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Caetano lança clipe colaborativo de Abraçaço

Por Fabian Chacur

Caetano Veloso e a Universal Music, através das redes sociais, pediram fotos aos fãs tendo como tema registros de abraços. Inúmeros foram mandados a eles via Instagram. Centenas foram selecionados e agoram estão eternizados no clipe da música Abraçaço, que dá nome ao mais recente trabalho de inéditas de Caê (leia crítica aqui), gravado com a ótima banda Cê.

O clipe recém-lançado, que você poderá ver no fim deste post, ficou muito legal, e combina de forma bastante feliz com o clima urgente e atraente dessa canção, um dos pontos altos do álbum de inéditas que o autor de Leãozinho lançou em 2012, ano em que completou 70 anos de idade (leia homenagem de Mondo Pop aqui).

Outros lançamentos bacanas e recentes envolvendo Caetano Veloso são a belíssima reedição do álbum Transa (1972), com direito a remasterização e reprodução da arte original da versão original em vinil (leia a crítica aqui) e o CD gravado ao vivo nos EUA ao lado do ex-integrante dos Talking Heads David Byrne (leia crítica aqui).

Veja o clipe de Abraçaço, de Caetano Veloso:

Tio Caetano vira sobrinho ágil em Abraçaço

Por Fabian Chacur

Aos 70 anos de idade, Caetano Veloso parece qualquer coisa, menos um septuagenário como imaginávamos antigamente alguém com essa idade. O sujeito está mais inquieto e criativo do que nunca. Abraçaço, seu novo CD, está mais para trabalho de sobrinho do que de tio. Ótimo, um dos melhores de 2012.

Desde o início de sua carreira, nos já distantes anos 60 do século passado, Caetano nunca se limitou a uma única sonoridade/abordagem/estilo em seus trabalhos. Abrangente no limite do impensável, ele é um artista sempre inquieto, e que, por isso, nem sempre consegue agradar a todos. Provavelmente nem pretende tal feito, por maior que seja o seu ego de leonino.

A fase atual, iniciada com o estupendo (2006) e que o une aos excelentes Pedro Sá (guitarra e vocais), Ricardo Dias Gomes (baixo, teclados e vocais) e Marcelo Callado (bateria, percussão e vocais), é uma das mais interessantes dessa trajetória toda.

O Caê das melodias delicadas e bossa-novistas e dos ritmos afrobaianos se encaixa feito luva no universo rock and roll do jovem trio de músicos. O melhor: o autor de Sampa mergulha no rock, mas a Banda Cê também não tem medo de enfiar a cara na brasilidade inerente ao som do astro baiano. Resultado: mistura da boa.

O rockão com direito a eventual quebradeira bossa de A Bossa Nova É Foda é o grande single do disco, com sua letra repleta de palavras sonoras e difícil decodificação. Seria algo no estilo “O mundo se curvou ao Brasil”, tendo a bossa nova como base? Essa é a minha interpretação. Descole a sua! Devem existir pelo menos uma outras mil possíveis.

Abraçaço traz solos endiabrados de guitarra de Pedro Sá, enquanto Estou Triste é um daqueles momentos introspectivos roqueiros a la Radiohead, embora sem soar como cópia barata. Quero Ser Justo é uma variação mais próxima da MPB da mesma tendência de Estou Triste, mas com clima mais Sampa.

O Império da Lei soma uma levada sambaiana animada a uma letra curta e de forte teor político. E a política é também tema de Um Comunista, homenagem a Carlos Marighella que soa ambígua, defendendo e não defendendo ao mesmo tempo, o que é bem próximo do pensamento acerca desse tema do tipo campo minado.

Em Funk Melódico e O Galo Cantou, Caetano experimenta inserir em sua musicalidade elementos respectivamente do funk carioca e do pagode romântico, felizmente sem cair nos chavões/clichês mais medíocres e repetitivos dos dois estilos.

Vinco equivale ao ponto jazzy do disco, com levada lenta, guitarra e violões limpos e bateria com vassourinha. Um quase blues, com tempero bossa e repleto de delicadeza, ideal para quem gosta do Caetano mais tradicional.

Os apreciadores do lado mais sacudido e leve do eterno tropicalista certamente curtirão Parabéns, que equivale a um novo fruto do veio que gerou A Luz de Tieta e Não Enche, entre outras. Não por acaso, de longe a pior do CD.

E se Abraçaço abriu com a ousada e virulenta A Bossa Nova É Foda, teve como encerramento a única faixa assinada por outro autor, uma inédita do tropicalista Rogério Duarte.

Trata-se de Gayana, que entra naquele elenco de canções escancaradamente românticas tipo Lua e Estrela, Você é Linda, Sozinho e Você Não Me Ensinou a Te Esquecer. Um bom exemplar dessa tendência.

No geral, Abraçaço equivale a um trabalho diversificado, repleto de nuances e sutilezas que surgem a cada nova audição, e que deixa claro o porque o caetanismo continua firme e forte, quase 50 anos depois de seu surgimento.

Ouça A Bossa Nova é Foda, com Caetano Veloso:

Ouça Um Comunista, com Caetano Veloso:

Tropicália disseca Tropicalismo com maestria

Por Fabian Chacur

De todos os movimentos ocorridos na história de nossa riquíssima música popular, o Tropicalismo certamente segura o estandarte de o mais polêmico, influente e original. Mais de 40 anos após seu surgimento nos efervescentes anos 60, esse importante capítulo de nossa cultura permanece relevante e atraindo as atenções gerais.

Tropicália, documentário dirigido pelo experiente e competente Marcelo Machado, estreará nos cinemas paulistanos nesta sexta-feira (14) com a missão de oferecer ao público a oportunidade de conhecer melhor o que representa essa palavra de sonoridade agradável e imediatamente associada ao nosso “País Tropical abençoado por Deus”, como diria Jorge Ben.

O principal mérito da produção é conciliar, de forma inteligente e impecável, uma apresentação fluente do Tropicalismo oferecida a quem não o domina e a busca por elementos inéditos ou pouco divulgados para satisfazer quem conhece o tema de forma mais apurada.

Sem cair em um didatismo que poderia tornar o filme enfadonho, Tropicália proporciona ao espectador uma visão abrangente do movimento que ajudou a quebrar as barreiras entre estilos musicais e culturais até então considerados opostos. Graças ao Tropicalismo, rock, bossa nova, bolero, música erudita de vanguarda e jazz (para citar apenas alguns gêneros musicais) puderam dialogar em um mesmo contexto de forma livre e ousada.

Para contar essa história, Machado e sua equipe mergulharam em pesquisas que resgataram registros inéditos ou raríssimos por aqui de momentos importantes dos artistas envolvidos. Caetano Veloso e Gilberto Gil, por exemplo, aparecem dando entrevista a uma emissora de TV portuguesa em 1969, e em Londres em meio a seu exílio imposto pela Ditadura Militar.

Os cantores também são flagrados em uma desconhecida por muita gente participação no palco do mitológico festival da Ilha de Wight, na Inglaterra, evento que também incluiu figuras mitológicas como Jimi Hendrix, The Who, Miles Davis e The Doors, entre outros. Caetano e seus parceiros cantam Shoot Me Dead. De arrepiar.

Além dessas cenas garimpadas nos mais diversos arquivos, também temos entrevistas atuais com Caetano, Gil, Tom Zé, Gal Costa, Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e outros protagonistas do Tropicalismo. Em alguns momentos, o filme mostra Caetano, por exemplo, vendo algumas daquelas cenas raras e interagindo com elas.

Lógico que a música come solta durante os 82 minutos de duração do filme, entre as quais uma interpretação ao vivo simplesmente arrasadora de Back In Bahia, um dos clássicos composto por Gil e relacionado a seus dias de exílio londrino.

Tropicália é um documentário essencial para quem deseja entender os caminhos da música brasileira nessas décadas todas. Não vejo a hora do lançamento em DVD, principalmente se tivermos extras aproveitando material que ficou de fora da edição final. Deve ter muita coisa boa adicional nessa geleia geral pesquisada pela troupe da Bossa Nova Filmes.

Veja o trailer de Tropicália, de Marcelo Machado:

Os 70 anos do eterno Mano Caetano

Por Fabian Chacur

Minha relação com a música de Mano Caetano, que completa 70 anos de idade nesta terça(7) com um espírito forever young, começou (só para variar…) através de um LP do meu mais do que saudoso irmão Victor Riskallah Chacur. Era aquele autointitulado álbum de 1971, gravado em Londres e praticamente todo cantado em inglês

Ou seja, conheci esse mestre da MPB em um disco atípico, marcado pela dor do exílio imposto pela Ditadura Militar. Com predominância acústica, com direito a cordas impecáveis e a solos de flauta que o tornam absolutamente único, o álbum apresenta clássicos como London, London (aquela do RPM ahahaha) e Maria Bethânia.

A música em homenagem à maninha mais nova particularmente me marcou, especialmente pelo arranjo absurdamente belo de cordas, pela tensão e pelos longos minutos de verdadeira “mastigação” vocal na parte final, efeito também usado na única música totalmente em português do álbum, uma releitura de Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Desde que estourou nacionalmente graças ao célebre festival da Record de 1967 com Alegria, Alegria, Caetano tornou-se o favorito dos transgressores, dos moderninhos, dos fãs de inovação, dos irreverentes, e obviamente também dos que tentam se mostrar inteligentes, embora nem sempre o sejam.

Arrogante, acertivo, sempre opinando sobre tudo e admitindo isso na célebre frase “é que narciso acha feio o que não é espelho”, da clássica Sampa, Mr. Veloso influenciou muitos artistas, alguns infelizmente só imitando a arrogância, sem talento suficiente para digerir bem as influências musicais e criar algo decente a partir daí.

A infindável capacidade de se renovar fez com que Caetano protagonizasse momentos os mais diversos em sua prolífica carreira, indo de cantar ao vivo com Odair José a atuar com músicos de vanguarda, com tudo o que se imaginar entre isso.

Foi campeão de devoluções com o célebre álbum Araçá Azul (1972), um dos trabalhos mais bizarros e por isso mesmo fascinantes da história da MPB, e ultrapassou a barreira de um milhão de cópias vendidas com Prenda Minha (1998), álbum ao vivo que trazia como pepita de ouro uma fantástica releitura ao vivo de Sozinho, composição do craque Peninha.

Nem sempre acertou, como prova a canção Você é Minha, uma das baladas mais bregas e recheadas de clichês da história da música brasileira, ou o superestimado álbum Velô (1984), tentativa de soar roqueiro que mais parecia “rock para quem não gosta de rock”, de tão asséptico. Mas ele acertaria a mão no rock and roll no vibrante (2006).

Tive a oportunidade de participar de umas duas entrevistas coletivas com o cantor, compositor e músico baiano, nas quais ele era “obrigado” a opinar sobre tudo, até sobre o insuportável trânsito de São Paulo ou sobre os Smiths (em 1986). Difícil acreditar, ao vê-lo de perto, que aquele cara magrelo e baixinho era esse verdadeiro gigante da MPB. Mas é.

Em um cenário tão raquítico como o da MPB e do rock brasileiro dos últimos 20 anos, é lógico que a importância de Caetano Veloso se torna ainda maior, mesmo quando ele dá seu aval a artistas ainda insossos como a clone de Marisa Monte Maria Gadú e o nefando Criolo.

Parabéns, Mano Caetano, seu legado é de riqueza absurda, e seu nome continuará sendo louvado e sua música apreciada por décadas, décadas e mais décadas. E novos brasileiros te podem curtir numa boa.

Ouça London, London, com Caetano Veloso:

Ouça Maria Bethânia, com Caetano Veloso:

Caetano Veloso será homenageado em CD

Por Fabian Chacur

No dia 8 de agosto de 2012, Caetano Veloso fará 70 anos de idade. Várias homenagens a esse grande nome da MPB já estão rolando por aí, em termos de shows e lançamentos de CDs, DVDs e Blu-rays.

A Universal Music acaba de anunciar que no mês em que seu artista mais longevo (Caetano está lá desde 1967) chegará às lojas um álbum com uma seleção de suas canções mais importantes.

O repertório terá releituras inéditas gravadas por nomes importantes da MPB, entre os quais Marcelo Camelo e Céu. A produção ficou por conta do inglês Paul Ralphes, que após visitar o Brasil como integrante da banda Bliss acabou se mudando de mala e cuia por aqui, virando um profissional dos mais requisitados na área de produção.

De quebra, Caetano acaba de participar do novo DVD de Arlindo Cruz (FOTO), que tem previsão de lançamento para o segundo semestre, via Sony Music. O seminal sambista e o mestre da MPB trocam figurinhas na música Trilha do Amor.

Gravado no Terreirão do Samba, no Rio, o DVD de Arlindinho (como é chamado carinhosamente pelos amigos) também contará com as presenças de Alcione, Seu Jorge, Zeca Pagodinho e Marcelo D2, entre outros.

Na estrada desde os anos 70, Arlindo Cruz ficou conhecido como um dos integrantes do Grupo Fundo de Quintal. Posteriormente, fez sucesso em dupla com outro ex-integrante do Fundo, Sombrinha, e há mais de 10 anos investe em produtiva carreira solo. Além de ótimo cantor e músico, também é compositor de primeiríssima linha.

Ouça e veja Sozinho (ao vivo), com Caetano Veloso:

Sai nova edição de Transa, de Caetano Veloso

Por Fabian Chacur

No dia 7 de agosto, Caetano Veloso, um dos maiores ícones da música brasileira, fará 70 anos. Como forma de celebrar de forma bacana essa efeméride, a Universal Music está colocando aos poucos no mercado vários lançamentos especiais.

O mais recente é uma nova edição de Transa, álbum lançado em 1972 e considerado por inúmeros “caetanófilos” como um dos melhores ítens de sua riquíssima discografia.

Com seu conteúdo remasterizado nos estúdios Abbey Road (nos quais os Beatles gravaram seus maiores clássicos), o disco aparece em duas versões (LP de vinil especial e CD), ambas reproduzindo a primeiríssima edição do álbum, que incluia um encarte denonimado “discobjeto” que podia ser montado pelo fã no formado de um triângulo.

Transa é uma verdadeira viagem musical em torno de uma sonoridade centrada nos violões de Caetano e de Jards Macalé (que também toca guitarra e se incumbiu da produção) e na percussão de Tutty Moreno e Áureo de Souza. Minimalista, sem teclados, arranjos de cordas ou outros aparatos. Um minimalismo rico e sofisticado.

Gravado na parte final do exílio de Caê em Londres, no estúdio Chappells, o álbum inclui sete faixas, sendo uma delas a bela releitura de um clássico da MPB, Mora Na Filosofia, de Arnaldo Passos e Monsueto Menezes.

As canções mais conhecidas são You Don’t Know Me e Nine Out Of Ten, sendo esta última presença constante no repertório de shows de Caetano desde então.

O diálogo entre violões e percussão é simplesmente envolvente, sendo que em alguns momentos as improvisações levam a durações incomuns para as canções, especialmente Triste Bahia (com quase 10 minutos) e It’s a Long Way (com pouco mais de seis minutos). E a voz de Caetano cativa, entre versos profundos e espertos.

Na época, a palavra transa era usada com inúmeros significados distintos, e serve como luva para definir as inúmeras intenções contidas em seus versos, melodias e batidas que incluem até um leve flerte com o reggae, que iniciava seu caminho rumo ao sucesso mundial nas ruas de Londres naquele exato momento.

Transa merece ser reavaliado pelas novas gerações que descobriram Caetano Veloso a partir do estouro de Sozinho em 1999, ou mesmo para quem acha que ele é apenas aquele tiozinho magricela de cabelos brancos que gravou e fez shows junto com Maria Gadú.

Ouça Nine Out Of Ten, com Caetano Veloso:

CD de Caetano e David Byrne dá boa liga

Por Fabian Chacur

Caetano Veloso e David Byrne se conheceram lá pelos idos de 1984/85, quando lançavam seus primeiros filmes (respectivamente Cinema Falado e Stop Making Sense). Nascia ali uma amizade que se mantém firme até os dias de hoje.

Ao atuar em 2004 como curador de um projeto de shows no chiquérrimo Carnegie Hall, em Nova York, o autor de Alegria, Alegria resolveu convidar o ex-líder dos Talking Heads para dividir o palco com ele.

Realizada no dia 17 de abril daquele ano, a apresentação certamente entrou para o currículo dos dois por sua qualidade. E agora, oito longos anos depois, enfim chega ao formato CD no Brasil pela Universal Music (e nos EUA pelo selo Nonesuch, que já havia lançado um álbum de Caetano nos anos 80) a parte de áudio, com o título Live At Carnegie Hall.

O espírito do espetáculo é bem minimalista, com diversos momentos no melhor estilo voz e violão. Os brasileiros Jaques Morelenbaum (cello) e Mauro Refosco (percussão) fazem intervenções perfeitas em algumas músicas.

A rigor, temos aqui três tipos de atuação: Caetano solo, Byrne solo e os dois juntos interpretando algumas canções, num total de 18 faixas. A parte de Caê traz vários cavalos de batalha de seu repertório, como Sampa, Leãozinho e Você é Linda, com espaços para um belo lado B, Manhatã. O desempenho é impecável, como sempre.

Por sua vez, Byrne surpreende ao mostrar que alguns hits marcantes dos Talking Heads, como And She Was, Life During Wartime e especialmente Road To Nowhere, conseguem se manter vibrantes e consistentes mesmo sem os conhecidos e irrepreensíveis arranjos originais gravados pela mítica e extinta banda americana. Seu poder de recriação é de fato elogiável.

Juntos, Byrne e Caetano esbanjam carisma em canções como The Revolution, Dreamworld: Marco De Canaveses (escrita em parceria pelos dois), Um Canto de Afoxé Para o Bloco do Ilê (com Byrne cantando em um português deliciosamente capenga) e (Nothing But) Flowers.

Live At Carnegie Hall possui aquela simplicidade sofisticada que só gênios do gabarito de Caetano Veloso e David Byrne são capazes de nos proporcionar. Um CD que nasce clássico e que certamente será apreciado com prazer nos próximos mil anos, se ainda existirem o planeta Terra e os seres humanos nesse longo período de tempo.

Ouça (Nothing But) Flowers, com Caetano Veloso e David Byrne, ao vivo:

Caetano Veloso e David Byrne lançarão CD

Por Fabian Chacur

Que Caetano Veloso e David Byrne são amigos e possuem inúmeros afinidades musicais, todos já sabiam. Afinal, o astro baiano já cantou músicas do ex-líder dos Talking Heads há mais de 20 anos, como Nothing But Flowers, por exemplo.

O que não se esperava era que eles lançassem um disco em dupla após tantos anos de proximidade. Mas isso irá ocorrer. Live At Carnegie Hall está programado para sair nos Estados Unidos em março.

O selo é o Nonesuch, pelo qual o autor de Alegria Alegria lançou um disco voz e violão nos anos 80, e que já foi distribuído no Brasil pela Universal Music e pela Warner.

O álbum inclui a gravação de um show acústico realizado por Byrne e Veloso em 17 de abril de 2004 no mitológico Carnegie Hall, em Nova York, mesmo lugar no qual a Bossa Nova foi apresentada aos americanos, há 40 anos.

O repertório traz 18 músicas dos dois autores, entre as quais Você é Linda, o Leãozinho, Sampa, Coração Vagabundo, Heaven, And She Was, Everyone’s In Love With You e She Only Sleeps. Ainda não foi divulgado se esse trabalho terá lançamento no Brasil.

David Byrne foi lider entre 1976 e 1988 dos Talking Heads, uma das bandas mais importantes do cenário do rock alternativo americano. Depois, iniciou sólida carreira solo, além de ter, com seu selo Luaka Bop, ajudado a divulgar a música brasileira no exterior lançando coletâneas temáticas de forró e samba e de Tom Zé e os Mutantes.

Ouça Nothing But Flowers/Heaven, com Caetano Veloso e David Byrne, do show realizado no Carnegie Hall em 2004:

Maria Gadú e Caetano: essa dupla dá dinheiro!

Por Fabian Chacur

Com apenas dois meses nas lojas, o trabalho gerado pela parceria de Caetano Veloso e Maria Gadú apresenta belíssimos resultados em termos comerciais, como seria de se esperar.

Segundo informações da gravadora Universal Music, o CD duplo Multishow Ao Vivo – Caetano e Maria Gadú, vendeu até agora 90 mil cópias, enquanto o DVD atingiu 52 mil cópias. E isso parece ser só o começo dessa história.

Na mesma nota, foi divulgado que, a partir de setembro, Gadú e Caetano voltarão à estrada juntos, divulgando o álbum pelo Brasil afora. Garantia de casas lotadas, sem sombra de dúvidas.

Mondo Pop fez duas resenhas de Multishow Ao Vivo Caetano e Maria Gadú:

Uma focada em Caetano:
http://mondopop.clickcultural.com.br/2011/06/a-parceria-caetanogadu-o-lado-cae/

E outra tendo Gadú como foco:
http://mondopop.clickcultural.com.br/2011/06/a-parceria-caetanogadu-o-lado-gadu/

Veja Odara, com Caetano Veloso e Maria Gadú:

A parceria Caetano/Gadú: o lado Caê

Por Fabian Chacur

Desde que se tornou um dos grandes astros da história da MPB, Caetano Veloso sempre teve como característica se aproximar das gerações posteriores à sua, o que sempre lhe permitiu renovar a base de fãs.

Marina Lima, Paulo Ricardo, Carlinhos Brown, a lista de nomes a quem o autor de Sampa acabou dando o seu aval é imensa.

Lógico que a via é sempre de mão dupla. Se por um lado ofereceu sua griffe, do outro trouxe para o seu universo nomes emergentes que sempre pintam babando ovos para o Mestre. É que narciso acha feio o que não é espelho, não, é, seo leonino?

Nada contra. Mas que foi gostoso ver Marcelo D2 rejeitando a estratégia paternalista do eterno tropicalista, lá isso foi. Mesmo tendo sido algo meio grosseiro. Mas é legal alguém que prefira seguir o seu próprio caminho, desdenhando avais ou tutelas semi-impostas.

No caso de Maria Gadú, Caetano trouxe para o seu universo a moça que é considerada a joia rara da nova geração da MPB.

Investindo nos últimos anos em uma sonoridade mais crua e próxima do rock, provavelmente sua melhor incursão pelo gênero, Caetano no entanto ficou bem longe do seu auge em termos comerciais.

Gravar clássicos populares de seu repertório ao lado de Maria Gadú em formato acústico representa uma guinada rumo ao que o americano chama “give the people what they want”. Ou, em português mais claro e direto: dar ao povão o que ele realmente quer ouvir.

No caso, canções como Sozinho, Alegria Alegria, Milagres do Povo e Desde Que o Samba é Samba.

Atitude pragmática do Mestre? Sem dúvidas. Artisticamente bacana? Também sem sombra de dúvidas. Aquela rara combinação qualidade/comercialismo.

O espírito da parceria pode ser conferido por seu próprio título: Multishow ao Vivo Caetano e Maria Gadú.

Nem foi preciso colocar o sobrenome, pois todos sabem de qual Caetano estamos falando. No caso da cantora, teve de vir nome e sobrenome. Ou será que não daria para ser Caetano e Maria? Ou Caetano e Gadú? Genipapo absoluto perde.

Seja como for, a parceria se mostrou muito adequada para o autor de Odeio. Mas ele mais ajudou Gadú do que qualquer outra coisa, podem ter certeza, embora tenha ganho muito, também. Bom para todos os envolvidos.

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