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The Struts toca ao vivo com o guitarrista Tom Morello-veja

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Por Fabian Chacur

As coisas não andam lá essa maravilha para o rock em termos de mídia e de paradas de sucesso, atualmente dominadas no exterior por r&b, música eletrônica, rap e, no Brasil, por sertanejo, fúnc carioca e outros estilos. No entanto, existem esperanças de que a situação possa mudar um pouco. E uma das bandas que parece ter fôlego para equilibrar as coisas para os roqueiros é a britânica The Struts. Eles postaram no Youtube uma bela gravação ao vivo de Dancing In The Dark, megahit de Bruce Springsteen, na qual contaram com a participação de Tom Morello (Rage Against The Machine, Audioslave etc).

Morello não é daqueles caras que toca com qualquer um, o que dá uma ideia de como essa parceria é bacana para o quarteto inglês. A dobradinha rolou em um show recente realizado no The Basement East, em Nashville, durante turnê dos caras pela terra de Barack Obama. Uma bela performance, com direito a solos inspirados do excelente guitarrista e ativista americano.

Criado na Inglaterra em 2009, o The Struts mantém a mesma formação desde 2012, que é Luke Spiller (vocal), Adam Slack (guitarra), Jed Elliot (baixo) e Gethin Davies (bateria), todos beirando os 30 anos de idade. Seu primeiro álbum, Everybody Wants (2014), traz o hit Put Your Money On Me (ouça aqui).

Antes de lançar um novo álbum, os roqueiros ingleses tiveram a oportunidade de abrir shows para bandas do primeiríssimo time do rock mundial, como Rolling Stones (2014, em Paris), Guns N’ Roses (2016, em San Francisco), The Who (2017) e Foo Fighters (2017). Com a banda de Dave Grohl, Spiller ainda teve a oportunidade de participar em um show dos FF de uma releitura de Under Pressure, do Queen, que ficou muito simpática.

Em outubro de 2018, enfim saiu o segundo álbum dos Struts, Young & Dangerous, que aos poucos vai conquistando novos fãs. Faixas incendiárias como Primadonna Like Me (ouça aqui), In Love With a Camera (ouça aqui) e especialmente Body Talks, esta última com participação especial da cantora Kesha (ouça aqui), tem pinta de que podem impulsionar o quarteto rumo a um patamar mais alto no cenário musical atual.

E qual o mérito dos Struts para merecer a sua atenção, roqueiro amigo? Eles não estão reinventando a roda ou coisa semelhante. Apenas e tão somente investem, com muita energia e personalidade, em em um estilo roqueiro que traz influências de Queen, The Darkness, The Sweet (de quem eles regravaram Ballroom Blitz para a trilha do filme Edge Of Seventeen, de 2006- ouça aqui).

É um som pra cima, divertido, ardido e despretensioso, com ótimos backing vocals. E Luke Spiller canta muito bem e esbanja carisma, com um quê de Freddie Mercury, obviamente guardadas as devidas proporções. Pura diversão!

obs.: na sessão covers, também temos uma releitura bem bacana de Royals, o maior sucesso da jovem cantora Lorde (ouça aqui).

Dancing In The Dark (live)- The Struts e Tom Morello:

Chris Cornell, ou mais um dos grandes que nos deixa cedo

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Por Fabian Chacur

Em pleno caos político que vive o Brasil nesse exato momento, os fãs de rock estão vivenciando mais um duro luto. Chris Cornell, 52 anos, foi encontrado morte nesta quarta (17) no banheiro de um hotel em Detroit, EUA, horas após ter feito um show com o Soundgarden, banda que o tornou famoso mundialmente. Há indícios de que possa ter sido suicídio. Uma perda irrecuperável, de um artista que estava na ativa e ainda poderia nos proporcionar muita coisa.

Nascido em Seattle no dia 20 de julho de 1964, Cornell foi um dos nomes mais importantes da cena musical que ajudaria a resgatar o rock dos porões rumo ao topo das paradas de sucesso novamente. Criada em 1984, sua banda principal, a Soundgarden, foi a primeira da cena do que se convencionou chamar de grunge a assinar com uma grande gravadora, em 1988. O grupo começou a firmar seu nome no mainstream rock com Badmotorfinger (1991), um álbum furioso e com músicas do porte de Outshined e Rusty Cage.

Mais ou menos na mesma época de Badmotorfinger, também saiu Temple Of The Dog, álbum no qual ele homenageou o amigo Andrew Wood (1966-1990), morto por uma overdose de heroína, e teve a seu lado músicos que a seguir formariam o Pearl Jam e também um colega do Soundgarden. Um trabalho que ficou marcado na história do rock não só pelo tributo em si, mas também graças à qualidade de suas músicas.

Dos grupos do núcleo do grunge, o Soundgarden era o com mais influência do heavy metal, especialmente do Black Sabbath, e o vozeirão de Cornell se encaixava feito luva nesse panorama. Com Superunknown (1994), o grupo atingiu o topo da parada americana, e se mostrava um pouco mais melódico, com canções como Black Old Sun e Spoonman. Após lançar Down On The Upside (1996), no entanto, o grupo entraria em crise e a separação se tornaria o passo a seguir, tomado em 1997.

No período em que o Soundgarden ficou fora de cena, Chris Cornell apostou na versatilidade como proposta. Lançou três álbuns-solo bem diferentes entre si, Euphoria Morning (1999), Carry On (2007) e Scream (2009), sendo que no último ousou ao investir em r&b pop e com produção a cargo do badalado Timbaland. Outro trabalho individual sairia em 2015, Higher Truth, além do ao vivo Songbook (2011).

De 2001 a 2007, ele também integrou o Audioslave, grupo que era uma espécie de Rage Against The Machine com Cornell na vaga do cantor Zack de La Rocha. O quarteto lançou três álbuns, sendo o melhor o autointitulado trabalho de estreia, lançado em 2002 e trazendo canções intensas como Cochise, Like a Stone e Show Me How To Live. O supergrupo acabou quando o Rage original resolveu seguir adiante, e seu cantor voltou à carreira-solo.

O Soundgarden fez a alegria dos fãs em 2010 ao anunciar o seu retorno, coroado com um álbum de inéditas, King Animal, lançado em 2012. Atualmente, a banda estava em turnê, e é uma pena ver Cornell sair de cena de forma tão prematura e trágica. Seu vozeirão, carisma e talento, que o público brasileiro teve a chance de conferir em shows solo e com o Soundgarden, ficarão marcados na memória de todos.

Like a Stone– Audioslave:

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