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CDs clássicos de Erasmo são reunidos em caixa

Por Fabian Chacur

A gravadora Universal Music criou recentemente uma série de relançamentos que merece os maiores elogios. Em seu novo volume, intitulado Três Tons de Erasmo Carlos, temos o resgate no capricho de três títulos importantes da discografia do Tremendão, com requintes nem sempre habituais por aqui.

Os elogios começam pelo formato da embalagem, que é de papelão duro com direito a imagens dos três álbuns, pequeno texto informativo e a relação completa das músicas. No formato CD tradicional, cada disco incluído no box traz encarte com letras, fichas técnicas completas e reprodução de capa, contracapa e encartes originais.

De quebra, ainda temos um encarte adicional com ótimo texto informativo escrito por Cleodon Coelho, também responsável pela seleção dos títulos. Os álbuns aparecem em versões remasterizadas, e são Carlos, Erasmo (1971), Sonhos e Memórias 1941-1972 (1972) e Banda dos Contentes (1976), todos lançados na década de 70 pela antiga Philips.

Carlos, Erasmo marca a estreia do cantor, compositor e músico na gravadora, após alguns anos na hoje extinta RGE, e serve como marco da bela trajetória musical que ele passou a percorrer após as jovens tardes de domingo da Jovem Guarda. Sua musicalidade se expandiu, com ênfase no rock, mas aberto a outros sons, outras batidas, outras pulsações.

As duas faixas que abre o álbum são prova cabal dessa direção abrangente. De Noite na Cama, de autoria de Caetano Veloso e resgatada nos anos 90 por Marisa Monte, é um dos grandes momentos de Erasmo na seara do samba rock, desdobramento do samba do qual ele é um dos grandes expoentes ao lado de Jorge Ben Jor e Bebeto.

Uma bela incursão no folk é a marca da balada Masculino, Feminino, interpretada em parceria com Marisa Fossa (cantora do grupo gaúcho O Bando) e incluída com destaque na trilha sonora do filme Roberto Carlos a 300 Km Por Hora, do qual Erasmo participou ao lado do eterno amigo e parceiro musical Roberto Carlos.

Sonhos e Memórias 1941-1972 não emplacou hits nas paradas de sucesso, embora seja um trabalho muito interessante, com direito a uma agitada releitura de É Proibido Fumar, um dos primeiros sucessos da parceria Roberto/Erasmo. O álbum traz homenagens aos ídolos do roqueiro, como Elvis, Dylan, Lennon e outros.

A capa é sensacional, montagem repleta de fotos de personalidades importantes dos anos 50, 60 e 70 e também de outras eras em termos musicais, cinematográficos e políticos, com direito até mesmo a contracapa de disco do Alice Cooper (Killer-1971, para ser mais preciso) que havia acabado de sair. Até Richard Nixon está lá!

Banda dos Contentes flagra o Tremendão em grande fase em termos artísticos e comerciais, especialmente graças a Filho Único, que estourou ao integrar a trilha sonora da novela global Loco-Motivas. Um rockão! O disco inclui certeira releitura de Paralelas, de Belchior, a deliciosa Análise Descontraída (de Roberto e Erasmo) e a ótima Billy Dinamite (de Erasmo em parceria com o guitarrista Rick Ferreira).

O repertório traz também obras de Gilberto Gil (Queremos Saber), Jorge Mautner (Dia de Paz, parceria com o genial Antônio Adolfo, que toca em várias faixas do álbum) e Continente Perdido (Terra de Montezuma), de Ruy Maurity, aquele do Nem Ouro Nem Prata e Serafim e Seus Filhos, que também vivia grande fase naquele momento.

Três Tons de Erasmo Carlos é uma caixa imperdível para quem deseja descobrir ou relembrar uma das grandes fases da carreira desse incrível roqueiro, um dos nomes mais relevantes da história da nossa MPB e que, graças a Deus, continua ativo e produtivo no embalo de seus 72 anos de idade.

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Ouça Filho Único, com Erasmo Carlos:

Ouça Masculino, Feminino, com Erasmo Carlos e Marisa Fossa:

3 Comments

  1. Essa do Erasmo ter “colado” (sem ctrl-v, rsrss) a contracapa do disco do Alice Cooper, pra mim foi novidade!! Eu lembrava bem da capa do disco do Dylan (“New Morning”, cê viu essa?) Acabo de examinar a capa do “Sonhos & Memórias”, olhei por uns 2 minutos e chegara à conclusão que desta vez “nosso amigo Fabian Chacur está viajando, ele deve estar falando de alguma foto do livreto desse novo box…” quando, de repente, achei!!! Achei, depois de 4 décadas, a reprodução do disco “Killer”, estrategicamente colocada entre Richard Nixon (à esquerda) e Jane Fonda (à direita), ainda por cima essa, inverteram as posições ideológicas, hahaha… parabéns por seu olho de lince!!
    Quanto ao “Banda dos Contentes”, não posso falar mal de um disco que não conheço mas, honestamente, acho que a Universal bobeou ao incluí-lo nessa caixa, pois o disco ideal, para fechar uma trinca perfeita, seria o “1990 Projeto Salva Terra”!

  2. genial. vou comprar. são os discos do Erasmo que mais gosto.

    show.

  3. admin

    July 26, 2013 at 2:13 am

    Uma caixa realmente bacana. Esse disco citado por você também é ótimo, Cláudio, mas o Banda dos Contentes combina bem com os outros dois. E você irá amar a caixa, Carla!!! Obrigado pela visita e voltem sempre!!!

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