Por Fabian Chacur

Um álbum independente intitulado Brisa, de uma cantora com esse mesmo nome e tendo como capa o desenho de uma margarida multicolorida não tinha jeitão de ser algo muito atraente para se ouvir, confesso a vocês.

Parecia, levando-se em conta apenas esse visual, mais uma dessas obras do tipo “como é lindo o meu umbigo hippie”, com violões de mais e melodias de menos.

Daqueles que você ouve e, dez minutos depois, já se esqueceu de tudo. Montenegrices temíveis. Medo!

Ah, como é bom errar, após partir de uma concepção inicial tão preconceituosa e pré-concebida!

Depois da audição inicial, Brisa, o CD, já foi devidamente curtido por este que vos tecla dezenas de vezes. E será ouvido muitas vezes mais, posso garantir. E quer saber? Essa cantora, compositora e violonista formada em música popular pela Unicamp em 2004 sabe das coisas.

Seu disco prima por uma linguagem pop/MPB que tem ecos da diva Marina Lima, mas também pitadas de Joyce, Adriana Calcanhoto, Sylvia Patrícia, quem sabe Nara Leão e outras dessas moças que curtem apostar no balanço cool e cristalino.

As músicas são legais e diversificadas, sendo em um total de 11, com Vida Real, deliciosamente funky, aparecendo também em ótima versão em inglês, intitulada Real Life.

A dançante Dúvida, a quase psicodélica (e a minha favorita) Quando o Dia Amanhecer, o belíssimo dueto com Willy Guevara Pra Você, o reggae psicodélico Olho, é muita coisa boa.

Brisa, o CD, é pop do bom, com direito a vocais deliciosos e arranjos que apostam na sutileza e na qualidade de músicos como Beto Kobayashi (guitarra, violões de aço e nylon), Caio Bertazzoli (bateria), Diego Brianezi (baixo) e José Camilo Neto (teclados), além da própria Brisa nos vocais e violões de aço e nylon.

A moça de nome curioso e do disco da capa da margarida multicolorida merece ser ouvida por todos aqueles que gostam de pop fluente e com marca própria. Tomara que seja!

Ouça Vida Real (ao vivo):