Mondo Pop

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Category: Resenhas (page 4 of 70)

Blur divulga single e lançará um novo álbum após 8 longos anos

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Por Fabian Chacur

Após ter batalhado com o Oasis pelo posto de principal banda do britpop britânico nos anos 1990, o Blur se notabilizou por longos sumiços. Até o momento, o grupo do vocalista Damon Albarn lançou no século 21 apenas dois álbuns de estúdio, Think Tank (2003) e The Magic Whip (2015). Para alegria de seus inúmeros fãs, eles acabam de divulgar a data em que The Ballad Of Darren, o 9º disco de estúdio da banda, sairá.

O álbum, cuja capa ilustra este post, sairá em 21 de julho e terá 10 faixas, sendo que uma delas já está nas plataformas digitais. E trata-se de uma amostra bem promissora. The Narcissist é um pop rock melódico e delicioso, com direito a guitarras envolventes, vocais de apoio muito bem concatenados e um espírito de anos 1960.

O Blur também fará shows neste ano para divulgar The Ballad Of Darren. O álbum foi gravado em Londres e Devon, com a produção a cargo de James Ford, produtor também conhecido por integrar as bandas Simian Mobile Disco e Last Shadow Puppets. O lançamento será pelo selo Parlophone, que atualmente é distribuído pela Warner Music.

The Narcissist (visualizer clipe)- Blur:

Yusuf/Cat Stevens mostra a sua veia roqueira em ótimo single

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Por Fabian Chacur

No dia 16 de junho, Yusuf/Cat Stevens lançará o álbum King of a Land. Como forma de atiçar os ouvidos dos fãs, ele nos oferece mais uma faixa previamente. E não poderia ter escolhido melhor. All Nights, All Days é um pop-rock simplesmente delicioso e contagiante, daqueles que você acaba ouvindo muitas vezes seguidas, e por várias razões possíveis.

Pra começo de conversa, temos um ritmo irresistível, melodia linda e um riff de guitarra marcante, além de pequenas passagens agudas a la George Harrison. A voz de Stevens, que fará 75 anos no próximo dia 21 de julho, continua envolvente, no mesmo nível da sua fase de sucesso dos anos 1970. E a letra é incisiva, sugerindo que os políticos mentirosos deveriam ser presos no zoológico de Londres…

Para ilustrar All Nights, All Days, foi criado um clipe dirigido por Nick Cinelli e produzido pelo Studio Linguine com uma animação sensacional que traz como destaque homenagem a personagens do filme cult Ensina-me a Viver (1971), cuja trilha foi feita pelo próprio artista. E a música tem apenas 2m25 de duração. O máximo de qualidade em um tempo reduzido!

All Nights, All Days (clipe)- Yusuf/Cat Stevens:

Paulo Renato e Marie Minare e seu single de pura bossa nova

paulo renato e maria minare 400xPor Fabian Chacur

A Bossa Nova chega aos 65 anos ainda extremamente influente e inspiradora, e capaz de incentivar novos nomes a navegar nas suas águas envolventes e encantadoras. E é exatamente isso o que nos oferecem Paulo Renato e Marie Minare. Em 2020, lançaram um single delicioso, A Teia (veja o clipe aqui), que deixou um clima de quero mais no ar. E enfim chegou essa segunda dose.

Se na primeira canção tivemos uma homenagem explícita à bossa, com citações a alguns de seus seguidores na letra, Lábios Castanhos nos oferece um clima romântico e de esperança típicos da essência desse gênero musical. O entrosamento das vozes de Paulo e Marie é impecável, com um charme que deixa claro que um álbum dessa dupla se faz mais do que necessário.

Oriundo de Brasília (DF), Paulo Renato Nardelli é cantor, músico e compositor, tem seu canal no Youtube (confira aqui) e possui outras gravações interessantes. Mas fica bem claro que ele e Marie deveriam se concentrar no trabalho em dobradinha mesmo.

O criativo clipe de Lábios Castanhos, centrado no formato de plano sequência, é estrelado pela atriz Carol Schrappe, que se sai bem na tarefa de representar o clima da canção.

Lábios Castanhos (clipe)- Paulo Renato e Marie Minare:

Antonio Adolfo dá as flores em vida a Carlos Lyra e R. Menescal

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Por Fabian Chacur

A formação musical de Antonio Adolfo (leia mais sobre ele aqui) foi fortemente impactada pelo surgimento da Bossa Nova. Este genial pianista, compositor e arranjador carioca integra uma geração que podemos nomear de “filhos da bossa”. Nada mais natural do que ele homenagear os 65 anos do mais influente gênero musical brasileiro em termos mundiais.

