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Adam Schlesinger, do sucesso That Thing You Do! e muito mais

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Por Fabian Chacur

A composição That Thing You Do!, tema principal do filme That Thing You Do! O Sonho Não Acabou (1996), é um belo cartão de apresentação para o produtor, músico e compositor americano Adam Schlesinger. Ele, infelizmente, nos deixou nesta quarta-feira (1º), mais uma vítima do meio musical deste terrível covid-19, conforme divulgado pelo New York Times em comunicado do advogado do músico, Josh Grier. Mas o currículo do agora saudoso artista americano vai muito além dessa música deliciosa.

Ironicamente, o filme conta a história de uma banda fictícia que acaba quando ainda curtia o estouro de seu único hit. Schlesinger concorreu ao Oscar pela canção, e não o venceu. No entanto, conseguiu faturar três EMIs, o Oscar da TV americana, e um Grammy, prêmio máximo da indústria fonográfica mundial. E ele também fez música para espetáculos teatrais badalados. Menos mal.

Adam Lyons Schlesinger nasceu em 31 de outubro de 1967 em Manhattan. Sua carreira musical começou a engrenar na primeira metade dos anos 1990, quando, por falta de uma, criou logo duas bandas. A primeira foi a Ivy, ao lado de Andy Chase e Dominique Durand, em 1994. A segunda veio logo a seguir, a Fountains of Wayne, que tinha como núcleo ele e Chris Collingwood. Ambas tiveram trajetórias bem bacanas em termos musicais.

A Ivy lançou o seu álbum de estreia, Realistic, em 1995. Apostando em um pop-rock melódico com influências como The Smiths, Burt Bacharach, The Go-Betweens e The Beatles, conseguiram emplacar diversas músicas em trilhas de filmes, entre os quais There’s Something About Mary (1998), Me, Myself & Irene (2000) e Shallow Hall (2001).

Dessas canções, This Is The Day (ouça aqui), de There’s Something About Mary, é uma das mais legais. Seu álbum Apartment Life (1997) teve como coprodutor ninguém menos do que o britânico Lloyd Cole (ex-líder dos Commotions). Seu 6º e último álbum, All Hours, saiu em 2011.

Em termos de popularidade, o Fountains Of Wayne foi um pouco além da Ivy. Embora muito bons e merecedores de elogios por parte dos críticos, seus dois primeiros álbuns, Fountains Of Wayne (1996) e Utopia Parkway (1999), ambos lançados pela Warner, não tiveram bom retorno em termos comerciais, tanto que eles acabaram levando o cartão vermelho da gravadora.

Sem baixar a guarda, Schlesinger e Collingwood foram à luta e conseguiram assinar com o selo indie S-Curve. Com o álbum de estreia nesta gravadora, Welcome Interstate Managers (2003), eles emplacaram o hit Stacy’s Mon (seu maior hit, chegou ao 21º lugar nos EUA, ouça aqui). Com pegada power pop, a canção os impulsionou a uma façanha meio curiosa. Bem curiosa, por sinal.

Na edição de número 46 do Grammy, cuja cerimônia de premiação ocorreu em fevereiro de 2004, a banda concorreu na categoria….banda revelação! Isso, mesmo com três álbuns e oito anos de estrada no currículo. Perderam para o grupo Evanescence. A banda lançaria mais três álbuns, sendo que o último deles, Sky Full Of Holes (2011) acabou sendo o mais bem-sucedido em termos comerciais, atingindo o 37º na parada pop americana.

Schlesinger também integrou uma “superbanda”, formações que trazem músicos já famosos por trabalhos anteriores. No caso, foi a Tinted Windows, que reuniu, além do líder do Ivy e Fountains Of Wayne, James Iha (ex-Smashing Pumpkins), Taylor Hanson (do grupo Hanson) e Bun E. Carlos (baterista do Cheap Trick). A banda fez alguns shows e lançou um álbum, Tinted Windows (2009).

E respire mais um pouco, pois o currículo de Adam ainda não acabou. Ele compôs muita coisa para teatro e TV nesses anos todos. Um desses trabalhos gerou um álbum, A Colbert Christmas: The Greatest Gift Of All (2010), gravado por Stephen Colbert e com músicas de Schlesinger em parceria com David Javerbaum. Pois foi graças a esse trabalho que ele finalmente ganhou um Grammy, após duas derrotas com o Fountains Of Wayne.

