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Ricardo Bacelar mostra novas facetas no álbum Congênito

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Por Fabian Chacur

Ricardo Bacelar é presença frequente em Mondo Pop (leia mais sobre ele aqui). E não é por acaso. Esse ótimo músico que se tornou inicialmente conhecido como integrante da banda Hanoi Hanoi desenvolve há mais de 20 anos uma carreira solo sólida e repleta de qualidade artística. E continua disposto a nos surpreender, como prova Congênito, seu mais recente álbum, disponível nas plataformas digitais e também em belíssima versão em CD pelo seu selo, Jasmim Music.

Congênito traz três peculiaridades importantes se comparado com os trabalhos anteriores de Bacelar. Aqui, ele dá vasão ao seu lado cantor, investe em releituras de canções de grandes autores e de quebra se incumbe de todos os instrumentos, no melhor estilo “banda de um homem só”. Além de fazer o vocal principal e os de apoio, ele toca vários tipos de teclados, violão, guitarra, baixo, bateria, percussão, sopros e outros instrumentos.

A versatilidade do artista cearense se mostra impressionante, pois ele esbanja eficiência e criatividade em todas essas áreas. Sua performance como cantor é das mais elogiáveis, valendo-se de um timbre suave e delicado que poderia perfeitamente ter se tornado aquele famoso “afinado, mas chato”, mas que não caiu nessa armadilha graças à evidente alma que Bacelar imprimiu em cada interpretação realizada.

O bom gosto do músico trouxe roupagens extremamente belas para cada uma das 12 faixas, trazendo os teclados à frente, que domina com rara maestria, mas sempre muito bem coadjuvados pelos outros instrumentos, nos quais ele se virou com muita categoria. Os arranjos sempre jogam a favor de cada canção, fugindo de exibicionismos tolos ou mesmo de exageros esteticamente desagradáveis.

A escolha do repertório foi das mais felizes, pois pinça obras não tão óbvias de autores como Lenine-Lula Queiroga (O Último Por do Sol), Caetano Veloso (A Tua Presença Morena), Gilberto Gil (Estrela) e Luiz Melodia (Congênito). Mais conhecidas, Maracatu Atômico (Jorge Mautner/Nelson Jacobina), Mentiras (Adriana Calcanhoto) e Paralelas (Belchior) vieram com roupagens que lhes deram um novo frescor.

Outro grande acerto é a sequência das músicas no álbum e o verdadeiro diálogo entre elas, que trazem em comum elementos jazzísticos, latinos, do pop mais sofisticado e da nossa música popular. Isso deu margem a um álbum delicioso de se ouvir, e com uma qualidade técnica de nível internacional.

Vale registrar que Congênito foi gravado no próprio estúdio de Ricardo Bacelar, em Fortaleza (CE), que conta com recursos dos mais modernos e presentes nas melhores salas de gravação do exterior.

Com este novo álbum, Ricardo prova de uma vez por todas que é aquele tipo de artista que não só tem muito talento como também busca aperfeiçoar e ampliar os seus horizontes musicais, sempre em busca de sonoridades que consigam cativar o ouvinte médio e também aqueles que curtem obras mais sofisticadas. Não é de se estranhar que seus trabalhos estejam conseguindo ótima repercussão no exterior, especialmente nos EUA e no Japão.

A Tua Presença Morena (clipe)- Ricardo Bacelar:

Caetano Veloso, 80 anos, magia de ser eternamente relevante

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Por Fabian Chacur

Conheci Caetano Veloso pessoalmente em 1985, ao participar de uma entrevista coletiva concedida por ele à imprensa no hotel Maksoud Plaza. Entre as diversas perguntas feitas pelos jornalistas presentes, uma pedia a ele uma opinião sobre os grupos britânicos The Smiths e New Order, então extremamente badalados por aqui. E ele gastou alguns bons minutos para responder. Logo de cara, tive contato com uma das marcas registradas desse cantor, compositor e músico baiano, que completou 80 anos neste domingo (8).

Até os dias de hoje, a mídia parece sempre querer saber o que Caetano Veloso pensa sobre cada novidade musical que surge. Isso, para ficarmos na área abordada por Mondo Pop. Pois seus pitacos sobre política, moda, economia, cinema, TV etc (e tome etc) também são solicitados de forma constante. Isso, quando necessário, pois com frequência o próprio artista se antecipa e discorre sobre esses temas todos. Falar é com ele mesmo.

E é bom ressaltar que isso não ocorre por oportunismo dele. É de seu espírito ser assim, atento ao que acontece no Brasil e no mundo e afim de interagir e tentar entender o mundo em suas eternas mudanças. E isso se reflete nele próprio, um ser mutante por natureza, capaz de ir do voz e violão ao acompanhamento orquestral, passando por todas as possibilidades entre uma coisa e outra, sem medo de experimentar.

Cria da bossa nova de Tom Jobim, João Gilberto e Vinícius de Moraes, Caetano não demorou para mergulhar em outros mares sonoros. Sem preconceitos, flertou com os Beatles, Odair José, Smetak, Rogério Duprat, Talking Heads, Pixies, poesia concreta, axé music e o que mais pintasse. E sempre saiu inteiro de cada uma dessas experiências, mesmo quando não deu muito certo em termos qualitativos.

Minha primeira experiência com ele foi logo com um disco mais ousado, Caetano Veloso (1971), gravado durante o seu exílio em Londres provocado pela gloriosa ditadura militar. A música Maria Bethania sempre me encantou com a sua mistura de música regional e erudita e os seus vocais onomatopaicos com efeito de mastigação, como se deglutisse as palavras.

Uma coisa curiosa é perceber que o autor de Sampa nunca teve momentos de ostracismo ou de grandes sumiços da mídia. Em cada década, ele sempre esteve lançando novos trabalhos, fazendo shows pelo Brasil e o mundo e sendo citado por novos artistas como uma influência importante. Raros artistas tem esse poder, e ainda mais por tantas décadas. Paul McCartney, seu colega de ano de nascimento, é um deles, sendo Milton Nascimento, da mesma classe de 1942, outro bom exemplo a ser citado.

Caetano tem o dom de trafegar entre todas as classes sociais, capaz de emplacar hits muito populares e também encantar os fãs de experimentalismo. Um caso raro de unanimidade nacional? Bem, ele tem lá os seus detratores, mas como levá-los a sério, se observarmos a obra do artista em questão? Alguns se aproveitam de incursões menos felizes no cinema e em livros para tentar, mas são vaciladas tão pequenas que é melhor não levá-los a sério.

A qualidade da obra artística de Caetano Veloso é reverenciada em todo o planeta, e serve como uma boa amostra de como o Brasil consegue, mesmo com todas as suas contradições seculares, produzir artistas desse altíssimo gabarito. Uma obra que permanecerá perene e relevante daqui a 50, 100, 200, mil anos. De um cara tranquilo e infalível como Bruce Lee.

Maria Bethania– Caetano Veloso:

Maria Bethânia: documentário Fevereiros é lançado em DVD

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Por Fabian Chacur

Em 2016, a Mangueira homenageou Maria Bethânia em seu desfile no sambódromo carioca, e conseguiu ser campeão do mais importante e badalado desfile carnavalesco do mundo. O documentário Fevereiros, dirigido por Márcio Debellian, teve como intuito não só registrar esse momento mágico na trajetória da cantora baiana, como também mergulhar em alguns aspectos fundamentais de sua vida e obra. Lançado em janeiro de 2019 nos cinemas, o filme agora chega às plataformas digitais e, ainda melhor, sai em DVD físico via Biscoito Fino.

Exibido em festivais de cinema em países como Canadá, França, Rússia, Suíça, Espanha, Itália, Chile, Uruguai, Congo e Senegal, Fevereiros detalha todo o processo de criação e realização do desfile de 2016, desde sua criação até a apoteótica vitória. Como o enredo enfatizou o ambiente familiar e religioso que envolve a vida da estrela baiana, o diretor optou por buscar flagrantes que representassem bem esse viés de sua trajetória.

As gravações se dividiram entre o Rio de Janeiro e a cidade natal da cantora, Santo Amaro da Purificação, e contam com depoimentos do irmão Caetano Veloso, Chico Buarque, o importante pesquisador Luis Paulo Simas, o carnavalesco da Mangueira Leandro Vieira e outros. Temas como o surgimento do samba, tolerância religiosa e racismo permeiam toda essa produção, feita pela Debê Produções em parceria com GloboFilmes, GloboNews e Canal Brasil.

Veja o trailer de Fevereiros:

Arnaldo Brandão relembra seus tempos de Londres em videoclipe

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Por Fabian Chacur

Um clipe e uma canção podem nos levar para recantos distantes de nossas capacidades sensoriais habituais. Esse é o dom evidente de Luciana In The Sky, nova gravação solo do lendário Arnaldo Brandão, canção escrita em parceria com o feríssima Tavinho Paes na qual eles recriam de maneira divertida e evocativa tempos vividos na Londres de 1973, mesclando cenas atuais do roqueiro em estúdio com registros da época em super 8 nos quais ele aparece com Claudia O’Reilly e outros amigos.

Incumbindo-se com a classe habitual de vocal, violão, guitarra e piano, Arnaldo é acompanhado nesta gravação por Lourenço Monteiro (bateria), Flavia Couri (baixo), Alberto Mattos (piano e acordeon) e Robson Riva (percussões). O clima é de psicodelia pura, com bem digeridos ecos da criação dos Beatles na fase 1966/1967. As cenas trazem até uma rápida passagem da capa do icônico Aladdin Sane, clássico LP de David Bowie lançado naquele 1973.

Com 68 anos de idade e nascido no Rio de Janeiro em 2 de dezembro de 1951, Arnaldo Brandão começou a se tornar conhecido na cena musical integrando o grupo The Bubbles, que depois virou A Bolha. Após alguns anos morando em Londres, ele tocou (só para citar dois nomes básicos) com Raul Seixas e Caetano Veloso em momentos seminais de suas trajetórias nos anos 1970 e 1980.

Depois, alçou voos autorais em projetos como o Brylho (do megahit Noite do Prazer, da qual é um dos autores) e o Hanói-Hanói, de sucessos como Totalmente Demais e tantos outros. Cantor, compositor, multiinstrumentista, é além disso tudo uma figura de uma simpatia adorável. Que essa faixa seja a amostra de muitas coisas boas a surgirem com a sua assinatura nos próximos tempos.

Luciana In The Sky (clipe)- Arnaldo Brandão:

Caetano e filhos lançam o seu CD/DVD Ofertório em Sampa

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Por Fabian Chacur

Ofertório é o título de uma canção de Caetano Veloso lançada originalmente em 1997 que foi escolhida como o título do DVD/CD que o genial cantor, compositor e músico baiano gravou ao vivo com os filhos Moreno, Zeca e Tom. Esse trabalho será lançado nacionalmente em shows em São Paulo nos dias 25 e 26 de maio (sexta e sábado) às 22h30 no Espaço das Américas (rua Tagipuru, nº 795-Barra Funda- fone 0xx11-2027-0777), com ingressos de R$ 70,00 a R$ 380,00.

O show dá prosseguimento à turnê intitulada Caetano Moreno Zeca Tom Veloso, iniciada no Rio em outubro de 2017 e que deu origem a Ofertório. No palco, temos apenas o autor de Sampa e seus três filhos, sendo que o patriarca toca violão e canta, enquanto o resto da prole também canta e investe em violões e outros instrumentos.

O repertório traz clássicos de Caetano, como O Seu Amor, O Leãozinho, A Tua Presença Morena e Reconvexo, canções conhecidas de autoria de Moreno como Um Passo à Frente e How Beautiful Could a Being Be e também músicas de autoria de Zeca e Tom, com direito a algumas inéditas escritas pelos quatro autores.

Em texto promocional, Caetano justifica o projeto: “Há muito tempo tenho vontade de fazer música junto a meus filhos publicamente. Desde a infância de cada um deles gosto de ficar perto. Cada um é um. Sempre cantei para eles dormirem. Moreno e Zeca gostavam. Tom me pedia para parar de cantar. Indo por caminhos diferentes, todos se aproximaram da música a partir de um momento da vida. Quero cantar com eles pelo que isso representa de celebração e alegria, sem dar importância ao sentido social da herança”.

O Seu Amor (ao vivo)- Caetano, Moreno, Zeca e Tom:

Nelly Furtado lança seu novo trabalho no dia 31 de março

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Por Fabian Chacur

Já tem data para ser lançado o novo trabalho de Nelly Furtado. The Ride, CD da cantora e compositora canadense descendente de portugueses, chegará ao mercado no dia 31 de março pelo seu selo, o Nelstar, criado em 2009. Agora com os cabelos adoravelmente curtinhos, Furtado nos oferece o sexto trabalho de sua bem-sucedida carreira, cinco anos após The Spirit Indestructible (2012).

The Ride conta com a produção de John Congleton, conhecido por ter trabalhado com nomes do porte de St.Vincent, Blondie, Franz Ferdinand e Erykah Badu. A cantora comenta a química da parceria dos dois neste novo álbum: “foi muito legal, porque sou super pop – eu realmente gravito em direção a melodias pop quando escrevo – mas John é realmente interessante e pode reorganizar minha música pop em um arranjo mais punk, nada como o que eu faria”.

Nelly estourou no cenário pop logo com seu disco de estreia, Whoa, Nelly (2000), que traz os hits I’m Like a Bird e Turn Off The Light e lhe rendeu um troféu Grammy. Folklore (2003) tem como destaque Island Of Wonder, seu dueto com Caetano Veloso. Loose (2006) atingiu o primeiro lugar na parada americana, enquanto Mi Plan (2009) foi seu primeiro trabalho em castelhano. Pipe Dreams, do novo CD, já conta com um belo clipe, e é uma das 12 faixas autorais do disco.

Pipe Dreams (clipe)- Nelly Furtado:

Anitta não cabia em um show de total excelência artística

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Por Fabian Chacur

Repercute e ainda repercutirá por muito tempo a participação da cantora carioca Anitta no show de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, realizado na noite desta sexta-feira (6) no estádio do Maracanã. Uns dizem que ela não poderia estar presente no show. Outros, que ela representa o que há de mais moderno e popular na música brasileira atual. Os fãs vibraram; os detratores baixaram a lenha. E aí, qual seria a posição mais sensata para essa análise?

Para mim, o xis da questão reside no fato de que a abertura de um evento de proporções mundiais e visto por bilhões de pessoa via TV pelo mundo afora só deveria comportar a excelência do país em todos os aspectos. Incluindo a parte artística. E é aí que a coisa pega em relação à escalação da jovem cantora e compositora de 23 anos para atuar ao lado de dois gênios da arte brasileira, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

É preciso respeitar Anitta, antes de tudo. Não é fácil chegar ao topo das paradas de sucesso e se manter por lá por tipo três anos, como a intérprete de Bang e Show das Poderosas está conseguindo. Isso é fruto do trabalho da gravadora Warner e de quem gerencia a sua carreira, claro, mas se ela não tivesse talento algum, obviamente não daria certo por tanto tempo. E para quem acha três anos pouco, isso é uma eternidade no mundo do show business, no qual reputações e carreiras começam e terminam mais rápido que o tempo para ler este parágrafo.

No entanto, é nítido que Anitta é ainda uma artista em formação. Não se trata de uma espécie de talento inato que surgiu de forma rápida e se consolidou a jato. São raríssimos os artistas com esse dom. E não há problemas em relação a isso, pois cada um amadurece no seu tempo. No entanto, quando se trata de escolher alguém que represente não só uma nação, mas uma cultura que é repleta de grandes talentos, não dá para escolher alguém com esse status.

Para vestir a camisa de um elenco de cantoras que já teve Elis Regina, Elizeth Cardoso, Dalva de Oliveira e tantos outros talentos absurdos, não dá para se colocar uma novata promissora. Era missão para Gal Costa, Ivete Sangalo, Maria Bethânia, alguém com essa estatura. Ou, se fosse o caso de colocar alguém mais jovem cronologicamente, que se optasse por Vanessa da Mata, Céu ou Maria Rita, essas, sim, novas, mas já com trajetórias sólidas.

Anitta não se saiu mal interpretando Isso Aqui o Que É, clássico de Ary Barroso, ao lado de Caetano e Gil. Não desafinou, não errou letra, nada desse gênero. Merecia uma nota seis, seis e meio, algo assim. Mas, pelo amor de Deus, esse show era coisa para nota dez! Se você tem quem possa ganhar a medalha de ouro, pra que apostar em alguém que só pode nos proporcionar a de bronze, ou nem isso? É simples assim. Valeu, Anitta, mas não deu pra você, com todo o respeito.

Isso Aqui o Que É– Caetano Veloso:

Isso Aqui o Que É– Joyce Moreno:

Isso Aqui o Que É– Emilio Santiago:

Negra Li fará o primeiro DVD com produção de JM Bôscoli

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Por Fabian Chacur

Uma das melhores e mais bem-sucedidas crias do cenário hip hop brasileiro nos últimos anos está preparando uma bela novidade para seus inúmeros fãs. Negra Li anunciou que está em pleno processo de produção de seu primeiro DVD. Mais: esse trabalho terá como produtor João Marcello Bôscoli, conhecido por sua atuação com a gravadora Trama. Vem coisa boa por aí.

O repertório ainda não foi divulgado e está em fase de seleção, mas dá para se esperar uma geral em suas músicas mais conhecidas, com o acréscimo de algumas faixas para surpreender a todos. O DVD, que deve ser gravado ao vivo, marcará a comemoração de 20 anos da cantora e compositora, iniciada como integrante do Virtude Negra.

Negra Li completou 36 anos no último dia 17 de setembro, e ficou conhecida a princípio por sua atuação com o grupo de rap RZO. Seu primeiro trabalho, Guerreiro Guerreira (2004), foi gravado em dupla com um dos integrantes daquele time de rap, Helião. Depois, lançou dois CDs solo, Negra Livre (2006) e Tudo de Novo (2012), com ótima repercussão de público e crítica.

A cantora também participou do filme Antonia (2006) e de sua respectiva trilha sonora, além de ter lançado em 2014 Você Vai Estar Na Minha-Duetos, coletânea que reúne suas parcerias com artistas do calibre de Caetano Veloso, Charlie Brown Jr., Akon, Sérgio Britto e Skank, entre outros. Atualmente, ela é semifinalista da Dança dos Famosos, do Domingão do Faustão.

Você Vai Estar na Minha– Negra Li:

Beautiful– Negra Li e Akon:

Telefonema– Negra Li e Caetano Veloso:

Abraçaço, de Caetano Veloso, sai em vinil

Por Fabian Chacur

Dando prosseguimento a sua bela série de lançamentos no formato vinil de 180 gramas de clássicos da música brasileira, a Polysom escolheu agora um título bem mais recente do que os anteriores. Trata-se de Abraçaço, de Caetano Veloso, lançado originalmente em 2012 e licenciado pela Universal Music. O álbum continua repercutindo, e gerou um show registrado nos formatos CD e DVD e lançado há pouco no mercado musical.

Abraçaço completa a trilogia gravada em estúdio pelo genial cantor, compositor e músico baiano com a Banda Cê, integrada por Pedro Sá (guitarra), Ricardo Dias Gomes (baixo) e Marcelo Callado (bateria), músicos bem mais jovens do que o agora setentão Caê e que trouxeram um acento roqueiro e bastante energia e pique ao seu trabalho, gerando reações bem distintas dos fãs.

A marca registrada de Abraçaço em relação aos ítens anteriores desse trio de álbuns de estúdio é o fato de Caetano explorar vários outros ritmos, como funk melódico, axé music, bossa nova e baladas, mas sempre com um tempero roqueiro e minimalista. Canções como A Bossa Nova É Foda, Estou Triste e O Império da Lei são destaques de um trabalho que mantém o autor de Sampa e de tantos outros clássicos da MPB relevante como de praxe.

Veja o clipe de A Bossa Nova É Foda, com Caetano Veloso:

Gal Costa mostra várias facetas em novo DVD

Por Fabian Chacur

No final de 2011, Gal Costa lançou o ousado álbum Recanto, seu primeiro trabalho de inéditas em quase uma década e com repertório composto especialmente para ela por Caetano Veloso. O trabalho gerou uma turnê que, por sua vez, acaba de render o DVD e CD duplo Recanto Gal Ao Vivo, lançado pela Universal Music.

Como forma de divulgar esse novo ítem em seu currículo, a cantora baiana concedeu uma entrevista coletiva à imprensa em São Paulo (onde mora atualmente), realizada em um hotel de luxo na região dos Jardins. Mondo Pop esteve lá e teve a chance de fazer algumas perguntas e também de saber mais sobre o DVD/CD.

Simpática, tranquila e não aparentando nem de perto os 67 anos de idade que possui, Gal deu uma geral em seus projetos mais recentes, detalhou alguns aspectos dessa nova obra e fez comentários sobre o seu modo de encarar a vida e a profissão. Uma entrevista muito bacana, que durou quase uma hora e que você poderá ler a seguir, em seus melhores momentos.

Como foi a concepção de Recanto Gal Ao Vivo, e como foram sendo encaixadas as canções de outras fases de sua carreira ao lado do repertório do disco de estúdio?
Gal Costa– O álbum de estúdio teve como ideia inicial ser feito com minha voz em tom mais cool. O show acabou virando outra coisa, pois os arranjos cresceram, os músicos adicionaram outros elementos. A estreia foi no Rio em um lugar intimista, mas a segunda apresentação ocorreu em São Paulo ao ar livre, com um público heterogêneo mas com muitos jovens,que estão ouvindo meus discos dos anos 60 e 70. E ali ficaram explicitadas todas as Gals que estão dentro de mim. As canções antigas foram adaptadas à nova sonoridade, mas algumas soam mais próximas dos arranjos anteriores. Baby, por exemplo, ficou mais suave. Há mudanças maiores e menores, dependendo de cada canção.

Como ocorreu a seleção do repertório e a escolha dos músicos que tocaram com você neste show?
Gal Costa– O Caetano (produtor do CD e diretor do show) selecionou o repertório, sendo que não concordei com uma ou duas músicas, e teve uma que entrou depois. Os músicos foram escolhidos pelo Moreno Veloso e pelo Caetano, e nasceu uma harmonia espontânea entre eu e eles. Fizemos 16 ensaios para o show, o que não é muito. A interação entre nós foi rápida.

Um desses músicos é o Pedro Baby, que é filho do Pepeu Gomes e da Baby do Brasil. Você, no lendário show Fa-Tal, tocou com Pepeu. Como foi ter agora o filho dele em sua banda?
Gal Costa– Conheci o Pedro Baby quando ele era pequenininho, era muito amiga da Baby, tenho um carinho muito grande por ele, que toca muito bem. Aliás, foi emocionante tocar novamente Vapor Barato no mesmo teatro (o hoje Theatro Net Rio) em que essa música foi lançada por mim no show Fa-tal.

No repertório do show, temos várias músicas clássicas em seu repertório, e também aquela que provavelmente é a que fez mais sucesso entre todas, Um Dia de Domingo, que você gravou originalmente com o Tim Maia. Como surgiu a ideia de neste show você imitar o Tim Maia na parte que ele cantava, e como você avalia essa canção em sua carreira?
Gal Costa– A sugestão de eu imitar o Tim Maia veio do Caetano, e fiz uma caricatura dele, aproveitei os graves que tenho hoje na voz. Gravei originalmente essa música por causa do Tim, que eu só conheci em 1985 quando participamos da música Chega de Mágoa, gravada em benefício do Nordeste. Ele me elogiou e propõs que gravássemos juntos. Essa canção era dos autores que ele gravava, deixei a música no meu disco Bem Bom por causa dele, essa música existe na minha vida graças a ele. Um Dia de Domingo fez sucesso no Brasil todo e na América Latina, em Portugal. Fui também crucificada pela crítica por gravá-la, mas nunca tive medo de encarar desafios, faz parte do meu temperamento.

Quem ouvir e ver o DVD terá a oportunidade de observar que você continua cantando músicas que gravou há décadas nos mesmos tons originais, sem ter perdido rigorosamente nada de sua afinação. A que você atribui isso? Faz algum tipo de preparação ou coisa do gênero para manter de forma tão intacta sua voz?
Gal Costa– Nunca aprendi canto, sempre tive muita intuição ao usar minha voz. Descubro coisas enquanto canto, mas eu me deixo levar, a emoção vem nova, sempre. Eu me aproprio das canções. Canto as antigas nas mesmas tonalidades em que as gravei. Não perdi os agudos e ainda ganhei os graves que o tempo nos dá. Procuro cuidar da minha saúde, pois quero envelhecer de forma saudável, tendo saúde.

Quais são os seus planos para este ano? Tem outros projetos já engatilhados?
Gal Costa– Já estou pensando em um próximo trabalhom sem nada fechado que eu possa revelar agora. Recanto ainda tem muita história pela frente, pelo menos durante este ano. Farei shows em vários locais, sendo que em São Paulo cantarei no Teatro Bradesco e no Sesc Pinheiros. Também me apresentarei no Circo Voador (RJ), Portugal, Itália, França etc.

Muitas cantoras e artistas da nova geração citam você como uma forte influência. Como encara isso?
Gal Costa– A nova geração tem cantoras super bacanas. Conheci pessoalmente a Céu, a Tulipa Ruiz. A juventude sempre traz boas energias, mas a minha alma sempre foi jovem, não é nada forçado. Cantar para os jovens é bom, a energia é muito forte, muito boa.

Recanto Escuro (ao vivo)- Gal Costa:

Vapor Barato (ao vivo) – Gal Costa:

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