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Victor Biglione dá aula de rock em Classic Rocks From Brazil

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Por Fabian Chacur

Muitos músicos e grupos brasileiros se metem a tocar os clássicos do rock internacional. Alguns conseguem interpretações muito próximas das originais, no melhor estilo copiar nota por nota. Nada contra. Agora, reler essas canções e colocar sua assinatura musical própria nelas, sem as descaracterizar, aí é tarefa para poucos e bons. E Victor Biglione já provou há muito que integra essa restrita confraria, como fica evidente mais uma vez em seu mais recente álbum, o excelente Classic Rocks From Brazil, distribuído pela Tratore e disponível nos formatos CD e digital. É coisa de quem entende do assunto e tem ferramental técnico e artístico para realizar tal tarefa de forma impecável.

Nascido na Argentina em 22 de fevereiro de 1958 e radicado no Brasil desde 1964 (naturalizou-se brasileiro nos anos 1980), este guitarrista, cantor, compositor e produtor tem um currículo profissional do tipo lista telefônica de antigamente. Já acompanhou em shows e em CDs gente da estirpe de Belchior, Beto Guedes, Caetano Veloso, Cássia Eller, Chico Buarque, Gal Costa, Elis Regina, Ivan Lins e muitos, mas muitos outros mesmo.

Além de ter integrado de 1982 a 1984 o grupo A Cor do Som, Biglione gravou álbuns em parceria com Andy Summers, Wagner Tiso e Marcos Valle, além de desenvolver uma carreira-solo repleta de momentos significativos.

Antes de realizar tudo isso, estudou nos EUA e também com alguns dos melhores guitarristas brasileiros, o que lhe deu uma bagagem teórica que se mostrou bastante valiosa na hora de encarar as mais diversas sonoridades durante essas mais de quatro décadas de estrada.

Nessa sua incursão pelo chamado classic rock, Victor nos dá uma verdadeira aula de guitarra, esbanjando timbres belíssimos de instrumentos e indo desde solos velozes e agressivos até aquelas notas choradas e bem sustentadas, típicas do blues. O nível de execução dele é simplesmente brilhante, sem se limitar a apenas uma forma de atuar. E seu bom gosto é também admirável, nunca se permitindo o tecnicismo puro e respeitando a beleza de cada canção que toca.

O repertório de Classic Rocks From Brazil inclui 12 faixas, sendo duas de Jimi Hendrix, duas dos Rolling Stones (de seu antológico álbum Beggars Banquet, de 1968), uma de Peter Green/Billy Cobham, três autorais, uma do Deep Purple, uma do jazzista Larry Corryell e uma de cada dos seminais bluesmen John Lee Hooker e Johnny Winter. As suas são fantásticas, e a escolha das releituras busca pérolas nada óbvias dos repertórios de cada artista selecionado.

Nas faixas Stray Cat Blues, No Expectations, Serves To Right To Suffer e I Love Everybody, o vocal principal fica a cargo da poderosíssima Vera Negri, que solta a voz sem medo de ser feliz e faz um belo contraponto com a guitarra do mestre de cerimônias deste álbum. Parceria que merece um CD completo um dia desses.

Jam Back At The House/We Gotta Live Together tem o próprio Victor no vocal principal, sendo que as outras sete gravações são centradas na parte instrumental. O velho amigo e parceiro Andy Summers marca presença em um belo duelo de violões na faixa 1+2 Blues. O elenco de músicos, todos ótimos, varia de faixa para faixa, incluindo feras como Sérgio Della Mônica, André Tandeta e Roberto Alemão, entre outros.

As composições próprias Copacabana Balcony Bar Blues, Latin Texas e Psychodelic Frisco 67 se encaixam muito bem dentro desse contexto, e mostram como Biglione se sente à vontade tocando rock com forte tempero de blues.

Classic Rocks From Brazil é daqueles trabalhos para se curtir a todo momento, especialmente por quem deseja ouvir novas nuances de grandes músicas de classic rock internacional, além de algumas novidades nessa mesma área. Além de deixar o ouvinte muito a fim de ouvir Victor Biglione tocando esse repertório ao vivo, onde as faíscas certamente incendiarão o público sedento por rock visceral e de qualidade incontestável.

