Por Fabian Chacur

Arnaldo Antunes lança em São Paulo seu novo trabalho, intitulado Disco, em show que será realizado nesta quarta-feira (11) às 21h30 no Teatro Bradesco (rua Turiassu, 2.100 – 3º piso- Água Branca). Os ingressos custam de R$ 30 a R$ 120 (informações: fone 4003-1212 e www.teatrobradesco.com.br ). Sua banda inclui Curumim (bateria) Edgard Scandurra (guitarra), Betão Aguiar (baixo), Chico Salém (guitarra e violão) e André Lima (teclados e sanfona).

Em entrevista coletiva realizada na Casa de Francisca (SP), o ex-integrante dos Titãs que completou 20 anos de carreira solo definiu seu novo lançamento fonográfico como um álbum bem diversificado, que equivale a um contraponto ao badalado Iê Iê Iê (2009), que era mais conciso. “Curto coisas muito diferentes, de um samba do Noel Rosa ao funk do James Brown, nunca quis me prender a um único estilo”.

Ele aponta essa razão como a fundamental para sua saída dos Titãs. “Saí do grupo porque queria expressar mais coisas do que poderia fazer com o grupo, não foi por discordâncias pessoais. Também queria poder usar o meu tom real de voz, para cantar em tons mais graves, não tão gritados como precisava fazer no grupo”.

Além da diversidade sonora, Disco traz como outra marca as várias parcerias feitas por Arnaldo na autoria do repertório, incluindo nomes como Caetano Veloso, Hyldon, Marisa Monte, Céu, Dadi Carvalho, Betão Aguiar, Felipe Cordeiro e outros, oriundos de várias gerações. Ele explica essa amplitude de colaborações.

“Estou sempre aprendendo nas parcerias que faço, quebrando essa história de que uma geração substitui a outra. Componho com gente da minha geração, das novas, das anteriores, sem limites. Gosto de aprender com meus parceiros, de descobrir novos caminhos”.

Disco conta com o apoio do programa Natura Musical, que Arnaldo considera um parceiro extremamente positivo. “Não é o nosso primeiro projeto juntos, e gosto da postura dessa empresa. Estava bancando o disco sozinho até que a Natura entrou no projeto, é uma parceria muito benvinda e produtiva”.

Quatro músicas de Disco foram disponibilizadas antes de seu lançamento oficial no site do artista, no formato streaming (que permite a audição sem que haja o download). Arnaldo gostou da experiência e se diz aberto às várias possibilidades existentes para divulgar e lançar sua música atualmente, especialmente em termos de formatos.

“Gostei de mostrar as músicas em streaming, uma a uma, mas também gosto do formato álbum, que tem um lado ritualístico, representando uma época do artista que o lança. Acho que esses formatos devem conviver, espero que isso ocorra. Disco teve um lançamento diferente na minha carreira. Espero que as pessoas continuem ouvindo os álbuns. E tem a volta do vinil, que voltei a ouvir após dez anos. Inclusive, comprei uma vitrola recentemente para isso”.

Entre as músicas do novo álbum de Arnaldo Antunes, temos a irreverente e sacudida Ela é Tarja Preta, uma versão em português para Mamma, da fase britânica de Gilberto Gil nos anos 70, uma parceria inédita do ex-Titã com Caetano Veloso (Morro, Amor) e uma bem antiga, Vá Trabalhar, dos anos 80, que ele cantou nos tempos dos Titãs (ela aparece em versão ao vivo no DVD A Vida Até Parece Uma Festa, do grupo), em um total de 15 faixas.

Ouça Ela é Tarja Preta, com Arnaldo Antunes, do álbum Disco: