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Morre Marku Ribas, fera da black music

Por Fabian Chacur

Para minha imensa tristeza, sou obrigado a divulgar que morreu neste sábado (6) em Belo Horizonte, vítima de um câncer de pulmão, o genial cantor, compositor e músico mineiro Marku Ribas. Ele não resistiu às consequências dessa terrível doença, que o atormentava há uns dois anos, e estava internado no hospital Lifecenter, na capital mineira, desde a última quarta-feira (3). Descanse em paz, fera!

Nascido no dia 19 de maio de 1947 na cidade de Pirapora, no interior de Minas Gerais, Marku Ribas iniciou sua carreira nos anos 60, e pode ser considerado um dos pioneiros da black music brasileira, além de um dos primeiros músicos daqui a investir com qualidade artística no reggae jamaicano, e mesmo a usar dreadlocks. Ele morou durante alguns anos no exterior.

Samba rock, samba funk, soul, jazz, samba, reggae, o cara não impunha limites a seu talento artístico em termos musicais. Entre outras músicas maravilhosas, tem em seu currículo a fantástica Zamba Ben, que Marcelo D2 plagiou para fazer sua Maldição do Samba, sem dar crédito a Marku. Rolou até processo na Justiça por causa disso.

Marku tocou com grandes nomes da música, entre os quais Chico Buarque, Nara Leão, Tim Maia, Emílio Santiago (que também se foi há pouco) e até mesmo os Rolling Stones. Embora não tenha sido creditado e nem tenha ganho por isso, o mestre gravou percussão na faixa Back To Zero, do álbum Dirty Work (1986). Ele também viveu o papel do baterista da banda de Mick Jagger no clipe da música Just Another Night (1984), gravado no Brasil.

O talento de Marku Ribas ia além da música. Ele trabalhou como ator em diversos filmes no Brasil e no exterior, entre eles o delicioso Chega de Saudade, na qual faz o papel de um cantor de banda de bailes ao lado de Elza Soares. Generoso, sempre foi aberto a parcerias com jovens talentos, como a feita com o rapper mineiro Flávio Renegado na insana Mil Grau.

Uma das melhores entrevistas que fiz na minha carreira como jornalista da área musical foi com essa figuraça, em 2009. Inicialmente arredio, ele aos poucos foi abrindo o peito e me contando momentos maravilhosos de sua sensacional trajetória. Dê-me a honra de ler essa entrevista aqui, e você não se arrependerá.

Ouça Zamba Ben, com Marku Ribas:

Veja o clipe de Just Another Night, com Mick Jagger:

Elvis Costello e The Roots gravam juntos

Por Fabian Chacur

O astro do rock Elvis Costello e o grupo de black music (digamos assim) The Roots vão lançar em breve um álbum gravado em parceria. A notícia foi divulgada pelo baterista da banda, Ahmir “Questlove” Thompson, em entrevista concedida ao site oficial da revista americana Billboard, a bíblia da indústria fonográfica.

O roqueiro britânico conheceu o The Roots ao participar por três vezes do programa da rede americana de TV NBC Last Night With Jimmy Fallon. “Foi amor à primeira vista”, definiu Questlove na mesma entrevista. Dessa forma, logo surgiu a ideia de uma reunião para gravarem algo sem compromisso.

Do projeto inicial de registrar apenas algumas faixas, a coisa cresceu e no fim das contas, a parceria produziu 20 músicas, sendo que entre 12 a 14 farão parte do álbum que a dobradinha criada entre o grupo e o autor de clássicos do rock como Pump It Up lançará provavelmente ainda em 2013, sem gravadora ou data ainda confirmados.

O The Roots também pretende lançar entre o fim deste ano e o início de 2014 o sucessor do badalado Undun (2011), cujo título já está definido. Será & Then You Shoot Your Cousin. Na estrada desde os anos 80, a banda de Questlove aumentou ainda mais sua popularidade a partir de 2009, quando passou a integrar o programa do ator e humorista Jimmy Fallon.

Pump It Up, com Elvis Costello And The Attractions:

Seal grava novo e ótimo CD de covers de soul

Por Fabian Chacur

Em 2008, Seal lançou seu primeiro álbum composto apenas por obras alheias. Soul, cujo título entrega imediatamente seu conteúdo, obteve boa repercussão e vendeu bem. Quatro anos depois, temos aqui Soul 2, com onze novas releituras de clássicos da soul music, dez delas lançadas originalmente nos anos 70.

Muitos podem apontar a falta de originalidade em dedicar um disco a esse tipo de repertório. Afinal, quando se pensa em álbuns de covers no cenário pop, quatro temas são os mais comuns e mais explorados: soul, Motown, Beatles e standards americanos.

No entanto, a pergunta é óbvia: porque temas óbvios não podem proporcionar bons trabalhos, mesmo em cima de material já repassado milhares de vezes? Seal poderia justificar da seguinte forma seu mergulho em um dos repertórios mais ricos da música mundial: “eu nunca gravei essas músicas antes; então, é novidade!”.

Conceitos à parte, o mais importante é ouvir o álbum e avaliá-lo. E não dá para não considerar Soul 2 um belíssimo trabalho, no qual a voz do cantor e compositor londrino de 49 anos desliza com doçura e potência por um set list de qualidade irretocável.

Com produção divida entre Trevor Horn (o descobridor de Seal e produtor premiado) e David Foster (revelou Celine Dion, The Corrs e inúmeros outros grandes nomes), o álbum traz arranjos enxutos e muito bem concatenados, ressaltando as harmonias e dando espaços para que a voz do cantor se sobressaia sem apelar a arroubos ególatras.

A sensual balada Love T.K.O., sucesso originalmente na voz de Teddy Pendergrass, a doce Ooh Baby Baby, única faixa oriunda dos anos 60 e um original de Smokey Robinson And The Miracles, a arrebatadora balada Love Won’t Let Me Wait (hit com Major Lance e depois com o saudoso Luther Vandross) e a vibrante I’ll Be Around (grande clássico dos Spinners) são destaques certeiros, mas o álbum todo é muito legal.

A curiosidade fica por conta de duas baladas gravadas originalmente pelo grupo Rose Royce, Wishing On A Star (mais conhecida no Brasil na versão dos anos 90 das Cover Girls) e Love Don’t Live Here Anymore (regravada por Madonna nos anos 80).

Mesmo as escolhas mais manjadas, como Let’s Stay Together, de Al Green, regravada até por Rosana Fiengo, não podem ser condenadas, pois ao menos tiveram releituras bem gostosas.

Para quem busca a originalidade que Seal exalava em seus trabalhos iniciais, representados por clássicos como Killer, Crazy e Future Love Paradise, Soul 2 poderá soar decepcionante. Mas para quem curte seu lado mais pop, dos megahits Kiss From a Rose e Fly Like a Eagle, ou quer apenas ouvir ótimas canções interpretadas por um cantor irrepreensível, este álbum é uma excelente pedida.

Ouça Love TKO, com Seal, em versão de estúdio:

Ouça Love TKO, com Seal, em versão ao vivo:

CD de Usher vende 10 milhões de cópias

Por Fabian Chacur

Após ver ser novo álbum, Looking 4 Myself, estrear na parada americana direto no número 1 e permanecer lá por duas semanas, Usher consegue outro feito importante com o seu álbunm mais emblemático.

Confessions, lançado em 2004, atingiu esta semana a marca de 10 milhões de cópias vendidas nos EUA, segundo a empresa de pesquisas Nielsen Soundscan. É o primeiro trabalho do cantor e compositor americano a concretizar essa importante façanha.

Quarto álbum da discografia do astro do rhythm and blues moderno, esse trabalho levou Usher ao topo da parada de CDs americana pela primeira vez, mantendo-se lá por nove semanas. Ele repetiria a façanha nos anos seguintes com Here I Stand (2008), Raymond V Raymond (2010) e o mais recente Looking 4 Myself (2012).

Nascido em 14 de 10 de 1978, Usher Raymond lançou seu primeiro álbum em 1994, quando era ainda adolescente. O sucesso veio com o segundo, My Way (1997), que emplacou os singles Nice & Slow e You Make Me Wanna.

Confessions merece ter ultrapassado a marca dos 10 milhões de cópias comercializadas na terra de Barack Obama, pois se trata de um, digamos assim, jovem álbum clássico. É um dos pontos altos do rhythm and blues moderno, prova de que as novas gerações podem perfeitamente criar grandes álbuns. Nada mais lógico!

Influenciado por Michael Jackson, Kenny Gamble & Leon Huff, Teddy Pendergrass, Stevie Wonder e outros mestres da black music, Usher sabe como poucos misturar o funk/soul old school com o rap e as batidas dançantes atuais.

O ponto alto de Confessions é o balança arrasa-quarteirão Yeah!, com participação especial de Lil Jon e Ludacris e a melhor utilização do timbre “colmeia de abelhas em ação” de teclados que viveu o seu auge naquele período.

As sensuais Throwback e Confessions Part 2 são outros destaques de um álbum que pode ser ouvido de ponta a ponta, e que traz ótimas melodias, batidas cativantes e vários produtores e parceiros de Usher, entre os quais destaco o ótimo Jermaine Dupri.

No encarte da edição especial de Confessions, Usher inclui algumas frases certeiras e profundas. Reproduzo três delas:

“You’re not a failure until you start blaming everyone else around you” (você não é um fracassado até que comece a culpar todo mundo que estiver ao seu lado por seus erros)

“Learn from the mistakes of others. You can’t make them all yourself” (aprenda com os erros dos outros. Você não pode cometê-los todos sozinho)

“Anger is only one letter short of danger” (ódio tem apenas uma letra a menos do que perigo; o trocadilho faz sentido apenas em inglês, mas é bem profunda em qualquer língua, em termos de significado).

Clipe de Yeah!, com Usher, Lil Jon e Ludacris:

Clipe de Confessions Part 2, com Usher:

Lionel Richie é nº 1 nos EUA após 26 anos

Por Fabian Chacur

Lionel Richie está vivenciando o mais surpreendente retorno às paradas em 2012 até o momento. O veterano cantor, compositor e músico americano conseguiu, nesta semana, atingir o primeiro lugar na parada americana com seu mais recente álbum, Tuskegee, no qual releu em estilo country e com convidados especiais 14 de seus grandes sucessos (leia crítica aqui em Mondo Pop).

Em sua terceira semana de lançamento, o novo CD do ex-líder do grupo The Commodores vendeu 129 mil cópias, o que o colocou à frente de quem imaginava ser a favorita para pontear a parada da Billboard esta semana, o álbum 21, de Adele, que ficou nas 92 mil cópias e perdeu o duelo. Nick Minaj, a líder da semana anterior, teve 81 mil cópias comercializadas de seu mais recente lançamento, Pink Friday: Roman Reloaded, e ficou no 3º posto.

Segundo o site da Billboard americana, uma boa razão para essa façanha fica por conta da audiência do especial Lionel Richie & Friends In Concert, exibido pela rede CBS na última sexta-feira (13), no qual o astro interpretou ao vivo com seus convidados as músicas do álbum. Segundo medição da empresa Nielsen, algo em torno de 7.7 milhões de pessoas viram o programa, um campeão de audiência.

Tuskegee, que em suas três semanas de lançamento vendeu até agora o total de 423 mil cópias no mercado americano, equivale ao retorno de Lionel Richie ao primeiro posto da parada americana, e marca a terceira vez que ele consegue esse feito.

O trabalho anterior do cantor a pontear os charts nos EUA foi Dancing On The Ceiling (1986), lançado, portanto, há 26 anos.

Curiosidade: três faixas de Tuskegee (Dancing On The Ceiling, Deep River Woman e Say You Say Me), em suas versões originais, também fazem parte do álbum Dancing On The Ceiling.

Deep River Woman ao vivo, com Lionel Richie e o grupo Little Big Town:

Morre Don Cornelius, do programa Soul Train

Por Fabian Chacur

Don Cornelius, criador do programa de TV americano Soul Train, foi encontrado morto nesta quarta-feira (1º) em sua casa, localizada na Mulholland Drive, em Los Angeles. Ele que tinha 75 anos, aparentemente se suicidou.

Nascido em 27 de setembro de 1936, Donald Cortez (seu nome de batismo) inicialmente atuou em rádio e jornalismo focado na luta pelos direitos civis por parte dos negros americanos. No fim dos anos 60, notou que a TV abria pouco espaço para a soul music e resolveu agir.

Em 1970, estreava em Chicaco Soul Train, que no ano seguinte passaria a ser exibido para todo o país. Inovadora, a atração apresentava os grandes sucessos da black music perante uma plateia multirracial que dançava e se divertia.

O Soul Train viveu seus anos de ouro nas décadas de 70 e 80, abrindo espaços para astros como James Brown, Aretha Franklin, Marvin Gaye, Jackson Five, Commodores, Isaac Hayes, George Benson, The Isley Brothers, The O’Jays e inúmeros outros.

Artistas brancos com som influenciado pela black music também apareceram por lá, entre eles Elton John, David Bowie, Gino Vanelli, Daryl Hall & John Oates e Michael Bolton, entre outros.

Com sua forma “cool” e elegante de apresentar as atrações, Cornelius ajudou a black music a se tornar de uma vez por todas parte integrante do mainstream pop. Alguns de seus dançarinos viraram celebridades, entre os quais Jody Watley e Jeffrey Daniels, que posteriormente integraram a banda Shalamar ao lado do cantor Howard Hewett.

Democrático, ele abria espaços até para artistas e estilos que não admirava, como o rap e seus seguidores, entre os quais os seminais Kurtis Blow, Eric B & Rakim, MC Hammer, Ice Cube e Ice T.

Cornelius parou de apresentar o Soul Train em 1993, e a atração teve seu fim em 2006.

Veja trechos do programa Soul Train:

Festival Black na Cena define programação

Por Fabian Chacur

O festival Black na Cena, que promete ser um dos grandes eventos da black music no Brasil neste ano, divulgou sua programação completa, que foi divulgada aos poucos nas últimas semanas.

O evento irá ocorrer nos dias 22, 23 e 24 de julho na Arena Anhembi, com ingressos a venda através do site www.zetks.com.

O elenco mescla nomes fundamentais da música negra internacional, como os grupos de rap Public Enemy e Naughty By Nature, os mestres do reggae Lee Scratch Perry e Mad Professor e o mestre do funk George Clinton, com astros brasileiros seminais.

O time nacional inclui Jorge Ben Jor, Racionais MC’s, Tony Tornado, Thaide e Funk Como Le Gusta, Sandrão (do grupo RZO), Seu Jorge, Sandra de Sá e o grupo Farufyno, entre outros.

Além dos 21 shows, também teremos discotecagem de DJs como o consagrado Grand Master Ney e outras surpresas.

Programação

Sexta-feira (22/7) – das 17h às 4h

Ø  George Clinton, fundador do Parliament-Funkadelic

Ø  Seu Jorge

Ø  Sandra de Sá

Ø  O Baile do Simonal

Ø  Tony Tornado

Ø  Farufyno

Sábado (23/7) – 12h às 4h

Ø  Public Enemy

Ø  Lee Scratch Perry encontra Mad Professor e Roto Roots

Ø  Olodum com participação especial de Carlinhos Brown

Ø  Pato Banton

Ø  Marcelo Yuka

Ø  Jorge Ben Jor

Ø  Black Rio convida Slim Rimografia, Criolo e Negra Li

Ø  Xis convida Marcelo Mira

Domingo (24/7) – 11h às 22h

Ø  Method Man

Ø  Racionais MC’s

Ø  Naughty by Nature

Ø  Redman

Ø  Thaíde com Funk Como Le Gusta

Ø  Sandrão, majestade da RZO

Ø  Russo e Bocage, acompanhados pela Banda Soul 3

Veja o clipe de Fight The Power, com o Public Enemy:

Public Enemy e Racionais MCs tocarão no Black Na Cena Music Festival, em julho, na Arena Anhembi (SP)

Por Fabian Chacur

Os fãs do que há de melhor na música negra brasileira e internacional estão vibrando.

De 22 a 24 de julho, na Arena Anhembi, será realizado o Black Na Cena Music Festival.

O evento terá 19 atrações, entre nomes nacionais e internacionais.

A organização do evento, idealizado pela Entre Produções, divulgou nove atrações nesta terça-feira (5).

Teremos entre os internacionais um dos grandes gênios da funk music, George Clinton, fundador e líder dos grupos Parliament e Funkadelic, ele que retorna ao país após 15 anos.

O Public Enemy, uma das bandas mais importantes da história do rap, estará de volta ao Brasil após aproximadamente 20 anos de sua primeira visita.

Curiosamente, a abertura da apresentação da banda liderada pelo brilhante rapper, compositor e estudioso da cultura negra Chuck D foi uma banda então iniciante, Racionais MC’s, que agora volta a tocar com eles, desta vez no posto de a melhor banda do rap brazuca.

Dos brasileiros, também se destacam Sandra de Sá, o show O Baile do Simonal e o seminal rapper Thaide, um dos pioneiros do rap nacional e certamente uma das cabeças pensantes do gênero por aqui.

As outras dez atrações serão anunciadas futuramente, sendo que os ingressos já podem ser adquiridos, a preços promocionais (por tempo limitado) de R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia) pelo site www.zetks.com.

O bacana é que os organizadores prometem que as condições técnicas de áudio e luz serão iguais para artistas nacionais e internacionais.

Além dos shows, o público poderá curtir alguns dos melhores DJs de black music do Brasil, entre os quais feras como Grand Master Ney, que está desde 1977 botando fogo nas melhores pistas de Sampa City e por aí afora.

Os organizadores são gente experiente e séria, que tem tudo para realizar um festival que pode se tornar um marco na história da black music no Brasil.

A expectativa dos produtores é de que 20 mil pessoas por dia compareçam ao evento. Fiquem atentos!

Curta Fight The Power (1989), com o Public Enemy:

Curta (Not Just) Knee Deep (1979), com o Funkadelic:

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