Por Fabian Chacur

Os Kinks são uma daquelas bandas que fizeram tanta coisa boa em sua carreira que acabaram sendo influentes para públicos os mais distintos possíveis.

Nos aproximadamente 30 anos em que estiveram na ativa (dos anos 60 aos 90 do século passado), o grupo britânico construiu uma discografia que influenciou gêneros como o heavy metal, o hard rock, o punk, o britpop e muitos outros.

Acaba de sair no Brasil o DVD You Really Got Me – The Story Of The Kinks, que equivale a uma ótima oportunidade de se conhecer um pouco da trajetória desses caras.

Tudo nos Kinks girava em torno da genialidade do cantor, guitarrista base e compositor Ray Davies, hiper bem assessorado por seu irmão, o ótimo guitarrista solo Dave Davies.

Os caras brigaram muito durante a existência da banda, mas conseguiram fazer muita coisa boa.

O baterista Mick Avory se manteve com eles de 1964 até 1985, enquanto tivemos mudanças de tecladistas e baixistas durante esses anos todos.

De um início focado no rhythm and blues e no rock original dos anos 50, bem na praia dos Rolling Stones e Yardbirds, os Kinks logo de cara surgiram com os power chords de You Really Got Me e All Day And All Of The Time, base para o surgimento posterior do heavy/hard rock.

Com o tempo, a banda mergulhou na tradição da música de seu país, incorporando elementos de folk, vaudeville e toques medievais, até.

Depois, tivemos óperas rock, rock básico, heavy metal, pop e muito mais, sempre sem medo de ousar e mergulhar de cabeça na criação.

Sem se propor a contar a história da banda de forma muito formal, o documentário investe mesmo em trechos de entrevistas com os integrantes da banda e muita, mas muita música mesmo, ao vivo e em videoclipes.

A importância da fase inicial é bem ilustrada com uma sensacional versão de Milk Cow Blues, capaz de fazer até um zumbi dançar como se vivo fosse, de tão encapetada.

A quase lírica Celluloid Heroes e a inicialmente disco Superman, aqui em releitura alucinada, acelerada e irresistível, são também outros momentos fantásticos do documentário.

Destaco os trechos extraídos de One For The Road (1980), álbum ao vivo também disponível em DVD que flagra a banda no auge de sua fase “arena rock” nos EUA e na qual eles davam um banho de competência e garra no palco.

Tem a também divertida, contagiante e quase brega Come Dancing, de 1983, que virou um improvável hit graças à então iniciante MTV e certamente influenciou a posterior Walk Of Life (1985), do Dire Straits.

You Really Got Me – The Story Of The Kinks é uma ótima oportunidade de se mergulhar na obra dessa seminal banda inglesa, não tão badalada quanto mereceria ser, mas que certamente precisa ser melhor conhecida por quem é roqueiro de corpo e alma.

Veja Victoria ao vivo com os Kinks:

Veja espécie de clipe para Superman: