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Por Fabian Chacur

Desde o lançamento de Sacred Love (2003), Sting deixou de lado o pop rock mais explícito em sua carreira solo. Nesse período, lançou trabalhos com faceta erudita ou de folk mais tradicional, como os ótimos If On a Winter’s Night (2009) e The Last Ship (2013), ou mesmo de inspiradas e interessantes releituras sinfônicas de canções de sua autoria em Symphonicities (2010). Mas, agora, é hora de rock, bebê! E chega às lojas o ótimo 57th & 9th. Bem roqueiro, mas com folk na mistura, também.

O título do CD alude a uma esquina localizada em Nova York e próxima dos estúdios em que as gravações ocorreram. No encarte, Sting explica o quanto gosta de andar a pé, especialmente no caminho rumo ao trabalho, pois é nesses momentos que reflete e pensa de forma mais apurada. Como o álbum foi concretizado em um período de três meses, algo rápido para os padrões atuais de estrelas, dá para se imaginar que várias canções possam ter surgido durante esses passeios.

Acompanhado pelo excelente guitarrista Dominic Miller, que é seu braço direito há décadas, além de feras do porte de Vinnie Colaiuta (bateria) e integrantes do grupo The Last Bandoleros, Sting nos oferece dez novas canções que trazem como marca aquela simplicidade sofisticada que sempre marcou a sua obra, indo desde o rock mais básico a canções folk, e um momento com elementos árabes no meio.

A coisa começa a mil por hora, com a contagiante I Can’t Stop Thinking About You, que possui ecos de clássicos do The Police como Truth Hits Everybody e Can’t Stop Losing You. Com um riff poderoso de guitarra, a vibrante 50.000 é uma assumida homenagem a David Bowie, Glenn Frey e Prince, músicos que sabiam como poucos fazer músicas para entreter grandes plateias. One Fine Day, um rock balada, traz letra de inspiração ecológica com abordagem extremamente inteligente.

Não faltam outros momentos excelentes neste álbum. As baladas acústicas na melhor tradição folk Heading South On The Great North Road e The Empty Chair, o rockão estradeiro Petrol Head e a envolvente Inshallah, por exemplo. São canções sempre enfocando temas atuais, como ecologia, relações amorosas e mesmo a crise dos refugiados na Europa, mas sem nunca resvalar na apelação.

A edição lançada no Brasil de 57th & 9th é a Deluxe, o que significa uma capa digipack dupla, encarte luxuoso com ficha técnica completa, letras e textos de Sting sobre as canções e também três faixas adicionais. São elas uma versão mais folk rock de I Can’t Stop Thinking About You (apelidade de LA Version por ter sido gravada em Los Angeles), outra de Inshallah gravada em Berlim e uma ao vivo de Next To You, clássico do The Police, com participação dos The Last Bandoleros.

O álbum atingiu a posição de número 9 ao ser lançada nos EUA em novembro, prova de que Sting continua atraindo a atenção do grande público. Nada mais justo, pois aos 65 anos, idade completada por ele no último dia 2 de outubro, este grande artista prova mais uma vez continuar sendo não só um mero cantor e compositor, mas alguém preocupado em sempre oferecer o melhor aos fãs. Ele já está fazendo shows para divulgar o disco. Tomara que passe por aqui.

50.000– Sting: