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O formato álbum durará para sempre, tontos!

Por Fabian Chacur

Mais uma vez, um jornal de São Paulo fez um ranking com o que nove caras consideram “as melhores capas de CDs de todos os tempos”. Quanto à escolha, cada um opta pelo que quiser, sem problemas.

O ponto questionável dessa listinha entre amigos é a insistência em se afirmar que, com a decadência da mídia CD, os álbuns deixarão de existir em um futuro próximo. Será mesmo, caras pálidas?

Vale aqui um mergulho rápido na história da música gravada. Durante décadas, a única alternativa eram aqueles discos pesadões, com uma música de cada lado.

No finalzinho dos anos 40, surgiram os LPs de vinil, com algo em torno de 20 minutos de duração de cada lado. Esse novo “espaço”, digamos assim, gerou um novo jeito de se gravar música.

Durante os anos 50, os LPs surgiram inicialmente como reuniões aleatórias de músicas oriundas especialmente de compactos.

Coube a gênios como Frank Sinatra utilizar essa nova possibilidade de um jeito mais criativo, investindo em repertórios de canções com temática semelhante, por exemplo.

Na década de 60, firmou-se de uma vez por todas os álbuns como uma alternativa artística aos singles, graças a álbuns como Revolver (1966) e Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967), dos Beatles, por exemplo.

Um não excluiu o outro. Os singles continuaram a ser lançados, sendo os álbuns uma nova possibilidade que se tornou realidade.

Esse panorama não mudou com o advento dos CDs, embora o artista passasse a ter um limite de tempo muito maior. Eram quase 80 minutos em um só lado, enquanto os LPs de vinil ofereciam no máximo uns 46 minutos, e em dois lados.

Com o advento da música digital, alguns insistem em defender a tese de que ninguém mais gravará álbuns, e que as música serão necessariamente consumidas pelo público de forma individual e só no formato digital.

Essa tese tola já ultrapassou uma década, e o que podemos ver é: os CDs ainda existem e continuam consumidos em quantidades bem razoáveis. Certamente sempre existirá algum tipo de mídia física disponibilizando música para os interessados.

A música digital vai aos poucos criando um público fiel, mas nunca será a única alternativa para quem deseja consumir música.

Na verdade, o xis da questão é uma palavra simples: alternativas. O público não se presta mais a escolhas únicas, e deseja consumir os fonogramas musicais da maneira que melhor lhe convier.

Da mesma forma, o artista já está se valendo dessa vasta gama de possibilidades para divulgar/comercializar suas canções. Singles, EPs, CDs, vinis, arquivos digitais de qualidades variadas, álbuns concebidos para suportes variados… O céu é o limite.

Os formatos irão conviver entre si, e o público irá escolher entre eles. Quem aposta em uma volta pura e simples aos tempos da ditadura de músicas individuais e só pela via digital já está quebrando a cara feio e não percebeu ainda…

Ouça Aladdin Sane, com David Bowie:

2 Comments

  1. Tomara, eu gosto muito do formato álbum. Parabéns pelo post.

  2. admin

    January 9, 2012 at 3:43 pm

    Acho o formato álbum um dos grandes achados do mercado musical, caro João Ricardo, e acho que ele se firmou de tal forma entre os músicos que creio ser impossível ele sumir. Muito obrigado pelo elogio e volte sempre! Grande abraço!!!

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