Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

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Axial comemora 10 anos com shows em SP

Por Fabian Chacur

O grupo Axial está comemorando dez anos de uma das mais interessantes trajetórias musicais no atual cenário da música pop brasileira. Como forma de comemorar essa efeméride bacana, o projeto realizará dois shows em São Paulo. O primeiro rola nesta quinta-feira (3) às 20h30 no Sesc Vila Mariana (rua Pelotas, 141- Vila Mariana), com ingressos a R$ 6 e R$ 12.

Capitaneado por Sandra Ximenez (vocais e teclados) e Felipe Julián (baixo e produção), o Axial foge de amarras conceituais e criativas como o capeta tenta se desvencilhar da cruz. Em termos musicais, sua sonoridade é incrível e viajante, fundindo com rara sensibilidade várias tendências da música brasileira, rock, jazz, música experimental, eletrônica, hip-hop, trip hop e o que mais pintar em seu caminho, valendo-se de bom gosto e sensibilidade.

A voz suave e encantadora de Sandra dá o norte à história toda, com Felipe e os outros músicos incorporados ao projeto se incumbindo de criar uma atmosfera ora dançante, ora hipnótica, ora sabe-se lá o que, pois o conceito deles é nos surpreender a cada novo acorde, a cada nova vocalização, a cada novo movimento. Como diriam nos anos 70, um verdadeiro barato.

Temos três álbuns na discografia do Axial, os ótimos Axial (2004), Senóide (2008) e Simbiose (2011), que podem ser baixados gratuitamente no site da banda ( www.axialvirtual.com/axial ) ou adquiridos em formato físico, com direito a embalagens bacanas e bastante criativas. Aliás, o grupo investe muito na diversidade de formatos para a sua música, sendo uma das pioneiras no Brasil da oferta gratuita de trabalhos na rede virtual.

Felipe, Sandra e sua turma já fizeram inúmeros shows na Europa, passando por França, República Checa e Alemanha e cativando fãs fieis por lá. Além disso, eles também apostam em projetos envolvendo trilha sonora ao vivo durante a exibição de clássicos do cinema como Drácula (Todd Browning) e parcerias com teatro e projetos de dança. Ou seja, trabalham muito e de forma ágil e imprevisível.

Além do show desta quinta (3), o Axial também se apresentará em Sampa City no dia 12 (sábado) às 21h na Funarte-Sala Guiomar Novaes (alameda Nothmann, 1.058-Campos Eliseos- www.funarte.gov.br). Vale a pena mergulhar de cabeça nas viagens psicodélicas, musicais e culturais desse grupo, que não se permite cair no rotineiro. Que venham mais dez, vinte, sei lá quantos anos nesse mesmo pique.

Veja o Axial em apresentação em Paris em 2013:

Michelle Spinelli Trio toca em SP no GOA

Por Fabian Chacur

O Michelle Spinelli Trio será a próxima atração do projeto Audições no GOA, reservado a nomes emergentes no cenário da música brasileira, jazz e outras vertentes bacanas do mundo dos sons bem concatenados. As apresentações serão realizadas nos dias 6 e 7 (sexta e sábado) às 21h30 no GOA Gastronomia Saudável (rua Cônego Eugênio Leite, 1.152-Pinheiros- site: www.goavegetariano.com.br), com couvert artístico a R$ 20.

Com formação teórica oriunda de estudos em instituições prestigiadas como o CLAM (escola fundada pelos integrantes do Zimbo Trio) e Universidade Livre de Música Tom Jobim (hoje Emesp), Michelle Spinelli já dividiu o palco com artistas como Fafá de Belém, Filó Machado, Sandro Haick e Roy Hargrove, e gravou o CD Sons da Casa em parceria com o guitarrista Tomati, conhecido por sua atuação na banda do Programa do Jô.

O trio também conta em sua escalação com a violonista Agda Maria e o baterista e percussionista Sérgio Arnone, músicos jovens e já experientes. O repertório do Michelle Spinelli Trio inclui clássicos de Chico Buarque, Tom Jobim, João Bosco, Caetano Veloso e Djavan, entre outros, todos com um tempero próprio e abrindo espaços para o talento dos três, especialmente da voz de Michelle, repleta de personalidade.

Veja o Michelle Spinelli Trio ao vivo:

Bob Mould tocará no Brasil em outubro

Por Fabian Chacur

Graças ao brother jornalista Daniel Vaughan, fiquei sabendo de uma belíssima notícia para os fãs do melhor rock and roll. Bob Mould (no meio, de gorro), ex-integrante das bandas Husker Du e Sugar e artista solo de carreira interessantíssima, tocará no Brasil em breve. Ele se apresentará em Sâo Paulo nos dias 4 e 5 de outubro no Sesc Pompeia e no dia 6 de outubro no Circo Voador.

Mould, que toca guitarra e canta, terá a seu lado Jason Narducy (baixo, da banda Verbow) e Jon Wurster (da banda Superchunk), mantendo o formato power trio que o notabilizou. Vale avisar que os ingressos ainda não estão à venda, mas que estarão em breve, e no Sesc Pompeia eles costumam sumir em pouquíssimo tempo. Fiquem de olho em http://www.sescsp.org.br/unidades/11_POMPEIA/#/content=programacao .

Nascido em 16 de outubro de 1960, Bob Mould criou o Husker Du em 1979 ao lado de Grant Hart (bateria e vocal, outro gênio do rock) e Greg Norton (baixo). O grupo partiu de um rock hardcore rumo a uma mistura com folk, pós-punk, punk, hard rock e até pop, sendo considerado um dos pais do que posteriormente se rotulou como grunge e influenciando bandas como Pixies e Nirvana, entre muitas outras.

Álbuns como Zen Arcade (1984), New Day Rising (1985) e o sublime Candy Apple Grey (1986) estão entre os melhores álbuns de rock gravados nos anos 80 e por tabela de todos os tempos. Infelizmente, a banda não conseguiu obter sucesso comercial, e brigas apimentadas entre seus integrantes levaram a um fim prematuro no ano de 1987. Inicialmente, Mould investiu em uma carreira solo de forma mais tranquila.

Entre 1991 e 1994, partiu para um novo power trio, o Sugar, e o álbum Copper Blue (1992) obteve boas vendagens e colocou o grupo na crista da onda. Infelizmente, outra separação surgiu rapidamente, mas Mould se manteve na ativa, com projetos variados e a carreira individual como prioridade. Os discos do Sugar foram relançados em 2012 no exterior, com direito a material extra e embalagem luxuosa. E ele participou do mais recente álbum do Foo Fighters, Wasting Light (2011).

O novo trio de Bob Mould irá tocar no Brasil músicas do Husker Du, Sugar e carreira solo, com ênfase em seu mais recente álbum individual, Silver Age (2012), que traz músicas bacanas como a impactante The Descent. Tipo do show que tem tudo para se tornar um dos grandes eventos roqueiros do ano no Brasil, ao menos para quem curte a cena indie e rock de verdade.

Veja o clipe de The Descent, com Bob Mould:

Ouça Dead Set On Destruction, com o Husker Du:

Coletânea luxuosa mostra o Creedence

Por Fabian Chacur

Durante os quatro anos em que esteve atuando no cenário do rock and roll, entre 1968 e 1972, o Creedence Clearwater Revival lançou sete álbuns, sendo que dois deles atingiram o primeiro lugar na parada americana, e nove singles (extraídos desses CDs) atingiram o Top 10 ianque. Poucos grupos conseguiram tanta repercussão em termos comerciais em tão pouco tempo.

Até hoje, 41 anos após sua dissolução, a banda continua vendendo muitos discos, sendo 26 milhões deles nos EUA e algo do gênero no resto do mundo. John Fogerty, cantor, compositor, guitarrista e líder do time, continua cantando esses hits mundo afora, assim como seus ex-colegas Doug Cosmo Clifford (bateria) e Stu Cook (baixo), esses no grupo Creedence Clearwater Revisited.

Mas o que essa banda, que também contava com o saudoso Tom Fogerty (1942-1990), guitarra-base e irmão de John, fez para merecer tantos fãs? Ao contrário de alguns artistas marca barbante que também venderam muito a custa de tramoias comercialóides e de quem hoje ninguém mais lembra, eles fizeram pura e tão somente o melhor rock and roll possível. E que rock and roll!!!

Uma boa forma de conhecer ou de recordar a obra do CCR é a recém-lançada no Brasil coletânea Greatest Hits & All Time Classics, a mais abrangente e acessível em termos de preço (menos de R$ 50 por três CDs!) já disponibilizada no mercado fonográfico. Temos aqui dois discos com 40 das 65 faixas lançadas nos álbuns da banda, mais um terceiro CD com 12 músicas registradas ao vivo.

A seleção das músicas é ótima, sendo que a sequência delas, embora não siga ordem cronológica, permite uma audição fluente e deliciosa. Temos todos os hit singles, como Proud Mary e Have You Ever Seen The Rain?, além de faixas bem bacanas extraídas dos LPs e não tão conhecidas, entre as quais as sublimes It Came Out Of The Sky, Porterville, Bootleg e Tombstone Shadow. A capa é linda e traz ótimas fotos, e temos também um belo encarte com textos e informações sobre as gravações.

O CCR serve como bom exemplo de como uma banda pode partir de estéticas musicais preexistentes, no caso rock and roll básico dos anos 50, blues, rhythm and blues, country, folk e soul music, criar uma abordagem própria e se tornar imortal. A rigor, John Fogerty não criou nada em termos gerais. No entanto, refinou essas linguagens de forma tão genial que se tornou mais importante do que muitos criadores de fato.

Com um vozeirão impactante, guitarra sempre ágil e composições que exploram o legado dos ritmos em que se baseou de forma ao mesmo tempo respeitosa e criativa, Fogerty virou um dos nomes mais espetaculares do rock and roll. Lógico que o apoio da sólida guitarra-base do irmão e da irrepreensível e swingada cozinha rítmica formada por Cook e Cosmo tornaram a coisa ainda melhor.

Ao vivo, o quarteto (que se tornou trio a partir do final de 1970 com a saída de Tom) arrepiava, o que as faixas ao vivo incluídas no CD 3 desta compilação exemplificam muito bem. Para mim, o ideal é mesmo ter todos os álbuns do CCR (incluindo dois ótimos CDs ao vivo Live in Europe-1973 e The Concert-1980), mas esta coletânea é a melhor e mais abrangente, se esse for o seu desejo.

O importante, mesmo, é mergulhar de cabeça em um dos melhores acervos de rock and roll de todos os tempos, e curtir cada sutileza, cada virada rítmica, cada improvisação, e cair na gargalhada toda vez que algum cabeça de alfinete vir com aquela conversa de que “rock básico é música dura e sem criatividade, com só três acordes”. Vá na desses caras…e quebre a cara!!!

Ouça vários hits do Creedence Clearwater Revival em streaming:

Capital Inicial toca 1º álbum no Teatro da Mix

Por Fabian Chacur

O projeto Mix Ao Vivo Álbuns Clássicos, feito em conjunto pela Mix TV e Mix FM e no qual grandes nomes do rock brasileiro tocam seus álbuns mais emblemáticos ao vivo e na íntegra, terá como próxima atração um dos melhores discos de estreia de todos os tempos. Trata-se de Capital Inicial (1986), primeiro CD desta consagrada banda. A gravação será realizada nesta terça-feira (20) às 20h no Teatro da Mix (rua Vergueiro, 1.211-SP).

Capital Inicial chegou às lojas ainda nos tempos dos LPs de vinil, em 1986, e rapidamente se tornou um grande sucesso de vendas, com mais de 200 mil cópias comercializadas. Com produção de Bozo Barretti, que também tocou teclados no álbum e depois se tornaria integrante da banda até os idos de 1992, o disco mostra uma sólida mistura de rock básico, pop, punk etc.

Seu repertório inclui alguns dos maiores sucessos da banda, entre os quais Música Urbana, Leve Desespero, Fátima, Veraneio Vascaína e Psicopata, além de outras músicas tão legais quanto, tipo Linhas Cruzadas, Tudo Mal e Cavalheiros. O álbum foi gravado em São Paulo no Nosso Estúdio entre 13 de janeiro a 14 de março de 1986, e lançado pela antiga gravadora Polygram (hoje Universal Music).

Na época, o Capital Inicial contava com Loro Jones na guitarra, hoje substituído por Yves Passarell. Dinho Ouro Preto (vocal) e os irmãos Flávio (baixo) e Fê Lemos (bateria) se mantém firmes e fortes no grupo, cuja popularidade está maior do que nunca. Será legal conferir como a atual escalação do time tocará o ótimo repertório de seu álbum de estreia.

Quem quiser ver esse show imperdível terá de participar das promoções divulgadas nos sites da Mix TV e da Mix FM, além dos perfis do Capital Inicial situados em redes sociais como o Facebook. Saiba mais no site www.mixtv.com.br/albunsclassicos .

Ouça Fátima, com o Capital Inicial:

Lupa Santiago toca com Jazz Combo de Tatuí

Por Fabian Chacur

O guitarrista Lupa Santiago e o Jazz Combo do Conservatório de Tatuí (SP) irão se apresentar juntos no dia 20 de agosto (terça-feira) às 14h no SL Music Hall- Souza Lima Ensino de Música (rua José Maria Lisboa, 745- Jardim Paulista- fone 3889-9149- www.souzalima.com.br), com entrada gratuita. Trata-se de uma união de talentos muito interessantes e entrosados.

O Jazz Combo do Conservatório de Tatuí-SP (cidade conhecida nacionalmente por sua intensa atividade musical em termos teóricos e práticos) integra o corpo artístico da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, existe desde 1998 e tem como coordenador o flautista e compositor Paulo Flores. Buscando resgatar momentos importantes da música brasileira, a formação já lançou CDs como Rumo Norte (1998) e ganhou um prêmio no importante Festival de Jazz Latino de Havana, em Cuba, em 2004.

Lupa Santiago já lançou onze CDs, sendo que um deles, Images (2001), concorreu ao Grammy Latino. Mestre pelo Boston Conservatory e Berklee College Of Music, ele também é coordenador pedagógico e vice-diretor da Faculdade e Conservatório Souza Lima, além de ministrar workshops pelo Brasil, EUA e Europa, sempre com bastante procura.

A apresentação no SL Music Hall incluirá em seu repertório basicamente músicas de autoria de Lupa Santiago, entre as quais Tyner, Marron, Laís e Constantinopla, todas com arranjos assinados por Paulo Flores. O entrosamento entre eles é bastante coeso, o que certamente irá proporcionar ao público um bom espetáculo de música brasileira instrumental com boas doses de jazz, blues e outros elementos musicais instigantes e bem explorados.

Ouça Marron, com Lupa Santiago e a Jazz Combo de Tatuí:

DVD registra maratona musical de Rihanna

Por Fabian Chacur

Como forma de divulgar seu álbum Unapologetic, Rihanna resolveu encarar um desafio, na verdade uma verdadeira maratona alucinada. O projeto obrigava a cantora e compositora fazer sete shows em sete dias consecutivos. Até aí, tudo bem. O duro era o fato de essas apresentações terem como palco sete cidades de sete países diferentes. O registro dessa maluquice está no DVD 777 A Tour Documentary, lançado no Brasil pela Universal Music.

Como forma de incrementar a coisa, realizada em novembro de 2012, mais de 100 convidados, entre fãs, jornalistas etc, acompanharam a cantora de 25 anos oriunda de Barbados e radicada em Londres. A conduzir a turma, um Boeing 777 alugado especialmente para a ocasião. O clima é de festa total por parte dos acompanhantes, que são flagrados bebendo, dançando e até mesmo dando vexames típicos de baladas menos controladas.

Um dos integrantes da trupe, por exemplo, inventa de passear nu pelo corredor do avião, sendo filmado e vivendo seus 15 minutos de fama. Mico daqueles de nos fazer ficar com vergonha alheia no mais alto grau. Em alguns momentos, a própria cantora serve bebidas para os fãs, que ficam o tempo inteiro tirando fotos e filmando com seus modernos celulares.

O roteiro inclui Cidade do México, Toronto, Estocolmo, Paris, Berlim, Londres e se encerra em Nova York. Pelo menos uma música de cada show é apresentada na íntegra, entre elas os hits Umbrella, Diamonds, We Found Love e S&M. Vale lembrar que em seus nove anos de carreira fonográfica, a moça já emplacou 12 singles no topo da parada da Billboard, recorde neste século, além de vender milhões de discos físicos e virtuais.

O clima de alegria soa artificial e vai ficando mais forçado conforme as viagens se sucedem, com rápidas passagens por hotéis, mais bebidas e algumas declarações dos integrantes do “avião da alegria”. A própria Rihanna se expões muito pouco, com depoimentos rápidos e contatos bastante superficiais com os fãs e jornalistas. Uma típica estrela da nova era do r&b, no qual é difícil distinguir um cantor/cantora de outro, tal a semelhança entre seus trabalhos.

777 A Tour Documentary serve como um bom registro do cenário atual da música pop, no qual quebrar recordes e mergulhar em extravagâncias costumam vir à frente dos aspectos musicais e artísticos. Os registros dos shows apontam na mesma direção: muita pompa e circunstância e pouco carisma, jogo de cintura e personalidade. Mas a plateia ainda aplaude e ainda pede bis. A plateia só deseja ser feliz, como diria o saudoso Gonzaguinha…

Veja o documentário 777 – A Tour Documentary em streaming:

Exposição traz fotos de Mario Luiz Thompson

Por Fabian Chacur

Mario Luiz Thompson é um dos nomes mais lembrados pelos especialistas quando o assunto é fotografia de grandes nomes da música. Com 68 anos de idade, mais de 40 deles dedicados aos registros fotográficos, ele possui em seu acervo cliques históricos. Alguns deles podem ser vistos na exposição Jazz & Blues, que fica até o dia 9 de setembro no Central das Artes, em São Paulo.

Nascido em São Paulo em 28 de abril de 1945, Thompson começou a ficar conhecido no meio musical a partir dos anos 70, quando suas fotos começaram a aparecer em reportagens, exposições e até mesmo capas e contracapas de discos clássicos, entre os quais Vivo! (Alceu Valença), A Tábua de Esmeraldas (Jorge Ben) e Doma (Almir Sater), só para citar alguns bem bacanas.

Definido por Gilberto Gil como “amante e devoto da deusa música”, Mario Luiz apresenta nesta seleção de fotos extraídas de seu riquíssimo acervo instantâneos de grandes astros do jazz e do blues internacional em passagens desses mestres pelo Brasil. Entre outros, temos aqui flagrantes de Chet Baker, Miles Davis, B.B. King, Dizzie Gillespie, Etta James, Ray Charles e outras feras desse imenso gabarito.

O restaurante Central das Artes- Comida, Diversão e Arte, fica na rua Apinajés, 1.081- Sumaré, fone (0xx11) 3670-4040 (www.centraldasartes.com.br), e abre das 12h à meia-noite, sendo que a entrada para ver a exposição é gratuita. O belíssimo acervo independente de Mario Luiz Thompson pode ser apreciado online no site do fotógrafo, http://www.mario-luiz-thompson.com/.

Selvagens à procura de rock consistente

Por Fabian Chacur

Sempre que o rock nacional parece estar no fim da linha, surge algum grupo ou artista que nos leva a mudar radicalmente de opinião. Atualmente, os responsáveis por uma nova profissão de fé em nosso “roquenrol” atendem pelo nome de Selvagens à Procura de Lei. Trata-se de uma banda cearense, agora radicada em São Paulo, que acaba de lançar pela Universal Music um novo álbum.

Trata-se do segundo CD do grupo formado por Gabriel Aragão (vocal, guitarra, piano e violão), Rafael Martins (vocal e guitarra), Caio Evangelista (baixo e vocal) e Nicholas Magalhães (bateria e vocal). Com apenas três anos de estrada, o quarteto possui um currículo dos mais movimentados, cujo início foi batalhando para tocar em Fortaleza, onde existiam raros espaços para bandas de trabalho autoral.

“Tocamos no festival Ceará Music, abrimos show do Marky Ramone e conseguimos abrir espaços no Órbita Bar, no qual até então só eram aceitas bandas cover. Conseguimos inverter isso, e até ajudar a criar um dia fixo para grupos com repertório próprio, a sexta-feira autoral”, relata Caio. Após lançar dois EPs independentes, eles estrearam em CD com Aprender a Mentir, pela DeckDisc, além de concorrer em 2012 na categoria Aposta do MVB da MTV.

A ideia dos Selvagens, ao sair da DeckDisc, era partir para a gravação de um álbum mais maduro, e foi nessa direção que conheceram o produtor David Corcos (o Marroquino), conhecido por seus trabalhos com o Capital Inicial. Aí, surgiu uma parceria que possibilitou ao grupo gravar esse novo trabalho em estúdios de primeira linha a preços mais acessíveis.

“Ouvimos muito trabalhos dos Beatles, Caetano Veloso, Novos Baianos, Pink Floyd, Clube da Esquina, e isso abriu os nossos horizontes”, relembra Caio. Influências de bandas contemporâneas como Arctic Monkeys e preocupação com a qualidade das letras, como forma de não cair no lugar comum das bandas emo, por exemplo, deu a eles uma consistência artística incomum nos tempos atuais.

Selvagens à Procura de Lei, o CD, já estava pronto quando Paul Ralphes, da Universal Music, ofereceu a eles a oportunidade de lançar o álbum pela multinacional. O trabalho traz apenas uma música não inédita, Mucambo Cafundó, em regravação de faixa lançada no trabalho anterior. As outras refletem a fase atual dos rapazes.

“As letras das músicas tem a ver com essa nossa fase de viver fora da casa dos nossos pais, da mudança para São Paulo, uma cidade gigante, do nosso amadurecimento, da passagem da adolescência para a vida adulta”, reflete Caio. O som é uma instigante mistura de várias vertentes do rock com um tempero de MPB que nunca passa da dose certa, mantendo-os no universo roqueiro.

Brasileiro, que já tem um clipe sendo divulgado nas redes sociais, é o momento de protesto da banda, e acabou se tornando mais atual do que nunca em função das manifestações que tomaram conta do Brasil de forma surpreendente em junho, quando o álbum já estava nas lojas. “Sou bastante otimista em relação ao povo brasileiro, que não é burro e sabe o que está acontecendo. Mas confesso que não imaginava ver tudo isso agora, com essas proporções”.

Com músicas contundentes e consistentes como Massarrara, Juventude Solitude, Sr. Coronel e O Amor Existe Mas Não Querem Que Você Acredite, os Selvagens à Procura de Lei mostram buscar o rumo do rock consistente, o que estão conseguindo rapidamente. “A melhor divulgação que existe para qualquer banda é boca a boca, um fã apresentando para os outros, e nas redes sociais, e é o que procuramos fazer”, diz Caio.

Além disso, o quarteto agora radicado em São Paulo pretende fazer muitos shows para divulgar o novo CD. “Aprendemos muito com essas gravações, abriram nossos horizontes e nos mostraram como usar as nossas mãos, de personalizar nosso trabalho, sendo que o David Corcos nos ajudou muito nesse processo todo”. Se esse belo álbum é só o começo, dá para esperar muita coisa boa dos Selvagens à Procura de Lei. E viva o rock brasileiro!

Veja o clipe de Brasileiro, com os Selvagens à Procura de Lei:

Cuide-se bem, sessentão Guilherme Arantes!

Por Fabian Chacur

A música de Guilherme Arantes me acompanha desde meus 15 anos, quando Meu Mundo e Nada Mais estourou em todo o país, em 1976. Meu primeiro contato pessoal com esse cara ocorreu em dezembro de 1980, quando ele fez um inesquecível show gratuito na estação São Bento do metrô paulistano, no melhor estilo teclado e voz. Ali, tive meu primeira experiência com sua generosidade e gentileza.

Aquela apresentação foi realizada poucos dias após a lamentável morte de John Lennon. Em determinado momento, alguns fãs pediram a ele que cantasse uma música do ex-Beatle. De forma improvisada e se valendo da revista de cifras de um deles, o músico nos proporcionou uma bela versão de Imagine, que emocionou todos os presentes. Pura gentileza.

Em 1987, tive a oportunidade de entrevista-lo pela primeira do que seria uma longa sequência de vezes. Sempre um bom papo, não demorou para que nos tornássemos amigos, com direito a almoços, papos animados e francos. Em 1992, quando ele lançou Crescente, para mim um de seus melhores trabalhos, pedi para que ele o autografasse para mim, e não esquecerei sua felicidade por eu ter gostado tanto daquele álbum. Coisa de gente humilde.

Nesses mais de 25 anos de carreira como jornalista, já tive a oportunidade de manter contato com centenas, provavelmente milhares de artistas, e Guilherme continua no topo dessa turma. E é ótimo quando o artista e o ser humano possuem grandes qualidades de forma simultânea. Ou quando o ser humano não nos decepciona, o que infelizmente ocorre no caso de alguns grandes artistas que prefiro não citar por uma questão de…gentileza.

Guilherme Arantes é o que suas músicas nos indicam. Doce, simpático, verborrágico (no melhor sentido da palavra), bem-humorado, idealista, romântico, inconformista, sonhador e um artista extremamente talentoso. Bom de letras, bom de melodias, bom de vocais, bom de arranjos, bom como músico, bom de palco… É qualidade pra mais de metro. E não sou suspeito por ter virado amigo. Sou culpado, mesmo!

Além disso, ele sempre teve como marca aquela gentileza ressaltada há alguns parágrafos, participando de trabalhos de outros artistas e sendo gravado por nomes do alto gabarito de Elis Regina,Caetano Veloso, Maria Bethânia, MPB-4, Leila Pinheiro, Roberto Carlos e tantos outros das mais diversas gerações. Aliás, a garotada o está redescobrindo neste exato momento.

Pois ele completou 60 anos neste domingão (28). O que poderia desejar a ele, além de muita saúde, paz, alegria e pessoas legais para curtirem os bons momentos ao seu lado? Que ele leve a sério a letra de Cuide-se Bem, de todas as maravilhas compostas por ele a que mais me toca, me emociona e me faz refletir. Que venham os 70, 80… Grande abraço, e que em um futuro não muito distante eu possa realizar meu sonho de escrever um livro sobre sua vida e obra!

Ouça Cuide-se Bem, com Guilherme Arantes:

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