Mondo Pop

Por Fabian Chacur

Se estivesse vivo, Elvis Presley estaria comemorando nesta quinta-feira (8) 80 anos de idade. Infelizmente, ele não chegou até aqui, em termos físicos, para soprar essas velinhas. Seu legado, no entanto, irá muito além dos 42 anos em que esteve entre nós, marcando a história não só do rock and roll como da música popular como um todo. Um gênio. Um mestre. Um fenômeno.

O natural da pequena cidade de Tupelo, nos EUA, conseguiu elevar o rock and roll rumo ao topo das paradas de sucesso. Com muita ginga e uma voz inigualável, ele soube aliar sua presença física a uma musicalidade inata, tornando real o sonho do produtor e dono da Sun Records, Sam Phillips, responsável por seu lançamento: “se eu encontrar um branco que cante como negro, ganharei um milhão de dólares”. Bingo! Elvis era o cara.

Sem Elvis Presley, o rock and roll provavelmente teria demorado muito mais tempo para se tornar popular. Com sua imagem de galã e bom moço, mas sem diluir a energia daquele som tão vibrante e original, ele a partir de 1956 e do estouro de Heartbreak Hotel escancarou as portas da mídia para que muitos outros nomes, diversos deles negros geniais e seminais, chegassem ao grande público.

Antes do estouro na RCA, naquele histórico 1956, The Pelvis fez algumas das mais importantes gravações da história do rock na Sun Records. Com seu inigualável eco e uma crueza rascante, ele gravou por lá That’s Alright, Blue Moon Of Kentucky e Mystery Train, que influenciam até hoje jovens roqueiros em busca da sonoridade perfeita.

A trinca Scotty Moore (guitarrista genial), Bill Black (baixo) e DJ Fontana (bateria) deu a ele a moldura exata para esse rock básico de que tanto gostamos. Os vocais mais tradicionais dos Jordanaires ajudariam a dar um teor pop a maravilhas como Don’t Be Cruel, e com o tempo algo que estava no DNA do nosso ídolo iria se desenvolver na RCA Records.

Elvis amava o rock and roll, mas era na verdade um crooner, ou seja, aquele tipo de cantor que curte mesmo é soltar a sua voz, independente do gênero musical. Ainda nos anos 1950, mas especialmente nas décadas de 1960 e 1970, ele daria provas de sua versatilidade ao enveredar pelo gospel, romantismo, pop, soul, blues e o que mais pintasse pela frente, com classe.

A convocação para o exército em 1958 marcou o momento em que a rebeldia inicial deu lugar a um comportamento mais próximo do cidadão mediano, ampliando ainda mais o universo de seus fãs, que ainda vão de crianças até senhores e senhoras. Há quem torça o nariz para essa veia eclética, mas o cara sempre foi especial em tudo o que fez.

A partir do momento em que mergulhou no cinema, fazendo nos anos 1960 uma série de filmes parecidos e nos quais sua música se diluía, Elvis Presley foi perdendo a força inicial, atropelado por Beatles, Rolling Stones e os roqueiros que vieram logo a seguir, aproveitando a porta aberta por ele alguns anos antes. Mas um rei é sempre um rei.

Em 1968, um belo especial televisivo o trouxe de volta aos palcos. Em 1969, a espetacular Suspicious Minds o trouxe de volta ao que tinha de melhor e ao primeiro lugar nas paradas. A partir daí, foram turnês por Las Vegas e pelos EUA (ele nunca tocou na Europa, Ásia e América Latin), discos irregulares mas sempre incluindo algumas maravilhas do tipo Burning Love e Polk Sallad Annie e a triste deterioração física.

Sua morte precoce em 1977 deixou milhões de órfãos em todo o mundo, mas com o decorrer dos anos, ficou claro que o legado desse grande mito se manteria firme e forte. Elvis Presley é sinônimo de revolução, de inovação e também de culto aos valores tradicionais, de conservadorismo e de dificuldade de lidar com a fama. Mas sua música viverá para sempre!

Burning Love– Elvis Presley:

Suspicious Minds– Elvis Presley:

Blue Suede Shoes– Elvis Presley:

That’s Allright– Elvis Presley:

Mystery Train– Elvis Presley: