Por Fabian Chacur

Normalmente eu só me ocupo de efemérides referentes a datas redondas, tipo cinco, dez, vinte anos etc. Mas a morte de Michael Jackson aos 50 anos de idade me pareceu um fato tão irreal que não dá para deixar passar esses três anos sem o Rei do Pop. Não mesmo. Então, lá vou eu.

Como nossa diferença de idade era muito pequena (ele nasceu em 1958, eu, em 1961), tive a oportunidade de acompanhar sua carreira em tempo real, e virar seu fã logo com seu primeiro sucesso, I Want You Back, gravada com o Jackson 5.

Durante esses anos todos, sua figura foi onipresente no meio musical que eu acompanhei. Primeiro como o garoto prodígio que cantava com a técnica e a emotividade de um adulto. Melhor até! I’ll Be There, Ben, I Wanna Be Where You Are,Happy, Got To Be There, ABC..

Depois, como aquele adolescente cuja voz ia mudando de timbre, sem perder a beleza e a originalidade. As músicas One Day In Your Life e Dancing Machine são as primeiras que surgem em minha mente como trilha sonora para esse momento.

Aí, em 1978, entra em cena o MJ adulto, arrebentando em Shake Your Body (Down To The Ground) e Blame It On The Boogie, já com os Jacksons (nova encarnação do Jackson 5) e no ano seguinte com Rock With You, Don’t Stop Til You Get Enough, Working Day And Night e Girlfriend, de seu primeiro disco solo adulto, o magnífico Off The Wall.

Jà havia completado meus 21 anos quando surgiu Thriller (1982), álbum fenomenal que em 1985 ainda insistia em se manter emplacando hits nas paradas, entre as quais a faixa título, Billie Jean, I Wanna Be Startin’ Somethin’, The Girl Is Mine, Beat It, Human Nature

Em 1987, ainda iniciante no cenário do jornalismo musical, tive a honra de participar da festa de lançamento (na extinta Up And Down, na rua Pamplona, em São Paulo) do álbum Bad, quando tivemos a oportunidade de ouvir em primeira mão faixas como Bad, The Way You Make Me Feel, Man In The Mirror, Dirty Diana, Smooth Criminal… Escrevi uma revista especial sobre Michael e esse disco para a editora Imprima.

Quando o astro fez dois shows históricos no estádio do Morumbi, em outubro de 1993, na turnê que divulgou o álbum Dangerous (1991) eu estava lá, com direito a visitar os camarins do Rei do Pop (sem ele dentro, obviamente…), ficar de plantão na frente do hotel Mofarrej, na alameda Santos, onde ele ficou hospedado, e a entrevistar o garoto que um carro da comitiva dele atropelou e que acabou sendo visitado pelo autor de Billie Jean.

Ou seja, cada passo de Michael Jackson era acompanhado por mim no decorrer dos anos. No dia de sua cerimônia fúnebre, em 6 de julho de 2009, lá estava eu ao vivo, ao lado da apresentadora Luciana Liviero, fazendo comentários sobre Michael na TV Record.

Fica difícil acreditar que esse irmãozinho se foi. Um cara que conseguiu algo difícil: unir fãs de todos os países, raças, origens, classes sociais, sexos etc em torno de sua música, que foi, é e será a trilha sonora da vida de todos nós. Olhe por nós, Rei do Pop, esteja onde estiver, e more para sempre em nossos corações, pois we wanna rock with you forever!

Veja o clipe de Rock With You, com Michael Jackson: