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Andy Gibb, astro pop que não aguentou o peso do estrelato

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Por Fabian Chacur

No dia 5 de agosto de 1988, Andy Gibb completou 30 anos de idade. Embora ainda bem jovem, já tinha vivido muito, e intensamente. Sucesso, consagração, badalação, vício, insegurança, problemas de saúde… Tudo foi muito intenso para ele. Tanto isso é verdade que, apenas cinco dias após se tornar trintão, o cantor e compositor britânico nos deixou, em um triste 10 de agosto daquele mesmo ano. Se a história acaba mal, o legado musical que ele nos deixou não poderia ter sido melhor.

A história de Andy Gibb é repleta de curiosidades e momentos bacanas. Ele nasceu na cidade inglesa de Manchester em 5 de agosto de 1958, o filho mais novo do casal Hugh e Barbara Gibb, que também gerou Lesley, Barry e os gêmeos Robin e Maurice. O fraldinha da companhia tinha apenas seis meses quando a família resolveu se mudar para a Austrália em busca de dias mais fartos e vitoriosos naquele lado do mundo.

Quando os Gibb voltaram à Inglaterra, em 1967, Barry, Robin e Maurice eram estrelas do pop-rock australiano, como integrantes dos Bee Gees e a ambição de conquistarem o Reino Unido e, na sequência, o mundo todo. Deu certo. Tanto que em pouco tempo o trio ganhou a idolatria de um contingente enorme de fãs, o que levou Hugh e Barbara a buscarem um lugar mais tranquilo para criarem seu filho caçula, já que Lesley ficou na Austrália e os outros já estavam voando com as próprias asas.

Em 1970, já vivendo em Ibiza, Ilhas Baleares (ao leste da Espanha), Andrew Roy Gibb (seu nome de batismo) começou a dar vasão a sua veia musical, cantando em bares na cidade e se acompanhando com o violão que ganhou de Barry. Ao voltarem ao Reino Unido em 1973, para morar na Ilha de Man, a família Gibb viu seu caçula montando pequenos grupos musicais. Quando ficou claro que o garoto realmente tinha talento, Barry resolve dar um conselho ao maninho.

Na opinião do filho mais velho dos Gibb, Andy poderia desenvolver melhor seu potencial na Austrália, onde não sofreria tanta pressão da mídia. Em 1974, ele foi para lá, e em 1975, após algumas tentativas, assinou com o pequeno selo local ATA Records e lançou o single Words and Music, um belo hit na terra dos cangurus. Aí, entrou na parada Robert Stigwood, empresário dos Bee Gees e dono da gravadora RSO.

Quando sentiu o potencial de Andy, Stigwood resolveu contratá-lo, o que se efetivou em 1976. Na época, os Bee Gees estavam mudando a sua base para Miami, Flórida, e foi para lá que o cantor se mudou. Antes, ficou uns dias nas Ilhas Bermudas, na casa de Stigwood e com o irmão Barry, com o intuito de compor músicas para o seu primeiro álbum.

Cercado por um elenco de músicos do primeiríssimo time sob o comando do genial tecladista, produtor e arranjador Albhy Galuten, um dos nomes fundamentais para a criação da fase rhytmn’ and blues/disco dos Bee Gees, Andy gravou um belíssimo álbum de estreia. Flowing Rivers saiu em 1977, e foi antecedido por um single de sucesso absurdo, I Just Want To Be Your Everything, que chegou ao primeiro lugar na parada americana.

O álbum atingiu o 19º posto na parada ianque e traz dez faixas, sendo nove composições dele (sendo duas parcerias com Galuten e uma com Barry) e uma só de Barry, exatamente o hit funky I Just Want To Be Your Everything. Também lançada em single, (Love Is) Thicker Than Water atingiu o primeiro lugar nos EUA e foi escrita por Andy e Barry. Outro momento incrível do álbum é a canção country Flowing Rivers, essa só do Gibb fraldinha.