Ouça Classic Rocks From Brazil em streaming:

A Cor do Som toca no Rio com sua ótima formação original

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Por Fabian Chacur

A Cor do Som, um dos grupos mais bacanas surgidos na segunda metade dos anos 1970, volta com sua ótima formação original à ativa. Mú (teclados), Dadi (baixo), Ary Dias (percussão), Armandinho (guitarra) e Gustavo Schroeter (bateria) estão preparando material para um álbum de inéditas, e enquanto isso, tocam no Rio nesta quinta-feira (7) às 21h no Teatro Bradesco Rio (avenida das Américas, nº 3.900- Loja 160 do Shopping VillageMall- Barra da Tijuca-RJ- call center 4003-1212), com ingressos custando de R$ 45,00 a R$ 160,00.

A célula-mãe do A Cor do Som surgiu dentro dos Novos Baianos. Portanto, não é de se estranhar a participação especial, neste show, de quem os ajudou nessa fase inicial, o lendário cantor e guitarrista Pepeu Gomes, que terá a seu lado no palco os irmãos Jorge (bateria) e Didi (bateria) e o enteado Filipe Pascual (guitarra). Também marcará presença o cantor, compositor e músico Paulinho Moska, talento multifacetado capaz de encarar qualquer ritmo musical.

O início efetivo da carreira do grupo ocorreu em 1977, e nos primeiros tempos, a ideia era investir mais em música instrumental. Com o tempo, eles passaram a mesclar músicas com vocais, e graças a esse artifício, conseguiram conciliar grande qualidade musical e presença constante nas paradas de sucessos, graças a hits como Abri a Porta, Menino Deus, Zanzibar, Beleza Pura e Semente do Amor.

Sua original mistura de música brasileira, rock, jazz e pop lhes rendeu bons momentos em termos artísticos e musicais até meados dos anos 1980. Sem a banda, Dadi tocou com Deus e o mundo, incluindo Legião Urbana e Tribalistas, enquanto Armandinho tocou e gravou com o trio elétrico de Dodô e Osmar e Mú tornou-se diretor musical na Globo.

Beleza Pura– A Cor do Som:

Ao Vivo Em Montreux- A Cor do Som (CD em streaming):

Abri a Porta– A Cor do Som:

Geraldo Azevedo toca em SP em dupla com Armandinho

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Por Fabian Chacur

Dois artistas com belíssimas trajetórias artísticas se unem para uma curta temporada intimista em São Paulo. São eles o cantor, compositor e músico pernambucano Geraldo Azevedo o guitarrista baiano Armandinho Macêdo. Eles tocam de sexta (10) a domingo (13), sempre às 19h15, na Caixa Cultural São Paulo (Praça da Sé, nº111- Centro- fone 0xx11-3321-4400). Os ingressos são gratuitos, e devem ser retirados nos respectivos dias dos shows a partir do meio-dia, no próprio local.

A parceria entre esses talentosos músicos teve início no carnaval de Recife em 2013, quando dividiram o palco. Geraldo se lembrou de quando compôs a música Bicho de Sete Cabeças pensando em Armandinho solando nela. Em seguida, Armandinho convidou o novo amigo a participar de seus projetos de verão na Bahia, Armandinho 50 Carnavais e Armandinho Ensaios Elétricos, com sucesso.

O repertório dos shows incluirá sucessos de Geraldo Azevedo, como Bicho de Sete Cabeças, Taxi Lunar e Dia Branco, além de algumas de Armandinho Macêdo, como Chama Gente. Azevedo toca violão e canta, enquanto Armandinho se divide entre a guitarra elétrica e o bandolim.

Geraldo Azevedo é um autodidata que aos 12 anos já tocava violão. Ele é parceiro de gente do naipe de Luiz Gonzaga e Geraldo Vandré, além de ter criado nos anos 1990 o projeto O Grande Encontro, ao lado dos amigos Elba Ramalho, Zé Ramalho e Alceu Valença. Sua mistura de ritmos nordestinos com bossa nova e até rock geraram clássicos como Taxi Lunar e tantos outros. Ele comemorou 70 anos em 2015 a mil.

Por sua vez, Armandinho é filho de Osmar Macedo, criador ao lado de Dodô do célebre Trio Elétrico. Ele começou a carreira aos 10 anos de idade, e aos 15, já tinha um disco instrumental gravado. Integrou o grupo A Cor do Som de 1977 a 1981, saindo para se dedicar à carreira solo e ao Trio Elétrico. Ele toca guitarra e bandolim com uma atitude roqueira.

Armandinho Macedo – Pot Porri de Frevos:

Geraldo Azevedo e Armandinho – Bicho de Sete Cabeças:

Dia Branco- Geraldo Azevedo:

Armandinho e Geraldo Azevedo | Praia do Forte 2015:

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