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Uma homenagem ao setentão Paul McCartney

Por Fabian Chacur

Em 1967, um certo Paul McCartney cantava no álbum Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band suas previsões de como seria quando ele chegasse aos 64 anos. Na época, o cantor, compositor e músico era um jovem de 25 anos. Pois nesta segunda-feira (18), Macca poderá nos afirmar que já sabe há seis anos como é ter 64. Afinal, ele completará sete décadas de vida!

Do maior ídolo a gente nunca se esquece, e posso dizer que amo a música desse sujeito desde que eu tinha meus sete anos de idade e repetia com prazer aquele “hello, hello” que ouvia vindo da rádio, que depois viria a saber se tratar de Hello, Goodbye, de minha banda favorita, os Beatles. Ou de quando ouvia à exaustão, nessa mesma idade, o compacto comprado pelo meu saudoso irmão Victor, com Hey Jude do lado 1.

A carreira solo dele e o surgimento dos Wings eu pude presenciar de primeira mão, durante minha infância e adolescência naqueles marcantes anos 1970.

E todo o resto, até este longínquo 2012, quando várias das pessoas que compartilharam comigo aqueles anos iniciais já não estão por perto em termos físicos, mas morarão para sempre no meu coração enquanto eu viver.

Falar o que de Sir Paul McCartney? O artista perfeito, sem qualquer sombra de dúvidas. Excepcional cantor, músico de mão cheia, compositor inspirado, ser humano especial, performer capaz de cativar todos os tipos de público em seus shows. Dizer que ele tem centenas de músicas maravilhosas em seu currículo não é exagero, é fato.

Como homenagem a ele, posto abaixo dez vídeos de músicas que não são tão famosas como Hey Jude, My Love, Live And Let Die e Jet, mas que considero tão boas quanto, e que provam o como esse cara produziu coisas boas todos esses anos. Parabéns, Tio Macca, e continue na estrada e nos estúdios, proporcionando a seus fãs maravilhas como as abaixo.

Uncle Albert/Admiral Halsey (1971)

É o maior sucesso dessa listinha de dez maravilhas do cancioneiro McCartneyano. Balada deliciosasmente pop que vai aos poucos cativando o ouvinte e, no fim, ganha um daqueles refrãos contagiantes que marcam o nosso ídolo.

Dear Boy (1971)

Assim como Uncle Albert/Admiral Halsey, integra o álbum Ram, o primeiro que tive a oportunidade de ouvir de cabo a rabo de Paul McCartney, adquirido pelo meu brother. Canção delicada, mas com direito a algumas vigorosas intervenções de guitarra, tem um jeitão de música dos Beatles. Linda!

Not Such a Bad Boy (1984)

O filme Mande Lembranças Para Broad Street (Give My Regards To Broad Street) pode não ser lá essas coisas, mas a trilha é excelente, misturando releituras de músicas dos Beatles e da carreira solo de Paul a algumas inéditas. Esse delicioso rock é uma das inéditas, e não merece ficar esquecida em meio a um dos raros fracassos comerciais do Tio Macca.

Press (1986)

Sou um dos raros fãs do álbum Press To Play, que mostra Paul flertando com a sonoridade eletrônica dos anos 1980. A balançada Press é o que mais se aproximou de hit daquele disco, e além de deliciosamente pop, vale por este excelente clipe, que filma uma visita surpresa do ex-beatle ao metrô, com direito a hilariantes flagras dele com os seus fãs.

From a Lover To a Friend (2001):

Driving Rain é um bom discos solo de Paul McCartney que foi prejudicado em sua repercussão por fatores externos, no caso o ataque às Torres Gêmeas naquele lamentável 11 de setembro de 2001. From a Lover To a Friend é uma daquelas baladas tocantes que esse gênio do rock sabe fazer como poucos. Ele estava inspiradíssimo como baixista nesse álbum, como sua performance nesta faixa exemplifica de forma clara.

We Got Married (1989):

Essa mistura de reggae e flamenco simplesmente deliciosa é um dos destaques de Flowers In The Dirt, álbum que trouxe Paul McCartney de volta às paradas de sucesso e principalmente às turnês após 10 anos. Sinto arrepios de prazer ao lembrar do desempenho dele com sua banda no Maracanã, em 1990, nos primeiros shows que fez no Brasil.

The Pound Is Sinking (1982):

O excelente álbum Tug Of War é um dos melhores trabalhos da carreira do Macca, e inclui este excelente rock, com letra irônica e pitadas de psicodelismo em suas guitarras distorcidas. Uma dessas pérolas perdidas na fantástica discografia de Sir James Paul McCartney.