Embora com diversas similaridades com o estilo que os Bee Gees desenvolviam na época, Andy não soava como um mero diluidor do trabalho deles. Muito longe disso. Com uma voz doce e capaz de valorizar as melodias bacanas disponíveis, ele se mostrou, aos 19 anos, com uma maturidade artística muito acima do que se poderia imaginar. Uma curiosidade: Joe Walsh, guitarrista dos Eagles, participou de duas faixas de Flowing Rivers.

Em 1978, veio seu segundo álbum. A faixa título, Shadow Dancing, saiu um pouco antes como single, e proporcionou ao jovem astro uma façanha: atingiu o primeiro lugar nos EUA e o tornou o primeiro artista na história da música pop a garantir a posição mais alta da parada americana dos compactos simples com seus três primeiros singles. Shadow Dancing, o álbum, traz oito composições de Andy, sendo seis sozinho, uma em parceria com Barry (Why) e outra escrita pelos quatro irmãos (a faixa-título).

As duas faixas que completam o segundo LP de Andy Gibb são a deliciosamente pop An Everlasting Love (de Barry Gibb e nº 5 na parada de singles) e a deslumbrante balada (Our Love) Don’ Throw It All Away (Barry e Blue Weaver, nº9 entre os singles mais vendidos). O álbum chegou ao nº 7 nos EUA, e sua faixa-título foi o maior hit de 1978 na terra de Barack Obama, acima até mesmo dos inúmeros hits do filme Saturday Night Fever, dos irmãos Gibb.

Em seu primeiro grande show solo, em 1978, ele contou com convidados especiais: nada menos do que os Bee Gees, a primeira vez em que os quatro irmãos pisaram juntos em um palco profissionalmente. Em 9 de janeiro de 1979, ele participou com destaque do show beneficente Music For Unicef, espetáculo que contou com os Bee Gees, Earth, Wind & Fire, Donna Summer, Abba e outros. Gibb aparece no álbum que documentou esse evento histórico interpretando as músicas I Go For You e Rest Your Love On Me, essa última em dueto com Olivia Newton-John.

É mais ou menos nessa época, quando Andy Gibb disputava os primeiros lugares das paradas de sucesso do mundo todo com seus irmãos, que ele começa a mostrar os primeiros sinais mais claros de que não estava segurando a onda de tanta exposição pública. Várias podem ter sido as razões, sendo a mais clara sua insegurança. O fato de seus maiores hits terem autoria ou coautoria do irmão Barry também podem ter reforçado essa situação de autoestima baixa.

Dessa forma, o cantor mergulhou nas drogas, especialmente cocaína. As consequências disso refletiriam em algumas características de seu terceiro álbum, After Dark, lançado em 1980. Das dez faixas incluídas nele, apenas duas levam a sua assinatura, e ainda assim em parceria com Barry, que assina outras cinco sozinho, uma em parceria com Albhy Galuten e as duas restantes com os irmãos Robin e Maurice.

Ou seja, After Dark é quase um disco solo de Barry Gibb com os vocais do irmão. Vocais, por sinal, gravados a muito custo. Ainda assim, o disco é muito bom, trazendo como destaques a ótima faixa título, a meio latina Desire (número 4 entre os singles mais vendidos) e dois duetos inspiradíssimos com a amiga Olivia Newton-John: I Can’t Help It e Rest Your Love On Me. O álbum chegou ao número 21 nos EUA.

Portanto, se não fosse a atuação decisiva de Barry no intuito de ajudar Andy a concretizar seu 3º álbum, o disco poderia perfeitamente não ter sido nem gravado, nem lançado. Ele praticamente não compunha mais nada, e para ficar em condições decentes para cantar, era preciso uma verdadeira operação de guerra. Isso explica o fato de o LP usar faixas como Desire e Warm Ride, ambas pensadas inicial e respectivamente para os Bee Gees e o grupo soul Rare Earth, não para Andy.

Diante desse quadro, Robert Stigwood não viu outra alternativa a não ser encerrar o contrato de Andy com a RSO Records. Como forma de finalizar essa parceria, foi lançada ainda em 1980 a coletânea Greatest Hits, trazendo como atrativos três gravações inéditas: o ótimo rock Time is Time (parceria dele com Barry que chegou ao nº 15 entre os singles em 1981), a balada Me (Without You) (esta só dele, nº 40 entre os singles) e a releitura de Will You Still Love Me Tomorrow (de Carole King), esta última um dueto com a cantora P.P. Arnold. O álbum atingiu o número 46 nos EUA, e marcou o fim de uma era.

Em 1981, Andy entrou forte nas revistas de fofocas de estrelas ao namorar com a atriz Victoria Principal, que vivia a Pamela Ewing na série televisiva de enorme sucesso Dallas. Ele, inclusive, gravou um single com ela, relendo All I Have To Do Is Dream, hit dos Everly Brothers, que chegou ao número 51 da parada ianque em 1951. Seria a última vez em que um de seus trabalhos entraria nos charts, e seu último lançamento antes de seu fim precoce. O namoro também acabou alguns meses depois, quando a atriz exigiu que Andy escolhesse entre ela ou as drogas. Deu a segunda opção, na cabeça.

A década de 1980 seria mesmo muito tumultuada para Andy Gibb, embora não tivessem faltado oportunidades para ele dar a volta por cima. O astro atuou como ator em dois badalados espetáculos teatrais, The Pirates Of Penzance e Joseph Ad The Amazing Technicollor Dreamcoat, e recebeu elogios por suas atuações neles. No entanto, foi demitido das duas produções americanas, ambas por faltar de forma constante aos ensaios e sessões.

Na TV, o mesmo ocorreu. Chegou a ser apresentador do programa Solid Gold entre 1980 e 1982 (com idas e vindas), atuou como convidado na série Punky Brewster (Punky, a Levada da Breca, no Brasil) e como protagonista da série Something’s Afoot ao lado de Jean Stapleton. Em 1984, retomou por uns tempos a música e fez shows nos EUA, Chile e Brasil, shows estes registrados e lançados posteriormente em DVDs piratas. Apresentações bem profissionais, por sinal, sendo que por aqui ele cantou usando uma camiseta amarela com o nome Brasil estampado. No repertório, hits dele, dos irmãos e um de Lionel Richie (All Night Long).

Em 1985, acabou sendo internado na célebre clínica Betty Ford para tentar se livrar das drogas, e a esperança ficou no ar. Em 1987, teve sua falência decretada, mergulhado em dívidas, mas outro raio de luz parecia surgir no horizonte: ele voltou a gravar, em parceria com os três irmãos e almejando o seu retorno triunfal ao meio musical.

Nesse período, foram gravadas quatro músicas, sendo que duas delas seriam lançadas de forma póstuma: Man On Fire, incluída na coletânea em CD intitulada Andy Gibb (1991) e Arrow Though The Heart, na caixa de quatro CDs Mythology (2010), que traz um disco para cada integrante dos Bee Gees e uma para o irmão mais novo. As gravações geraram boas expectativas.

No início de 1988, a Island Records tentou contrata-lo. O intuito era lançar dois singles e, em seguida, o esperado álbum de retorno de Andy. Infelizmente, isso não se concretizou, pois ele mais uma vez se incumbiu de faltar nas datas programas para assinar o compromisso com a gravadora. E, em 10 de março de 1988, a notícia que ninguém queria que se concretizasse veio a tona: Andy já não estava mais entre nós.

Muito se especulou sobre a causa da morte precoce do mais novo dos Bee Gees. Overdose parecia uma opção próxima da realidade, mas informações posteriores apontam para uma miocardite causada por uma infecção viral. Essa condição foi proporcionada por anos consecutivos de uso de drogas, o que deixou o artista com uma saúde bastante frágil, agravada por uma incapacidade latente de se alimentar de forma satisfatória. Uma pena.

Andy Gibb deixou uma filha, Peta, fruto de um casamento ainda na Austrália na metade dos anos 1970. Ela tinha apenas dez anos quando o pai morreu, e recentemente foi convidada a integrar o projeto The Gibb Collective, que reúne ela e os filhos de Barry (Stephen), Sam e Adam (Maurice) e Spencer (Robin) para gravar um álbum com faixas do songbook da família. A saga continua…

I Just Want To Be Your Everything (live Brasil 1984)- Andy Gibb:

A banda Geminis Bee Gees faz shows no Rio e em São Paulo

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Por Fabian Chacur

O Brasil nunca viu um show dos Bee Gees, e infelizmente nunca verá, devido à morte de Maurice e Robin. O máximo que tivemos foram shows solo de Robin Gibb em 2005 e do irmão mais novo deles, Andy Gibb, em 1983. Mas existe um consolo para os fãs dessa banda lendária. Trata-se da banda argentina Geminis Bee Gees, que reverencia desde 1999 a obra dos lendários irmãos britânicos com rara categoria.

Eles se apresentam nesta terça-feira (22) às 21h no Teatro Bradesco Rio (avenida das Américas, nº 3.900- loja 160 do Shopping VillageMall- Barra da Tijuca- RJ- fone 0xx21- 3431-0100), com ingressos de R$ 50,00 a R$ 160,00, e na quarta-feira (23) no Teatro Bradesco de São Paulo (rua Palestra Itália, nº 500- 3º piso- Bourbon Shopping São Paulo- fone 4003-1212), com ingressos custando de R$ 40,00 a R$ 150,00.

Seria injusto rotular a Geminis como apenas mais uma banda cover. O requinte apresentado por Ismael Espiño (Barry Gibb), Alejandro Niz (Robin Gibb) e Daniel Liberchuk (Maurice Gibb) é impressionante, com direito a vocalizações, arranjos, figurinos e até mesmo instrumentos musicais similares aos utilizados pelo grupo original. Sua afinação vocal e instrumental, presença de palco e versatilidade ao encarar uma obra tão consistente é no mínimo elogiável.

Eles são de Buenos Aires e se apresentam no Brasil desde 2011, tendo feito por aqui em torno de 100 shows por nove estados. O novo espetáculo é intitulado Number Ones, e traz no repertório músicas dessa célebre coletânea de hits. Não faltarão maravilhas do porte de To Love Somebody, Massachusetts, Night Fever, Stayin’ Alive, How Deep Is Your Love, Too Much Heaven e Tragedy, só para citar algumas dessas músicas que nunca saem de moda, pois música boa é para sempre.

Trechos do Geminis Bee Gees ao vivo:

Morre aos 81 anos o manager australiano Robert Stigwood

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Por Fabian Chacur

Morreu no dia 4 de janeiro de 2016 aos 81 anos o produtor australiano Robert Stigwood. Ele tinha 81 anos. Nome lendário no meio do show business, ele sempre será associado aos Bee Gees, grupo que ajudou a encaminhar rumo ao estrelato, mas seu currículo é repleto de momentos importantes e associações bacanas, além de um pioneirismo marcante em termos profissionais em termos empresarias no Reino Unido. Um cara que deixou sua marca na música.

Nascido na Austrália em 16 de abril de 1934, Stigwood se mudou para a Inglaterra em 1955. Na época, era tradição uma espécie de limitação da área de cada profissional no meio da música na Inglaterra. Ele foi um dos primeiros que ampliou os horizontes para seu tipo de atividade, englobando empresariamento, edição de músicas, gravação de discos, promoção de shows e espetáculos, agenciamento de shows, assessoria artística e de marketing etc. Ou seja, ele cobria todos os setores importantes para um artista fazer sucesso.

Ele passou a primeira metade dos anos 1960 se firmando em termos profissionais, e deu o pulo do gato em janeiro de 1967 ao se associar ao empresário dos Beatles, Brian Epstein, na empresa Nems. Quando Epstein morreu, em agosto daquele ano, Stigwood já tinha conhecimento suficiente para criar sua própria empresa multiuso, a The Robert Stigwood Organization, que entre outros desdobramentos geraria uma gravadora/selo, a RSO Records.

Os primeiros grandes nomes a serem empresariados em termos amplos por ele foram o grupo Cream, e depois de sua separação o guitarrista e cantor Eric Clapton, e os Bee Gees. Pouco depois, envolveu-se com a encenação de musicais, e em seguida a versões cinematográficas de tais musicais, entre os quais Jesus Cristo Superstar (1973) e Tommy (1975).

Se a coisa já estava muito boa para ele e seus contratados, ficou ainda melhor quando ele produziu os filmes e as trilhas sonoras Saturday Night Fever (Os Embalos de Sábado a Noite-1977) e Grease (Nos Tempos da Brilhantina- 1978), que levaram milhões de pessoas aos cinemas e venderam milhões de discos. A primeira ficou 24 semanas no primeiro lugar nos EUA, enquanto a segunda permaneceu durante 12.

Nesse período entre 1978 e 1979, era a coisa mais comum do mundo um disco com o selo RSO suceder outro na liderança das paradas dos mais vendidos em todo o mundo. Se não repetiu todo esse sucesso nos anos subsequentes, Stigwood se manteve muito ativo, e emplacou até mesmo uma versão cinematográfica de Evita (1997) com Madonna, que lhe valeu um Oscar como produtor.

Os Embalos de Sábado a Noite- Trilha Sonora completa em streaming:

Robin Gibb nos deixa aos 62 anos

Por Fabian Chacur

O ano de 2012 está se mostrando pródigo em nos privar de grandes nomes da história da música pop. Agora, é a vez de nos despedirmos de Robin Gibb. O integrante dos Bee Gees morreu neste domingo, 20 de maio, vítima de um câncer que o desafiava há alguns anos.

Ele tinha apenas 62 anos, e se vai ironicamente no dia em que meu irmão Victor Riskallah Chacur, um fã incondicional de suas músicas, faria 58 anos (ele se foi em 1999, aos 44 anos). Segundo a Billboard, o grupo do qual fez parte, os Bee Gees, vendeu mais de 200 milhões de cópias pelo mundo afora.

Robin Gibb nasceu em 22 de dezembro de 1949, 35 minutos antes do que seu irmão gêmeo Maurice, que nos deixou em 2003. Os dois e o irmão mais velho Barry montaram o trio The Bee Gees quando eles ainda eram crianças, na Inglaterra. O grupo tomou força quando eles se mudaram para a Austrália.

Em 1967, após lançaram vários discos de sucesso na terra dos cangurús, eles voltaram à Inglaterra, onde estouraram rapidamente com New York Mining Disaster 1941. Era o início de uma primeira fase repleta de hits influenciados por Beatles e pela soul music, entre os quais I Started a Joke, Words e Massachusetts.

Um desentendimento entre os irmãos levou Robin a lançar em 1969 seu primeiro single solo, Saved By The Bell, em 1969, mas logo os irmãos voltaram a gravar juntos, estourando com canções do calibre de How Can You Mend a Broken Heart e Run To Me.

A voz de Robin era a mais grave, com Barry se valendo de falsete e Maurice ficando no meio, equilibrando as vocalizações marcantes e inconfundíveis do trio.

Em 1975, a banda, que vivia um momento de entressafra em termos de sucessos, mudou-se para Miami e lá, no estúdio Criteria, descobriu uma nova fórmula musical, com batidas dançantes e forte influência da então emergente disco music.

Esse momento atingiria seu auge na segunda metade dos anos 70, quando sua participação na trilha do filme Os Embalos de Sábado À Noite (1977) e o álbum Spirits Having Flown (1979) os tornaram o grupo mais popular do mundo, graças a hits como Night Fever, Stayin’ Alive, Too Much Heaven, Tragedy e inúmeros, mas inúmeros outros mesmo.

Nos anos 80, eles viveram nova fase de entressafra e inclusive umas férias entre 1983 e 1987, período no qual aproveitaram para lançar discos solo. Robin estourou com a dançante canção Juliet, que tocou à exaustão aqui no Brasil.

No fim daquela década, a banda voltou a atingir os primeiros postos das paradas, liderando os charts britânicos em 1987 com a faixa You Win Again e atingindo o sétimo posto nos EUA com One. A partir daí, o grupo passou a lançar novos álbuns de forma mais espaçada, mas sempre com sucesso, entre os quais o ótimo Still Waters (1997).

Devido aos problemas cardíacos de Barry, o grupo passou a fazer menos shows a partir da metade dos anos 90. Uma rara turnê, que incluiu apenas cinco shows (um por continente), gerou o álbum ao vivo One Night Only (1998), que vendeu bem nos formatos CD e DVD.

O último álbum de inéditas dos Bee Gees, o excelente This Is Where I Came In, chegou às lojas em 2001. Com a morte de Maurice em 2003, o grupo saiu de cena, sendo que Robin Gibb se manteve em constante atividade, gravando novas músicas e também um DVD ao vivo.

Robin se apresentou ao vivo no Brasil em 2005, e iria repetir a dose em 2010. Os shows foram adiados para abril de 2011, mas foram novamente cancelados, reflexo da doença que começava a minar as energias de Gibb.

O último trabalho de Robin Gibb foi lançado este ano. Trata-se de Titanic Requiem, peça de cunho erudito que ele escreveu em parceria com o filho, Robin-John Gibb, e na qual interpratava uma única canção.

Robin Gibb é o terceiro dos irmãos Gibb a nos deixar. Além dele e de Maurice, o mais novo da turma, Andy, morreu em 1988, com apenas 30 anos de idade. Ele gravava como artista solo, mas seus maiores hits levavam a assinatura dos irmãos, que também participavam dos discos nos vocais e instrumentos em hits como Shadow Dancing e Love Is Ticker Than Water. Andy cantou no Brasil em 1981.

Ouça Massachusetts ao vivo com os Bee Gees:

Ouça I Started a Joke, com os Bee Gees:

Ouça Juliet, com Robin Gibb:

Robin Gibb lançará trabalho com o filho RJ

Por Fabian Chacur

Em abril de 2011, Robin Gibb teve de cancelar em cima da hora a turnê que faria pelo Brasil. Posteriormente, tornou-se público que o astro lutava contra um câncer, que o levou a ser operado.

Graças a Deus, o integrante dos Bee Gees está se recuperando bem, como declarou recentemente à BBC Radio 2, em Londres. Segundo ele, a doença está praticamente vencida, o que o levou a voltar ao trabalho.

Na entrevista, Robin divulgou a data do lançamento de seu próximo projeto, Titanic Requiem, sua primeira incursão pela música erudita e feito em parceria com o filho RJ Gibb, de 29 anos.

O trabalho chegará às lojas físicas e virtuais no dia 19 de março de 2012, enquanto o show de lançamento ocorrerá em Londres no dia 15 de abril de 2012, no exato dia em que o célebre naufrágio do Titanic completará 100 anos.

Titanic Requiem teve suas 15 faixas interpretadas pela Royal Philharmonic Orchestra e pelo coral RSVP Voices, com produção a cargo de Cliff Masterson e Sawas Iosifides.

Três faixas contam com letras e vocais principais: Daybreak (interpretada pelo cantor erudito Mario Frangoulis), Christmas Day (a cargo da intérprete erudita Isabel Suckling) e Don’t Cry Alone, esta última marcando a única participação de Robin Gibb como intérprete no CD.

Na entrevista à BBC britânica, Gibb também garantiu que não esteve às portas da morte, como divulgaram os sempre ferinos tabloides britânicos. O cantor ainda não divulgou quando voltará às turnês. Ele esteve por aqui em 2005, quando fez shows bem elogiados.

Vale lembrar que, antes de seus problemas de saúde, estava sendo cogitada uma turnê que reuniria os irmãos Barry e Robin interpretando os grandes sucessos dos Bee Gees, banda cuja carreira foi interrompida com a morte de seu terceiro integrante, Maurice, em 2003.

