Por Fabian Chacur

Morreu na manhã desta quinta-feira (8) uma das figuras mais interessantes da história do rock. Trata-se do empresário e “músico” Malcolm McLaren. Ele foi vítima de câncer e tinha 64 anos.

McLaren tem várias conexões bacanas. Pra começo de conversa, ele foi namorado da hoje famosa estilista Vivienne Westwood, com a qual criou lojas descoladas de moda em Londres. Mais: ajudou a cunhar o estilo punk de se vestir.

Durante menos de um mês, foi empresário da banda americana New York Dolls lá pelos idos de 1974, uma espécie de estágio para o que viria a seguir. Ele ajudou a criar a banda mais icônica da história do punk, os Sex Pistols.

Johnny Rotten (vocal), Glenn Matlock (baixo), Steve Jones (guitarra) e Paul Cook (bateria) se conheceram na loja Sex, de McLaren. Reza a lenda que foi dele a sugestão de empregar Rotten como cantor.

Malcolm foi decisivo em questões como a moldagem do estilo visual da banda e do seu marketing de guerra, causando novas polêmicas a cada dia.

Como nos mostra de forma extremamente abrangente o documentário da série Classic Albums sobre o único disco de estúdio lançado pela banda, Never Mind The Bollocks Here’s The Sex Pistols, o fim do grupo foi bem beligerante.

Malcolm McLaren foi acusado pelos músicos de tê-los ludibriado em termos financeiros, algo que nunca ficou provado. A seguir, ele empresariou duas bandas de sucesso efêmero mas efetivo no início dos anos 80, a Bow Wow Wow e a Adam And The Ants.

Em 1983, surpreendeu ao lançar o álbum Duck Rock, que emplacou faixas como Buffalo Gals, Double Dutch e World’s Famous, além de ajudar a popularizar o rap nos quatro cantos do mundo.

Em 1989, lançou outro projeto curioso, Waltz Darling, que trazia a valsa para um contexto mais pop. McLaren gravou outros discos, e viu suas músicas sampleadas por nomes como Mariah Carey e Eminem, além de Quentin Tarantino usar uma de suas gravações na trilha de um de seus filmes.

Ironicamente, John Lydon, que nunca mais voltou às boas com McLaren, divulgou um comunicado sobre a morte de seu ex-empresário dizendo que lamentava profundamente a morte dele, e que todos deveriam fazer o mesmo.