vivo em 1976 no programa de TV Musikladen por um preço bem em conta(R$14,90).
Abraços
André Luiz
February 15, 2010 at 2:14 pm
I Can’t Go for That (No can Do), Family Man, Man Eater, musicas que marcaram muito, pelo menos prah mim.
February 15, 2010 at 6:45 pm
Cláudio, essas músicas são maravilhosas, e marcaram a vida de muitas pessoas, a minha inclusa. André Luiz, muito obrigado pelas informações. Uma das razões que me levaram a criar esse Mondo Pop é trocar ideias e informações com pessoas legais como você. Paguei em torno de R$ 230 pela minha caixa na loja (que aceita encomendas) Compact Blue, cujo site é http://www.compactblue.com.br . O preço deles é um dos melhores de São Paulo (se não for o melhor), e a entrega é garantida. Valeu pelo toque dos discos Livetime e Live At The Apollo, que eu só tenho no formato vinil. Só mesmo um desses selos independentes para resgatar trabalhos de tão alto nível e tão necessários para os fãs do melhor pop. Grande abraço e tuuuuuudo de bom procês dois!!!! E voltem sempre!!!
December 9, 2013 at 6:20 pm
maneater, i can’t go for that, out of touch, family man, private eyes, kiss on my list, say it isn’t so, sara smile… ai ai… só música de qualidade.
December 11, 2013 at 6:25 pm
É, meu caro Cesar Henrique, essa dupla tem um repertório matador!!! Grande abraço e muito obrigado pela visita a este Mondo Pop
July 3, 2014 at 7:17 pm
Primeiramente desculpe a falta de acentos mas o teclado e americano e nao consigo achar nada!!!kkkk
Nossa onde estava que nao conhecia esse cara??????De repente nao consigo parar de pensar nas musicas deles..maravilhosas….vivo agora no youtube ouvindo tudo …tambem pesquisei sobre o guitarrista Paul Pesto, enfim, agora so da DARYL HALL, a musica ONE ON ONE, ficou linda no estudio dele com o Cee Lo Green. Tambem li que ele estava com a doenca do carrapato?? Quem dera pudesse ir em algum show dele.obrigada pelas informacoes.
July 16, 2014 at 7:08 pm
Nadja, fico muito contente em saber que graças a esse humilde blog você descobriu um dos melhores e mais talentosos nomes da história da música pop. Daryl Hall, com ou sem John Oates, possui uma obra repleta de grandes canções e ótimos álbuns. Explorar a sua obra é diversão garantida. Tuuudo de bom e volte sempre que puder/quiser!
April 26, 2017 at 1:02 am
Essa banda , é uma das melhores. Acompanho os trabalhos dos caras há tempo.
E tenho toda a sua coleção de discos.
Atualmente, estou curtindo o trabalho solo do Hall House, bem interessante as novas compilações de suas músicas e de outros cantores.
abraço.
Kleber Saro
April 26, 2017 at 6:22 pm
Kleber, eu nem suspeito sou, sou culpado mesmo para falar de Daryl Hall & John Oates. O trabalho deles é muito legal mesmo, e também tenho tudo deles. E concordo, o programa do Daryl é simplesmente sensacional. Grande abraço, tudo de bom e muito obrigado pela visita ao Mondo Pop!
October 13, 2017 at 10:32 pm
Eu conhecia apenas Maneater, que tocava e ainda toca bastante em rádios… E nunca tive a curiosidade de saber o que era… Até o ano passado, quando fui buscar a música no YouTube, e comecei a ouvir as coisas mais antigas deles… Em poucos dias eu estava ouvindo toda a discografia deles em mp3, um álbum após o outro – e também os solo do Daryl …
Eu sei que há muitos anos eu não acompanho a imprensa musical, mas me parece que no Brasil eles não são tão conhecidos como deveria, ou mesmo como mereciam… Daryl Hall e John Oates produziram algumas das melhores músicas existentes no mundo, e eu não consegui, até o momento, ouvir um álbum ruim deles… E Daryl, sem dúvida, é um dos maiores vocalistas que eu já ouvi…
Me impressiona o fato de serem tão bons e não serem óbvios, apesar de tocarem algo que se aproxima tantas vezes da música pop… Eu vi uma entrevista do Daryl onde ele diz que não gosta e não ouve música pop! E que sempre tiveram problemas com as gravadoras sobre as opções musicais deles, que se distanciavam muitas vezes do padrão exato buscado pelo mercado.
Um álbum que recomendo, e que pode ser considerado experimental também, um pouco progressivo, é o terceiro deles, de 1974: “War Babies”. Ele foi produzido pelo Todd Rundgren – outro gênio da música (que merecia ser mais reconhecido aqui no Brasil, também – compositor, cantor, multi-instrumentista, e produtor de alguns dos melhores discos lançados nos anos 70).
Alguém sabe me dizer por que é que eles têm tão pouco reconhecimento aqui no Brasil? Alguma questão de mercado?
Abço a você e a todos que curtem esses caras, isso é música de verdade. Vlw.
October 13, 2017 at 11:03 pm
Belo depoimento, Rodrigo. Daryl Hall & John Oates tiveram suas músicas presentes com frequência nas programações das rádios no Brasil na primeira metade dos anos 1980, embora a imprensa nunca tenha dado muita importância a eles, com exceção do excelente crítico Ezequiel Neves (que depois viraria produtor do Barão Vermelho e do Cazuza em carreira solo). A obra deles é simplesmente excelente, repleta de momentos bacanas. Legal saber que você descobriu o War Babies, que de fato é bem experimental. O Todd Rundgren esteve no Brasil duas vezes integrando a All Starr Band, do Ringo Starr. Estive em um show, e foi emocionante vê-lo cantar I Saw The Light e Love Is The Answer. Voltando ao Hall & Oates, pena que eles nunca vieram ao Brasil. Acho difícil que venham, mas nunca se sabe… Muito obrigado pela visita a Mondo Pop e tudo de bom!!!
October 14, 2017 at 4:01 am
Oi Fabian… Então, eu conhecia o Todd Rundgren por uma música dele na trilha sonora do filme Vanilla Sky, e nada além. Fui buscar mais depois que conheci o Hall & Oates… Ele é fantástico, você é privilegiado por ter visto ele nestas duas oportunidades. É um artista único.
Sobre o H & O, é uma pena mesmo, eu nem sei qual é a extensão da fama deles por aqui, mas eu iria no show deles mesmo que fosse em outra cidade (eu moro em Curitiba).
Abraço, e parabéns pelo conteúdo do seu site, foi um dos raros que falou sobre os caras! Grande abraço.
October 18, 2017 at 1:35 pm
Muito obrigado pelos elogios, e também pela visita a Mondo Pop. E tomara que Daryl Hall & John Oates nos visitem um dia. A esperança ainda vive!!! Grande Abraço!!!