Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Search results: "roberta campos" (page 2 of 2)

Roberta Campos lança single, a prévia de seu próximo DVD

roberta campos 2018-400x

Por Fabian Chacur

Roberta Campos entrou no cenário musical brasileiro com o lançamento de seu primeiro CD, Para Aquelas Perguntas Tortas (2008). Nos últimos 10 anos, ela conseguiu se tornar conhecida nacionalmente, graças a canções delicadas, envolventes e com fortes influências de folk, rock, pop e MPB. Ela deve lançar um novo DVD em janeiro, pela gravadora Deck, e nos proporciona uma amostra deste trabalho com o single Todo Caminho.

Seguindo a linha que lhe permitiu se tornar uma das principais artistas da sua geração, Roberta nos oferece uma canção simples, delicada e que envolve o ouvinte logo em seus primeiros acordes. Tem tudo para se juntar a outros hits da cantora, compositora e musicista mineira, como Abrigo, Minha Felicidade, Varrendo a Lua e Minha Felicidade, algumas delas incluídas em trilhas de novelas televisivas.

Roberta, que irá completar 41 anos de idade em 29 de dezembro e é oriunda da cidade de Caetanópolis (MG), também tem em seu currículo os álbuns Varrendo a Luz (2010), Diário de um Dia (2012) e Todo Caminho é Sorte (2015). Uma de suas marcas é cantar acompanhada de violão, que toca de forma competente e estilosa. Sempre na estrada, faz shows elogiados e bem bacanas, com ou sem banda.

Todo Dia– Roberta Campos:

Roberta Campos lança o clipe para a sua bela canção Abrigo

roberta campos - abrigo-400x

Por Fabian Chacur

A faixa Abrigo é uma das que mais vem se destacando na trilha sonora da novela global O Outro Lado do Paraíso. Como forma de promove-la, a cantora e compositora mineira Roberta Campos acaba de lançar um videoclipe, com direção geral e roteiro assinados por Bruno Bennec, que já havia trabalhado com ela em Minha Felicidade.

A canção é assinada por Roberta em parceria com Fernanda Takai, e integra o álbum Todo Caminho é Sorte (2015). O clima surreal do vídeo é inspirado em livros como Alice no País das Maravilha, Alice no País do Espelho e As Viagens de Gulliver, e mostra a artista em vários tamanhos, de minúscula a gigante, com direito a ficar em cima de um disco de vinil girando em um toca-discos portátil dos tempos antigos. Muito bacana.

Roberta Campos é mineira e irá completar 40 anos no próximo dia 29 de dezembro. Ela conta com quatro álbuns solo em sua discografia, e tem no currículo hits como Varrendo a Lua, Mundo Inteiro, De Janeiro a Janeiro e Minha Felicidade, esta última utilizada na abertura de outra novela global, Sol Nascente. O seu som é uma mistura de pop, folk e MPB.

Abrigo (clipe)- Roberta Campos:

Tuia e Paula Lima fazem um dueto na faixa Paraquedas

tuia e paula lima 400x

Por Fabian Chacur

Em suas três décadas de trajetória musical, o cantor, compositor e músico Tuia traz como marca estar sempre aberto a novas parcerias. E essa característica se apresenta novamente no single recém-lançado por ele nas plataformas digitais. Paraquedas, escalada para integrar o álbum Versões de Vitrola Volume 2, que a gravadora Kuarup lançará em breve, adiciona mais dois nomes nesse currículo de colaborações bacanas.

A canção foi composta pelo artista em parceria com Roberta Campos, cantora, compositora e musicista que também tem grande destaque na área do folk à brasileira. Para interpretar Paraquedas ao lado de Tuia, foi convidada Paula Lima, um dos grandes expoentes da black music brasileira, que se encaixou feito luva na sonoridade proposta por esta bela canção.

Versões de Vitrola Volume 2 foi gravado e produzido por Fábio Pincwoski no estúdio 12 Dólares em São Paulo (SP), e contas com as participações de Reginaldo Lincoln, conhecido por seu trabalho com a banda Vanguart, e Mário Lima, baterista que atuou com Sandy e a dupla Sandy & Júnior.

Paraquedas– Tuia e Paula Lima:

Chico Lobo esbanja talento e gentileza em Alma e Coração

chico lobo alma e coracao

Por Fabian Chacur

Neste árido e complicado 2020, há quem considere o Brasil um caso perdido, entre lutas políticas insanas, falta de uma luz no fim do túnel e a consolidação de problemas sérios que oprimem e judiam violentamente a população menos bem aventurada em termos financeiros. É em meio a essa desesperança que o álbum Alma e Coração (Kuarup), do cantor, compositor e violeiro mineiro Chico Lobo, nos traz uma mais do que necessária dose de lirismo, arte e esperança, espalhadas por suas 13 canções. Um verdadeiro bálsamo eficaz e gentil.

Com 56 anos de idade muito bem vividos, Lobo começou a tocar seu instrumento musical de preferência aos 14 anos. O primeiro CD, No Braço Dessa Viola, veio em 1996. Este é o de Nº26, entre trabalhos solo e com outros artistas, e marca uma trajetória repleta de parcerias bacanas, shows no Brasil e no exterior, dois DVDs, um livro, o apoio a vários projetos bacanas e uma inquietude eterna.

Alma e Coração está disponível nas plataformas digitais e também em uma belíssima edição em CD no formato digipack com direito a encarte luxuoso, prova de que nada supera as versões físicas enquanto prova concreta de um trabalho consistente e cujo teor artístico transborda de cada nota tocada e cantada por este grande artista.

Sabe aquele espírito poético e cordial que a gente imagina ter sumido de cena do brasileiro em geral? Pois o nosso amigo mineiro, oriundo de São João Del Rei, prova que isso ainda existe. Aquele clima do ser convidado a ir à casa de um amigo, tomar um cafezinho, comer um pão de queijo e jogar conversa qualificada fora. Este álbum nos remete precisamente a esse lado bacana do nosso povo que precisa ser resgatado em meio a tanta sandice.

Com a pandemia comendo solta, Chico soube rapidamente se adaptar ao novo momento, tanto que conseguiu gravar este álbum valendo-se de um esquema de cooperativa com seus músicos, que realizaram suas partes no trabalho a partir de estúdios caseiros. E isso também valeu para os convidados especiais, algo constante em sua carreira.

Acima de tudo, Alma e Coração é um trabalho centrado em canções, e o nosso querido amigo mineiro usa sua afiada viola para ressaltar cada parte delas, sem cair em virtuosismos desnecessários que por ventura pudessem tirar o foco desejado. Ele e os músicos que o acompanharam souberam criar uma moldura sonora ideal para cada uma das composições incluídas no álbum, com um resultado impecável.

Pela primeira vez em sua carreira, Chico Lobo optou por lançar previamente cinco das canções de um de seus álbuns pela via digital, o que permitiu ao público ir descobrindo aos poucos o seu conteúdo. Uma dessas músicas foi a encantadora Nós, que conta com a delicada e deliciosa voz de Roberta Campos. Luiz Carlos Sá, um dos inventores e mestres do rock rural, marca presença em outra pérola preciosa deste CD, Sonhos.

Criativo e sem se limitar a um único caminho musical, Chico mistura folk, rock rural, o chamado “som caipira” e elementos da música nordestina e latino-americana, entre outros ingredientes, para nos proporcionar um som doce, amistoso e com letras líricas e repletas de uma esperança tão necessária para todos os de alma sensível.

Sagrado em Meu Olhar, com participação do talentoso paulista de Jundiaí Drigo Ribeiro, a definidora faixa que dá nome ao álbum, a inspirada Povos da América e a encantadora Própria História, na qual se destaca outro parceiro constante, Tatá Sympa, são outros momentos de destaque de um álbum acima de tudo necessário para os fãs de boa música. O título não mente, tem mesmo muita alma e coração neste novo disco do Chico Lobo.

Alma e Coração (clipe)- Chico Lobo:

Nila Branco nos delicia com as suas canções folk-pop-rock

nila branco-400x

Por Fabian Chacur

Há 20 anos, a cantora mineira radicada em Goiânia (GO) Nila Branco lançava o seu autointitulado primeiro álbum. Manteve-se na ativa em tempo integral até 2006, quando problemas particulares a fizeram levar a carreira de forma um pouco mais espaçada, embora não a abandonasse. De uns anos para cá, no entanto, ela retomou o foco total na música, e vai batalhando para retomar a atenção do público. Se depender da qualidade artística de seu novo CD, Azul Anil, conseguirá seu intento sem dificuldades.

Com uma voz deliciosa de timbre grave que tem afinidades com a de Zélia Duncan, Nila conseguiu emplacar músicas em trilhas de novelas da Globo, SBT e Record. No seu currículo, constam seis CDs (incluindo o novo) e três DVDs. Ela compõe, mas abre generosos espaços para outros compositores, e investe em uma sonoridade que mistura rock, folk, country e MPB com direito a melodias bacanas e letras românticas sem cair na banalidade ou redundância de viés comercial.

Azul Anil inclui 11 canções, sendo apenas uma (Com Açúcar, Sem Engano) assinada por ela, em parceria com Marcelo Dinelza. Temos faixas escolhidas a dedo escritas por compositores como Roberta Campos, Karine Bizinoto, Samuel Fujimoto, Beto Marcio, Maura Matiuzzi, Dulce Abreu e Marcelo Dalla, entre outros. Como toda boa intérprete, Nila incorpora cada letra e melodia como se fossem suas, tornando-se uma coautora espiritual delas.

Ouvir este trabalho é um exercício de puro prazer. Se não oferece inovações ou ousadias ao seu ouvinte, a cantora proporciona algo muito melhor, que é a garantia de prazer em cada momento. Acompanhada por excelentes músicos, que dão a ela uma moldura sonora simples e bem consistente, Nila mergulha com fé nas idas e vindas do amor com interpretações que nunca se perdem em exageros ou inconsistências. Um banho de sensibilidade e bom gosto pop.

Não faltam momentos bacanas em Azul Anil. Com Açúcar Sem Engano, Eu Não Sei Mais Ficar Só , Jardim da Vida e Eu Te Amo mereciam se tornar hits massivos, pois cativam os ouvidos de forma quase que instantânea. Como faixa “diferente”, digamos assim, destaca-se Cuidado, com uma interpretação meio falada mezzo rap-mezzo dylaniana com uma letra forte e filosófica com bons conselhos embutidos.

Em um momento no qual o mainstream pop aposta em muita apelação e pouca consistência artística, Nila Branco prefere seguir os conselhos do mestre Paul McCartney, que em 1976 perguntava o que havia de errado em investir em “silly love songs”, que de tolas não tinham rigorosamente nada. Eis exatamente o que essa ótima artista mineiro/goiana nos proporciona. Como reclamar? Prefiro ouvir essa dose intensa de simples beleza musical e me deliciar mais uma vez.

Jardim da Vida– Nila Branco:

Lô Borges vai gravar um DVD com o Disco do Tênis ao vivo

lo borges-400x

Por Fabian Chacur

Nesta sexta (23), a partir das 22h, o público carioca terá um belíssimo programa musical. Trata-se do show no qual Lô Borges irá apresentar, na íntegra, o repertório de seu álbum de estreia como artista-solo, autointitulado e apelidado de Disco do Tênis pelo fato de ter um par deles em sua capa. A apresentação será no Circo Voador (Rua dos Arcos, s/nº- Lapa- fone 0xx21-2533-0354), com ingressos custando R$ 60,00 (meia) e R$ 120,00 (inteira).

Lançado em 1972, quando o cantor, compositor e músico mineiro era ainda muito jovem, o álbum é considerado um dos grandes clássicos da MPB e da produção do chamado Clube da Esquina, grupo de talentosos amigos musicais que trazia em seu elenco nomes do porte de Milton Nascimento, Beto Guedes, Toninho Horta e os irmãos Borges, entre os quais Lô. Aliás, o álbum Clube da Esquina, dividido por ele e Milton Nascimento, saiu naquele mesmo ano mágico.

Lô será acompanhado por uma banda que traz em sua formação Pablo Castro (piano, guitarra, violão e vocal), Guilherme de Marco (violão, guitarra e vocal), Marcos Danilo (violão, guitarra, percussão e vocal), Alê Fonseca (teclados), Paulim Sartori (baixo, bandolim, percussão e vocais) e D’Artagnan Oliveira (bateria, percussão e vocais).

O show será gravado, e traz em seu repertório as 15 faixas do célebre álbum, entre elas Você Fica Bem Melhor Assim, Canção Postal, Como o Machado e Pra Onde Vai Você?, e também quatro faixas de autoria de Lô que fazem parte do Clube da Esquina, entre as quais Um Girassol da Cor do Seu Cabelo, Nuvem Cigana e O Trem Azul. O DVD está previsto para sair em julho pela gravadora Deck. A abertura do show do Circo Voador ficará a cargo de Roberta Campos.

Lô Borges (disco do tênis)- Lô Borges (em streaming):

Ventura Sinfônico já está nas melhores plataformas digitais

DIGIPACK_OPES_VENTURASINFONICA

Por Fabian Chacur

Para aqueles que não conseguem se esquecer do Los Hermanos, uma boa notícia, embora sem envolver um novo retorno da banda. Trata-se do lançamento de Ventura Sinfônico, releitura na íntegra e no formato orquestral do terceiro álbum da banda carioca realizada pela Orquestra Petrobrás Sinfônica, com regência a cargo do maestro Felipe Prazeres. O trabalho já está disponível nas melhores plataformas digitais, e logo será encontrado também em CD e DVD via gravadora Deck.

Sem a participação de nenhum dos integrantes do grupo, Ventura Sinfônico tem os vocais a cargo de Roberta Campos e Rodrigo Costa (ex-Forfun). A masterização do trabalho foi feita na Califórnia (EUA) e ficou a cargo do produtor Ken Lee, que já trabalhou com Santana, Melvins e Machine Head, entre outros. Cara Estranho, Samba a Dois, Último Romance e A Outra são algumas das 15 faixas deste trabalho, lançado pelo quarteto originalmente em 2003.

Para não dizer que não tivemos presença alguma da turma do Los Hermanos em Ventura Sinfônico, Marcelo Camelo e Bruno Medina deram entrevistas no documentário Ventura Sinfônico- Além do Que Se Vê, incluído no DVD e que mostra o making of das gravações desta releitura, com direito a depoimentos dos participantes do trabalho.

Ventura Sinfônico na íntegra em streaming:

Pedro Batistélla capricha bem no formato físico em 1º álbum

pedro batistella-400x

Por Fabian Chacur

Em uma época na qual muita gente opta por não lançar seus trabalhos no formato físico, Pedro Batistélla navega na contramão e nos oferece Lúcido, seu primeiro álbum, no formato CD. Com direito a embalagem digipack, encarte com letras e informações sobre as gravações e tudo o que o fã mais minucioso tem direito. “Amo o formato físico, sou muito ligado a essa parte visual do CD, das fichas técnicas, era importante nesse momento da minha carreira fazer um disco físico”, justifica.

Com distribuição a cargo da Tratore e também disponível nas plataformas digitais, o trabalho de estreia deste cantor e compositor nascido em Bebedouro (SP) e desde 2010 radicado em São Paulo (SP) selecionou as 8 faixas do disco em um universo de 40 composições. “É um disco mais orgânico e muito pessoal, o meu cartão de visitas; é muito sentimental, com melancolia, mas com um pouco de esperança, uma espécie de pop orquestral”, define o artista.

Um dos destaques do álbum, extremamente bem produzido e com uma sonoridade consistente que reporta à chamada nova MPB, pop internacional, r&b e até jazz, fica por conta da parceria com Roberta Campos na faixa Recomeçar de Vez, na qual ela também marca presença cantando. “Demoramos um oito meses para finalizar essa parceria. Ela adorou a melodia que eu mandei e fizemos essa parceria; ela tem uma emoção muito verdadeira em sua voz e trabalho”.

O disco poderia ter tido uma participação mais do que especial, a da estrela americana de r&b Macy Gray, mas isso não teve como ser concretizado por questões burocráticas e financeiras, segundo Pedro. “Conheci ela em 2014 no backstage de um show aqui no Brasil, e em agosto de 2015, fiquei dois dias no estúdio com a Macy, durante as gravações do CD The Way-Deluxe Version; ela me mandou depois uma carta com três páginas me incentivando”.

No momento, Batistélla prepara o show de divulgação do disco, adaptando-o para os palcos. “O estúdio é um ambiente controlado, enquanto o ao vivo é novidade para mim, pois já fiz shows, mas não com o meu trabalho autoral”, explica. Além da canção gravada com Roberta Campos, ele também está divulgando Todo Dia nessa fase inicial de lançamento do CD. “Acho que é uma canção mais solar, mas adequada para abrir a divulgação do álbum”, justifica.

Recomeçar de Vez– Pedro Batistélla e Roberta Campos:

Banda Gamp estreia com um CD coeso e de puro pop rock

gamp grupo de rock brasileiro 2-400x

Por Fabian Chacur

O rock brasileiro continua mostrando as suas garras, independente de modismos. Mais uma prova acaba de chegar de Belo Horizonte (MG). Trata-se de Keep Rockin’, álbum de estreia da banda Gamp. Lançado pela Som Livre, o trabalho aposta em um rock básico e sem firulas ou frescuras, indo direto ao ponto, mas com categoria e capricho suficientes para impressionar bem o ouvinte.

Integram o time Bernardo Viana (vocal), Matheus Ribeiro (guitarra e violão), Eduardo Dequech (guitarra e violão), Euclydes Bomfim (baixo e vocais) e Lucas Bastos (bateria). No álbum, temos participações especiais de um naipe de metais formado por Altair Martins (trompete), Marlon Sette (trombone) e Bidu Cordeiro (trombone baixo) e do tecladista Maycon Ananias, que ajudam a encorpar com bom gosto a sonoridade em algumas faixas.

As influências mais nítidas notadas no som do Gamp remetem ao rock brasileiro dos anos 80, especialmente de Barão Vermelho, Cazuza e Capital Inicial, e dos clássicos Raul Seixas, Rolling Stones, Bob Dylan e Rita Lee, além de um quê do CPM 22, especialmente no vocal de Bernardo, cujo estilo e timbre de certa forma combinam o de Dinho Ouro Preto com o de Badaui, da banda paulista.

Os grandes méritos de Keep Rockin’ são a coesão instrumental e vocal apresentadas pelo quinteto e a ótima seleção de repertório, que é bem equilibrada e mescla composições dos integrantes da banda com canções escritas por feras como Leoni, Paulinho Moska e a jovem Roberta Campos. A produção de Rodrigo Vidal é bem sóbria e eficiente.

São várias as faixas legais desse disco de estreia da banda Gamp, sempre com letras inteligentes e que fogem dos lugares comuns do gênero. Vinil, por exemplo, é bem sacada e bem humorada. Hora de Pular do Trem contagia logo nos primeiros momentos, enquanto Recomeçar, Te Redesenhar e Vermelho e Preto equivalem a boas variações de pop rock.

No fim das contas, Keep Rockin’ equivale a uma respeitável estreia dessa banda mineira que soa totalmente universal e cuja coesão vocal e instrumental dão a impressão de que se trata de um quinteto que veio para ficar. Sem apostas em redundâncias e fugindo do óbvio, merecem ser conhecidos pelo público roqueiro brasileiro.

Hora de Pular do Trem– Gamp:

Te Redesenhar– Gamp:

Vinil– Gamp:

Victor Mendes lança o seu 1º CD solo, o belo Nossa Ciranda

Victor-Mendes16Foto Andreas Guimaraes-400x

Por Fabian Chacur

Atualmente com 29 anos de idade, Victor Mendes começou a tocar ainda criança. Oriundo da cidade de São José dos Campos (SP), ele integrou durante três anos a banda de rock Ethama, com a qual gravou dois CDs independentes. Depois, foi estudar História na USP, em São Paulo, e ficou um pouco mais distante do mundo musical.

Felizmente, esse distanciamento não durou muito, e ele voltou a tocar e cantar, com o Trio José e agora também em carreira-solo. Seu primeiro trabalho nesse novo formato, Nossa Ciranda, acaba de sair, com uma sonoridade melódica e muito consistente. Leia entrevista com esse promissor nome da nossa música popular:

Mondo Pop- Antes de lançar este trabalho solo, você gravou três CDs, com os grupos Ethama e Trio José. Fale um pouco sobre esses discos, de como foi a sua participação neles e como você as avalia.
Victor Mendes
– Minha primeira experiência em estúdio foi na adolescência, com a banda de rock Ethama. Chegamos a gravar dois discos com canções autorais e, apesar de jovens, já levávamos bastante a sério o que fazíamos. Mas foram discos que não saíram fisicamente e acabaram ficando apenas como um registro. Já com o Trio José, em 2014, tínhamos um projeto muito bem definido, de musicar os poemas de Juca da Angélica. Eu dividi a produção do disco com Danilo Moura. Aprendi muito durante as gravações, a pensar os arranjos, descobri as dificuldades e facilidades que eu tenho dentro do estúdio. Tivemos que pensar na concepção do disco, foi um projeto muito interessante e que rende frutos até hoje. Em ambos, participei como músico, compositor, cantor e produtor.

Mondo Pop- Você pretende a partir de agora se dedicar apenas à carreira-solo ou pensa em fazer isso paralelamente à participação em algum grupo? E o que te levou a optar por lançar um álbum solo, ou a seguir exclusivamente esse rumo, se for a sua opção a partir de agora?
Victor Mendes
: Durante as gravações do disco do Trio José, passei por um processo de amadurecimento dentro do estúdio, e no final das gravações estava bem mais a vontade para gravar. Como eu já tinha um repertório pronto, pois muitas das canções já haviam sido compostas mesmo antes do disco do Trio José, sentia necessidade de gravá-las, poder divulga-las, compartilhar com mais gente aquelas canções que eu fazia. Além dessas canções, outras músicas de parceiros também entraram no disco, e eram canções que eu já cantava há algum tempo, mas nunca tinham sido gravadas.
Quando componho uma música, já penso em quase todo o arranjo, desde o violão até a instrumentação. Isso também contribuiu para que eu fizesse um disco solo, com a minha concepção. Esse trabalho não exclui outros. Ainda continuo com o Trio José, estamos planejando um show em homenagem ao compositor capixaba Sergio Sampaio em breve. Eu acompanho a cantora Karine Telles no violão num show que em breve voltará pros palcos, conheci há pouco tempo a cantora e compositora argentina Gaby Echevarria e estamos montando um show juntos também! E pra mim, quando mais música, melhor! É só administrar o tempo! (risos)

Mondo Pop- Você gravou o álbum durante um período de quase dois anos. Houve algum tipo de modificação de seu projeto inicial em função disso ou você conseguiu manter a linha musical que pretendia seguir? Quais foram as principais dificuldades para viabilizar esse projeto?
Victor Mendes
: Inicialmente, era pra ser um disco de voz, violão e viola. Pensei dessa maneira inclusive para ser mais viável e barato. Mas aos poucos percebi que ficaria bom colocar percussão em uma música. Gostei. Gravamos em seis. E percussão sem baixo não fica muito bom. Aí, entrou o baixo acústico. E percebi que com a participação dos músicos o disco ganhou muito, ficou mais rico, os arranjos que pensei ficaram mais bonitos. No final das contas, o disco teve percussão, baixo, flauta, rabeca, violão slide e participações especiais. Sim, fugiu dos planos iniciais, mas ficou muito melhor do que um trabalho idealizado somente por mim. As maiores dificuldades para se gravar um disco independente, além do dinheiro, acho que é conseguir organizar o tempo de todos que participam. Muitas vezes, as agendas dos músicos não coincidem, pois todos trabalham muito, isso atrasa o processo. Quando se faz um disco com mais estrutura, agenda, prazos, ou com um orçamento maior, fica mais fácil de organizar as agendas. Fora isso, tudo ocorreu muito bem, foi um trabalho muito gostoso de se fazer.

Mondo Pop- Você se manteve distante da música durante um período, dedicando-se exclusivamente aos estudos de história. Quando retomou, mudou alguma coisa em sua concepção musical?
Victor Mendes
: Sim, muito. Durante o curso de história na USP, pude conhecer muita gente importante e que mudou minha concepção musical. Paulo Nunes e Saulo Alves são os mais importantes. Eles me ensinaram muita coisa e despertaram o meu interesse para a música brasileira, da obra de artistas como Milton Nascimento, Guinga, Sérgio Sampaio e Dercio Marques, que me fizeram olhar para minhas origens, a cultura caipira de São José dos Campos, e a beleza da cultura popular que existe em todo lugar. Nessa época em que estudava no curso de história, não me distanciei da música. Na verdade, foi o momento eu que eu descobri a música que queria fazer, que me identifico, e até hoje tento me expressar através dela.

Mondo Pop- O CD Nossa Ciranda traz a participação de três cantoras. Como surgiu essa ideia?
Victor Mendes
: A sugestão inicial foi do Ricardo Vignini, dono do estúdio Bojo Elétrico, onde gravei o disco. Todas as cantoras são grandes amigas e, de alguma maneira, tem uma ligação com a música que cantam. A Karine Telles já vinha cantando Negra Lua nas cantorias que fazemos de vez em quando na casa do Paulo, a música a escolheu. A Roberta Oliveira é uma amiga de longa data. Hoje em dia, nos encontramos pouco, mas convivemos bastante numa época, e a canção Filho de Ogum, da Maria Ó, já fazia parte do nosso repertório, as duas são grandes amigas, e quando decidi gravar a música logo pensei nela, a energia que ela transmite cantando é muito forte. E a Paola Albano é uma grande amiga, ela é professora de canto e me ajudou muito nas gravações. A canção que ela canta comigo é de autoria de Danilo Moura, seu namorado. Eles me mostraram a música em dueto, e não tive dúvidas em “roubá-la” para o meu disco (risos).

Mondo Pop- Como você trabalha como compositor? Sempre faz as melodias? Pega os versos de outros autores e põe música neles ou é o contrário (dá suas melodias para que as letras sejam encaixadas posteriormente)?
Victor Mendes
: Normalmente, o Paulo me manda as letras, primeiro. Aí eu pego uma delas e começo a tocar e cantar algo que me vem na cabeça, às vezes funciona muito bem e a música fica pronta. Mas, muitas vezes, eu vou criando melodias no violão, algumas ideias de harmonia, de levada, e quando tenho algo mais concreto, vou procurar alguma letra que possa se encaixar na música. Já aconteceu de eu fazer uma música inteira (sem letra) e o Paulo me mandar uma letra que se encaixava perfeitamente na harmonia. Foi sorte. Agora, estamos querendo inverter o processo, vou mandar as melodias pro Paulo colocar letra, acho que vão surgir músicas bem diferentes.

Mondo Pop- O disco traz dois temas instrumentais. Você pensa em lançar futuramente um álbum só com esse tipo de composição? E como surgiu a ideia de incluir essas duas neste CD?
Victor Mendes
: A Correria é uma música antiga, foi um dos primeiros temas que fiz na viola e gosto muito dela. Eu fiz quando estava ouvindo muito a música latino-americana. A Rio Manso eu fiz muito lentamente, fiz a primeira parte, e depois de anos terminei, como ideias que foram se juntando até formar uma música. Não pensei em gravar um álbum só de músicas instrumentais, eu gosto de cantar, gosto de me comunicar com as letras. Como nesse disco eu tinha total liberdade para escolher o repertório, decidi incluir esses dois temas. Eu escutei muita música instrumental, o disco do Quarteto Novo, por exemplo, foi crucial para minha formação, os discos instrumentais de viola do Almir Sater, Ivan Vilela. E acho que para o ouvinte, os temas instrumentais ajudam a compreender a concepção sonora do disco, é uma outra maneira de se comunicar.. só com a música.

Mondo Pop- Com a popularização dos MP3 e outros formatos digitais, há quem preveja o fim do formato álbum. No entanto, esse tipo de obra continua sendo lançada, inclusive por músicos jovens como você. O que você pensa sobre isso?
Victor Mendes
: O disco físico ainda é importante, inclusive para conseguirmos trabalhar, vender shows, divulgar o trabalho, ele dá um caráter mais maduro e profissional para a obra. Além disso, acho muito importante o disco ter uma unidade estética, tanto na música quanto na arte gráfica, o disco ainda é um suporte físico para isso. Isso é muito interessante, pois a música não é um objeto material, como um quadro, mas o disco, o encarte, dão um suporte material, visual, para essa arte que se descola no tempo e desaparece. Não há nada melhor, para quem gosta de música, do que ouvir um disco com o encarte na mão, lendo quais músicos tocaram nas faixas, quem produziu, onde foi gravado. O MP3 ajuda muito na divulgação das músicas, mas acaba fragmentando essa unidade da obra, tão importante e tão cuidadosamente pensada pelos músicos.

Mondo Pop- Fale um pouco sobre as suas preferências musicais (autores, gêneros musicais etc), e como isso se refletiu no disco Nossa Ciranda.
Victor Mendes
: Tenho muitas referências musicais e que influenciam muito no meu trabalho, como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Dori Caymmi, Vitor Ramil, Jorge Drexler, Jorge Fandermole, Dércio Marques, Renato Braz, Mercedes Sosa, Heraldo Monte… Todas essas influências, creio, têm em comum algo que busco na minha música, que é se inspirar no que há de mais simples, mais popular, e fazer disso algo universal, sem amarras, ser ao mesmo tempo tradicional e inovador. Acompanho muito a carreira de todos, desde a escolha dos repertórios, arranjos, interpretação.

Remo Bom– Victor Mendes:

Newer posts »

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