Labanca - Credito da foto Eduardo Bravin-400x

Por Fabian Chacur

Fazer o simples em qualquer área do conhecimento humano é sempre tão ou mais difícil do que realizar algo complicado e cheio de mistérios. No cenário da música pop, então, trata-se de algo para poucos. Em seu CD de estreia, a jovem cantora e compositora mineira Maíra Labanca se sai bem nessa tarefa. Labanca é um álbum simples e muito bom de se ouvir.

Na estrada desde 2010, apresentando-se em casas de shows em Belo Horizonte, Maíra valeu-se de influências diversas para criar composições próprias. As letras são sempre diretas, mas sem cair na banalidade, usando de bom humor, ironia e inteligência para falar de amores, paixões e inseguranças do dia-a-dia, com resultado acima da média do pop-rock brasileiro atual.

A voz da jovem intérprete é doce e bastante bem utilizada, caprichando no aproveitamento das boas melodias que escolheu para gravar. O repertório traz músicas de sua autoria com vários parceiros e também de outros autores, sempre apostando em uma mistura de rock, folk, country e puro pop, variando sempre e sem cair na repetição.

A produção, a cargo de Cris Simões e de P Jota, este último também conhecido como baixista do Jota Quest, é econômica e repleta de bom senso. Uma das boas sacadas fica por conta da utilização de instrumentos como trombone, lap steel e banjo em momentos estratégicos das faixas, dando ao som da moça um tempero original e diferenciado no cenário pop brazuca.

Labanca (o CD) traz canções boas de se ouvir e com forte apelo radiofônico, entre as quais Vai Vai, Bobeou, Tempo Curto (divulgada por um videoclipe enxuto e bem sacado), Medo e Amor Não Tem Hora. Esta última é uma parceria de Nelson Motta, Rogério Flausino (vocalista do Jota Quest) e P Jota, e soa como clássico instantâneo.

A estreia em disco de Maíra Labanca soa ao mesmo tempo simples, sofisticada e com alma puramente pop, com um clima ensolarado que costuma permear o melhor da produção desse estilo musical de vocação popular. Uma prova de que, sim, dá para se fazer um trabalho acessível ao ouvido médio do público sem cair em repetições, apelações ou fórmulas desgastadas.

Tempo Curto– Maira Labanca: