Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Search results: "tony babalu" (page 2 of 2)

Tony Babalu lança Cactus em estiloso clipe preto e branco

tony-babalu-400x

Por Fabian Chacur

Tony Babalu é um daqueles guitarristas que todo fã do rock brasileiro deveria conhecer. Sua classe como músico e compositor empolga, vide seus trabalhos solo instrumentais e também performances ao lado de outros artistas, especialmente da mítica banda Made In Brazil. Ele lançou recentemente um CD simplesmente arrebatador, Live Sessions At Mosh (leia a crítica de Mondo Pop aqui). E agora nos proporciona uma nova faixa, com direito a videoclipe e tudo.

A música em questão intitula-se Cactus. Trata-se de uma espécie de blues, tocada no violão acústico de cordas de aço com aquele tipo de timbre que marca o estilo de Babalu, classudo e repleto de disciplina e requinte. A partir de um riff simples e envolvente, ele vai brincando com harmônicos, sutilezas e pequenos solos com uma agilidade típica do craque que ele é. Sem exibicionismos nem arrogâncias instrumentais, e esbanjando sensibilidade e bom gosto.

O bacana é que a música tem a divulga-la um clipe em preto e branco, formato que dá ao som que já é legal uma aura mística e vintage que tem tudo a ver com o artista envolvido. Simples, sem exageros e registrando um momento de intimidade musical deste grande músico. Seria o prenúncio de um novo trabalho dedicado apenas ao violão? Saberemos nos próximos meses. Por enquanto, vale mesmo é curtir esse delicioso Cactus e ficar com gostinho de quero mais. Só pra variar…

Cactus– Tony Babalu:

Guitarrista Tony Babalu faz 2 shows gratuitos em São Paulo

Tony Babalu (Foto Leandro Almeida) (1)-400x

Por Fabian Chacur

Tony Babalu é um daqueles nomes que provam a força do músico brasileiro. Guitarrista desde os anos 1970, ele participou da lendária banda Made In Brazil, produziu vários artistas e também desenvolve um trabalho solo de primeira linha. Essa fera do rock e da música instrumental brasileira fará dois shows gratuitos em São Paulo, nos dias 9 (sábado) às 19h e 10 (domingo)às 18h, na Galeria Olido- Vitrine de Dança (avenida São João, nº 473- Centro- SP- fones: 0xx11 3331-8399 e 3397-0171). Programa imperdível para fãs de música instrumental com eme maiúsculo.

O guitarrista e compositor lançou recentemente o excelente álbum solo Live Sessions at Mosh (Amellis Records/Tratore), um dos melhores trabalhos da história do rock instrumental (e da música instrumental como um todo, sem restrições) já feitos no Brasil (leia a resenha de Mondo Pop aqui). Altamente recomendável.

No show, Babalu contará com o apoio de banda integrada por Leandro Gusman (baixo), Adriano Augusto (teclados) e Percio Sapia (bateria). Teremos duas participações especiais de guitarristas. No sábado (9), Kim Kehl (também ex-Made In Brazil e dos Kurandeiros), e no domingo (10), Xando Zupo (das bandas Pedra e Patrulha do Espaço). No repertório, os seis temas incluídos no CD e também alguns inéditos.

Vecchione Brothers– Tony Babalu:

Brazilian Blues– Tony Babalu:

Suzi (live)- Tony Babalu:

Tony Babalu lança clipe para a música Suzi, feito ao vivo; veja

Tony Babalu Foto Leandro Almeida-400x

Por Fabian Chacur

O guitarrista Tony Babalu continua divulgando o seu mais recente CD, o excelente Live Sessions At Mosh (leia a crítica de Mondo Pop aqui). Desta vez, ele lança o clipe para ilustrar a música Suzi, uma das faixas desse elogiado e badalado álbum instrumental.

Suzi esbanja lirismo e delicadeza, e tem a divulga-la um clipe simples e de realização técnica impecável. Trata-se do registro do show de divulgação de Live Sessions At Mosh realizado no mítico palco do Centro Cultural São Paulo no dia 31 de julho de 2014. Além de Babalu, estão em cena Franklin Paolilo (bateria), Adriano Augusto (teclados) e Leandro Gusman (baixo), um time que esbanja garra e habilidade.

Os músicos são flagrados em cena de forma direta e sem muitas firulas, com direito a alguns expressivos closes em Babalu solando como se estivesse acariciando a guitarra, e extraindo dela notas envolventes e apaixonadas, sem afetação. Lirismo puro. Veja o clipe abaixo:

Tony Babalu esbanja classe e experiência em seu novo CD

tony babalu-Live-Sessions-at-Mosh-400x

Por Fabian Chacur

Tony Babalu é um guitarrista e compositor com vasta experiência e um não menos vasto currículo. Conhecido por sua atuação com o legendário grupo Made In Brazil, já produziu trabalhos alheios, participou de outras bandas e, melhor de tudo, sempre honrou seu instrumento. E isso continua em Live Sessions At Mosh, seu novo CD, uma maravilha sonora.

Na ativa desde os anos 1970, Babalu é daqueles músicos versáteis, que toca essencialmente com pegada roqueira, mas cuja versatilidade o leva a trafegar por outras sonoridades com uma desenvoltura nada comum. Blues, funk, soul, MPB, country, folk, ele investe em seu instrumento como se não houvessem segredos. O cara conhece todos os atalhos.

Live Sessions At Mosh é um trabalho composto por seis faixas instrumentais gravadas ao vivo no estúdio Mosh, em São Paulo, um dos mais importantes e bem equipados do Brasil. Como o título já entrega, foi gravado ao vivo. Além de Babalu, temos o experiente Franklin Paolilo (outra lenda do rock brazuca que também tocou no Made) na bateria, Adriano Augusto nos teclados e Leandro Gusman no baixo. Um timaço entrosado e com muita fome de bola.

Ao contrário de outros trabalhos nessa linha, nos quais o virtuosismo excessivo acaba afastando o público em geral e tornando sua audição algo mais indicado a músicos, este CD de Tony Babalu é um álbum instrumental no qual ninguém joga notas fora. Tudo gira em torno de cada tema, com direito a bom gosto, sensibilidade e muita energia.

Cada faixa nos dá direito a uma verdadeira viagem sonora. Valsa à Paulistana, que abre os trabalhos, é uma delicada valsa com pegada jazzística. Pompeia’s Groove nos oferece um funk rock sacudido e repleto de timbres energéticos. Logo a seguir vem Suzi, balada de 9 minutos de duração que é lirismo puro, com muita intensidade e delicadeza.

A força do blues é o mote de Brazilian Blues, uma verdadeira tour de force de quase 12 minutos durante os quais Babalu esbanja feeling, categoria e variações sobre um gênero que alguns pensam ser fácil de ser tocado, mas em cuja aparente simplicidade reside uma complexidade que só os craques conseguem atingir sem sair chamuscados.

Halley 86 é outro momento de reflexão do álbum, que é encerrado por Vecchione Brothers, bela homenagem aos irmãos Oswaldo e Celso Vecchione (os mentores do Made In Brazil) com direito a pegada a la AC/DC, solos nervosos e muita energia. Um final apoteótico para um dos melhores discos instrumentais do nosso velho e bom rock and roll.

Gravado de forma analógica em tradicionais fitas de rolo, Live Sessions At Mosh é um álbum que soa vintage e atemporal, e no qual Babalu também oferece generosos espaços para que os músicos que o acompanhem mostram a sua arte. Tudo em nome da música, da boa música. Um discaço que todos os críticos que importam já elogiaram. Rara unanimidade positiva em um mundo musical atual repleto de enganações. Aqui, só verdade, felizmente.

Pompeia’s Groove– Tony Babalu:

Vecchione Brothers – Tony Babalu:

Made in Brazil celebra no palco os 70 anos de Celso Kim Vecchione

Made in Brazil - Foto Marcos Kishi (1)-400x

Por Fabian Chacur

Celso Kim Vecchione entra para o hall dos setentões esta semana. Como forma de celebrar essa significativa efeméride, ainda melhor pelo fato de o guitarrista se manter firme e forte na ativa, o grupo que ele fundou há 52 anos com o irmão Oswaldo Rock Vecchione, o Made in Brazil fará um show nesta sexta (26) às 21h no Teatro UMC (Avenida Imperatriz Leopoldina, nº 550- Vila Leopoldina- fone 0xx11-2574-7749), com ingressos custando R$ 20,00 (meia) e R$ 40,00 (inteira). Uma verdadeira celebração ao rock and roll brasileiro, com direito a muitos convidados e muita música boa.

No palco, teremos a atual formação do grupo paulistano surgido no roqueiro bairro da Pompeia, que traz Oswaldo Rock Vecchione (vocal, baixo, gaita e guitarra), Celso Kim Vecchione (guitarra e baixo), Rick “Monstrinho” Vecchione (bateria), Guilherme “Ziggy” Mendonça (guitarra e violão), Solange A. Blessa “Sol” – (vocais de fundo), Octavio “Bangla” Lopes (sax) e os convidados Ivani Venancio (vocal) e Wanderley “Wander” Mafra (teclados).

Como se esse time entrosado e poderoso já não fosse suficiente, também vão rolar as participações especiais de amigos e ex-integrantes do grupo, entre os quais estarão Tony Babalu (guitarra), Dimas Zanelli (bateria), Wanderley Issa (teclados), Theo Werneck (violão), Daniel Gerber (guitarra), Paulão de Carvalho (Vocal), Caio Flavio (vocal), Kim Kehl (guitarra) e Paula Mota (vocal).

No repertório do show, estão escalados clássicos da banda, entre os quais Anjo da Guarda, Paulicéia Desvairada, Minha Vida é Rock ‘n’ Roll, Jack o Estripador, Os Bons Tempos Voltaram, Uma Banda Made in Brazil,Gasolina e Vou te virar de ponta cabeça. São faixas perenes do rock brasileiro, de uma banda que já teve em torno de 117 integrantes em sua extensa carreira, com direito a álbuns marcantes como Jack o Estripador (1975) e Pauliceia Desvairada (1978), e fãs do alto calibre do saudoso crítico musical e produtor Ezequiel Neves.

No momento, a banda turbinada dos irmãos Vecchione faz uma turnê comemorativa dos 50 anos de carreira, na qual aproveita para divulgar um novo lançamento, Rock Festa, disponível nos formatos CD duplo e DVD triplo. Pelo andar da carruagem, felizmente virão ainda muitas novidades boas dessa banda que fez do nosso velho e bom rock and roll a sua vida. Oh, yeah!

Veja show do Made in Brazil em 2017, em streamning:

Made In Brazil faz dois shows com LP Paulicéia Desvairada

Made in Brazil foto-400x

Por Fabian Chacur

Há 40 anos, o grupo Made In Brazil lançou Paulicéia Desvairada, considerado por muitos o melhor álbum de suas cinco décadas de existência dedicadas ao velho e bom rock and roll. Como forma de celebrar essa efeméride bacana, a banda fará na próxima quarta-feira (21) em São Paulo dois shows, respectivamente às 18h e 21h, no Sesc 24 de Maio (rua 24 de Maio, nº 109- Centro- fone 0xx11-3350-6256), com ingressos de R$ 9,00 a R$ 30,00 para cada apresentação.

Paulicéia Desvairada é o terceiro álbum da banda dos irmãos Oswaldo Rock Vecchione (vocal, baixo, violão, guitarra e gaita) e Celso Kim Vecchione (guitarra, violão, baixo e teclados), e traz homenagem à mitológica Semana de Arte Moderna Moderna de 1922, especialmente ao seu lado criativo e rompedor de barreiras. O álbum contou com a coprodução do lendário e saudoso jornalista e crítico musical Ezequiel Neves, que depois trabalharia com o Barão Vermelho.

Com 12 músicas, o LP (posteriormente relançado em CD) mostra rocks certeiros, baladas bem bacanas e blues, também, além de vocais de apoio femininos e metais. Entre outras, destacam-se a faixa titulo, Gasolina, Eu Vou Estar Com Você, Massacre, Uma Banda Made In Brazil, Massacre e Chuva. O set list dos shows trará todas essas 12 canções, e provavelmente mais alguns hits dessa banda seminal.

Além dos irmãos Vecchione, a atual formação do Made conta com Rick R.Monstrinho Vecchione (bateria), Guilherme Ziggy Mendonça (guitarra e violão), Octavio Lopes Garcia Bangla (sax), Solange Sol Blessa (vocais de apoio) e Thiago Mineiro Tavares (teclados).

Teremos como músicos convidados feras que participaram do disco e da turnê de divulgação do mesmo na época. São eles Caio Flávio (vocais), Tony Babalu (guitarra e violão), Lucinha Turnbull (vocal), Tibet (vocal), Rubens Rubão Nardo (vocal) e Naná Fernandes (guitarra). “A festa vai continuar até o mundo acabar”, como dizem versos do rockão que dá nome a esse álbum tão bacana. Uma noitada que promete se tornar histórica no centro de Sampa City!

Paulicéia Desvairada- ouça em streaming:

12 discos bem bacanas que eu ouvi durante o ano de 2017

lindsey-buckingham-christine-mcvie-2-400x

Por Fabian Chacur

A cada doze meses é a mesma coisa: eis as listas com os melhores discos do ano, os melhores livros do ano, filmes do ano etc. Cada vez mais, para quem pensar com um pouco mais de calma, ficará claro que esse procedimento se trata de algo realmente arrogante. Como definir o que é melhor, em um universo tão grande de lançamentos? E quem, no caso da música, ouviu tudo o que se lançou para se meter a fazer uma seleção realmente relevante?

Quer saber? Já me enchi disso. Não ouvi nem 10% do que saiu durante 2017, se tanto. E olha que eu tive a oportunidade de conferir bastante coisa. Mas ainda assim esse bastante é pouco. Então, para não fugir ao questionamento de “o que foi o melhor da música nos últimos doze meses”, serei menos arrogante. De tudo que conferi, eis 12 (só de sacanagem, saio dos 10 tradicionais) discos lançados entre 2016 e 2017 que eu adorei e recomendo com entusiasmo.

Você verão que tem realmente de tudo, desde trabalho de veteraníssimos até de gente de gerações mais recentes, com direito a rock, soul, MPB etc. É uma listinha muito aleatória. Mas quem ouvir esses trabalhos certamente irá curtir. E o legal: poucos (quem sabe, nenhum) deles consta das listas oficiais das grandes publicações. Divirtam-se, os links das resenhas seguem abaixo:

Entre o Mar e o Sertão- Marcos Lessa:

Marcos Lessa apresenta a sua elegância e classe em belo CD

As Coisas Simples da Vida- Hyldon:

Hyldon apresenta inspiração e boas canções em novo CD

Hybrido- Antonio Adolfo:

Antonio Adolfo relê o Wayne Shorter no ótimo CD Hybrido

Lindsey Buckingham- Christine McVie- Lindsey Buckingham-Christine McVie:

Lindsey Buckingham faz dupla perfeita com Christine McVie

Efeito Borboleta- Rodrigo Santos e Fernando Magalhães:

Efeito Borboleta, bela viagem rocker de Rodrigo e Fernando

Sessions II- Tony Babalú:

Tony Babalu reafirma amor à música em seu novo trabalho

Lighthouse- David Crosby:

David Crosby, ou a inquietude de um grande gênio do rock

Com Vida- Keko Brandão:

Com Vida traz a versatilidade do talentoso Keco Brandão

No Voo do Urubu- Arthur Verocai:

No Voo do Urubu é o Verocai mais inspirado do que nunca

Supermoon-Andre Gimaranz:

Andre Gimaranz lança seu CD Supermoon com show no Rio

Canção de Amor- Claudette Soares:

Claudette Soares nos encanta com seu CD Canção de Amor

The Laughing Apple- Yusuf/Cat Stevens:

Yusuf/Cat Stevens cativa com o álbum The Laughing Apple

Walter Becker, do Steely Dan, sai do cenário pop aos 67 anos

walter becker-400x

Por Fabian Chacur

No dia 28/8, o grande Tony Babalu me mandou por e-mail uma música de um dos guitarristas que citou em sua lista de favoritos, o americano Walter Becker. Somebody’s Saturday Night simplesmente me fascinou, ainda mais por ser de um disco que eu desconhecia, Circus Power (2008), o único dele ou da banda que o tornou famoso, a Steely Dan, que eu não tenho. Na tarde deste domingo (3), sem ter entrado na internet, resolvi ver o DVD Classic Albums que conta a história do delicioso álbum Aja (1977). Só aí, no finalzinho da noite, é que conferi as notícias. E tomei essa paulada na fuça!

Na manhã deste domingo, foi anunciada a morte deste espetacular guitarrista, baixista, compositor, produtor e eventual vocalista, por razões não divulgadas. O cara tinha apenas 67 anos. Nem é preciso dizer que diversos músicos manifestaram o seu enorme pesar por essa grande perda, especialmente o seu parceiro de Steely Dan, o cantor, compositor, músico e produtor Donald Fagen, que promete preservar a obra do grupo e do amigo.

Walter Becker nasceu em Queens, Nova York, em 20 de fevereiro de 1950, e conheceu Donald Fagen no Bard College, quando ambos eram ainda adolescentes. A amizade logo virou parceria musical, e em 1969 eles foram morar juntos no Brooklin para iniciar uma carreira como compositores. Eles até tiveram um belo êxito, que foi ver sua canção I Mean To Shine gravada pela estrela Barbra Streisand em seu álbum Barbra Joan Streisand (1971), que atingiu o 11º posto na parada americana. Mas as coisas não foram muito além disso.

Convidados pelo produtor Gary Katz para integrar o elenco de compositores da gravadora ABC, eles gravaram muitas demos, como já haviam feito antes, mas ninguém topava gravar. Inteligente, Katz percebeu que o material era ótimo, mas muito sofisticado, e resolveu incentivá-los a gravar por conta própria. Nascia o Steely Dan, que estreou em 1972 com o álbum Can’t Buy a Thrill, trabalho no qual misturam rock, pop, música latina e jazz de forma brilhante.

Graças a hits como Do It Again e Reeling In The Years, o álbum levou o grupo para a estrada, mas desde o início ficou claro que Fagen e Becker não era fãs de turnês. Tanto que, em 5 de julho de 1974, quando faziam a turnê de seu terceiro álbum, Pretzel Logic, resolveram largar os palcos e se concentrar apenas na gravação de seus discos. Isso os tornou posteriormente um duo de fato e de direito.

Até o fim dos anos 1970, os amigos mergulharam em uma sonoridade mais sofisticada, com direito a soul, funk e jazz e moldada com o apoio dos melhores músicos de estúdio que o dinheiro podia contratar. Entre outros, gravaram com eles Michael McDonald (que depois iria para os Doobie Brothers e posteriormente viraria artista solo), Jeff Skunk Baxter (também foi para os Doobie Brothers), integrantes que criariam o Toto e muitos outros.

O perfeccionismo de Becker e Fagen chegou ao ponto de, no álbum Aja (1977), que alguns consideram sua obra prima, eles montarem uma banda para cada música. Embora sofisticado, seu som conseguiu ótimo resultado comercial, e pode ser considerado uma das principais influências para o som que dominou as FMs dos EUA e de boa parte do mundo nos anos 1980, música consistente e apelo popular suficiente para torna-la viável comercialmente.

Após passar por vários problemas pessoais, como a morte de uma namorada em seu apartamento em 1978 e ser atropelado por um taxi logo depois, além do consumo de drogas e a pressão pelo sucesso, Becker sentiu o baque. O Steely Dan lançou em 1980 o álbum Gaucho, e em junho de 1981, anunciou sua separação. Donald Fagen mergulhou na carreira solo, enquanto Becker foi morar com a família em Maui, Havaí, e desacelerou sua vida musical, produzindo alguns trabalhos para Ricky Lee Jones, China Crisis, Fra Lippo Liipi e Michel Franks.

A partir de 1986, os amigos voltaram a manter eventuais contatos. Em 1991, Becker participou de shows do projeto New York Rock And Soul Revue, liderado por Fagen e que se dedicava a reler clássicos da soul music. O entusiasmo dos dois foi tão grande que em 1993, 19 anos após seu último show, o Steely Dan voltava à tona para uma turnê que gerou em 1995 um ótimo álbum ao vivo, intitulado Alive In América.

Um pouco antes disso, Fagen lançou o disco solo Kamakiriad (1993), produzido por Becker, que por sua vez veio em 1994 com seu primeiro trabalho individual, 11 Tracks Of Whack, com produção do parceiro.

Em 2000, enfim os fãs puderam comemorar um novo álbum de material do grupo, Two Against Nature. E valeu a espera. Além de vender bem e atingir o sexto posto na parada americana, o CD ainda proporcionou a eles quatro troféus Grammy, incluindo o de álbum do ano. Everything Must Go (2003) veio a seguir, e seria o último trabalho de estúdio da banda, outro sucesso de vendas e de crítica.

Em 2008, Walter Becker lançou seu segundo álbum solo, o ótimo Circus Power, no qual tocou baixo e guitarra e também cantou. Na parceria, Fagen se incumbia mais dos vocais e dos teclados, enquanto Becker esbanjava categoria na guitarra e no baixo. Vale lembrar que o Steely Dan conseguiu conquistar desde fãs de rock até os do jazz, sendo uma daquelas bandas que os melhores músicos costumam citar frequentemente entre suas preferência.

Só pra variar, eu conheci o Steely Dan graças ao meu saudoso irmão mais velho, Victor, que em 1972 comprou o compacto com Do It Again de um lado e Fire In The Hole do outro. A levada meio latina e bem hipnótica da primeira me cativou rapidamente, e até hoje é uma de minhas músicas favoritas deles. Duro saber que não teremos novos discos nem da banda, nem de Becker. Que jeito besta de começar setembro!

Somebody’s Saturday Night– Walter Becker:

Banda Green Pigs abrirá para o legendário Made In Brazil

The Green Pigs foto-400x

Por Fabian Chacur

Que tal fazer o seu primeiro show abrindo para uma das mais longevas e lendárias bandas de rock brasileiras de todos os tempos? Eis o desafio que o Green Pigs irá encarar no próximo sábado (19) a partir das 21h em São Paulo no Fofinho Rock Bar (avenida Celso Garcia, 2,728- Belém), com ingressos antecipados a R$ 18,00 (mais informações em www.ticketbrasil.com ). O grupo principal é ninguém menos do que o Made in Brazil.

Formado por músicos experientes, o Green Pigs conta com Wender Mix (vocal), Eduardo Pericoro (bateria), Marcos Biaso (guitarra e vocais), Marcos Sines (guitarra e vocais) e Nelson de Souza Lima (baixo e vocais). A curiosidade fica por conta da origem de seu nome (porcos verdes, em inglês): todos os integrantes torcem pela Sociedade Esportiva Palmeiras.

Após inúmeros ensaios, um deles aberto ao público, o quinteto paulistano promete um show quente e repleto de clássicos do rock. Entre eles, teremos Born To Be Wild (Steppenwolf), Doctor Doctor (UFO), Rain (The Cult), Wasted Years e Can I Play With Madness (Iron Maiden), Always On The Run (Lenny Kravitz) e Breaking All The Rules e Show Me The Way (Peter Frampton). Ou seja, classic rock da melhor qualidade.

Criado em 1968 e mais na ativa do que nunca, o Made In Brazil já teve inúmeras formações, mantendo sempre no time os irmãos Oswaldo Rock Vecchione (baixo e vocal) e Celso Kim Vecchione (guitarra e vocais). Já passaram pelo time feras como Cornélius Lucifer, Percy Weiss, Roberto de Carvalho, Wander Taffo, Kim Kehl, Tony Babalu, Tony Osanah, Fenili e Franklin Paolilo. Coisa de Guiness Book.

Com incursões pelo hard e heavy metal, rock básico, psicodelismo, blues e até mesmo um pouco de soul music, o Made (como é carinhosamente chamado pelos fãs) gravou álbuns clássicos do rock brasileiro como Jack o Estripador (1976), Paulicéia Desvairada (1978) e Deus Salva…O Rock Alivia (1985). Também estarão na programação as bandas Cabeça de Mamute (cover dos Titãs) e Subeclipse (classic rock).

Jack O Estripador- Made In Brazil- ouça o CD em streaming:

Acervo Especial- Made In Brazil (coletânea)- Ouça em streaming:

Marise Marra mostra seu rock abrangente em Funny Love

Marise Marra - credito Sérgio Kanazawa-400x

Por Fabian Chacur

Marise Marra está lançando Funny Love, seu terceiro CD. Com produção a cargo do experiente Brendan Duffey, o trabalho mostra uma ótima cantora, uma compositora afiada e uma guitarrista versátil, com estilo e personalidade.

Atuando em um cenário do rock brasileiro no qual os homens dominam no melhor estilo “Clube do Bolinha”, ela prova ser talentosa e perseverante o suficiente para superar os desafios que surgirem à sua frente com desenvoltura e coragem.

Neste domingo (17) às 16h, Marise mostra o repertório do novo CD em show gratuito no palco rock da 28ª Feira de Artes da Pompeia (rua Caraibas- bairro da Pompéia-São Paulo). Além dela nos vocais e guitarra, teremos Daniel Gohn (bateria), Paulinho de Almeira (guitarra e violão) e Raoni Passeto (baixo).

Em entrevista a Mondo Pop, Marise fala sobre influências musicais, o novo CD, os preconceitos que já teve de enfrentar e muito mais.

Mondo Pop- É a segunda vez que você trabalha com o Brendan Duffey como produtor. Fale um pouco como você o conheceu, sobre o seu entrosamento com ele em termos musicais, e o que te levou a convidá-lo para repetir a parceria iniciada no CD Arrebatador.
Marise Marra– CONHECI O BRENDAN ENQUANTO PROCURAVA UM ESTÚDIO PARA GRAVAR O CD ARREBATADOR, E, POR INDICAÇÃO DE UM AMIGO, CHEGUEI ATÉ ELE. NA VERDADE, GRAVAMOS JUNTOS ESTE PROJETO, MAS FUI RESPONSÁVEL PELA PRODUÇÃO. APÓS FINALIZARMOS, O RESULTADO FOI TÃO BOM QUE O CONVIDEI PARA PRODUZIR O ÁLBUM FUNNY LOVE AO MEU LADO. TEMOS UM GOSTO PARECIDO, NOS DAMOS BEM, ELE É UM CARA EXTREMAMENTE EXPERIENTE E TEM TOTAL INTIMIDADE COM MEU JEITO DE TRABALHAR, O QUE ME DEIXA BASTANTE À VONTADE QUANDO ESTAMOS GRAVANDO.

Mondo Pop- Funny Love (o CD) inclui quatro músicas com letras em inglês. O que te levou a fazer isso? Questão de sonoridade/estética ou perspectiva de divulgar melhor seu trabalho no exterior?
Marise Marra– POR TUDO ISSO AO MESMO TEMPO. É OBVIO QUE CANÇÕES CANTADAS EM INGLÊS FACILITAM A DIVULGAÇÃO LÁ FORA E, DURANTE MINHAS VIAGENS PELO EXTERIOR, PUDE NOTAR QUE EMBORA AS PESSOAS ADMIRASSEM MEU TRABALHO, O FATO DE NÃO ENTENDEREM O MEU IDIOMA ATRAPALHAVA UM POUCO. NÃO PENSO EM DEIXAR DE COMPOR EM PORTUGUÊS, MAS ACHO IMPORTANTE TRABALHAR DENTRO DAS DUAS POSSIBILIDADES.

capa - marise marra -400x

Mondo Pop- Você também toca baixo no CD. Você curte tocar esse instrumento ou foi por uma questão estratégica mesmo, como forma de agilizar as gravações?
Marise Marra– SEMPRE GOSTEI DE TOCAR BAIXO, MAS DEPOIS QUE GRAVEI O ARREBATADOR PASSEI A CURTIR MAIS. JÁ ATÉ ME CONSIDERO UMA BAIXISTA… RSRSRS.O PROCESSO DE PRÉ-PRODUÇÃO DESTE ÁLBUM FOI MUITO INTENSO, DE IMERSÃO TOTAL. AS MÚSICAS POSSUEM ARRANJOS FORTES, COM PESO, E, À MEDIDA EM QUE EU COMPUNHA E ACERTAVA AS GRADES DAS CANÇÕES, AS LINHAS DE BAIXO FLUIAM NATURALMENTE. CHEGADO O MOMENTO DE GRAVAR PRA VALER NO ESTÚDIO DO BRENDAN, BATEU UM FRIO ABSURDO NO ESTÔMAGO PORQUE ESTAVA DIANTE DE UM ENORME DESAFIO – GRAVAR UM INSTRUMENTO COM O QUAL EU NÃO TINHA TANTA PRÁTICA, E, POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, FORAM AS SESSÕES MAIS RÁPIDAS. NO ÁLBUM FUNNY LOVE A HISTÓRIA SE REPETIU, MAS AS LINHAS DE BAIXO ESTÃO MAIS VALORIZADAS. ACHO QUE ESTOU TOCANDO MELHOR E HOJE ACREDITO QUE A ESCOLHA TENHA SIDO PROVIDENCIAL.

Mondo Pop- O seu rock tem uma pegada hard, mas é abrangente em termos musicais. Fale um pouco sobre os artistas que mais a influenciaram e como você define o seu trabalho em termos musicais.
Marise Marra– GOSTO DE ESTILOS VARIADOS, MAS QUE DE CERTA FORMA SE HARMONIZAM ENTRE SI, COMO ROCK, JAZZ, FUSION, BLUES, SOUL, POP, LOUNGE, E ALGUNS ARTISTAS DA MPB. TUDO ACABA REFLETINDO EM MEU ESTILO, EM MINHA MANEIRA DE TOCAR. TENHO MEUS ÍDOLOS – ADORO O STEVE MORSE, ANDY TIMMONS, DAVID BOWIE, CÁSSIA ELLER, LED ZEPPELIN… ENFIM, MEU TRABALHO AGLUTINA TODAS AS MINHAS INFLUÊNCIAS EM UMA LINGUAGEM ÚNICA.

Mondo Pop- As letras de suas músicas têm como tema relacionamentos afetivos, e são escritas em parceria com o Cabeto Rocker. Como surge a inspiração para essas letras? Você se baseia em experiências alheias, personagens de filmes ou na sua própria vida?
Marise Marra– EU E CABETO SOMOS AMIGOS DE LONGA DATA E NESTE ÁLBUM ESCREVEMOS ALGUMAS LETRAS JUNTOS . ADORAMOS FALAR DE AMOR E TALVEZ ESTE SEJA O TEMA QUE EU DOMINE MELHOR. A INSPIRAÇÃO PODE VIR DE TODOS OS LADOS. POSSO ESTAR DIRIGINDO E DE REPENTE JÁ ESTOU GRAVANDO UMA IDÉIA NO CELULAR, OU CANTANDO UMA FRASE QUE DE REPENTE SE TORNARÁ UM REFRÃO. MUITAS COISAS PODEM ME INSPIRAR. O MEU COTIDIANO, FILMES, MÚSICAS, AMORES, DORES, DEVANEIOS. SE OS CANAIS ESTIVEREM ABERTOS, VAI PINTAR.

Mondo Pop- Quem são suas guitarristas favoritas, e qual delas mais te inspirou em termos musicais e de postura artística?
Marise Marra– ADORO A JENNIFER BATTEN, ACHO A MAIS FODA! MAS, PRA DIZER A VERDADE, NENHUMA GUITARRISTA ME INSPIROU.

marise marra - credito sergio kanazawa-400x

Mondo Pop- Porque ainda existem tão poucas guitarristas com espaços no cenário musical brasileiro? Será por causa de preconceito, ou mesmo por muitas desistirem devido às dificuldades existentes? O rock brasileiro é um “Clube do Bolinha” ou isso está mudando? E quem são suas roqueiras brasileiras preferidas, de todos os tempos?
Marise Marra– O “CLUBE DO BOLINHA” EXISTE SIM, NÃO SÓ NO ROCK. MAS NA MÚSICA BRASILEIRA EM GERAL. É PRECISO MAIS QUE TALENTO PRA FAZER PARTE DELE E ISSO NÃO VAI MUDAR. EMBORA A CENA INDEPENDENTE ESTEJA FORTE, DIFICILMENTE DIVIDIREMOS OS MESMO ESPAÇOS. NÃO ACREDITO QUE AINDA HÁ GUITARRISTAS QUE SE DEIXAM INTIMIDAR POR PRECONCEITO, ACHO POUCO PROVÁVEL. SE A MULHER TOCA BEM E DESEJA EXPOR O SEU TRABALHO, NADA PODE IMPEDIR QUANDO SE ACREDITA REALMENTE NO QUE FAZ; A NÃO SER QUE ELA SEJA UMA “MARIA MEDROSA”.

Mondo Pop Em trabalhos anteriores, você trabalhou com dois mestres do rock brasileiro, o Tony Babalu e o Luis Carlini. Como foi essa experiência? Gostaria de trabalhar com outros nomes do rock brasileiro? Quem?
Marise Marra– O BABALU PRODUZIU MEU PRIMEIRO ÁLBUM SOLO – NOITE PROIBIDA, E, ALÉM DE TER SIDO UMA EXPERIÊNCIA DIVERTIDA E SINGULAR (TRABALHAR COM ELE), FOI UM GRANDE APRENDIZADO. ELE É UM EXCELENTE MÚSICO, PRODUTOR, AMIGO, E É SEMPRE MUITO BOM TÊ-LO POR PERTO. SOU FÃ DO CARLINI DESDE CRIANÇA, É UM DE MEUS ÍDOLOS E UM VERDADEIRO GENTLEMAN! NOS CONHECEMOS ATRAVÉS DO BABALU, E DEPOIS DESTE DIA, NOS TORNAMOS GRANDES AMIGOS E NUNCA DEIXAMOS DE NOS FALAR. O CONVIDEI PARA GRAVAR LAP STEEL NA FAIXA AMARRAS DO CD ARREBATADOR E ELE EXECUTOU COM MAESTRIA… FICOU MARAVILHOSO! EU GOSTARIA DE COMPOR COM ARNALDO ANTUNES, LOBÃO E PAULO MIKLOS.

Mondo Pop- Como será o seu show de lançamento de Funny Love? Só tocará músicas do novo CD, teremos músicas dos três CDs, algum cover? Mais detalhes, por favor.
Marise Marra– NO REPERTÓRIO, HÁ VÁRIAS FAIXAS DO CD FUNNY LOVE, ENTRE ELAS AMOR BANDIDO, BURNING LIKE A STAR, ILHADO E A FAIXA TÍTULO . TAMBÉM TOCAREMOS UMA MÚSICA DO CD ARREBATADOR.

Mondo Pop- A faixa Bird é instrumental e encerra o álbum. Você pensa em um dia gravar um trabalho totalmente instrumental? E como surgiu a ideia de fechar o CD com um tema instrumental?
Marise Marra– PENSO SIM. ATÉ JÁ HAVIA INICIADO UM PROJETO INSTRUMENTAL ANTES DE GRAVAR O FUNNY LOVE, MAS, POR CONTA DA PRODUÇÃO APERTEI O PAUSE E RESOLVI DEIXAR PRA OUTRA OCASIÃO. COMPUS BIRD HÁ UNS DOIS ANOS E JÁ VINHA TOCANDO EM VÁRIOS SHOWS, INCLUSIVE NOS FESTIVAIS DA GUITAR PLAYER. GOSTO MUITO DESTA CANÇÃO E NÃO PUDE DEIXÁ-LA DE FORA, ATÉ PORQUE O FUNNY LOVE É BEM SOLTÃO, NÃO É CONCEITUAL E NÃO HOUVE UMA PREOCUPAÇÃO EM DEIXÁ-LO TÃO COERENTE. ELA ENCERRA O CD PORQUE TALVEZ NÃO SOASSE BEM EM OUTRA POSIÇÃO, E ACABA SENDO UMA SURPRESA PRA QUEM GOSTA DE GUITARRA.

Funny Love (ao vivo)- Marise Marra:

Bird (ao vivo)- Marise Marra:

Newer posts »

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