Por Fabian Chacur

Lançado originalmente em novembro de 1968 pela Apple (a gravadora dos Beatles), o álbum James Taylor marcou a estreia de um dos grandes nomes da história da música pop.

Com produção a cargo de Peter Asher, que ficou famoso como integrante da dupla Peter & Gordon, o disco não fez grande sucesso comercial na época, mas foi o prenúncio de que um artista de muito talento estava entrando em cena.

Durante longos 24 anos, esse disco ficou longe das lojas, sendo uma raridade disputada a tapa por fãs como eu, que vibrei em 1984 ao finalmente ter uma cópia importada do mesmo. Em 1994, tive a honra de tê-lo autografado pelo próprio. U-hu!

Em CD, o disco foi editado pela primeira vez no início dos anos 90. Agora, chega a vez de uma caprichada reedição no formato digipack, com direito a quatro faixas bônus e encarte luxuoso. É a edição definitiva, sem a menor dúvida.

A sonoridade do disco peca um pouco por exageros na produção, com instrumentos demais em algumas faixas. No entanto, isso é nada, comparado à qualidade das canções e das interpretações do cantor, compositor e violonista americano, então com 20 anos.

O repertório era tão bom que várias das canções seriam regravadas posteriormente e com sucesso pelo autor, como Carolina in My Mind, Something in the Way She Moves, Night Owl e Rainy Day Man.

Uma das marcas do disco são pequenas vinhetas instrumentais entre uma canção e outra, todas delicadas e muito agradáveis de serem ouvidas.

Além das faixas citadas, temos aqui outros momentos bem interessantes, como Don’t Talk Now, Something’s Wrong, Sunshine Sunshine (a minha favorita) e Brighten Your Night With My Day.

Paul McCartney e George Harrison marcam presença em Carolina in My Mind. Harrison, por sinal, usou o título de uma das músicas deste disco como os versos de abertura de sua composição mais famosa, Something.

As quatro faixas bônus são sensacionais. Temos aqui duas belas demos do tipo voz e violão de Carolina in My Mind e Sunshine Sunshine gravadas na Inglaterra em 1968.

As outras duas são Sunny Skies e Let Me Ride, gravadas em 1969 nos Estados Unidos e bem mais próximas da sonoridade que Taylor mostraria no ano seguinte, no seminal Sweet Baby James.

Vale destacar o hilariante visual usado por James Taylor na capa do álbum, digno de ser copiado pelo cantor cearense Falcão…

O encarte traz ótimos textos de Peter Asher e Andy Davis, além de ficha técnica completa, sendo que as letras aparecem na capa interna.

Ouça Carolina in my Mind ao vivo em 1970: