Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Paul McCartney no Brasil em 1990 – memória 2

Por Fabian Chacur

Toda a expectativa e o que rolou antes dos shows de Paul McCartney no Brasil você já leu no post passado. Agora, vamos ao que rolou durante os dois shows, obviamente na minha humilde visão.

O primeiro show foi o melhor dos dois. A explicação é simples: quem estava lá eram basicamente os beatlemaníacos mais fanáticos, aqueles que realmente tinham feito tudo para ver o show de seu grande ídolo.

A segunda apresentação foi legal, também, mas no público tinha muita gente que estava ali pelo fato de ser “o lugar para se ir no Rio naquele sábado”, para badalar, e não necessariamente para curtir as músicas.

Um bom exemplo disso fica por conta da comparação do comportamento da plateia nos dois dias em relação à música Put It There, do disco Flowers In The Dirt, uma balada delicada, para se ouvir abraçado com a namorada, com o isqueiro aceso (não tinha celular na época, lembrem-se) etc.

Na sexta, foi assim que o público reagiu – curtindo essa balada maravilhosa. No sábado, neguinho começou a bater palmas para acompanhar a música, como se tratasse de um rock mais agitado. Ficou feio…

O show tinha, antes do seu início, a exibição de um vídeo que dava uma geral na carreira de Paul McCartney, indo desde os tempos dos Beatles até sua carreira solo e o álbum Flowers In The Dirt. Era emocionante.

Aí, surgia uma palavra imensa: NOW! E o show começava, com a música Figure Of Eight, outra do disco lançado em 1989.

Era um certo balde da água fria, pois não se trata de um clássico de seu repertório, nem uma música que tenha ficado, tanto que ele não mais a tocou em turnês subsequentes.

Mas logo o arsenal de torpedos alucinantes começava: Jet, Band On The Run, Live And Let Die, Let It Be, Hey Jude e por aí vai…

Foi um banho de carisma e pique do mestre, mesmo com a voz um pouco mais rouca do que o habitual. Maldita chuva!

Durante o segundo show, nas arquibancadas, vivi um dos momentos mais bizarros da minha carreira de repórter.

Vale lembrar que o Plano Collor tinha ocorrido há poucas semanas, e quase inviabilizou a realização do show, que só rolou pelo empenho do empresário Luiz Oscar Niemeyer, por sinal o mesmo que também o trouxe em 1993 e agora de novo.

Na época, a poderosa ministra da Economia era a hoje mais sumida do que dinheiro Zélia Cardoso de Mello.

Pois bem. Ela estava lá, na arquibancada. Lógico que tive de conversar com a figura, perguntando sobre Beatles, música etc.

Até aí, tudo bem. O duro foi ter de aguentar as pessoas em volta pegarem autógrafos dela, alguns inclusive em CÉDULAS DE DINHEIRO! Dá para acreditar nisso? Também tenho foto disso…

Ao final da minha maratona carioca, na qual tive a oportunidade de trabalhar muito, conhecer pessoas especiais e ver ao vivo o maior pop star de todos os tempos, cheguei em Sampa City exausto, mas feliz. Valeeeeeu!!!!!

2 Comments

  1. Alexandre Damiano

    October 11, 2010 at 11:19 pm

    Grande Fabian,
    eu tenho o flowers in the dirt em bolacha. vinilzão mesmo hehehe

    comprei por conta de My brave face e this one.

    alias, this one é uma puta musica.

    mas o disco é muito legal.

    preciso arrumar minha agulha para ouvir minhas bolachas.
    abração
    Alexandre Damiano

  2. É um disco irregular, mas o que é bom, é bom mesmo, incluindo as faixas que você citou e também We Got Married (que ele tocou no show, por sinal). Grande abraço e obrigado pela visita qualificada!

Leave a Reply

Your email address will not be published.

*

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