lady antebellum 747-400x

Por Fabian Chacur

O cenário musical nos últimos 20 anos se baseia cada vez mais em truques e elementos visuais e comportamentais para inflar seus novos produtos. A imagem e a vida pessoal dos artistas é tão priorizada que às vezes dá a impressão de que a música ali não passa de um “detalhe”. Bom ver bandas que vão contra essa corrente, como a Lady Antebellum, cujo novo álbum 747 acaba de sair no Brasil em versão Deluxe com três faixas a mais. Aqui, musicalidade conta. E muito.

Com quase dez anos de carreira, Lady Antebellum é integrado por Hillary Scott (vocal), Charles Kelley (vocal, guitarra e violão) e Dave Haywood (vocais, guitarra, violão, piano e mandolim). Chegaram aos primeiros postos da parada americana logo com seu primeiro álbum, autointitulado (de 2008), que atingiu o quarto lugar nos EUA. O seguinte, Need You Now (2010), primeiro a sair no Brasil, foi ainda mais longe, atingindo o nº1 graças a hits como a faixa título e Run To You.

Com produtividade alta, eles lançaram a seguir Own The Night (2011-outro número 1), Golden (2013, ponta da tabela mais uma vez) e agora o novo 747, que chegou “apenas” ao segundo lugar nos charts da Billboard. Seus shows estão sempre lotados, incluindo o da atual turnê. Qual o segredo deles?

Em termos visuais, nada de muito complicado. São jovens, bonitos e bem vestidos. O que realmente os torna relevantes é a qualidade de sua música. São adeptos das vertentes mais roqueiras e pop da música country, influenciados por Fleetwood Mac, Garth Brooks, The Eagles, Dixie Chicks, Alabama e outras fontes bacanas, sem cair na cópia barata.

As vocalizações do trio são sempre certeiras, com as vozes masculinas de Kelley e Haywood se casando feito luva com as belas melodias seguradas pela ótima Hillary. Com arranjos sempre precisos e preciosos, suas canções simples e diretas são muito boas de se ouvir, e são responsáveis pelos mais de 10 milhões de álbuns já vendidos por eles.

747 é para se ouvir sem pular faixas. Inclui ótimos momentos como Long Stretch Of Love (com muita influência de Stevie Nicks e do Fleetwood Mac; aliás, a banda já gravou com essa lendária cantora a música Blue Water), a sacudida Bartender, a deliciosa balada Lie With Me e a mais ardida All Nighter. Nada que vá revolucionar ou mudar o mundo. Mas precisa? Creio que não…

Ouvir um álbum como 747 e um repertório (vale também citar Sounded Good At The Time) como esse atingindo os mais altos postos das paradas é prova de que o velho e bom poder das canções continua sendo capaz de alavancar carreiras, sem truques baixos ou fofocas de baixo calão. Enquanto isso ocorrer, ainda vale ter fé na música.

Long Stretch Of Love– Lady Antebellum:

Lie With Me– Lady Antebellum: