Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Tag: andy summers

Synchronicity- The Police (A&M Records, 1983): o adeus no auge

the-police synchronicity capa-400x

Por Fabian Chacur

Na semana que se encerrou no dia 23 de julho de 1983, o álbum Synchronicity assumiu o 1º lugar na parada de sucessos dos EUA. Seriam 17 semanas não consecutivas de liderança no mercado mais disputado do mundo e também em vários outros países, encarando de frente adversários como Thriller, de Michael Jackson. O 5º álbum da carreira do The Police marcaria o seu auge em termos comerciais e criativos.

Duas faixas dele (Synchronicity I e Synchronicity II) tiveram como inspiração a teoria da sincronicidade, do psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), que a grosso modo trata do que ele definia como “coincidências significativas”. E, de certa forma, foi uma coincidência significativa que deu início a este seminal trio.

Em 1976, o baterista norte-americano Stewart Copeland, filho de um funcionário da temida CIA e que viveu em vários países, incluindo Líbano e Egito, estava então radicado na Inglaterra e integrava o grupo progressivo britânico Curved Air. Após um show na cidade de Newcastle, aceitou o convite de um amigo jornalista e foi conferir o som de uma banda local.

O jazz rock do Last Exit não o entusiasmou muito, mas ele não teve como não notar a ótima voz e o inegável carisma de seu baixista, um certo Gordon Matthew Sumner. Como naquele momento ele pensava em sair do Curved Air para investir em um trabalho próprio, deu o seu telefone para o tal músico, dizendo para visitá-lo quando por ventura fosse a Londres, onde Copeland morava naquela época.

Gordon, que então já era mais conhecido pelo apelido Sting, por sua vez estava cansado da rotina na sua cidade, e pretendia se mudar para Londres com seu grupo para tentar a sorte grande. Após um show de despedida de Newcastle no final de 1976, ele fez as malas e partiu, com a esposa Frances e o filho, esperando que os colegas de banda o seguissem, o que não ocorreu.

Enquanto morava na casa de uma amiga e buscava alternativas para sobreviver, Sting um dia se viu próximo do endereço de Copeland, e resolveu ligar para ele. Em uma “coincidência significativa”, descobriu que o orelhão de onde falava (estamos no início de 1977) ficava a apenas alguns metros da casa do baterista. Em questão de minutos, estavam frente a frente.

Não demorou para se enfiarem em uma jam session que demorou muito tempo. Logo, Copeland expôs seu plano de largar mão do rock progressivo para tentar alguma coisa com o espírito do punk rock, que vivia um momento efervescente na cena britânica. De quebra, imaginava incluir elementos de outro gênero musical então em ascensão, o reggae. Sting, também meio entediado com o jazz rock, curtiu a ideia. Nascia o The Police.

O baterista queria que a banda investisse no formato trio, e então chamaram pro time o guitarrista corso Henri Padovani, que tinha toda a panca de músico punk. No entanto, após algumas apresentações e a gravação de um single indie, com as músicas Fall Out e Nothing Achieving, ficou claro que o grupo não iria adiante com um músico tão limitado na guitarra.

Aí, outra “coincidência significativa” se incumbiu de trazer pro time o cara que faltava. Mike Howlett, ex-integrante da banda franco-britânica Gong, buscava um novo rumo pra sua carreira.

Ele convidou Sting, que também havia conhecido ao ver um show da Last Exit, para participar de uma nova formação que estava criando, intitulada Strontium 90, que marcaria presença em um show na França que reuniria os ex-integrantes do Gong, cada um com seus novos trabalhos e depois todos tocando juntos, no final do evento, que contou com mais de 6 mil fãs.

Sting conseguiu incluir Copeland na oportunidade. Howlett precisava de um guitarrista, e se lembrou de um certo Andy Summers, músico já veterano que havia tocado com Eric Burdon & The Animals, Soft Machine e Mike Oldfield, entre outros, e que voltara para a Inglaterra após alguns anos radicado nos EUA. Ele adorou a chance de se enturmar novamente em Londres.

Rapidamente, Sting e Copeland perceberam, após poucos ensaios com o Strontium 90, que Summers era o cara ideal para o The Police, embora cerca de 10 anos mais velho do que eles. Mas como se livrar do simpático Padovani? No início, convidaram o novo amigo para entrar no grupo, que então virou um quarteto durante algumas semanas.

Como o Strontium 90 logo saiu de pauta, Summers resolveu a parada com um ultimato: ou Henry saía, ou seria ele quem pularia fora. E como Copeland era apaixonado pelo formato trio, a decisão se tornou inevitável. E coube a Sting dar a triste notícia a Padovani, que depois tocaria com Wayne County e posteriormente montaria sua própria banda, The Flying Padovanis.

Desde o começo, o The Police teve como marcas a ambição e a ousadia. Embora tenham se valido do espírito e da energia do punk, nunca compartilharam do niilismo dos seus seguidores mais irados. A musicalidade sempre deu as cartas na banda, e isso ficou claro logo em seu álbum de estreia, Outlandos D’Amour (1978), com os hits Roxanne e So Lonely.

Em função da bagagem musical anterior e do extremo talento de seus integrantes, fica difícil dizer que o trio britânico evoluiu de disco para disco. Na verdade, eles já começaram em um patamar bem alto, e apenas foram ampliando horizontes em cada novo trabalho, acrescentando sonoridades e temas em suas letras, tendo Sting como principal compositor, mas com os outros dois vivendo bons momentos neste setor.

Por sua vez, com o apoio do irmão de Stewart, o empresário Miles Copeland III, a banda arregaçou as mangas e se mandou pra estrada. Sua primeira turnê foi bancada por eles próprios, sem o apoio da gravadora que os havia contratado, a A&M Records, que ficou espantada com a ousadia dos rapazes. E valeu a raça, pois do começo em clubes suspeitos eles foram evoluindo a cada novo ano e novo lançamento.

Após o grande sucesso de Ghost In The Machine (1981), que acrescentou teclados e metais à sonoridade da banda (tudo tocado por eles mesmos- all noises by The Police, como escreviam na contracapa de seus álbuns), ficou no ar o clima de que seu próximo lançamento os alçaria ao topo do mundo pop. E foi precisamento o que ocorreu.

Em 1982, o The Police não lançou um novo álbum, tendo apenas participado, com dois temas instrumentais, da trilha do filme Brimstone And Treacle (1982), que também trouxe faixas individuais de Sting, entre as quais I Burn For You e Spread a Little Happiness, esta última seu primeiro hit solo na Inglaterra no formato single.

Sting também atuou como ator em Brimstone And Treacle , e marcou presença na trilha de Party Party (1982). Stewart Copeland compôs as trilhas sonoras para o filme Rumble Fish (1983), de Francis Ford Copolla e o espetáculo de dança King Lear, do San Francisco Ballet. E Andy Summers gravou I Advance Masked (1982) com Robert Fripp, do King Crimson.

Após tantos trabalhos paralelos, o trio voltou a se reunir em dezembro daquele mesmo ano para as gravações de seu novo álbum, mais uma vez contando com a coprodução de Hugh Padgham (ele estreou no álbum anterior) e realizadas no Air Studios em Montserrat, no Caribe, e no Le Studio, em Quebec, Canadá. Foram seis semanas de trabalhos, período até curto para um trabalho com tanta expectativa.

Vale registrar que naquele 1982, em função de o The Police ter momentaneamente sumido de cena, outros grupos influenciados pela sua sonoridade aproveitaram o vácuo momentâneo e se deram bem, especialmente os australianos do Men At Work, que com seu álbum Business As Usual ficaram durante 15 semanas no topo da parada americana entre novembro daquele ano e fevereiro de 1983.

Antes das gravações, Sting tirou uns dias e foi para a Jamaica, onde ficou em uma casa que pertenceu ao escritor britânico Ian Fleming (1908-1964), o criador do célebre personagem James Bond. A ideia era poder se concentrar na composição de canções para o novo álbum. E ele precisava mesmo se isolar um pouco, pois vivia um momento dos mais conturbados em sua vida.

Por um lado, conseguiu finalizar uma longa e desgastante disputa com a editora Virgin referente aos direitos autorais de suas canções, devido a um contrato draconiano assinado ainda nos tempos de vacas magras. Do outro, encarou uma dolorosa separação de Francis, com quem teve dois filhos, para ficar com a também atriz Trudie Styler, vizinha e melhor amiga de Francis.

Sting também começou a ler muitos livros, o que o inspirou a fazer letras mais profundas. A soma disso tudo levou o artista a criar um conteúdo um pouco mais intelectualizado, algo que se consolidaria ainda mais na sua carreira-solo a partir de 1985.

Synchronicity foi concebido para o formato LP, e suas 10 faixas foram distribuídas em duas metades bem distintas.

O lado A abre e fecha com canções baseadas na teoria da sincronicidade. Synchroniticy I (ouça aqui) investe em fúria e muita energia, como uma espécie de introdução a tudo o que viria a seguir no disco.

Walking in your Footsteps (ouça aqui) dá início às surpresas do álbum, com uma sonoridade tribal e percussiva, com direito a sopros certeiros e uma letra na qual Sting ironiza o ser humano, analisando a extinção dos dinossauros e insinuando que esse poderá se tornar o mesmo caminho da destruição da raça humana, apesar de nossa evidente arrogância.

Oh My God (ouça aqui), outro belo exemplar da fusão reggae-rock do grupo, traz versos de Sting que não só questionam a relação com Deus como exigem algum tipo de ação do mesmo, atitude que certamente pode ter horrorizado os mais carolas. O ritmo é envolvente e dançante.

Mother(ouça aqui), composição de Andy Summers, traz o guitarrista gritando, digo, cantando de forma desesperada, como se estivesse no divã de um psiquiatra, tendo como tema a obsessão pela mãe, claramente inspirada no filme Psicose (1960), de Alfred Hitchcock. Experimentalismo dos bons.

A insegurança gerada pela Guerra Fria entre os EUA e a então União Soviética é abordada de forma bem-humorada e sarcástica em Miss Gradenko (ouça aqui), composição de Stewart Copeland com forte influência da música africana, vertente que o baterista exploraria de forma ainda mais intensa em seu ótimo álbum solo The Rhythmatist (1985).

A primeira parte do álbum é encerrada com Synchronicity II (ouça aqui), que aborda o tema da sincronicidade de uma forma mais apocalíptica, clima muito bem explorado em seu clipe, que flagra os três músicos em um navio típico dos piratas conduzido em plena tempestade. O single foi nº 16 nos EUA e nº 17 no Reino Unido.

Propositadamente ou não, o lado B de Synchroniticy traz quatro canções de Sting que, analisadas a posteriori, equivalem às primeiras amostras do que seria a carreira-solo dele, com um material mais próximo do soft rock.

O início fica por conta do maior hit da história do The Police, Every Breath You Take (ouça aqui), que no formato single se manteve por 8 semanas no topo da parada americana. Um clássico do rock, que merece uma análise mais apurada em torno de suas contradições.

A estrutura desta canção é muito simples, e lembra a do rock balada do finalzinho dos anos 1950, que gerou hits como Diana (Paul Anka) e Oh Carol (Neil Sedaka). Essa similaridade é marcada pelo brilhante e ao mesmo tempo simples arranjo de guitarra de Andy Summers, que dá um charme todo especial, assim como a batida quase marcial da bateria de Copeland.

A bela melodia e a interpretação empolgada de Sting explicam o porque o público nos quatro cantos do mundo abraçou esta como uma linda canção de amor apaixonado, sendo tocada em bailinhos e mesmo em casamentos. No entanto, se notarmos bem sua letra, veremos que não é bem assim.

Na verdade, Sting assume nesses versos o papel de um cara obcecado por uma mulher que o deixou, dando verdadeiros recados levemente sinistros nos versos, como se fosse um stalker que vigiaria até o fim dos tempos a ex-parceira. Ele garante que não se inspirou em fatos reais, mas quem não acreditar nele não pode ser ironizado ou avacalhado…

Acredito não ter sido uma “coincidência significativa” o fato de Sting ter composto e gravado no seu álbum solo The Dream Of The Blue Turtles (1985) a sensacional If You Love Somebody Set Them Free (ouça aqui), cuja letra defende exatamente o contrário do hit anterior.

A forte carga emocional gerada pela sua separação certamente inspirou a faixa mais forte nesse aspecto do álbum, King Of Pain (ouça aqui). Ela se alterna entre um clima ora tenso e lento, ora de verdadeiro desabafo.

No formato single, King Of Pain foi o 2º maior hit do álbum, atingindo o 3º lugar nos EUA e um mais humilde 17º posto no Reino Unido. Um dos momentos mais aguardados dos shows da turnê Synchronicity era quando Stewart Copeland iniciava a música tocando vibrafone e saía correndo rumo à bateria, sem perder um único compasso e arrancando aplausos do público.

Wrapped Around Your Finger (ouça aqui), com seu clima sonoro introspectivo e reflexivo, traz como tema um tenso e cerebral duelo entre um mestre e seu discípulo, inspirada no pacto com o diabo do personagem mitológico alemão Fausto, celebrizado pela peça de Goethe. O clipe, com suas inúmeras velas, dá uma ambientação excelente para tal canção, que foi nº 8 nos EUA e nº 7 no Reino Unido, no formato single.

A versão original de Synchronicity é encerrada por Tea In The Sahara (ouça aqui), com seu espírito minimalista, andamento hipnótico e letra baseada no livro The Sheltering Sky (1949), de Paul Bowles. Essencialmente, fala sobre promessas não cumpridas. O livro foi adaptado para o cinema em 1990 por Bernardo Bertolucci e exibido no Brasil como O Céu Que Nos Protege.

As sessões de gravação de Synchronicity geraram mais três faixas muito boas, que vieram à tona inicialmente como lados B de singles e depois foram incluídas na espetacular e essencial caixa com 4 CDs Message in a Box- The Complete Recordings (1993).

Murder By Numbers (ouça aqui), belíssima e com sofisticada estrutura jazzística escrita em parceria por Sting e Andy Summers, foi incluída na versão em CD do álbum como a faixa de nº 11.

Someone To Talk To (ouça aqui) é de Andy Summers e traz como curiosidade o fato de Sting ter se recusado a cantá-la por não curtir a letra, algo que deixou o guitarrista (que teve de se incumbir da tarefa, com categoria, vale ressaltar) um pouco ressentido. Outra parceria de Sting com Andy Summers, Once Upon a Daydream (ouça aqui) envolve com sua linda melodia e uma interpretação doce e sutil do baixista.

A turnê de divulgação de Synchronicity foi até o início de 1984 e se tornou a mais bem-sucedida daquele período, com direito a um show em 18 de agosto de 1983 no Shea Stadium para cerca de 70 mil pessoas, quase 20 mil a mais do que o mitológico show dos Beatles no mesmo local em 1965. Foram 105 apresentações, realizadas de 23 de julho de 1983 a 4 de março de 1984 nos EUA, Europa, Austrália e Ásia.

O espetacular show em Atlanta foi registrado e lançado em VHS em 1984 com o título Synchronicity Live Atlanta 1983 (1984) e em versão remasterizada em DVD e com faixas adicionais em 2005, como Synchronicity Concert. No palco, a banda teve para auxiliá-los as backing vocalists Michelle Cobb, Tessa Niles e Dolette McDonald.

Quem poderia imaginar que Synchronicity seria o último disco de estúdio do The Police? Desde o seu lançamento, a banda fez em 1986 um pocket show para a Anistia Internacional e uma regravação de Don’t Stand So Close To Me. Em 2006 e 2007, realizaram uma turnê mundial, mas sequer foi cogitado gravar um novo álbum. Bem, ao menos acabaram no auge.

Ouça Synchronicity na íntegra em streaming:

Victor Biglione dá aula de rock em Classic Rocks From Brazil

victor biglione nandochagas-400x

Por Fabian Chacur

Muitos músicos e grupos brasileiros se metem a tocar os clássicos do rock internacional. Alguns conseguem interpretações muito próximas das originais, no melhor estilo copiar nota por nota. Nada contra. Agora, reler essas canções e colocar sua assinatura musical própria nelas, sem as descaracterizar, aí é tarefa para poucos e bons. E Victor Biglione já provou há muito que integra essa restrita confraria, como fica evidente mais uma vez em seu mais recente álbum, o excelente Classic Rocks From Brazil, distribuído pela Tratore e disponível nos formatos CD e digital. É coisa de quem entende do assunto e tem ferramental técnico e artístico para realizar tal tarefa de forma impecável.

Nascido na Argentina em 22 de fevereiro de 1958 e radicado no Brasil desde 1964 (naturalizou-se brasileiro nos anos 1980), este guitarrista, cantor, compositor e produtor tem um currículo profissional do tipo lista telefônica de antigamente. Já acompanhou em shows e em CDs gente da estirpe de Belchior, Beto Guedes, Caetano Veloso, Cássia Eller, Chico Buarque, Gal Costa, Elis Regina, Ivan Lins e muitos, mas muitos outros mesmo.

Além de ter integrado de 1982 a 1984 o grupo A Cor do Som, Biglione gravou álbuns em parceria com Andy Summers, Wagner Tiso e Marcos Valle, além de desenvolver uma carreira-solo repleta de momentos significativos.

Antes de realizar tudo isso, estudou nos EUA e também com alguns dos melhores guitarristas brasileiros, o que lhe deu uma bagagem teórica que se mostrou bastante valiosa na hora de encarar as mais diversas sonoridades durante essas mais de quatro décadas de estrada.

Nessa sua incursão pelo chamado classic rock, Victor nos dá uma verdadeira aula de guitarra, esbanjando timbres belíssimos de instrumentos e indo desde solos velozes e agressivos até aquelas notas choradas e bem sustentadas, típicas do blues. O nível de execução dele é simplesmente brilhante, sem se limitar a apenas uma forma de atuar. E seu bom gosto é também admirável, nunca se permitindo o tecnicismo puro e respeitando a beleza de cada canção que toca.

O repertório de Classic Rocks From Brazil inclui 12 faixas, sendo duas de Jimi Hendrix, duas dos Rolling Stones (de seu antológico álbum Beggars Banquet, de 1968), uma de Peter Green/Billy Cobham, três autorais, uma do Deep Purple, uma do jazzista Larry Corryell e uma de cada dos seminais bluesmen John Lee Hooker e Johnny Winter. As suas são fantásticas, e a escolha das releituras busca pérolas nada óbvias dos repertórios de cada artista selecionado.

Nas faixas Stray Cat Blues, No Expectations, Serves To Right To Suffer e I Love Everybody, o vocal principal fica a cargo da poderosíssima Vera Negri, que solta a voz sem medo de ser feliz e faz um belo contraponto com a guitarra do mestre de cerimônias deste álbum. Parceria que merece um CD completo um dia desses.

Jam Back At The House/We Gotta Live Together tem o próprio Victor no vocal principal, sendo que as outras sete gravações são centradas na parte instrumental. O velho amigo e parceiro Andy Summers marca presença em um belo duelo de violões na faixa 1+2 Blues. O elenco de músicos, todos ótimos, varia de faixa para faixa, incluindo feras como Sérgio Della Mônica, André Tandeta e Roberto Alemão, entre outros.

As composições próprias Copacabana Balcony Bar Blues, Latin Texas e Psychodelic Frisco 67 se encaixam muito bem dentro desse contexto, e mostram como Biglione se sente à vontade tocando rock com forte tempero de blues.

Classic Rocks From Brazil é daqueles trabalhos para se curtir a todo momento, especialmente por quem deseja ouvir novas nuances de grandes músicas de classic rock internacional, além de algumas novidades nessa mesma área. Além de deixar o ouvinte muito a fim de ouvir Victor Biglione tocando esse repertório ao vivo, onde as faíscas certamente incendiarão o público sedento por rock visceral e de qualidade incontestável.

Ouça Classic Rocks From Brazil em streaming:

Andy Summers toca em SP na companhia de Rodrigo Santos

andy summers e rodrigo santos-400x

Por Fabian Chacur

Uma dupla de integrantes de bandas famosas é a atração desta quarta-feira (19) às 21h30 em São Paulo no Bourbon Street (rua dos Chanés, 127- Moema- fone 0xx11-5095-6100), com ingressos de R$ 75,00 a R$ 110,00. São eles Andy Summers, do The Police, e Rodrigo Santos, do Barão Vermelho e também conhecido por sua atuação com o Kid Abelha. Tipo da reunião bem interessante.

O guitarrista britânico vem se notabilizando por suas constantes passagens pelo Brasil nos últimos anos, sempre para trabalhos com músicos brasileiros ou radicados por aqui, como Roberto Menescal, Fernanda Takai e Victor Biglione. Vale lembrar que, além de duas visitas ao país com o The Police (1982 e 2007), ele inaugurou a segunda encarnação do extinto Projeto SP em 1987 ao lado de Stanley Clarke, Stewart Copeland e Debra Holland.

Por sua vez, o baixista e cantor Rodrigo Santos possui um currículo dos mais invejáveis. Além de tocar há mais de 20 anos no atualmente em férias (permanentes?) Barão Vermelho, participou de shows e gravações constantes com o Kid Abelha e também atuou ao lado de Lobão e João Penca & Os Miquinhos Amestrados, tendo uma produtiva carreira solo.

O repertório do show será uma mescla de músicas dos grupos que tornaram os dois músicos famosos. Maravilhas do naipe de Roxanne, Every Little Thing She Does Is Magic, Synchronicity II, So Lonely, Message in a Bottle, Maior Abandonado, Pro Dia Nascer Feliz e Por Você. O show também inclui outro integrante do Barão Vermelho, o guitarrista Fernando Magalhães, e o experiente baterista Kadu Menezes.

Message In a Bottle (live)- Rodrigo Santos e Andy Summers:

Synchronicity II (live)-Rodrigo Santos e Andy Summers:

Every Little Thing She Does Is Magic– Rodrigo Santos e Andy Summers:

Andy Summers tocará em SP com baixista Rodrigo Santos

rodrigosantosandysummers-400x

Por Fabian Chacur

Andy Summers tem feito boas parcerias no Brasil. Em nosso país, ele já gravou com Roberto Menescal, Fernanda Takai (do grupo Pato Fu) e o argentino radicado por aqui Victor Biglione. Agora, ele fará shows ao lado de Rodrigo Santos, baixista do Barão Vermelho. Em São Paulo, a dupla tocará no dia 18 de novembro (terça-feira) às 21h30 no Bourbon Street (rua dos Chanés, 127- Moema- fone 5095-6100), com ingressos custando de R$ 75,00 a R$ 110,00 (www.ingressorapido.com.br).

Tudo começou em 2013, quando Summers, conhecido mundialmente por seu trabalho com o The Police, deu uma canja no show que Rodrigo fazia no Rio com o seu grupo Os Lenhadores. A empatia entre eles foi tão boa que ficou no ar a possibilidade de uma colaboração mais efetiva, o que está ocorrendo agora. Desta vez, o guitarrista virá para tocar o velho e bom rock and roll.

Além do músico britânico na guitarra e de Rodrigo Santos no baixo e vocal principal, estarão em cena o guitarrista Fernando Magalhães, também do Barão Vermelho, e o baterista Kadu Menezes, que tocou com Rodrigo no Kid Abelha. A principal curiosidade do show fica por conta da inclusão de uma composição inédita feita pelos dois novos parceiros, intitulada Me Dê Um Dia a Mais.

O repertório mesclará músicas do The Police como Every Little Thing She Does Is Magic, Message In a Bottle, Synchronicity e So Lonely com clássicos do Barão Vermelho do naipe de Maior Abandonado, Pro Dia Nascer Feliz, Por Você e Exagerado, entre outras. Um show que tem tudo para ser bastante interessante e pra cima.

Message in a Bottle– Rodrigo Santos & Os Lenhadores e Andy Summers (ao vivo):

Fernanda Takai e Andy Summers lançarão CD

Por Fabian Chacur

Já está sendo finalizado o álbum que reunirá Fernanda Takai e Andy Summers. Se tudo correr como se espera, Fundamental, o CD, chegará ao mercado em julho, em lançamento do selo DeckDisc que chegará às lojas brasileiras e também no Japão, EUA e em diversos países europeus.

O álbum do ex-guitarrista do The Police e da cantora do Pato Fu trará 11 músicas, sendo seis delas em inglês e cinco com letras em português assinadas por Fernanda, seu marido John Ulhôa (também do Pato Fu) e Zélia Duncan.

Fundamental, Chuva no Oceano (Teardrops In The Sea), Sorte no Amor (Music In Darkness), Pra Não Esquecer (I Remember), No Mesmo Lugar (Here I Am Again) são algumas das faixas incluídas nesse trabalho, que irá além do clima bossa nova.

Além de Fernanda nos vocais e Summers no violão e guitarra, o álbum conta com as participações do percussionista brasileiro Marcos Suzano e do baixista americano Abraham Laboriel Senior, que além de músico experiente e presença constante nas gravações dos grandes nomes da música de lá é também pai do baterista Abraham Laboriel Jr, há quase 10 anos na banda de apoio de Paul McCartney.

As gravações tiveram como local o estúdio de Andy Summers, localizado em Venice Beach, espécie de bairro da cidade de Los Angeles. A foto que ilustra este post mostra a dupla no local, considerado um dos mais belos do litoral daquela região.

Veja Fernanda Takai e Andy Summers conversando nos bastidores de um show:

Andy Summers e Fernanda Takai gravarão CD

Por Fabian Chacur

De um lado, a cantora do Pato Fu, que iniciou carreira solo paralela com um belo tributo a Nara Leão. Do outro, o ex-guitarrista do The Police, uma das bandas mais bem-sucedidas da história do rock. O resultado dessa parceria será um álbum em dupla, previsto para sair ainda no primeiro semestre. A foto da dupla foi feita por Bruno Descaves.

Fernanda Takai, a intérprete, recebeu o convite de Andy Summers, o guitarrista, meses após os dois terem se conhecido através de Roberto Menescal, um dos papas da bossa nova e parceiro do músico britânico no DVD United Kingdom Of Ipanema.

A estrelinha mineira participou do DVD, e desde então ficou no ar o clima para que uma colaboração entre ela e Summers rolasse. A sempre simpática Fernanda explica:

“Dois anos depois de conhecê-lo, fiquei sabendo que Andy tinha composto várias canções pensando na minha voz. Ele é profundamente influenciado pela bossa nova e queria fazer um álbum que refletisse isso. Pensei que faria apenas uma participação especial, mas ele me convidou para ajudar na seleção do repertório e para cantar em todas as faixas”.

O álbum será gravado em breve na cidade de Santa Monica, California, no estúdio do próprio Andy, e contará com as participações do brasileiro Marcos Suzano na percussão e do baixista Abraham Laboriel. Este último é o pai de Abraham Laboriel Jr., atual baterista da banda de Paul McCartney.

Ainda sem título definido, o trabalho sairá no Brasil através da gravadora Deck, e deve chegar às lojas do Japão, Estados Unidos e de alguns países europeus.

Veja dois vídeos curtos sobre a parceria Takai/Summers:

DVD registra The Police ao vivo em 1980

Por Fabian Chacur

Em 11 de janeiro de 1980, o The Police que tocou na cidade alemã de Hamburgo ainda era uma banda em ascensão no mundo do rock. E é esse momento que temos registrado no DVD Live In Hamburgo, 1980, lançado no Brasil pelo selo NFK a preços populares. Eu paguei R$ 15 no meu, nas lojas Americanas.

Naquela época, Sting (vocal e baixo), Andy Summers (guitarra e vocais) e Stewart Copeland (bateria e vocais) tinham dois discos em seu currículo, os ótimos Outlandos D’Amour (1978) e Regatta De Blanc (1979).

O trio britânico fazia muitos shows onde fosse possível, e isso lhes deu um entrosamento absurdo. Esta performance deles foi registrada para o programa da tevê alemão Rock Palast, que a exibiu naquele ano.

O repertório inclui sete faixas de Outlandos…, cinco de Regatta… e duas lançadas em singles (Fall Out e Visions Of The Night). Como o lugar era pequeno, os músicos são registrados bem de perto, o que dá especialmente aos closes uma qualidade bem legal de imagem. O áudio é ótimo.

O desempenho do The Police ao vivo sempre foi eletrizante, e Live In Hamburg 1980 é um belo documento desses anos iniciais do grupo. O tesão com que eles tocam é contagiante, com direito a improvisos que não se perdem em excessos ou autoindulgência.

Entre outras, eles arrasam em clássicos perenes de seu repertório como So Lonely, Walking On The Moon, Message In a Bottle, Roxanne e Can’t Stand Losing You.

Embora não creditada no encarte do DVD, Can’t Stand Losing You é tocada em esquema de pot-pourry com a eletrizante Regatta De Blanc inserida no seu miolo. Aliás, um dos poucos problemas do DVD fica por conta das legendas.

Da faixa 2 à 12, as legendas feitas no Brasil (que incluem The Police e o nome da canção em seguida) estão sempre uma canção adiantada, conflitando com as legendas originais, que por sua vez erram o nome de uma música.

Afora esse pequeno incômodo, The Police Live In Hamburg 1980 é um vídeo sensacional de uma das melhores bandas de rock de todos os tempos.

Confissão: uma de minhas grandes frustrações foi não tê-los visto no Brasil em suas duas visitas por aqui, em 1982 e 2007, ambas apenas no Rio.

Vi Sting solo três vezes (1987, 1988 e 1994) e um show (em 1987) do Animal Logic, grupo integrado por Copeland, Summers, o genial baixista Stanley Clarke e a cantora Debra Holland. Fazer o que? Tirar a diferença curtindo seus DVDs, incluindo este aqui.

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