Por Fabian Chacur

Elvis Presley morreu em 16 de agosto de 1977, quando eu estava chegando perto de completar 16 anos de idade. Naquela época, conhecia basicamente, de sua obra, o fenomenal single Burning Love, lançado em 1972, e as contagiantes Kiss Me Quick e Don’t Be Cruel, temas respectivamente das novelas de época globais Escalada (1974) e Estúpido Cupido (1976).

Lógico que não demorei a perceber que precisava conhecer mais esse seminal nome não só do rock and roll, mas da música em geral. E fiz isso. Mas sabia desde sempre que uma coisa eu nunca conseguiria fazer: ver o genial filho de Tupelo ao vivo, em um palco, cantando seus hits.

Bem, na noite deste sábado (13), eu consegui chegar o mais próximo possível de realizar esse sonho. Como todos sabem, Elvis The Pelvis nos deixou há 35 anos. Mas desde 1997, o show Elvis Presley In Concert está rodando o mundo, tornando-se a melhor opção para quem deseja saber como seria conferir o astro on stage.

A apresentação realizada na Via Funchal (SP) do espetáculo, que dias antes passou pelo Ginásio do Ibirapuera (SP), trouxe trunfos muito importantes. Logo de cara, três telões de alta definição mesclavam imagens do Rei do Rock extraídas basicamente dos filmes That’s The Way It Is (1970), Elvis On Tour (1972) e Elvis: Aloha From Hawaii (1973) com cenas dos músicos tocando ao vivo de verdade no palco.

A voz de Elvis foi extraída das gravações dos shows e preservada, sendo acompanhada no palco por uma banda/orquestra que inclui vários músicos que tocaram com ele nos anos 60/70, entre os quais os lendários James Burton (guitarra), Glenn Hardin (teclados), Ron Tutt (bateria) e Norbert Putnam (baixo), além da direção musical de Joe Guercio e vocais com alguns integrantes originais dos grupos vocais Sweet Inspirations e Imperials.

A sincronia entre a voz gravada do cantor americano e a banda tocando ao vivo (com quase 20 componentes) era impecável, enquanto as imagens ajudavam a criar a ilusão de que estávamos mesmo realizando o sonho de ver um dos grandes mitos do século XX, que nos deixou com apenas 42 anos, durante os quais conseguiu criar um acervo musical riquíssimo.

O espetáculo foi dividido em duas partes de aproximadamente 50 minutos cada. A primeira incluiu rocks como See See Rider, Burning Love, Johnny B Goode, That’s All Right, Hound Dog, Blue Suede Shoes e Don’t Be Cruel, com direito ao blues Steamroller e às baladas Love Me Tender, In The Ghetto, If I Can Dream e Are You Lonesome Tonight.

A segunda parte nos proporcionou maravilhas como Polk Salad Annie, You’ve Lost That Loving Feeling, You Don’t Have To Say You Love Me, I Got a Woman, Bridge Over Troubled Water e Suspicious Minds, sendo esta última a canção que mais agitou e mais arrancou aplausos por parte do público presente.

Tal qual um show de Elvis Presley nos anos 70, a apresentação teve como última música Can’t Help Falling In Love, com direito, logo após a “saída” do cantor de cena, com See See Rider instrumental ao fundo, a um locutor soltando a lendária frase “Elvis Has Left The Building” (Elvis já saiu deste prédio). Caça-níqueis de luxo? Pode ser, mas foi bastante divertido conferir de perto essa experiência curiosa.

Veja a abertura de Elvis Presley In Concert, no Ginásio do Ibirapuera: