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Autobiografia mostra agitada vida do astro Jerry Lee Lewis

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Por Fabian Chacur

Dos integrantes da primeiríssima geração do rock and roll, nos anos 1950, Jerry Lee Lewis pode ser considerado um dos mais alucinados, no melhor sentido da palavra. Ele, que completou 80 anos de idade em 29 de setembro de 2015, lançou em parceria com o jornalista americano Rick Bragg a autobiografia Jerry Lee Lewis- Sua Própria História (Edições Ideal), um livro simplesmente delicioso, repleto de histórias incríveis.

O livro, extremamente bem escrito por Rick Bragg, com texto fluente e muito bom de se ler, traz como base longas entrevistas concedidas pelo roqueiro americano ao autor. O rico material é complementado por elementos extraídos de outras fontes, e não cai no clima “chapa branca”, pois não se furta de tocar em temas complicados da conturbada vida de Lewis, como os inúmeros casamentos e a morte precoce de filhos.

A trajetória de Jerry Lee Lewis é simplesmente incrível, e é contada em ricos detalhes no livro. Da infância atribulada ao encontro com a música gospel, seguido pela paixão pelo blues e outras vertentes da música negra, o cara aos poucos se tornou um cantor e pianista de estilo inconfundível. Compunha pouco ou quase nada, mas como poucos soube reler canções alheias com originalidade e energia, tornando-as suas.

Boa parte do conteúdo se concentra nos anos formativos e na fase áurea do sucesso inicial do roqueiro, entre 1957 e 1958, quando hits como Whole Lotta Shakin’ Going On, Great Balls Of Fire e Breathless invadiram as paradas de sucesso de todo o mundo. A fase áurea na mitológica Sun Records, o relacionamento com seu dono, o visionário Sam Phillips, e a amizade com Elvis Presley são detalhadas com esmero.

O casamento com a prima Myra, de apenas 13 anos, algo comum na família de Jerry Lee Lewis, bagunçou sua carreira quando de sua primeira turnê pela Inglaterra, em 1958. Viriam anos difíceis, que só seriam superados a partir de 1968, quando o cantor enveredou com sucesso pela música country, tornando-se um campeão de vendagens no estilo, que ajudou a inovar com sua criatividade.

A franqueza de Lewis ao comentar cada episódio de sua conturbada vida é impressionante. Ele, inclusive, afirma que o fato de nunca ter escondido nada das pessoas em termos de vida pessoal certamente lhe trouxe muitas dores de cabeça, ao contrário de amigos como Elvis, que se cercavam de pessoas especializadas em ocultar e não divulgar fatos mais obscuros de suas vidas, só conhecidos posteriormente.

Detalhes sobre shows e gravações também estão incluídos na autobiografia, que serve como uma bom relato de como o nosso amado rock and roll surgiu, e também das dificuldades vividas por seus pioneiros, que pagaram caro por ajudar a inventar esse incrível estilo musical. Tipo do livro indispensável para roqueiros de todos os quilates, e também para quem curte boas histórias. E pensar que o cara está ainda aí, firme, na ativa…. Um milagre!

Great Balls Of Fire– Jerry Lee Lewis:

Breathless– Jerry Lee Lewis:

Whole Lotta Shakin’ Going On– Jerry Lee Lewis:

Cinco momentos decisivos do rock – anos 50

Por Fabian Chacur

O rock and roll é um ritmo mestiço por natureza, pois surgiu da mistura de diversos outros estilos musicais, como o rhythm and blues, o hillbilly, o blues, o jazz, o country, a música latina e muito, mas muito mais mesmo.

Pode-se dizer que essa estilo musical sempre associado aos jovens vinha nascendo desde a década de 40, pelo menos. Mas foi durante os anos 50 que ele, assim como o termo rock and roll, se tornaram conhecidos em todo o mundo.

Conheça cinco momentos fundamentais para a solidificação desse gênero que todos amamos, durante os anos 50.

Rock Around The Clock, com Bill Haley & The Comets, atinge o primeiro lugar na parada americana, em 9/7/1955:

O single do já então veterano cantor e guitarrista Bill Haley relê à sua moda uma canção já gravada anteriormente, sem sucesso, e se torna o primeiro rock a pontear a parada de sucessos mais importante do mundo. Melhor: não só é considerada como o momento inicial da chamada Rock Era, como também abriu as portas para que, posteriormente, outros roqueiros também invadissem a praia pop.

 

Elvis Presley assina em 22/11/1955  com a gravadora RCA, que com sua força torna o cantor um fenômeno mundial:

Graças aos discos que gravou pela pequena Sun Records, Elvis Presley já era um fenômeno em termos artísticos. Só faltava ser reconhecido pelo grande público. Animada com o estouro de Bill Haley, a conservadora RCA resolveu se arriscar com o iniciante rock and roll e contratou o jovem cantor. Acertou em cheio desde o primeiro lançamento com ele, Heartbreak Hotel, que chegou ao número 1 nos EUA em 21/4/1956. O rock ganhava o seu rei.

 

A rock ballad My Prayer, com o grupo vocal The Platters, chegava no dia 4/8/1956 ao 1º lugar na parada americana:

Com esta balada belíssima, os Platters foram o primeiro grupo negro a conseguir pontear a parada americana. Mais: mostrou que a vertente romântica do rock and roll também tinha não só muito potencial comercial, como também era extremamente importante em termos artísticos e criativos. O doo-wop abria as portas para a Motown, Stax, Ray Charles e muitos mais outros astros da black music.

 

That’l Be The Day , com Buddy Holly And The Crickets, chegou ao 1º lugar nos EUA em 23/9/1957 :

Buddy Holly foi o primeiro músico jovem a atingir o primeiro lugar na parada americana, ao lado da banda que liderava, os Crickets. Os jovens começavam a colocar as suas manguinhas de fora e a se mostrar aptos a dominar as paradas de sucesso. Holly foi um dos mais criativos e bem-sucedidos músicos da sua geração, emplacando um hit atrás do outro durante seu breve tempo de vida.

 

Morrem em acidente aéreo, em 2/2/1959, os astros do rock Buddy Holly, Richie Valenz e The Big Bopper:

O terrível acidente que nos levou Holly, Richie Valenz (dos hits La Bamba e Donna) e Bopper (de Chantilly Lace) somou-se a um momento péssimo para os roqueiros originais (Jerry Lee Lewis, Chuck Berry, Elvis etc) e foi definido em 1971, no hit American Pie, de Don McLean, como “o dia em que o rock morreu”. Uma espécie de ponto final da primeira fornada do rock. Viriam outras, felizmente!

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