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Lindo Sonho Delirante é livro com um padrão internacional

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Por Fabian Chacur

Conheci o Bento Araújo quando ele trabalhava na mitológica e saudosa Nuvem Nove Discos, ponto de encontro para se conseguir os melhores CDs, DVDs, LPs e outros itens relativos a música e também para se conviver com grandes figuras ligadas a esta cena. Lá se vão uns 20 anos, mais ou menos. E quanta coisa se passou desde então… Até chegarmos a esse seu primeiro livro, o incrível Lindo Sonho Delirante- 100 Discos Psicodélicos do Brasil. Que bela trajetória!

Durante esses anos incríveis, ele se formou em jornalismo, comprou inúmeros livros, discos e quetais, criou o histórico Poeira Zine em 2003 e esteve envolvido em diversos projetos bacanas ligados à música. Seu trabalho sempre teve como marcas a busca pelas informações corretas, a troca de figurinhas com pessoas importantes para a música no Brasil e principalmente uma paixão sem limites por seu objeto de estudo. Além, é claro, de um texto impecável.

Seu primeiro livro chega em momento de maturidade pessoal, e isso reflete no conteúdo. Viabilizado com financiamento coletivo a partir do site Catarse, Bento não mediu esforços para que o seu trabalho tivesse o mesmo altíssimo padrão daqueles lançamentos americanos e ingleses que possui em seu rico acervo. Nivelou por cima, o que certamente deve ter dificultado um bocado a realização desse verdadeiro “sonho maluco do seo Bento”. Mas valeu a pena!

Lindo Sonho Delirante- 100 Discos Psicodélicos do Brasil é uma publicação deslumbrante a partir de sua apresentação visual, simplesmente perfeita em termos de edição, diagramação, capa etc. Uma de suas grandes sacadas é o fato de ser uma edição bilíngue português-inglês, o que certamente a torna bem atraente para os fãs de música dos quatro cantos do planeta.

A concepção do conteúdo é simples. Bento compilou 100 lançamentos, entre compactos simples, compactos duplos e LPs de vinil lançados por artistas brasileiros entre 1968 e 1975 e que se encaixam dentro do conceito de uma psicodelia musical à moda brasileira. Cada verbete traz textos concisos, informativos e opinativos sobre os lançamentos, com direito a reprodução de suas respectivas capas e relação de músicas.

Os títulos escolhidos trazem desde figurinhas carimbadas da nossa música como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Os Mutantes e Secos & Molhados até obras raríssimas de nomes obscuros como Marconi Notaro, Loyce & Os Gnomos e Liverpool, além de alguns inesperados para a maioria das pessoas, como João Donato e Ronnie Von. O livro mostra como o estilo psicodélico foi adaptado pelos músicos no Brasil e ganhou uma cara própria, original e marcante.

Lógico que algumas escolhas podem ser contestadas, enquanto outros ausentes certamente mereceriam estar aqui (tipo um Tim Maia Racional Volume 1, por exemplo), mas isso é totalmente secundário, pois não há como agradar a todos em uma seleção desse tipo. Uma dica é que você vez por outra encontra pequenas, mas importantes, diferenças entre os textos em português e em inglês, com direito a informações adicionais. Leia os dois, portanto.

O texto de introdução faz uma bela contextualização do universo musical abrangido por Bento Araújo, além de justificar seus critérios de escolha. Lindo Sonho Delirante (título de uma música gravada por Fábio, aquele do hit Stella e amigo do Tim Maia) é publicação essencial para quem curte ler sobre música brasileira, e coloca uma baita responsabilidade nas costas do autor: como lançar um próximo livro com este mesmo altíssimo nível? Mas não se assustem se esse cara atingir esse objetivo…

Mais informações sobre o livro aqui .

Lindo Sonho Delirante (LSD)- Fábio:

Paulo Ho mostra seu rock tipo teatral em show único no Rio

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Por Fabian Chacur

Paulo Ho é um cantor e compositor cujo teor teatral faz parte intensa e integral de seu trabalho. Ele está lançando o CD Ex-Companheiro, e cantará no Rio de Janeiro nesta terça (1º/12), às 21h no Solar de Botafogo (rua General Polidoro, 180 -Botafogo), com ingressos a R$ 20 (meia) e R$ 40 (inteira), acompanhado por Guila (baixo), Thiago Vivas (guitarra), Ricardo Rito (teclados) e Marcelo Vig (bateria e programações).

A direção musical do espetáculo ficou por conta de Lucas Vasconcellos, mesmo produtor do CD e que também fará uma participação especial na apresentação. O trabalho de Paulo equivale a uma espécie de ópera rock com influências de pop, rock experimental, música erudita e intervenções eletrônicas, buscando um caminho próprio. “O show acompanha a mesma ideia e estética do disco e de futuros vídeos. A ideia de ciclos, trajetórias de histórias que formam a vida”, afirma.

O repertório do show trará canções do CD, como Ex-Companheiro, Paraíso Ocasional e A Vida Comum, e releituras de origens bem distintas, como Tenha Calma (Djavan), Tabu (Gustavo Cerati), Repetition (Information Society) e De Tanto Amor (Roberto Carlos). “Só a partir da quebra desses padrões de relacionamentos, não só amorosos, mas também sociais, é que pude tomar as rédeas da minha vida. O trabalho é muito mais resultado de um processo de evolução/crescimento pessoal do que apenas inquietação artística”, diz.

Paraíso Ocasional– Paulo Ho:

Ex-Companheiro– Paulo Ho:

A Vida Comum– Paulo Ho:

Paulinho da Viola encanta em seu lindo show em São Paulo

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Por Fabian Chacur

Paulinho da Viola é o mestre zen do samba. Sempre tranquilo, sábio e simpático, o cantor, compositor e músico carioca chega nesta quinta-feira (12) aos 73 anos em excelente forma. Se ele é o aniversariante, na noite de ontem (11) quem ganhou o presente foi o púbico que lotou o Teatro Bradesco (SP) durante seu mais do que excelente show. Uma aula de boa música.

Foram quase duas horas de apresentação, iniciadas no estilo voz e violão com 14 Anos, uma de suas primeiras composições. Depois, o artista teve o apoio de uma banda composta por oito músicos, que se alternavam conforme a necessidade de cada música. Na parte final, tivemos a participação da ótima cantora Beatriz Rabello, que é parte integrante do clã do desencanado astro carioca.

O show teve um clima bem intimista, embora em vários momentos o ritmo convidasse à dança. Simples e informal, Paulinho contou vários e deliciosos “causos” sobre sua carreira e seus colegas de música. Cantou algumas músicas não tão conhecidas do público (embora ótimas), entremeadas com hits como Pecado Capital, Dança da Solidão e Argumento, algumas inseridas em pot-pourrys matadores.

Além do samba, o repertório investiu bastante em chorinho, ritmo pelo qual o artista admitiu ser seu preferido e o qual ouve desde criança, e também em alguns momentos experimentais, como a instrumental Inesquecível (tocada por dois músicos da sua ótima banda) e a icônica Sinal Fechado. Esta última integrou o bis, ao lado de Eu Canto Samba. Teve também as espetaculares Bebadosamba e Rosa de Ouro. Uau!

Com a voz ótima e se dividindo entre violão e cavaquinho com destreza, Paulinho domina o palco com classe, sem apelações e com um carisma simplesmente irresistível. Lógico que faltaram inúmeros de seus sucessos no repertório, mas diante da excelência do material que nos foi apresentado, como reclamar? E, no final, o público cantou um entusiástico parabéns a você antecipado para esse artista genial.

Bebadosamba– Paulinho da Viola:

Eu Canto Samba (ao vivo)- Paulinho da Viola:

Pecado Capital– Paulinho da Viola:

Duo campineiro S.E.T.I. lança um ótimo EP de synth pop

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Por Fabian Chacur

Se as grandes gravadoras de origem internacional andam limitando e muito seus lançamentos em termos de novos artistas de pop-rock brasileiros, isso não significa que esses artistas não existam e não tenham talento. Melhor: não significa que eles não saiam por aí, batalhando e mostrando seus trabalhos. O duo S.E.T.I. é um bom exemplo dessa nova safra brazuca.

