Por Fabian Chacur

Você precisa de trilha sonora boa para a sua balada? Para o pessoal dançar a noite inteira, até cair? Com direito a disco music, tecnopop, electro e outras levadas com forte tempero dos anos 70 e 80? Compre agora mesmo Night Work, terceiro álbum do grupo americano Scissor Sisters.

Segundo a banda, eles quiseram conceber um trabalho que equivalesse à trilha de uma festa sem fim, exemplificado pela capa, que mostra um bailarino russo famoso flagrado da cintura para baixo, com o bumbum de sua calça de bailarino molhada de tanto suor. Parece pé na porta, mas ficou classuda, parecendo capa de LP disco dos anos 70.

Night Work é uma festa só, e deixa um pouco de lado a faceta mais pop da banda, marca de músicas como I Don’t Feel Like Dancing, para mergulhar de cabeça nas pistas, com músicas nervosas, sacudidas, que te levantam logo em seus primeiros acordes. Obviamente se você gosta de dance.

As influências são várias, como Giorgio Moroder, Human League, Frankie Goes To Hollywood, Prince, Devo, Soft Cell, o lado mais dançante do Abba… Tudo com vocais impecáveis, variações rítmicas, refrões grudentos, riffs de baixo espetaculares, timbres de teclados vintage. Coisa de quem sabe.

Minhas favoritas são a disco classic Any Wich Way (com riffs de baixo alucinantes) e a hipnótica (e ardida) disco Harder You Get, mas fica difícil não citar a roqueira e incandescente Night Work, a forte (e pop) Fire With Fire e a puro Prince (fase 1999) Night Life.

Difícil incorporar influências tão boas e degluti-las de forma tão intensa e inspirada como nesse disco gravado por Jake Shears (vocal), Ana Matronic (vocal), Babydaddy (baixo, teclados, guitarra e programações) e Del Marquis (guitarra), com produção a cargo de Stuart Price.

Apelo dançante, cara pop, criatividade e arte em um trabalho desse gênero? Existem vários exemplos, preconceituosos bobos, e Night Work é apenas o novo exemplo.

Qualquer disco que acabe com uma canção apoteótica e contagiante como Invisible Light merece concorrer a melhor do ano. Exagero? No lo creio… Para dançar bem, dançar mal e dançar sem parar, como diria Nelson Motta na voz das Frenéticas!