Vários artistas famosos gravaram composições de Adam. Os Monkees, por exemplo, incluíram canções dele (que também atua como músico) em seus álbuns mais recentes, os ótimos Good Times! (2016) e Christmas Party (2018). Katy Perry, Jonas Brother, America, Elvis Costello e Willie Nelson também gravaram músicas do artista, que produziu discos de The Verve Pipe, David Mead e They Might Be Giants. Além da música-tema de That Thing You Do!, ele também escreveu várias das canções do filme Josie And The Pussycats.

A parceria com David Javerbaum rendeu músicas para musicais de teatro de bastante sucesso, entre os quais vale citar Cry-Baby (2008) e An Act Of God (2015). Com outros parceiros, também fez coisas bem legais.

A atriz e comediante Sarah Silverman escolheu Adam para escrever com ela as canções de seu espetáculo The Bedwetter, que deveria ter estreado há pouco, mas cuja exibição foi adiada pela pandemia do novo coronavírus. No momento, Schlesinger estava escrevendo com Rachel Bloom músicas para uma adaptação teatral da série de TV The Nanny. Ou seja, ele nos deixou em momento dos mais produtivos de sua intensa carreira. Uma pena!

That Thing You Do! (clipe)- The Wonders:

The Monkees estão de volta à parada dos EUA com novo CD

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Por Fabian Chacur

No ano em que completa 50 anos de carreira, os Monkees comemoram tal efeméride com um feito elogiável. Good Times!, seu novo álbum de inéditas e primeiro desde Justus, de 1996, chegou à parada da revista Billboard, a bíblia da indústria fonográfica mundial, direto na 14ª posição em sua semana de lançamento. É a sua melhor performance desde 1968, quando The Birds, The Bees And The Monkees atingiu o 3º posto.

Nada mais justo para um álbum que foi concebido de forma bastante feliz. Ele conta com a produção de Adam Schlesinger, líder da banda Fountains Of Wayne, e mescla faixas gravadas originalmente entre 1967 e 1968 e que só foram completadas agora com gravações absolutamente inédita de canções feitas para eles por autores de gerações mais recentes, como Andy Partridge, do XTC, Rivers Cuomo, do Weezer, Noel Gallagher, do Oasis, e Paul Weller, do The Jam.

Nele, temos a participação dos quatro integrantes originais da banda criada em 1966 pelos produtores Bob Rafelson e Bert Schneider e coordenado musicalmente por Don Kirschner para estrelar uma série televisiva. O programa fez tanto sucesso que o grupo, originalmente feito para ser um tipo de xerox dos Beatles em sua fase Help!, tornou-se um grande sucesso no mundo real, com quatro álbuns e três singles no número um nos EUA e milhões de cópias vendidas em todo o planeta.

Davy Jones, o único inglês do grupo e que nos deixou em fevereiro de 2012, marca presença no álbum com a faixa Love To Love (de Neil Diamond), gravada originalmente nos anos 1960. Harry Nilsson (1941-1994) é outro que marca presença de forma póstuma no CD, tocando piano na ótima faixa-título do CD, que é de sua autoria. Outro autor bacana que marca presença no disco é Bem Gibbard, da banda alternativa Death Cab For Cutie.

A sonoridade do álbum em suas 13 faixas (existem outras quatro distribuídas como bônus em versões diferentes do disco para vários países) é bem próxima da dos anos de ouro do grupo, uma mistura de rock melódico, folk e pop com aquelas melodias mágicas e vocalizações muito legais, especialmente as feitas por Micky Dolenz. A performance de Peter Tork e Mike Nesmith é também muito legal, em faixas ótimas como You Bring The Summer (Andy Partridge), She Makes Me Laugh (Rivers Cuomo) e I Wasn’t Born To Follow (Gerry Goffin e Carole King).

You Bring The Summer– The Monkees:

She Makes Me Laugh– The Monkees:

Wasn’t Born To Follow– The Monkees:

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