Oriundos de Campinas (SP), eles (cuja sigla significa Search For Extraterrestrial Intelligence- busca por inteligência extraterrestre) são Roberta Artiolli (vocal e synths) e Bruno Romani (baixo, guitarra, synths e programações). Na estrada desde 2012, lançaram anteriormente o EP Inviolável Fim, divulgado por uma turnê com 35 datas, incluindo participações nos festivais Grito Rock e Ponta Urbana e divisão de palco com Guilherme Arantes e Ultraje a Rigor.

A dupla acaba de lançar seu segundo EP, Êxtase, que está disponível nos formatos físico e digital pelo selo Motim Records (ouça em streaming e/ou compre sua cópia aqui ). Gravado, mixado e masterizado no estúdio Minster (Campinas) durante aproximadamente dois meses, o trabalho traz seis faixas, com produção dividida por eles com Ric Palma.

O som do S.E.T.I. é definido por eles próprios como synth pop, e se trata de um rótulo abrangente e compatível com o que eles fazem. As melodias são agradáveis e acessíveis, enquanto o clima instrumental é viajante e de ambiência espacial, ora mais balançada e roqueira, ora quase progressiva, mas sempre com um apelo pop evidente.

A voz suave e insinuante de Roberta conduz o processo, capitaneando um som com pegada roqueira em alguns momentos e influências bacanas de Yazoo, Depeche Mode, A-ha, Portishead e Massive Attack, só para citar alguns nomes internacionais, e também de alguns brasileiros, entre os quais Rita Lee fase anos 80 e o grupo Metrô.

Arte da Guerra e Gravidade Zero tem uma quase sutil pegada rock. Benjamim é uma bela homenagem ao saudoso guitarrista Benjamin Curtis, da banda americana School Of Seven Bells e morto de forma precoce em 2013 aos 35 anos vítima de câncer. Dias Mudos possui tempero oriental. Extra Estelar tem cara de hit pop estiloso, enquanto Sinta-se/Perca-se é o momento mais balada romântica do trabalho.

Se ainda investissem em pop brasileiro de qualidade, as majors sediadas no Brasil deveriam estar disputando a tapa a S.E.T.I., pois seu apelo sonoro e visual é dos melhores. Como isso não ocorre atualmente, sorte de quem pode adquirir esse delicioso e divertido Êxtase, sem nenhuma injunção de ninguém além dos próprios envolvidos. Que bom!

Eu e Você (ao vivo na Fnac de Ribeirão Preto 21.11.14):

Luiza Meiodavila interpreta o repertório do 1º CD em SP

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Por Fabian Chacur

Luiza Meiodavila está lançando Florescer, seu primeiro álbum, que estará disponível nos formatos digital, CD e futuramente em LP de vinil. A jovem cantora e compositora paulistana mostra o repertório desse trabalho nesta quinta-feira (20) às 21h30 no bar Ao Vivo Music (rua Inhambu, 229- Moema- fone 0xx11-5052-0072), com couvert artístico a R$ 30,00. Mais informações em www.aovivomusic.com.br e www.luizameiodavila.com.br .

Embora ainda bem jovem, Luiza já possui um currículo elogiável, especialmente no que tange a preparação. Ela estudou e estuda canto, técnica vocal, teoria musical, flauta, guitarra e violão, além de ter feito diversas apresentações ao vivo em bares e casas noturnas, o que a ajudou a aprimorar sua técnica vocal e presença de palco.

No show no Ao Vivo Music, a intérprete irá prestar homenagem a alguns de seus ídolos, mostrando canções nas quais predominam groove, jazz e MPB. Lógico que o repertório que predominará é o de Florescer, que traz cinco faixas inéditas como Mar de Devaneios (Luiza e Zé Victor Torelli) e uma inusitada releitura com arranjo de ska para o clássico Doce de Coco, de Jacob Do Bandolim e Herminio Bello de Carvalho.

Entre as inéditas, Romance de Novela já tem um belo videoclipe disponível. A cantora terá a seu lado no show desta quarta-feira Cuca Teixeira (bateria), Felipe Galeano (baixo), Gabriel Gaiardo (piano), Renan Cacossi (sax e flauta transversal), Lipe Torre e Zé Victor Torelli (guitarras e violões). Lipe, Torelli e Luiza produziram o CD.

Romance de Novela– clipe- Luiza Meiodavila:

Pélico lança novo clipe de seu terceiro álbum, Euforia; veja

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Por Fabian Chacur

O cantor e compositor paulistano Pélico disponibiliza para downloads nesta terça-feira (7) seu novo álbum, Euforia. Como forma de divulgar o trabalho, o terceiro de sua discografia, ele gravou um videoclipe para ilustrar a canção Você Pensa Que Me Engana, com direção e concepção a cargo de Filipe Franco e Caio Mazzilli. Uma espécie de volta às raízes para o cantor.

Você Pensa Que Me Engana, um samba, tem como locação em seu clipe o bairro de Engenheiro Goulart, situado na Zona Leste de São Paulo e onde Robson Pélico viveu por quase três décadas. Eram célebres para ele as reuniões aos sábados na quadra do Landinho, onde ele e os amigos jogavam futebol, curtiam música e levavam papos animados, clima resgatado neste delicioso vídeo.

Euforia é o terceiro item na discografia do badalado artista paulistano, unindo-se aos anteriores O Último Dia De Um Homem Sem Juízo (2008) e Que Isso Fique Entre Nós (2011). Pélico tem se apresentado bastante pelo circuito indie de São Paulo, onde possui um público fiel bastante significativo.

Você Pensa Que Me Engana– Pélico (Clipe):

Blu-ray gravado ao vivo flagra Marisa Monte em boa fase

Por Fabian Chacur

Marisa Monte surgiu feito um tsunami no fim dos anos 80 no cenário musical brasileiro. Em 1996, já havia lançado quatro ótimos álbuns e garantido um espaço próprio e grande em termos de público. Desde então, no entanto, caiu em uma mesmice no quesito álbuns de carreira, o que só é salvo pelas performances ao vivo. O blu-ray Verdade Uma Ilusão Tour 2012/2013 (Phonomotor/Universal Music), também disponível nos formatos CD e DVD, é a mais nova prova dessa curiosa situação.

A partir do álbum Memórias, Crônicas e Declarações de Amor (2000), que contém a constrangedora Amor I Love You, Marisa passou a nos oferecer, mais ou menos de quatro em quatro anos, álbuns de estúdio irregulares geralmente contendo canções no melhor (ou pior) estilo “mais do mesmo” pouco inspiradas, com uma ou outra pérola perdida no meio. A exceção é o ótimo Os Tribalistas (2002), gravado em parceria com Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes.

Se os discos de inéditas ganharam essa conotação negativa, os shows da cantora, compositora e instrumentista carioca se mantiveram quentes. De forma inteligente, Marisa se vale da técnica de mesclar clássicos de seu repertório anterior com apenas algumas faixas do trabalho que está lançando. O resultado fica encorpado e disfarça bem essa inconsistência dos CDs recentes.

Verdade Uma Ilusão é a turnê que divulgou durante 2012 e 2013 outro álbum fraco, O Que Você Quer Saber de Verdade (2011), cuja faixa de trabalho, Ainda Bem, faz a já raquítica Amor I Love You soar como se fosse Yesterday, dos Beatles, na comparação. Das 18 faixas incluídas no roteiro, 7 são desse trabalho, sendo umas três à altura da qualidade anterior do trabalho da Patroinha (como ela era chamada pelo saudoso baterista Gigante Brasil).

Para felicidade geral de quem gosta de seu trabalho e não aceita qualquer coisa autoindulgente, Marisa nos oferece outras 11 músicas bem melhores, entre clássicos de seu repertório como Diariamente, Gentileza e Não Vá Embora, sua composição ECT (sucesso na voz de Cássia Eller) e novidades como Dizem (Quem Me Dera) e Sono Come Tu Mi Vuoui.

O show traz outros elementos matadores, como a soma de uma banda excelente composta por Dadi (verdadeiro Forrest Gump da nossa música popular), Carlos Trilha (que tocou e gravou com a Legião Urbana) e três integrantes da Nação Zumbi (Dengue no baixo, Lucio Maia na guitarra e violão e Pupillo na bateria e percussão) com um quarteto de cordas, mistura finíssima que deu super certo.

Um belo telão de alta definição cria o cenário para cada música, dando um resultado visual sofisticado e cativante que chega ao auge em Verdade Uma Ilusão, na qual, graças a recursos de iluminação, Marisa fica como se fosse uma holografia viva enquanto interpreta essa canção nostálgica e um dos poucos momentos bacanas de seu mais recente álbum de estúdio.

A se lamentar, apenas o fato de o blu-ray (e o DVD) não incluírem um making of do show, pois seria bem interessante saber detalhes dos elaborados efeitos especiais utilizados durante o espetáculo. Ah, e vale ressaltar a ótima forma da voz de Marisa, melhor do que nunca, e de sua performance ao vivo, ora tocando violão e guitarra, ora se concentrando no canto, sempre de forma centrada, charmosa e segura.

Verdade, Uma Ilusão (ao vivo), faixa do novo DVD de Marisa Monte:

Submarinos toca 1º CD no Sesc Vila Mariana

Por Fabian Chacur

Criado em 2012, o Submarinos é o grupo que reúne Fernando Catatau (guitarra), conhecido por seu trabalho com o grupo Cidadão Instigado, com o badalado produtor Júnior Boca (também vocalista e guitarrista). Eles mostram o repertório de seu primeiro CD, Pela Mágica Imaginação, em show nesta quinta-feira (20) às 20h30 no Sesc Vila Mariana (rua Pelotas, 141- fone 5080-3000 www.sescsp.org.br/vilamariana), com ingressos de R$ 2,40 a R$ 12,00. Um bom programa roqueiro à brasileira.

Também fazem parte do Submarinos outros nomes bacanas da cena independente brasileira: João Leão (teclados), Juliana R. (vocal e teclados), Marcelo Cabral (baixo) e Tony Gordin (bateria). A essência do trabalho dessa banda sai da comunhão de ideias entre Júnior Boca e parcerias com Catatau, Rian Batista (também do Cidadão Instigado), Juliana R. e o trompetista Guizado, que acabaram gerando as composições incluídas no álbum de estreia.

O som da nova banda de Júnior Boca investe em uma fusão de elementos do folk e do rock com um tempero de psicodelismo e música brasileira. Pela Mágica Imaginação, álbum de estreia dos Submarinos, será a base do repertório do show do grupo no Sesc Vila Mariana, com a inclusão de outras músicas de seus integrantes aqui e ali.

Ouça The Slope, com o Submarinos:

Imagery lançará CD de estreia no exterior

Por Fabian Chacur

Um dos bons lançamentos do cenário rock brasileiro em 2012 foi o álbum de estreia da banda paranaense Imagery. The Inner Journey (leia a crítica aqui) arrancou elogios da crítica especializada e teve boa acolhida perante o público brasileiro. Pois agora chegou a hora de o público internacional conferir esse lançamento no formato físico, e de forma bastante especial.

O primeiro álbum do grupo formado por Joceir Bertoni (vocal e guitarra), Ricardo Fanucci (baixo), Bruno Pamplona (bateria) e Henrique Loureiro (teclados) será distribuído nos EUA, Europa e Japão pela Cleopatra Records. Este selo está na ativa há 21 anos e tem em seu catálogo belos títulos de heavy metal, rock progressivo, rock gótico, soul e outros estilos musicais bacanas.

Com sede em Los Angeles, a Cleopatra divulgou texto feito por seu fundador, Brian Perera, no qual ele elogia bastante nossos compatriotas. “O Imagery mistura com muita habilidade o rock progressivo clássico com o heavy metal moderno. Já faz um tempo desde que me deparei com uma nova banda que pode misturar gêneros de forma tão perfeita”.

Perera afirmou, também, que deseja ajudar o quarteto brasileiro a expandir seu universo de fãs nos principais mercados da América do Norte, Europa e Japão, onde The Inner Journey será distribuído nas mais importantes lojas do ramo. Títulos de bandas como Motorhead, Hawkwind, Tangerine Dream, Nektar e The O’Jays já saíram com o selo Cleopatra.

Veja o clipe da música Start The War, do Imagery:

Ao vivo, mais Titãs do que nunca

Por Fabian Chacur

Com 31 anos de uma carreira repleta de grandes momentos, os Titãs não parecem dispostos a dormir em cima dos louros conquistados. Boa prova é o show que a banda paulista mostrou nesta quinta-feira (10) na choperia do Sesc Pompeia, que será repetido nesta sexta-feira (11), com ingressos já esgotados. Uma hora e meia de garra, vibração, criatividade, vitalidade e carisma. O pulso ainda pulsa. Mesmo!

Titãs Inédito é um espetáculo corajoso, pois mostra em sua parte inicial dez canções inéditas em uma enfiada só. Essas músicas poderão estar presentes no próximo álbum de inéditas do hoje quinteto, previsto para sair em 2014. A safra é boa, tendo como marcas a urgência, a concisão e a simplicidade bem trabalhada. Mensageiro de Desgraça, República de Bananas e Não Pode são destaques, mas a rigor nenhuma delas merece ser rejeitada.

Após a première do novo repertório, os Titãs deram um mergulho em seu passado, com direito ao petardo de 1987 (embora atualíssimo) Desordem, a divertida (e pouco tocada ao vivo) Dona Nenê, a encantadora pop-rock Flores, as energéticas Bichos Escrotos e Polícia, a infalível Sonífera Ilha e a evocativa Domingo. Predominaram faixas do antológico Cabeça Dinossauro (1986), marco do rock brasileiro que eles releram em CD/DVD ao vivo em 2012.

Poucas bandas de rock ou de qualquer outro estilo no mundo conseguiriam se manter firmes e fortes após as saídas de integrantes do naipe de Nando Reis, Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Charles Gavin. E é exatamente isso o que a atual encarnação dos Titãs está conseguindo, e com louvor. As explicações para esse êxito não são tão difíceis de serem descobertas, especialmente após vê-los ao vivo em seu momento presente.

Começa pela atual autossuficiência do time, que incorporou o baterista Mário Fabre na vaga de Charles Gavin. Branco Mello assumiu o baixo, Toni Belotto se mantém na guitarra e Sérgio Britto e Paulo Miklos investem em guitarra, baixo e teclados. O resultado é uma sonoridade urgente, compacta e sem muitos rodeios e filigranas. Rock na veia, botando os ia-iás para fora o tempo todo de forma contagiante.

E o charme do tipo “cereja do bolo” fica com os três cantores. Paulo Miklos e Sérgio Britto com seus vozeirões e carismas particulares, com o primeiro mais teatral e o segundo visceral por natureza. Branco é o contraponto, com boa voz mais contida e efeito cênico marcante no melhor espírito new wave. Juntos, equivalem a um daqueles ataques goleadores que devastam as defesas adversárias sem dó nem piedade.

O mais legal é constatar que o entrosamento e a fome de bola dos Titãs em seu ano 32 equivale ao de uma banda iniciante talentosa tentando se firmar no competitivo mundo da música de 2013. Não é de se estranhar que eles possuam na plateia de seus shows um número significativo de garotos que nem eram nascidos quando Cabeça Dinossauro dominava as paradas de sucesso nos anos 80.

Como diria aquele clássico lançado por Paul Simon em 1975, esses caras ainda estão doidos, apesar de todos esses anos (Still Crazy After All These Years). Vale a pena conferir seus próximos passos, especialmente esse álbum de inéditas que irá suceder o ótimo Sacos Plásticos, de 2009. Tudo leva a crer que o epitáfio do grupo ainda está longe de ser cravado.

Veja o clipe de Desordem, com os Titãs:

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