Old Siam Sir (1979):

Back To The Egg é uma espécie de Álbum Branco da carreira solo de Paul McCartney devido à diversidade das canções incluídas nele. Um bom exemplo é esse rockão beirando o heavy metal, a Helter Skelter de sua era pós-beatles. Uma pedrada!

Arrow Through Me (1979):

Também de Back To The Egg, Arrow Through Me é o momento soul music do álbum, com direito a melodia delicada, levada funkeada e um arranjo de metais simplesmente sensacional. Richie Havens fez uma bela regravação desta música, e a soul singer Erikah Badu se valeu de um sampler da mesma em seu hit Gone Baby Don’t Be Long.

Check My Machine (1982):

Este lado B do single Waterfalls acabou virando um grande hit nos bailes black brasileiros, a ponto de ter sido lançado no formato single de 12 polegadas (o tamanho de um LP de vinil) por aqui para atender esse público. Divertida e dançante, foi regravada recentemente no Brasil pelo excelente grupo Sandália de Prata.

Sally G (1974):

Paul McCartney relegou muitas músicas legais ao humilde papel de lado B dos antigos compactos simples de vinil. Esta deliciosa canção country foi gravada em Nashville e saiu como B side do rockão Junior’s Farm. Acredite se quiser, mas conheci uma dupla sertaneja nos anos 80 que quase fez uma versão dessa música…

Tomorrow (1971):

Esta power ballad é um dos destaques do primeiro álbum dos Wings, Wild Life, e tocou bem nas rádios brasileiras na época. Curiosamente, nunca foi lançada em compacto simples. Pensando que era essa música, pedi para o meu irmão comprar um compacto que saiu na mesma época, com Give Ireland Back To The Irish. Acabei me dando bem, pois se trata de um rockão, mas só fui ter Tomorrow em disco em 1980, ao comprar minha cópia de Wild Life

8 Comments

  1. Bela homenagem, Chacur. Compartilho a mesma admiração e acho que o post foi muito feliz em selecionar músicas menos conhecidas. O primeiro disco que comprei de Paul McCartney (ou Wings) foi o compacto “Junior’s Farm / Sally G”. Seria possível fazer várias outras combinações, tal a riqueza do repertório. Mas vou dar uma choradinha básica: há uma joia escondida no então Lado B de “Flowers in the Dirt”, e ela se chama “This One”…
    Grande abraço!
    Neder

  2. This One é maravilhosa, Neder, e também foi um dos destaques dos shows do Macca no Maracanã. Começou bem sua coleção, heim? O meu irmão comprou esse compacto logo que saiu por aqui, em 1974. Hoje esse single está comigo… Grande abraço e obrigado pelos elogios e pela visita sempre qualificada!

  3. João Collucci

    June 21, 2012 at 2:05 pm

    Também sou pirado em This One… Música linda, como só o velho Macca sabe fazer… Eu acrescentaria à lista a magnífica Magneto and Titanium Man, do Venus and Mars… O puro creme do pop!

  4. admin

    June 21, 2012 at 4:19 pm

    Ótima lembrança, João! Essa música (Magneto And Titanium Man) é realmente um momento dos mais bacanas do Venus And Mars, e foi tocada na turnê Wings Over America de forma destacada. Quer saber? Em breve vou fazer uma outra seleção de non-hit songs desse nosso amado Macca! Grande abraço, muito obrigado pela visita e volte sempre!!!

  5. Daniel Mendes Domingues

    June 22, 2012 at 2:28 am

    O paul é foda!! Realmente ele tem muuuita musica boa, as melhores são do lado B!

    Graças a deus tive a oportunidade de ve lo duas vezes, uma agora a pouco em florianopolis, onde viajei para bem longe hehe e outra aqui em sp ( quando tirei uma foto sua depois de gritar o seu nome e vc nao escutar hehe )

    To ansioso por um novo album de rock dele para o ano quivem!

    A bateria dele nunca acabará? hahaha

  6. admin

    June 22, 2012 at 2:32 am

    Realmente a bateria desse cara parece inesgotável. Tomara que não acabe tão cedo mesmo!!! E me manda essa foto se for possível!!! Grande abraço e tuuuuudo de bom procê, Daniel, obrigado pelas visitas qualificadas!!!

  7. Ainda do flowers in the dirt, tem a figure of eight. E outras como silly love songs e mull of kyntire, que acho ótima.

  8. admin

    November 12, 2012 at 3:10 pm

    O que não falta é música boa do Paul McCartney, caro Eduardo, e você citou três ótimas. Grande abraço e muito obrigado pela visita!

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