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Denise Emmer lança single/clipe e resgata álbum inédito de 1992

denise emmer 2 - Credito- G. Gerhardt

Por Fabian Chacur

Há quem só se lembre do nome de Denise Emmer por causa de Allouette (ouça aqui), bela canção em francês que foi incluída na trilha da novela Pai Herói (de 1979, hoje disponível no Globoplay) e também vendeu muito no formato compacto simples. Pois podemos dizer que essa faixa é apenas uma referência mínima, se levarmos em conta o tamanho da obra desta cantora, compositora, poeta e musicista carioca. Mais ativa do que nunca, ela nos traz diversas novidades a serem devidamente degustadas.

Talento é a marca da família de Denise, filha dos dramaturgos e novelistas Janete Clair e Dias Gomes e irmã dos ótimos músicos Alfredo e Guilherme Dias Gomes. Ela lançou 22 livros (vários deles premiados no Brasil e no exterior), e possui uma discografia repleta de títulos interessantes e de grande qualidade artística. Alguns deles foram há pouco disponibilizados pela primeira vez nas plataformas digitais. São eles Pelos Caminhos da América (1980), Canto Lunar (1983), Cinco Movimentos e um Soneto (1995) e Mapa das Horas (2004), antes lançados apenas em formatos físicos como LPs e CDs.

Além deles, ela também nos proporcionou Cantiga do Verso Avesso, álbum gravado em 1992 e que permanecia inédito até agora. É um trabalho delicado, com arranjos de Alain Pierre e o violoncelo do consagrado Jaques Morelenbaum, que tocou e gravou com Tom Jobim e Caetano Veloso, entre muitos outros. O disco apresenta influências da música renascentista e também da ibérica, com direito a muita delicadeza e elementos acústicos.

Não satisfeita, Denise Emmer também nos oferece uma belíssima canção inédita, lançada no formato single e com um clipe a divulgá-la. Setembro Antigo foi composta por ela a partir do poema de Álvaro A. de Faria. Ela, que canta e toca instrumentos como flauta, violão, violoncelo e teclados, é acompanhada nesta gravação pelos constantes parceiros Alain Pierre (arranjos, violões, teorba e vocais) e Jaques Morelenbaum (violoncelo). Uma canção encantadora.

Setembro Antigo (clipe)- Denise Emmer:

Simone mergulha de cabeça nas lives e curte contato com os fãs

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Por Fabian Chacur

No dia 12 deste mês, Simone estreou no cenário das lives. A experiência foi tão agradável para a Cigarra que ela resolveu tornar esse contato direto com os fãs uma espécie de evento semanal durante a quarentena gerada pelo combate ao novo coronavírus. A cantora baiana já anunciou uma nova para o próximo domingo (3/5) a partir das 18h, e as subsequentes devem ocorrer no mesmo dia da semana e hora.

“Tem sido uma experiência muito diferente pra mim produzir e seguir realizando essas lives, cantando, lendo as mensagens, buscando as músicas. Independentemente desse tempo triste, de tantas perdas, conectar com o mundo dessa maneira está sendo uma experiência intensa”, relata Simone em texto enviado à imprensa.

Ela pretende manter o formato do qual tem se valido, que a mostra ou no melhor estilo violão e voz, ou sendo acompanhada por bases pré-gravadas preparadas e enviadas por músicos com os quais a estrela baiana já trabalhou em ocasiões anteriores. Entre uma interpretação e outra, temos causos e bate-papo virtual com os fãs, sendo que sugestões e pedidos podem ser feitos através dos perfis da artista nas redes sociais digitais.

Como profissional séria que sempre foi, ela está se preparando com afinco para as próximas transmissões.”Estou levantando repertório novo pra as lives, encomendando bases, conversando com músicos, revisitando meu próprio repertório, dá trabalho!”, relata a intérprete de O Que Será, Face a Face e tantos outros hits marcantes na história da nossa música popula brasileira.

As transmissões estão sendo feitas a partir do perfil no Instagram @simoneoficial .

Veja trechos de uma live de Simone:

Elis Regina, 75 anos, uma utopia: o sonho mais lindo iremos sonhar

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Por Fabian Chacur

Nesta terça-feira (17), Elis Regina completará 75 anos. Três quartos de século, quem diria! Afinal de contas, ninguém se esquece do susto que o Brasil tomou naquele 19 de janeiro de 1982, quando a grande cantora foi internada às pressas, ficando em estado de coma durante diversas dolorosas semanas. Parecia o ponto final para alguém que, então, tinha apenas 36 anos. Mas não foi isso o que aconteceu. Tivemos um verdadeiro renascimento.

Tudo bem que a recuperação total da mãe de João Marcello, Maria Rita e Pedro demorou um período significativo, gerando insegurança por parte dos fãs, especialmente por ter se criado um mistério em torno das razões que levaram a artista gaúcha a quase nos deixar de forma tão prematura. Uns bons anos depois, foi revelado o fato de ela ter sido vítima de uma overdose, da qual escapou por um verdadeiro milagre, e pelo empenho dos médicos que a trataram.

Portanto, seu retorno aos palcos, ocorrido em 1985, poucos meses após ter completado 40 anos de idade, tornou-se rapidamente um dos grandes momentos daquele conturbado ano, no qual Tancredo Neves nos deixou antes mesmo de assumir a presidência da República. E surpreendeu a todos, pois foi um espetáculo totalmente intimista, no qual ela foi acompanhada apenas pelo piano de Ivan Lins e pelo violão de João Bosco, dois dos compositores que ajudou a lançar e de quem gravou canções antológicas.

Muito elogiados, aqueles shows geraram um álbum ao vivo, Os Sonhos Mais Lindos- Ao Vivo (1986), e deram início a uma nova fase na trajetória artística da nossa amada Pimentinha. Com a voz intacta e controlada de forma primorosa, Elis se mostrou mais disposta do que nunca a dar a volta por cima, e a partir daquele momento, a música voltou a predominar em sua agenda.

Desde então, a intérprete nos proporcionou momentos muito bacanas em termos artísticos. A ansiedade de lançamentos constantes a deixou, e cada nova turnê e disco de inéditas (ou projetos especiais) de Elis Regina tornava-se um evento, atraindo as atenções da mídia e do grande público.

Citada como influência pela maioria das novas cantoras, ela no entanto não se importou mais em ser uma campeã de vendas ou de ocupar os holofotes da fama o tempo todo, mantendo-se reservada e com entrevistas eventuais e sempre concedidas a jornalistas e apresentadores em que confiava bastante.

Desde sempre, Milton Nascimento diz que compõe suas canções pensando na voz de Elis Regina. Logo, pode-se dizer que até demorou o lançamento de Nada Será Como Antes (1995), álbum que reuniu composições inéditas do Bituca interpretadas pelos dois. Tipo do álbum que já saiu clássico, e que gerou uma série de shows pelo Brasil e também com inúmeras datas no exterior.

Embora tenha continuado fiel a compositores que gravou desde os anos 1960 e 1970, como o próprio Milton, Ivan Lins, João Bosco, Belchior e Tomas Roth, a estrela gaúcha também soube escolher canções oriundas de autores de gerações posteriores à sua, entre eles Lenine, possivelmente seu favorito. Afinal, em 1999 ela dedicou um álbum inteiro a suas composições, o brilhante Normal Só Tem Você e Eu, cujo título foi extraído de versos de sua melhor faixa, Acredite Ou Não, que contou com a participação do autor (Lenine) em dobradinha fantástica.

Elis também se mostrou muito feliz ao ver o envolvimento dos filhos com a música, todos bem-sucedidos e com sucesso comercial e de crítica. Lógico que também se criou a expectativa de algum trabalho que os reunisse, mas isso só ocorreu em 2015, quando a intérprete fez o show Como Nossos Pais e Filhos, depois registrado em CD e DVD no qual o clima entre ela, Maria Rita, João Marcello (que também se incumbiu da produção) e Pedro no palco foi simplesmente delicioso, com direito a uma surpreendente releitura de Pais e Filhos, da Legião Urbana como momento mais emocionante.

Desde o fim daquela consagradora turnê, que durou quase dois anos e se encerrou em 2017, Elis deu sua habitual saída de cena. Não há informações sobre algum evento (show, álbum ou coisa que o valha) para celebrar seus 75 anos, e quem sabe ela, desta vez, prefira soprar as velinhas ao lado dos filhos e dos netos, além dos amigos, discos e livros, e nada mais.

Casa no Campo (ao vivo)- Pedro Mariano e Elis Regina:

Inezita Barroso será celebrada pelos Trovadores Urbanos

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Por Fabian Chacur

Duas efemérides importantes ligadas à saudosa Inezita Barroso ocorrerão em março: seu aniversário de 95 anos no dia 4 e os cinco anos de sua partida no dia 8. Como forma de celebrar essa figura importante na história da cultura brasileira, o grupo Trovadores Urbanos realizará em São Paulo no dia 4 de março (quarta-feira) a partir das 19h um sarau especial na Casa dos Trovadores (rua Aimberê, nº 651- Perdizes), com entrada gratuita mediante inscrição prévia no site Sympla (saiba mais aqui).

A paulistana Inezita Barroso (1925-2015) teve uma atuação destacada no cenário cultural brasileiro. Sua faceta mais conhecida do grande público foi apresentar durante muitos anos o programa Viola, Minha Viola, transmitido pela TV Cultura, no qual dava espaços aos nomes mais significativos da cultura rural do nosso país, sem preconceitos e dando preferência àqueles que dificilmente conseguiam aparecer nas emissoras televisivas.

Além disso, lançou inúmeros discos de sucesso como cantora e também atuou como instrumentista, atriz, bibliotecária e pesquisadora incansável do folclore brasileiro. Entre outros sucessos, gravou músicas como Moda da Pinga, Balaio e Lampião de Gás, além de ter sido a primeira artista a gravar um dos grandes clássicos da nossa música popular, Ronda, de Paulo Vanzolini.

O sarau, previsto para durar por volta de 90 minutos, mostrará os Trovadores Urbanos relendo à sua moda delicada e refinada grandes momentos do repertório de Inezita. Este evento aproveita para celebrar o Dia Internacional da Mulher e também integra uma série de apresentações que festejam os 30 anos do grupo, que busca resgatar de forma personalizada os grandes clássicos da música popular brasileira de todos os tempos.

Rapaziada do Brás / Lampião de gás / Maricota sai da chuva– Trovadores Urbanos:

Gonzaga Leal e Áurea Martins homenageiam Dalva de Oliveira

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Por Fabian Chacur

Dalva de Oliveira (1917-1972) deixou sua marca na história da música brasileira como uma de suas melhores e mais bem sucedidas cantoras. Ela também pode ser considerada, infelizmente, uma das precursoras da excessiva exposição na mídia atual de artistas, graças a suas intensas e polêmicas relações afetivas. Como forma de homenagear essa personalidade marcante da nossa cultura, o cantor Gonzaga Leal concebeu um show, semente que, agora, dá um fruto dos mais preciosos, o CD Olhando o Céu, Viu Uma Estrela, que gravou ao lado da cantora Áurea Martins.

Com uma carreira repleta de projetos consistentes e de forte conteúdo cultural (leia mais sobre Gonzaga Leal aqui ), este experiente e talentoso artista pernambucano resolveu mergulhar no universo musical de Dalva, repleto de belas canções nas quais o amor é o tema principal e sempre de forma abrangente, indo das paixões arrasadoras aos finais nem sempre muito agradáveis, passando por todas as nuances possíveis.

Dalva de Oliveira foi uma das grandes estrelas da era do rádio no Brasil, e se manteve ativa entre as décadas de 1930 e 1960. Seu casamento com o grande compositor Herivelto Martins, que durou por volta de dez anos, rendeu grandes momentos musicais e também muita confusão, e essa seria a marca de sua vida pessoal. No entanto, sua voz potente e versátil a eternizou, independente de tumultos e ácidas manchetes de jornal.

O repertório do álbum gravado em estúdio nos apresenta alguns dos maiores clássicos do repertório da intérprete oriunda de Rio Claro (SP), sendo seis de autoria de Herivelto. Algumas integram até hoje o imaginário dos fãs da nossa música em função de regravações ocorridas posteriormente, casos de Kalú, Atiraste Uma Pedra, Tudo Acabado e Estão Voltando as Flores.

A direção musical e regência, a cargo de Caca Barreto (também assinou os arranjos) e Cláudio Moura, deram ao álbum uma roupagem delicada e singela, ressaltando dessa forma as belas melodias e as letras inspiradas de cada canção.

A grande sacada do trabalho foi ter sido montado como se fosse uma apresentação radiofônica, entremeando as canções com depoimentos da própria Dalva de Oliveira (gravados em 1970 para o Museu da Imagem e do Som-RJ) e com outras declarações dela interpretadas pela cantora e atriz Marília Barbosa. Também participam a grande Cida Moreira e a talentosa Isadora Melo.

E Gonzaga não poderia ter escolhido melhor a parceira para o álbum. Áurea, há mais de cinco décadas na estrada e dona de uma trajetória artística, musical e pessoal digna e invejável, captou com categoria o espírito deste trabalho, relendo com sensibilidade e alma (e uma voz encantadora) músicas que marcaram a história da nossa música e do nosso país.

Olhando o Céu, Viu Uma Estrela é um daqueles álbuns que já nascem clássicos, e que precisa ser ouvido com atenção, de preferência tendo em mãos o belíssimo livreto que acompanha o CD, que além das letras das canções e da ficha técnica completa, traz também belos textos contextualizando esta obra. Um resgate belíssimo e mais um golaço na carreira desse inquieto Gonzaga Leal.

Ouça Olhando o Céu, Viu Uma Estrela em streaming:

Uma Garota Chamada Marina mostra pistas de Marina Lima

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Por Fabian Chacur

Marina Lima é um enigma dos bons. Uma cantora, compositora e instrumentista que não cabe em padronizações. Que percorreu os mais diversos caminhos musicais, sempre com classe. Que soube vencer o machismo, os rótulos limitantes, os preconceitos, e dessa forma, graças também a muito talento e perseverança, pavimentou uma carreira instigante e repleta de bons momentos. Algumas pistas para entender essa artista incrível estão no documentário Uma Garota Chamada Marina, dirigido por Candé Salles e disponível na programação do Canal Curta! .

Uma das marcas deste documentário de 71 minutos que teve produção de Leticia Monte e Lula Buarque de Hollanda é o fato de não seguir um formato linear. Embora aborde toda a carreira de Marina Lima (leia mais sobre a vida e obra dela aqui), a narrativa se concentra no período entre 2009 e 2019, com ênfase na mudança dela para São Paulo e as razões que a motivaram a fazer isso.

Marina, que é a coautora do roteiro do filme em parceria com a diretora, aparece em entrevistas feitas em momentos diversos, sempre abordando de forma franca temas referentes a sua vida e carreira. A saída do Rio, por exemplo, é justificada assim: “Senti que o Rio queria me enquadrar. Uma coisa cristalizada, tipo ‘o Corcovado, o Pão de Açúcar, Marina Lima’. Não! Tô viva e cheia de ideias!”.

Dessa forma, saiu de lá para mergulhar de cabeça em novos projetos em São Paulo. Um dos pontos máximos dessa mudança é o incrível álbum Climax, de 2011 (leia a resenha aqui), no qual investe em novas sonoridades e se mostra renovada e vibrante, gerando um dos grandes trabalhos musicais desta década.

