Por Fabian Chacur

Não tem um só roqueiro da minha geração ou da geração anterior à minha que não seja até hoje apaixonado por Suzi Quatro. Não só pelo fato de essa cantora e baixista americana ser uma tremenda de uma gata. A coisa ia muito além disso.

Esse ícone do rock and roll completa nesta quinta (3) 60 anos cada vez mais viva nos corações de quem curte rock de verdade. E esse sempre foi um forte diferencial dela. Tinha charme e era bonita, mas ganhava fãs fieis na hora em que começava a cantar.

Nascida nos Estados Unidos em 3 de junho de 1950, mesmo ano de Peter Frampton, Suzi tinha no pai (músico de jazz nas horas de folga) uma influência. Ainda garota, montou dois grupos só de mulheres, ao lado das irmãs Patti, Nancy e Arlene. Seu irmão Michael também mergulhou no rock.

Em 1971, foi descoberta na mítica Detroit pelo produtor britânico Mickie Most, que havia trabalhado com Jeff Beck, The Animals e Donovan, entre outros, e se mudou para a Inglaterra, onde foi contratada pela Rak Records.

O sucesso veio em 1973 com dois singles explosivos,  Can The Can e 48 Crash, ambos de autoria da dupla de compositores Mike Chapman e Nikki Chin, que também fizeram hits para o The Sweet e vários outros.

Embora diferentes entre si, esses dois rockões tinham características em comum: abertura absurdamente energética de bateria, guitarras distorcidas na medida (nem mais, nem menos) e o vozeirão ardido de Suzi dando o tom, além de melodias muito, mas muito bacanas mesmo.

Ironicamente, Suzi Quatro nunca fez grande sucesso em seu país natal. Na Inglaterra, Europa, Austrália e diversos outros países, entre os quais o Brasil, a moça virou mania. Até 1975, outros sucessos rolariam, como Devil Gate Drive, Daytona Demon e a alucinada The Wild One.

Ela também fazia covers, e um é dos mais curiosos: I Wanna Be Your Man, de Lennon e McCartney e gravada pelos Rolling Stones, na qual ela cantava “quero ser seu homem” sem o menor pudor, e também sem a menor vontade de encarar alguém do mesmo sexo. O negócio dela sempre foi homem!

Após alguns anos de vacas magras, Suzi Gata voltou às paradas em 1978 com dois singles bem bacanas, mas com pegada mais pop: o rock balada If You Can’t Give Me Love e a popíssima Stumblin’ In, esta última em dueto com o cantor Chris Norman.

Em 1980, lançou a poderosa Rock Hard, tema do filme Times Square, que não fez sucesso mas tem uma das melhores trilhas sonoras de todos os tempos. Um dia preciso escrever sobre esse disco aqui.

A partir daí, o sucesso saiu de cena para Suzi Quatro. Na música, pois na TV americana ela atuou em algumas séries, como Happy Days, obtendo mais sucesso do que com a música.

Chegou a virar fazendeira e mãe em tempo integral nos anos 80. Mas lançou discos e fez shows. Felizmente está bem, pois é isso o que desejam seus inúmeros fãs, incluindo este que vos tecla.

No Brasil, nos anos 90 e início dos 2000, uma certa The Teahouse Band fazia um cover animal de 48 Crash em seus shows, com direito a performance espetacular de Karen Gião. Por onde anda essa moça? Mas isso é outra história…