O recorte escolhido por Adolfo não poderia ter sido mais original e oportuno. Ele resolveu gravar um álbum com composições de dois autores seminais da bossa que ainda estão entre nós. Ou seja, deu a eles as flores em vida. Nasceu, assim, Bossa 65- Celebrating Carlos Lyra and Roberto Menescal, lançado pelo seu selo AAM Music e disponível em CD e também nas principais plataformas digitais.

A escolha dos dois autores não foi aleatória. Um dos primeiros trabalhos do ainda bem jovem Antonio Adolfo como pianista profissional foi no musical Pobre Menina Rica (1963-64), escrito por Carlos Lyra com seu parceiro, o eterno poeta Vinícius de Moraes.

Ao lado de Roberto Menescal, ele participou da banda que gravou os álbuns Elis in London e Elis And Toots Thielemans com Elis Regina em 1969, e posteriormente esteve em vários projetos de “Menesca” enquanto produtor na gravadora Polygram, nos anos 1970.

O álbum tem 10 faixas, cinco de cada um. O repertório traz desde standards mais conhecidos como O Barquinho (Roberto Menescal-Ronaldo Bôscoli) e Marcha da Quarta-Feira de Cinzas (Carlos Lyra-Vinícius de Moraes), a outras escolhidas a dedo nesse repertório tão rico e repleto de coisas boas. Temos até Bye Bye Brasil (Roberto Menescal-Chico Buarque), composição feita para o icônico filme homônimo lançado em 1980.

Incumbindo-se do piano e dos arranjos, Adolfo escalou um timaço integrado por Lula Galvão (guitarra), Jorge Helder (baixo acústico), Rafael Barata (bateria e percussão), Dada Costa (percussão), Danilo Sinna (sax alto) e Rafael Rocha (trombone), com Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn) em duas faixas e Marcelo Martins (sax tenor e flauta) em uma.

A capacidade de Antonio Adolfo como músico e arranjador é espetacular. Sempre elegante, ele sabe como poucos dar a cada músico o seu espaço, gerando dessa forma diálogos sonoros extremamente bem concatenados e bons de se ouvir. Ele aproveita bem as melodias originais e as envolve com harmonias criativas, dando a elas uma roupagem que soa atual, sem perder o espírito original de cada música.

O lado jazzístico surge ao permitir improvisações de cada músico envolvido, sempre na medida certa, mas sem abrir mão da criatividade e ousadia. Isso explica o porque os vários lançamentos recentes do altamente produtivo Antonio Adolfo andam frequentando as paradas de sucesso, playlists e programações de rádios dedicadas ao jazz nos EUA, tornando-o um dos craques do que atualmente rotulam como latin jazz.

Carlos Lyra completou 90 anos de idade no último dia 11, e não poderia ter ganho um presente melhor, assim como Roberto Menescal, também muito produtivo aos 85 anos. Bossa 65- Celebrating Carlos Lyra and Roberto Menescal mostra como fazer uma homenagem à bossa nova sem cair em repetições ou clichês cheirando a naftalina. Bossa com sabor de 2023.

Coisa Mais Linda– Antonio Adolfo:

Jess Glynne retorna com um single envolvente, Silly Me

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Por Fabian Chacur

Três anos após o single natalino This Christmas (2020) e cinco após seu mais recente álbum, Always in Between (2018), a cantora britânica Jess Glynne volta à cena. E o retorno é com uma faixa certeira. Trata-se de Silly Me, um r&b com levada midtempo hipnótica e timbre vintage de órgão no qual fica evidente a voz gostosa e charmosa da intérprete. Em declaração enviada à imprensa, ela explica a origem de seu novo provável hit:

“Esta música realmente fala sobre aprender com seus erros e crescer com isso. A vida não é perfeita, todos nós cometemos erros ao longo do caminho e temos momentos em que nos sentimos bobos, mas o que importa é se levantar e não ser muito duro consigo mesmo”.

Nascida em 20 de outubro de 1989, Jess tornou-se conhecida a partir do estouro de Rather Be em 2014, single gravado por ela com Clean Bandit. Seus dois álbuns lançados até o momento, I Cry When I Laugh (2015) e Always in Between (2018) atingiram o topo da parada do Reino Unido. Além disso, ela também se mostra presença frequente nas grandes premiações, tendo faturado um Grammy e nada menos do que nove Brit Awards.

Silly Me (clipe)- Jess Glynne:

Garbage faz uma releitura eletropop de Cities in Dust

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Por Fabian Chacur

Cities in Dust é um dos hits mais emblemáticos da carreira do grupo britânico Siouxsie and The Banshees. Lançado em single no final de 1985 e depois incluído no álbum Tinderbox (1986), essa canção que mistura rock e dance music estourou nos quatro cantos do mundo, Brasil inclusive, onde a banda abriu seus shows com ela em 1986. A banda americana Garbage acaba de lançar uma releitura da mesma, incluída em seu EP intitulado Witness To Your Love.

O grupo liderado pela cantora Shirley Manson e pelo músico e produtor Butch Vig (que produziu o icônico álbum Nevermind, de 1991, do Nirvana) deu ao sucesso oitentista uma roupagem eletropop com um resultado bem interessante que de repente até pode trazer a canção de volta aos charts.

Essa mesma canção já foi relida em 2007 pelo Pato Fu (confira aqui) e em 2008 pelo produtor holandês Junkie XL (ouça aqui). Mas a versão original continua mesmo imbatível (essa aqui).

Cities in Dust (clipe)- Garbage:

Olivia Gênesi e Frank Almendra lançam o single The Way I Feel

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Por Fabian Chacur

Em 2007, o multi-instrumentista radicado nos EUA Frank Almendra e a cantora, compositora e instrumentista Olivia Gênesi (leia mais sobre ela aqui) lançaram o álbum Full Bloom. Desde então, seguiram seus próprios caminhos. E agora, se reencontram de forma inspirada, como prova The Way I Feel, faixa devidamente disponibilizada nesta sexta (28) nas plataformas digitais.

A canção é um delicioso híbrido que traz elementos de folk, blues, rock e até um pouco de reggae, na qual Almendra esbanja categoria nas guitarras e Olivia nos oferece uma interpretação vocal impecável, que nos remete levemente à abordagem que as estrelas Norah Jones e Sheryl Crow dão a esse tipo de material. Uma combinação que proporciona uma faixa realmente poderosa, que pede novas e novas audições.

Os amigos já tem pronto um outro single inédito em parceria, Lonesome One, que eles prometem divulgar nas próximas semanas. Pela qualidade dessa primeira amostra, não seria nada mal um segundo álbum deste duo.

The Way I Feel – Olivia Gênesi e Frank Almendra:

Alison Goldfrapp divulga single e The Love Invention sai logo

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Por Fabian Chacur

Vem aí o primeiro álbum solo de Alison Goldfrapp. A cantora, compositora e tecladista britânica, conhecida por sua atuação com o premiado duo Goldfrapp, lançará a sua estreia individual, The Love Invention, no dia 12 de maio, véspera de seu aniversário. Uma amostra deste trabalho acaba de chegar às plataformas digitais, o single So Hard So Hot, com direito a um sofisticado e elegante clipe dirigido por ela e Mat Maitland.

A faixa é um eletrodance envolvente e que serve como boa amostra do conteúdo do álbum, que se se concentra em dance music. Alison a definiu da seguinte forma, em texto enviado à imprensa:

“Este é um momento em que você precisa viver o momento e encontrar maneiras de se projetar positivamente no mundo. Foi escrita durante o caloroso verão do Reino Unido de 2022 – a intensidade desse período se reflete na realização dessa faixa”.

Alison iniciou sua carreira na cena musical britânica nos anos 1990, participando de trabalhos de artistas como Peter Gabriel, Orbital e Dreadzone. Em 1999, criou o duo Goldfrapp ao lado do tecladista Will Gregory. Desde então, eles lançaram sete álbuns que os firmaram como nomes de peso da música eletrônica do Reino Unido, sendo que seu álbum mais recente é Silver Eye (2017).

Nos anos mais recentes, a artista deixou a carreira musical um pouco de lado, atuando como fotógrafa e diretora de clipes. Considerada extremamente influente e talentosa, Alison Goldfrapp ganhou em setembro de 2021 o Ivor Novello, um dos prêmios mais importantes da música e destinado a artistas que com seus trabalhos marcaram época e influenciaram outros colegas.

So Hard So Hot (clipe)- Alison Goldfrapp:

Arlo Parks mostra muito swing no seu excelente single Blades

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Por Fabian Chacur

Arlo Parks tem aparecido com uma certa frequência em Mondo Pop (leia mais sobre ela aqui). E não é para menos. A cantora e compositora britânica surge como um dos grandes talentos da nova geração da música pop. E a expectativa em torno de seu 2º álbum, My Soft Machine, que sairá no dia 26 de maio, é enorme.

E uma prova de que esse álbum tem tudo para ser um dos grandes lançamentos do ano é a divulgação de mais uma de suas faixas, a segunda até o momento. Trata-se de Blades, canção balançada e irresistível, na qual Arlo esbanja swing e jogo de cintura. Um clássico instantâneo do pop atual.

Em press release enviado à imprensa, a jovem estrela fala sobre a faixa, que foi produzida pelo badalado Paul Epworth, que já trabalhou com Adele, Paul McCartney, Block Party e Florence + The Machine:

“Imagino este momento em uma festa onde você vê alguém do outro lado da sala que você não vê há algum tempo, você se sente crescendo separado, e você está como, devo, não devo? E então você encontra a coragem de se aproximar dele. Essa é a história dessa canção”.

Blades (clipe)- Arlo Parks:

The Beatles 1962-66 e The Beatles 1967-70 (Apple-1973)

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Por Fabian Chacur

Em abril de 1973, quando as coletâneas duplas The Beatles 1962-1966 (ouça aqui) e The Beatles 1967-1970 foram lançadas, vivíamos tempos muito diferentes dos atuais. Portanto, para falar dessas compilações e de sua importância na história da banda mais bem-sucedida de todos os tempos em termos comerciais e criativos, é inevitável uma boa análise do cenário da época em termos de indústria fonográfica e do próprio Fab Four.

A traumática separação dos Beatles havia ocorrido há apenas três anos, mas muita coisa ocorreu naquele curto período de tempo.

Para começo de conversa, tivemos o início da conscientização por parte do público e crítica de que aqueles menos de dez anos de trajetória da banda tinham sido absolutamente sensacionais, com direito a um legado incrível em termos musicais e comportamentais.

A força daqueles quatro filhos de Liverpool, Inglaterra, que viraram cidadãos do mundo, repetiu-se em suas performances nas carreiras individuais. Paul McCartney, John Lennon, George Harrison e até mesmo o subestimado por alguns Ringo Starr logo emplacaram grandes sucessos sem a banda, algo extremamente incomum no universo da música pop. Único, até.

Nesse curto período entre 1970 e 1973, hits como Maybe I’m Amazed, My Sweet Lord, Another Day, Mother, Imagine, It Don’t Come Easy, Uncle Albert/Admiral Halsey, Back Off Boogaloo e Give Me Love (Give Me Peace on Earth), só para citar alguns dos gravados pelos quatro em suas vidas musicais pós-separação, os mantiveram no topo do universo pop.

Tal fato criou uma situação curiosa. Para fãs mais jovens, era difícil acreditar que aqueles caras já tinham um extenso currículo de sucessos prévios, antes de lançarem as músicas que os conquistaram. E surgiu a frase que era atribuída a fãs de McCartney e de seu grupo dos anos 1970: “você quer me dizer que o Paul McCartney fez parte de outra banda antes dos Wings?”.

E a explicação para esse aparente desconhecimento era relativamente simples. Até aquele momento, não existiam coletâneas de sucessos que dessem uma geral na carreira dos Beatles.

As coisas mais parecidas com isso tinham sido a compilação britânica (saiu no Brasil) A Collection Of Beatles Oldies But Goldies (1966), e a americana (também saiu por aqui) Hey Jude (1970), interessantes, mas incompletas e sem muito critério em suas seleções de faixas.

Como os álbuns dos Beatles foram lançados em versões muito diferentes pelos quatro cantos do mundo até 1967, quando Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band iniciou os lançamentos unificados em termos globais, também era difícil encontrar esses discos nas lojas, naquele período pós-separação da banda. Isso, mesmo com suas canções ainda tocando muito nas rádios.

A gravadora Apple só caiu na real de que estava perdendo dinheiro quando um selo pirata lançou em 1972 nos EUA Alpha Ômega, box com 4 LPs e 60 músicas dos Beatles (com direito a algumas das carreiras solo) que, acredite se quiser, era divulgada em comerciais na TV. Naquele momento, ficou claro que algo precisava ser feito para atender essa demanda.

