Por Fabian Chacur

Durante seus quase 35 anos de carreira fonográfica, Sting tem mostrado uma inquietude eterna. Além de sempre apresentar trabalhos novos, na carreira solo ou com o The Police, também costuma oferecer releituras de suas músicas nos mais diversos formatos. Seu novo CD segue essa última linha, e não decepciona.

O título Symphonicities faz um trocadilho com o do quinto e mais-bem sucedido em termos comerciais álbum do The Police, Syncronicity (1983), e entregando a natureza sinfônica da obra. Curiosamente, nenhuma das 12 faixas resgatadas pelo cantor, compositor e músico britânico para o CD vem de lá. Só mesmo o título.

O repertório traz quatro canções lançadas pelo The Police e oito pelo astro em sua carreira solo, e traz desde sucessos como Every Little Thing She Does Is Magic, Roxanne e Englishman In New York a momentos mais obscuros, mas não menos bacanas.

You Will Be My Ain’ True Love, por exemplo, foi gravada originalmente pela cantora country Alison Kraus para a trilha do filme Could Mountain, em 2003, e estava inédita em sua voz.

The Pirate’s Bride era faixa bônus de um single lançado em 1996. When We Dance foi uma das inéditas da coletânea Fields Of Gold 1984-1994. A sensacional She’s Too Good To Me veio de Ten Summoner’s Tales (1993).

Next To You, um rock básico e energético, é a faixa de abertura do primeiro álbum do The Police, Outlandos D’Amour (1978), e continuou tão contundente e dançante como antes com o novo arranjo de cordas.

Os arranjos orquestrais e a atuação dos músicos eruditos americanos e ingleses deu ao material um tratamento impecável, indo desde a manutenção da estrutura básica da canção em Englishman In New York à total reestruturação obtida em Roxanne.

Symphonicities consegue dosar faixas mais sacudidas a momentos reflexivos, permitindo uma sequência bem bacana ao ouvinte. E proximo dos 60 anos que completará em 2011, Sting continua cantando muito bem. Mais uma vez, o astro se reinventa com categoria e sem cair na monotonia.