O profundo relacionamento com o irmão Antonio Cicero, que foi seu principal parceiro de composições durante muito tempo, as novas parcerias musicais, seu relacionamento com os animais de estimação, cenas de shows e a atual namorada (questão que ela aborda de forma discreta e sem alarde) são temas que aparecem durante o filme, além de alguns depoimentos de amigos e colegas. Vale a pena conhecer essa garota. O duro é não se apaixonar por ela…

Veja o trailer de Uma Garota Chamada Marina:

Eliana Pittman lança belo álbum com gravações novas e antigas

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Por Fabian Chacur

Eliana Pittman viveu seus anos de ouro em termos profissionais durante as décadas de 1960 e 1970. Nesse período, fez inúmeros shows no Brasil e no exterior, gravou discos de sucesso, mostrou versatilidade ao cantar de jazz a carimbó e de quebra foi capa da badalada revista americana Ebony em 1965. Desde 1991 sem lançar um disco de estúdio, embora se mantivesse na ativa, a cantora enfim quebra essa escrita negativa com Hoje, Ontem e Sempre (Kuarup Música), um trabalho à altura de seu belo currículo.

O álbum se divide em duas partes que justificam o seu título. A primeira consiste em um repertório composto por dez canções oriundas de vários períodos, todas interpretadas com o acompanhamento do violão de Joan Barros, com percussão em alguns momentos a cargo de Michel Machado. As gravações ocorreram em um único dia, o que nos proporciona interpretações espontâneas, nas quais Eliana se mostra craque no seu jogo, mais do que nunca.

As canções fluem bem graças à ótima interação entre os músicos e a intérprete. O Morro Não Tem Vez (Carlos Lyra e Vinícius de Moraes), Gamei (Délcio Luiz e André Renato, hit nos anos 1990 com o Exaltasamba), Preciso Dizer Que Te Amo (Dé, Cazuza e Bebel Gilberto), Yo Vengo a Ofrecer Mi Corazón (Fito Paes) e Drão (Gilberto Gil) são pontos altos de uma seleção musical bem diversificada que a cantora alinhava sem grandes sustos.

A segunda parte do disco traz oito faixas gravadas ao vivo em 1970, durante show de Eliana na boate Dom Camilo, em Paris, França. A fita com o registro dessa apresentação histórica estava nos arquivos da cantora, e foi descoberta pelo sempre inquieto produtor Thiago Marques Luiz. Acompanhada por uma banda afiada cuja formação infelizmente se perdeu, a moça aparece no auge de seus 25 anos de idade, inquieta e com um swing absurdo.

Temos aqui como pontos altos Aquele Abraço (Gilberto Gil), Ponteio (Edu Lobo e Capinam), Desafinado (Tom Jobim e Newton Mendonça), Big Spender (Cy Coleman e Dorothy Fields) e um incrível pot-pourry incluindo Felicidade (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), Deixa Isso Pra Lá (Edson Menezes e Alberto Paz) e curiosamente O Morro Não Tem Vez, a mesma que abre a parte de estúdio do álbum, permitindo ao ouvinte comparar a performance da cantora na mesma música em duas épocas distintas.

A performance de Eliana neste disco ao vivo é uma prova cabal de sua alma jazzística, com direito a improvisos, scat singing e muito, mas muito swing mesmo, além de uma interação total e completa com a plateia presente. O resultado é simplesmente arrebatador, pequena e belíssima prova da grande capacidade dessa artista em um palco.

Se o conteúdo musical merece nota alta, a apresentação de Ontem, Hoje e Sempre no formato CD é simplesmente brilhante. Além de bela capa digipack, o disco físico traz encarte com 38 páginas incluindo pequenos textos da cantora e de seu produtor e uma maravilhosa seleção de fotos oriundas de várias fases de sua carreira, incluindo capas de revistas como a Ebony e uma da extinta Intervalo na qual aparece ao lado de Roberto Carlos.

Eis uma forma inteligente de tornar a versão física um objeto de desejo não só para os mais fanáticos pela cantora, mas também por quem curte música brasileira e quer ter em mãos um verdadeiro documento dessa carreira. Grande sacada de Thiago, assim como essa ideia de reunir conteúdo de duas épocas distintas da artista em um mesmo CD, algo que ele já havia feito com a cantora Rosa Marya Colin (leia resenha de Mondo Pop aqui).

Gamei (clipe)- Eliana Pittman:

Evinha Canta Guilherme Arantes em álbum e shows em Sampa e RJ

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Por Fabian Chacur

Há quase 20 anos (segundo ela), Evinha recebeu de Guilherme Arantes uma composição inédita do consagrado artista paulistano, Sou o Que Ele Quer. Desde então, havia a vontade de gravá-la. Pois enfim chegou a hora, e não poderia ter sido de forma melhor. Além desta, a cantora carioca registrou outras 11 desse mesmo autor no álbum Evinha Canta Guilherme Arantes (Kuarup), disponível em CD físico e nas plataformas digitais. Ela, há 40 anos radicada na França, mostra o repertório deste trabalho com shows nesta terça (12) em São Paulo e no dia 16 (sábado) no Rio de Janeiro.

O álbum traz Evinha acompanhada apenas por seu marido, o experiente pianista francês Gérard Gambus, que também se incumbiu da produção artística, com a executiva ficando a cargo do brilhante Thiago Marques Luiz. As gravações, mixagem e masterização do álbum foram feitos na França.

O repertório traz canções lançadas entre 1976 e 1989, sendo seis na década de 1970 e cinco na de 1980. Curiosidade: quatro delas- Antes da Chuva Chegar, A Cidade e a Neblina, Águas Passadas e Cuide-se Bem integram o álbum de estreia da carreira-solo de Guilherme, autointitulado e considerado por muita gente como o mais inspirado em seus mais de 40 anos de ótima trajetória musical.

Celebrando 50 anos do início de sua carreira como solista, após ter saído do Trio Esperança, Evinha se mostra em plena forma vocal aos 68 anos de idade. Ela está à vontade trabalhando com o repertório de Guilherme Arantes, e o bacana fica por conta de não ter se concentrado apenas no lado mais baladeiro e romântico do artista, aventurando-se também em faixas mais balançadas ou roqueiras como Deixa Chover e A Cidade e a Neblina.

Afora algumas vocalizações adicionais feitas provavelmente por ela própria em momentos pontuais de algumas das faixas, o que temos aqui é o melhor voz e piano. E a coisa só poderia dar certo com um músico de primeira, o que Gérard Gambus se mostra, dialogando de forma elegante e fluente com a voz de Evinha.

Como já tive a honra de ver alguns shows de Guilherme Arantes no formato voz e piano, foi muito divertido comparar suas performances com as de Evinha, notando as características próprias de cada um. E não é de se estranhar que o compositor tenha feito no encarte do CD um texto tão reverente e de gratidão à cantora por ter gravado este álbum. Ela merece.

Sou o Que Ele Quer, canção inédita que acabou gerando o álbum, é um belo acréscimo ao songbook do autor de Meu Mundo e Nada Mais, gravada com uma levada mezzo latina, mezzo jazzy que envolve o ouvinte sem muita dificuldade.

Outro ponto bacana do repertório foi equilibrar clássicos mais conhecidos do astro paulistano, como Êxtase, Brincar de Viver, Pedacinhos (Bye Bye So Long) e Amanhã, com resgates elogiáveis de outras menos conhecidas do grande público, entre as quais Antes da Chuva Chegar e Águas Passadas, esta última interpretada de forma tão vigorosa e feliz que se tornou totalmente dela. Merecia virar hit!

Evinha Canta Guilherme Arantes é aquela parceria perfeita, pois ajuda a divulgar a ótima e essencial obra de Guilherme Arantes, além de nos oferecer um pouco mais de uma cantora simplesmente brilhante, e que não tem tantos itens em sua discografia. Se vier um volume 2, garanto que ninguém irá reclamar.

Serviço dos shows:

São Paulo
Dia 12 de novembro (terça-feira) às 21h
Teatro Itália (avenida Ipiranga, nº 344- Edifício Itália- República- fone 0xx11-3255-1979)
Ingressos a R$ 50,00 (meia) e R$ 100,00 (inteira)

Rio de Janeiro
Dia 16 de novembro (sábado) às 19h30
Teatro Rival Petrobrás (Rua Álvaro Alvim, nº 33-37- Centro- fone 0xx21-2240-4469)
Ingressos a R$ 70,00

Ouça Evinha Canta Guilherme Arantes em streaming:

Ithamara Koorax volta a SP para show nesta 4ª no Sesc 24 de Maio

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Por Fabian Chacur

Ter como madrinha artística Elizeth Cardoso, a Divina, não é para qualquer uma. E a cantora oriunda de Niterói Ithamara Koorax, felizmente, fez jus a essa rara deferência de uma das nossas melhores cantoras. Ela celebra 30 anos de estrada e está divulgando o seu mais recente álbum, All Around The World, que a traz de volta a São Paulo após sete anos para show nesta quarta (4) às 21h no Teatro Sesc 24 de Maio (rua 24 de Maio, nª 109- Centro- fone 0xx11-3350-6256), com ingressos de R$ 12,00 a R$ 40,00.

Com direção musical do craque Arnaldo DeSouteiro, Ithamara terá a seu lado nesta apresentação um trio afiadíssimo composto por Paula Faour (piano), Jorge Pescara (baixo) e Cesar Machado (bateria). Além de canções do novo trabalho, o 25º de sua discografia, a intérprete reservou espaço em seu set list para alguns clássicos da bossa nova, estilo musical que abraçou desde o início de sua carreira. Vale lembrar que ela gravou com alguns ícones desse gênero, como Tom Jobim, Marcos Valle, Luiz Bonfá e outros desse calibre.

Versátil, Ithamara já teve dez músicas incluídas em trilhas sonoras de novelas globais. Com forte formação jazzística também, ela volta e meia marca presença nas listas de melhores intérpretes de jazz da venerada revista americana Downbeat, ombreando com colegas do porte de Diana Krall e Cassandra Wilson. Ela já cantou em mais de 20 países, e atuou ao lado de mestres como Ron Carter, Larry Coryell, Dave Brubeck, John McLaughlin e Claus Ogerman, só para citar alguns deles. A moça tem currículo!

A Rã– Ithamara Koorax:

Isabella Taviani dá uma geral em seus sucessos com show em SP

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Por Fabian Chacur

Em 2003, a música Foto Polaroid invadiu as paradas de sucesso de todo o país e tornou nacionalmente conhecida a cantora e compositora carioca Isabella Taviani. Desde então, ela lançou seis CDs e dois DVDs, emplacando novos hits e cativando um público fiel, que curte suas canções que abordam de forma abrangente as várias nuances do amor e do romance. Como forma de celebrar 15 anos desse primeiro hit, ela iniciou em abril de 2018 uma turnê que passa pela última vez em São Paulo neste sábado (6) às 22h no Tom Brasil (rua Bragança Paulista, nº 1.281- Chácara Santo Antonio- fone 0xx11-4003-1212), com ingressos de R$ 100,00 a R$ 220,00.

Isabella Taviani tem como marca uma voz de timbre grave e delicado, aliada a composições que investem em melodias bem concatenadas e letras que abordam o tema amor com sensibilidade. Vale lembrar que ela consolidou sua carreira no pior momento da indústria fonográfica do Brasil, quando as quedas de vendas de CDs e de ingressos de shows inviabilizaram os sonhos de muita gente. Mas não os dela, que sempre se mostrou uma batalhadora incansável. E os frutos vieram.

A artista carioca promete para breve um novo single, e seu novo álbum está previsto para chegar ao cenário musical até o final deste ano. Neste show em São Paulo, ela será acompanhada por Lourenço Monteiro (bateria), Marco Brito (teclados), Caio Barreto (guitarra e violão) e Alberto Continentino (baixo).

No repertório, as canções que cativaram tantos fãs, entre as quais Foto Polaroid, Raio X, Diga Sim Pra Mim, Luxúria, A Canção Que Faltava e a recente A Vida Vive Sem Você, além de Close To You e Only Yesterday, do CD Carpenters Avenue (2016), um tributo que ela fez aos Carpenters, um de seus grupos favoritos.

A Vida Vive Sem Você (clipe)- Isabella Taviani:

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