E o projeto não poderia ter sido melhor desenvolvido. Ao invés de lançar um único álbum, eles se renderam ao fato de que o ideal seria fazer algo o mais abrangente possível, que pudesse ser uma boa porta de entrada no universo da obra dos Beatles. Separar as coletâneas em duas fases foi brilhante, a inicial, de 1962 a 1966, e a pós-fim das turnês, de 1967 a 1970.

The Beatles 1962-1966 traz 26 faixas, enquanto The Beatles 1967-1970 ofereceu ao público 28 canções. Os dois álbuns, lançados no formato de LPs duplos, traziam como atrativo adicional envelopes protegendo os discos com as letras de todas as canções, algo que os discos dos Beatles só passaram a ter também a partir do Sgt. Pepper’s (e nem todos!).

Para as capas, outra tirada brilhante. Eles aproveitaram uma ideia surgida para o que seria o álbum Get Back (que acabou virando Let It Be). Na capa do 1962-66, usaram um outro take da sessão de fotos da capa do LP Please Please Me (1963), e na do 1967-70, um registro feito em 1969 pelo mesmo fotógrafo, Angus McBean, no mesmo local, a sacada do prédio onde ficava a sede da EMI em Londres, com os novos visuais deles.

Diante de tantas canções de sucesso a serem escolhidas, alguns critérios aparentemente foram usados. No álbum vermelho (1962-66), ficaram de fora os covers que os Fab Four gravaram até 1965, como Twist and Shout e Roll Over Beethoven, e as canções compostas e/ou interpretadas por George Harrison como solista. As 26 musicas levam a assinatura Lennon-McCartney.

Se no álbum vermelho só uma música (Yellow Submarine) tem Ringo como vocal principal, o álbum azul (1967-70) inclui mais uma com o baterista (Octopus’s Garden, de autoria dele, por sinal) e quatro compostas e interpretadas por George Harrison- While My Guitar Gently Weeps, Here Comes The Sun, Old Brown Shoe e Something.

Outra provável diretriz seguida é o fato de que todas as canções, com as possíveis exceções de The Ballad of John & Yoko e Old Brown Shoe, são grandes sucessos em paradas de sucesso e em execução nas rádios.

Com tudo perfeito- embalagem, escolha de repertório e mesmo a divulgação, que ressaltava o fato de serem as primeiras coletâneas abrangentes e oficiais da banda- criou-se uma grande expectativa em torno do desempenho comercial das mesmas. Que foi amplamente premiada.

The Beatles 1962-1966 chegou ao 3º lugar na parada americana, enquanto The Beatles 1967-1970 foi ainda além, liderando a parada ianque em 26 de maio de 1973. Os Fab Four voltavam ao topo após três anos.

Foi a partir dali que o acervo de gravações dos Beatles começou a ser reaproveitado e a render ainda mais do que nos tempos da Beatlemania.

Se no período entre 1973 e 1992 isso ainda ocorreu de uma forma um pouco mais tímida, os relançamentos e novidades referentes à banda renderam e ainda rendem milhões à gravadora Universal Music (atual detentora dos direitos desses fonogramas) e aos músicos e seus herdeiros.

Curiosidade: The Beatles 1967-1970 ficou uma semana no 1º lugar na parada dos EUA, e foi sucedido por Red Rose Speedway, de ninguém menos do que Paul McCartney & Wings, que manteve a posição de liderança por três semanas. Adivinhem quem o destronou? O ex-colega de banda George Harrison, que com seu Living In The Material World assegurou a primeira posição por cinco semanas.

Essas coletâneas marcaram tanto que foram reeditadas no formato CD, a primeira vez em 1993, no formato caixinha e reproduzindo o conteúdo da embalagem original, e em 2010, desta vez no modo digipack e com o acréscimo de um encarte trazendo um bom texto com informações (algumas incorretas)e fotos adicionais.

The Beatles 1962-1966 foi o primeiro álbum duplo que comprei na vida, quando tinha apenas 12 aninhos de idade, e me lembro de que as rádios de São Paulo tocavam as músicas dos Beatles naquele período como se fossem lançamentos, às vezes seguidas por faixas de John, Paul, George e Ringo em suas carreiras individuais. Como não virar um fã também?

The Beatles 1967-1970- The Beatles (ouça em streaming):

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