Robin-John Gibb, que adotou o nome artístico RJ Gibb, é fruto do segundo casamento do integrante dos Bee Gees, e nasceu em 21 de janeiro de 1983. Ele atua como compositor, ator e músico.

Ouça Don’t Cry Alone, com Robin Gibb, de Titanic Requiem:

Veja um rápido making off de Titanic Requiem:

E Robin Gibb não veio ao Brasil! De novo!

Por Fabian Chacur

Neste fim de semana, mais precisamente neste sábado (9) e domingo (10), Robin Gibb deveria fazer em São Paulo, na Via Funchal, dois shows. Infelizmente, não era para ser.

Em comunicado postado no seu site oficial, o ex-integrante dos Bee Gees afirmou que teve de ser internado por problemas de saúde no dia 3/4, e recebeu a recomendação médica de não viajar ao Brasil.

Desta forma, o cantor e compositor britânico cancela pela segunda vez uma turnê pelo nosso país.

Ele tinha shows agendados por aqui para o final de 2010, mas, também por razões médicas, teve de adiá-los. Preocupante…

Os organizadores da turnê ainda demostram otimisto em realizar os shows ainda em abril. Vamos aguardar, mas não parece muito provável que isso ocorra.

Robin Gibb cantou pela primeira vez no Brasil em novembro de 2005, sendo em São Paulo no Credicard Hall.

Antes dele, apenas outro integrante da sua família, o saudoso Andy Gibb, feito shows por aqui, em 1981.

Enquanto aguardamos, que tal ouvir e ver More Than a Woman, ao vivo, com Robin Gibb? É o que nos resta fazer…

Documentário viaja na trajetória dos Bee Gees

Por Fabian Chacur


Poucos grupos fizeram tanto sucesso em tantos períodos diferentes como os Bee Gees, sempre superando dificuldades com classe e muito trabalho.

Em seus mais de 40 anos de trajetória, os irmãos Barry, Robin e Maurice Gibb se mostraram fortes, talentosos e sempre capazes de nos proporcionar novas e maravilhosas canções.

Já foram lançados vários documentários sobre a carreira dos Brothers Gibb, algumas muito bons. Recomendo praticamente todos.

Se, no entanto, você quiser que eu indique um único, acaba de chegar às lojas brasileiras, via ST2, o que eu considero o melhor e mais equilibrado de todos.

Trata-se de In Our Own Time, produzida em 2010 e com generosos (e ricos) 116 minutos de duração.

O filme conta a história completa do trio, desde seus primórdios nos anos 50 até o recente reencontro entre Barry e Robin, que pelas conversas que vemos durante a parte final da atração podem ainda trabalhar juntos novamente.

O projeto, após a precoce morte de Maurice em 2003, era de não mais retomar a banda, mas tudo leva a crer que é possível um reencontro, tal a afetividade que os dois irmãos restantes mostram em seus depoimentos.

Eles até ensaiam juntos, com cenas bem bacanas apresentadas durante o filme.

Além das entrevistas atuais e inéditas de Barry e Robin, muito material valioso de arquivo foi aproveitado, apresentando o grupo em suas diversas fases.

Os anos iniciais, muito próximos do trabalho dos Beatles, a transição para a soul music, os anos vinculados à disco music, está tudo lá.

Inclusive as parcerias com outros artistas (como Barbra Streisand, Celine Dion, Dionne Warwick etc), o também morto de forma precoce Andy (irmão mais novo que lançou ótimos álbuns produzidos por eles) e os retornos triunfais.

Uma pena que Maurice tenha morrido menos de dois anos após o lançamento do excelente This Is Where I Came In (2001), um dos melhores discos dessa carreira tão marcante.

In Our Own Time é um mergulho gostoso, afetivo e bem concatenado em uma viagem musical feita pelos três irmãos que nos proporcionou maravilhas como Lonely Days,To Love Somebody, How Can You Mend a Broken Heart, Nights On Broadway, Night Fever, Love So Right e tantas, tantas outras obras primas. Que banda!

Vejam This Is Where I Came In ao vivo:

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