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Uma Garota Chamada Marina mostra pistas de Marina Lima

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Por Fabian Chacur

Marina Lima é um enigma dos bons. Uma cantora, compositora e instrumentista que não cabe em padronizações. Que percorreu os mais diversos caminhos musicais, sempre com classe. Que soube vencer o machismo, os rótulos limitantes, os preconceitos, e dessa forma, graças também a muito talento e perseverança, pavimentou uma carreira instigante e repleta de bons momentos. Algumas pistas para entender essa artista incrível estão no documentário Uma Garota Chamada Marina, dirigido por Candé Salles e disponível na programação do Canal Curta! .

Uma das marcas deste documentário de 71 minutos que teve produção de Leticia Monte e Lula Buarque de Hollanda é o fato de não seguir um formato linear. Embora aborde toda a carreira de Marina Lima (leia mais sobre a vida e obra dela aqui), a narrativa se concentra no período entre 2009 e 2019, com ênfase na mudança dela para São Paulo e as razões que a motivaram a fazer isso.

Marina, que é a coautora do roteiro do filme em parceria com a diretora, aparece em entrevistas feitas em momentos diversos, sempre abordando de forma franca temas referentes a sua vida e carreira. A saída do Rio, por exemplo, é justificada assim: “Senti que o Rio queria me enquadrar. Uma coisa cristalizada, tipo ‘o Corcovado, o Pão de Açúcar, Marina Lima’. Não! Tô viva e cheia de ideias!”.

Dessa forma, saiu de lá para mergulhar de cabeça em novos projetos em São Paulo. Um dos pontos máximos dessa mudança é o incrível álbum Climax, de 2011 (leia a resenha aqui), no qual investe em novas sonoridades e se mostra renovada e vibrante, gerando um dos grandes trabalhos musicais desta década.

O profundo relacionamento com o irmão Antonio Cicero, que foi seu principal parceiro de composições durante muito tempo, as novas parcerias musicais, seu relacionamento com os animais de estimação, cenas de shows e a atual namorada (questão que ela aborda de forma discreta e sem alarde) são temas que aparecem durante o filme, além de alguns depoimentos de amigos e colegas. Vale a pena conhecer essa garota. O duro é não se apaixonar por ela…

Veja o trailer de Uma Garota Chamada Marina:

Jane Duboc interpreta hits em show no Sesc Pompeia (SP)

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Por Fabian Chacur

A carreira de Jane Duboc equivale a uma belíssima viagem pelo mundo da música. Esta incrível cantora paraense está há mais de 40 anos na estrada, período durante o qual se consolidou como uma artista do mais alto gabarito. Menos reconhecida do que deveria pela mídia brasileira, ela dá uma geral em seus hits e momentos mais estelares no show Uma Vida Para a Música, que será apresentado em São Paulo nesta sexta (20) às 21h no Sesc Pompeia (rua Clélia, nª 93- Pompeia- fone 0xx11-3871-7700), com ingressos custando de R$ 9,00 a R$ 30,00 (mais detalhes aqui).

No repertório dessa apresentação, teremos canções que estiveram nas paradas de sucesso nos anos 1980 e 1990. Entre elas, estão escaladas Chama da Paixão, Sonhos, Manuel o Aldaz, Besame, Só nós Dois, Todo Azul do Mar e Partituras. São músicas que frequentaram programas de TV e trilhas de novelas, em uma época que material de qualidade também conseguia essa façanha, hoje não tão simples.

Nascida em Belém (PA) em 16 de novembro de 1950, Jane Duboc morou por seis anos nos EUA quando ainda era adolescente. Nesse período, estudou orquestração, canto lírico, flauta e arte dramática na Faculdade de Música da Universidade da Georgia. Por lá, casou com o músico Jay Anthony Vaquer, que tocaria com Raul Seixas. Juntos, tiveram o filho Jay Vaquer, hoje um dos nomes mais promissores da nova geração.

Ao voltar ao Brasil em 1977, depois de trabalhar como cantora, musicista e professora nos EUA, ela participou de shows de Egberto Gismonti, integrou pequenos grupos musicais e gravou jingles, entre outras ocupações. Em 1980, lançou Languidez, seu primeiro álbum solo, que contou com participações especiais de Toninho Horta, Djavan e Sivuca, além de divulgação com clipe no Fantástico. Em 1982, obteve como intérprete o terceiro lugar no MPB Shell, promovido pela Rede Globo, com a canção Doce Mistério (Tentação).

Versátil, ela participou em 1983 do hoje clássico álbum O Grande Circo Místico, de Chico Buarque e Edu Lobo, cantando Valsa dos Clowns, e como vocalista do álbum Depois do Fim, do grupo de rock progressivo carioca Bacamarte. Bastante conhecida e respeitada entre os colegas, ela ainda não havia obtido um grande sucesso comercial. Isso viria logo a seguir, e de forma bastante significativa.

Em 1987, Jane lançou seu primeiro álbum pela gravadora Continental, e nele incluiu as duas canções que invadiram as paradas de sucesso de todo o país logo a seguir: as românticas Chama da Paixão e Sonhos, que a levaram a participar de programas populares de TV. A partir daí, até meados dos anos 1990, teve presença constante em trilhas de novelas.

Mesmo sem tanta divulgação na grande mídia, a carreira de Jane nos últimos 25 anos é repleta de momentos importantes. Em 1992, por exemplo, lançou o belo Movie Melodies, com releituras personalizadas de grandes temas de filmes. Em 1994, gravou em parceria com o consagrado músico de jazz americano Gerry Mulligan o álbum Paraíso, lançado no exterior pelo prestigiado selo Telarc Jazz Records.

Em alguns momentos, ela dedicou álbuns inteiros a repertório de compositores que admira. Ela fez isso com as obras de Flávio Venturini (Partituras, 1995), Egberto Gismonti (Canção da Espera, 2008) e o filho Jay Vaquer (Sweet Face Of Music, 2010). De 2000 a 2011, foi sócia da gravadora Jam Music, que durante sua existência lançou álbuns dela e de artistas como Angela Ro Ro, Beth Carvalho, Alaíde Costa, Oswaldo Montenegro, Celso Viáfora e Cristina Buarque, entre outros.

Seu mais recente trabalho é o CD Duetos, no qual conta com as participações especiais de Bianca e Egberto Gismonti, Oswaldo Montenegro, Celso Fonseca, Fábio Jr., Toquinho, Roupa Nova e Roberto Menescal. Ah, quer mais uma, e das boas, para finalizar? Jane participou em 6 de outubro de 1993, no Olympia, em São Paulo, de um show do astro do rock Peter Gabriel, cantando com ele Blood Of Eden. E acreditem: faltou muita coisa feita por ela nesse post. Muita mesmo!

Besame– Jane Duboc:

Clara Estrela, o documentário que nos mostra Clara Nunes

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Por Fabian Chacur

Clara Nunes (1942-1983) foi um das grandes estrelas da história da nossa música. Viveu apenas 40 anos, mas nesse curto período concretizou uma trajetória de vida e obra que jamais será esquecida pelos fãs de música de qualidade superior. Nada mais natural do que cultuar esse legado, e é exatamente isso que o documentário Clara Estrela, de Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir, nos proporciona. Ele poderá ser visto no canal a cabo Curta! neste sábado (10) às 22h30 e neste domingo (11) às 10h30 (saiba mais aqui).

Com 71 minutos de duração, Clara Estrela traz diversos méritos. Um deles foi não ser redundante em relação à excelente série Clara, exibida em 2012 pelo Canal Brasil em cinco capítulo de aproximadamente 22 minutos cada. Neles, depoimentos de críticos, músicos, pessoas que conviveram com ela etc, entremeados com cenas da artista em programas de TV ou ao vivo, com roteiro baseado na excelente biografia Clara Nunes- Guerreira da Utopia ,de Vagner Fernandes.

Na obra dirigida por Susanna Lira e Rodrigo Alzugir, a opção ficou por aproveitar algumas entrevistas concedidas por Clara a programas televisivos como o global TV Mulher (entrevistada por Marilia Gabriela) e também diversas concedidas a jornais e revistas durante sua carreira, estas narradas/interpretadas de forma impecável pela atriz Dira Paes. Isso dá ao filme um delicioso clima do tipo “Clara por si própria”, diferencial que torna o trabalho único.

Clara Estrela nos proporciona um agradável mergulho na trajetória da cantora oriunda da pequena cidade mineira de Paraopeba, indo desde seus tempos de operária até o início como cantora na noite e nas rádios. Depois, a ida ao Rio, as inúmeras dificuldades dos primeiros anos na Cidade Maravilhosa, a imposição da gravadora Odeon para que seguisse um estilo romântico que não tinha muito a ver com a sua alma artística.

Temos também a sua virada rumo ao samba e à música de qualidade, apoiada por nomes do porte de Vinícius de Moraes, Paulo Gracindo, Adelzon Alves e Paulo Cesar Pinheiro (que seria o seu marido de 1975 a 1983). Clássicos como Conto de Areia, O Canto das Três Raças, O Mar Serenou, Mineira, Feira de Mangaio e Nação sairiam de seus álbuns, que não se limitavam apenas ao samba, mas também abrindo espaços para ritmos nordestinos, baladas e muito mais. Uma verdadeira diva!

Veja o trailer do filme Clara Estrela:

Nana Caymmi: suas deliciosas “canções para novelas de TV”

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Por Fabian Chacur

Nana Caymmi é uma cantora de personalidade forte. Embora não seja uma compositora de ofício (só tem uma composição em seu currículo, Bom Dia, parceria com o ex-namorado Gilberto Gil), é daquelas que não grava nada que não a agrade, e que não tenha sido escolhido com critério e bom gosto. Uma boa prova é Nana Novelas, coletânea que reúne 15 músicas de seu repertório que integraram trilhas de novelas e minisséries globais. Quer algo mais popular do que uma novela global?

No entanto, nenhuma dessas gravações cai no popularesco ou na vulgaridade que algumas canções selecionadas para embalar romances ficcionais possuem. Nada disso. Quando uma gravação da filha de Dorival Caymmi é escolhida, o selecionador sabe que terá em mãos um registro de alta qualidade artística, com belas letras, melodias caprichadas e interpretações daquelas que vem do fundo da alma, sem concessões ao sentimentalismo barato.

O bacana é que Nana tem como tema básico de seu repertório as idas e vindas do amor, um dos setores mais explorados pelos artistas de viés comercial. Em seu caso, ela dá um tratamento classudo ao romance, ao olho no olho, aos suspiros no portão. Difícil ouvir uma interpretação dessa carioca nascida em 29 de abril de 1941 e não ficar com lágrimas nos olhos, pois ela sabe tocar no nervo daqueles corações apaixonados.

O repertório de Nana Novelas traz músicas de trilhas de novelas lançadas pela Globo entre 1977 e 2010. Não coube tudo. Então, maravilhas do porte de Beijo Partido e Doce Presença, por exemplo, ficaram de fora. O consolo é que nenhuma das que entraram pode ser considerada como bicona nesse reino de maravilhas sonoras. Não há um único acorde aqui que não possa proporcionar prazer aos enamorados.

Temos bolero, bossa nova, samba canção e MPB,com arranjos inspirados que vão da utilização de orquestras a momentos intimistas. Duas faixas são duetos, uma com Erasmo Carlos (Não se Esqueça de Mim, de Roberto e Erasmo Carlos), outra com Chico Buarque (Até Pensei, do próprio Chico, cuja presença na faixa não foi creditada no CD).

Só tem autor craque aqui. Milton Nascimento e Ronaldo Bastos (Cais, de arrepiar até zumbi), Ivan Lins e Vitor Martins (Mudança dos Ventos), Agustin Lara (Solamente Uma Vez), Gonzaguinha (De Volta ao Começo), Tom Jobim (Só Em Teus Braços), Aldir Blanc e Cristóvão Bastos (Suave Veneno e Resposta ao Tempo), João Bosco e Aldir Blanc (Quando o Amor Acontece), papai Dorival Caymmi e Carlos Guinle (Não Tem Solução)…

Só faltou um pequeno, porém importante, detalhe para que Nana Novelas merecesse uma nota dez com louvor. O encarte possui apenas quatro páginas, trazendo só o nome das músicas, os autores e de que trilha sonora de novela ou minissérie cada gravação fez parte. Como forma de valorizar o produto físico, a publicação das letras das canções e um texto contextualizando as gravações seria essencial. Apesar disso, trata-se de um disco para se ouvir suspirando de felicidade.

Cais– Nana Caymmi:

Verônica Ferriani canta no Sesc Pompeia

Por Fabian Chacur

Verônica Ferriani, um dos nomes mais interessantes e consistentes da chamada nova geração da MPB, cantará neste sábado (8), Dia Internacional da Mulher, no Sesc Pompeia (rua Clélia, 93- fone 0xx11-3871-7700 – www.sescsp.org.br ), com ingressos custando de R$ 3,20 a R$ 16,00. A cantora e compositora oriunda de Ribeirão Preto (SP) mostrará as músicas de seu novo e ótimo trabalho individual.

Lançado em outubro de 2013, Porque a Boca Fala Aquilo do Que O Coração Tá Cheio mostra a face autoral de Verônica, com todas as canções assinadas por ela desta vez. O álbum, que pode ser baixado legalmente e de forma gratuita aqui, conta com produção de Marcelo Cabral e Gustavo Ruiz, e inclui faixas bem legais e interessantes como Dança a Menina, Estampa e Só, De Boca Cheia, Era Preciso Saber e Esvaziou, entre outras.

Com uma voz belíssima e usada sempre com muita categoria e sensibilidade e fugindo dos virtuosismos inúteis, Verônica terá a seu lado no Sesc Pompeia uma banda composta por Marcelo Cabral (baixo), Gui Held (guitarra), Rodrigo Campos (guitarra) Sergio Machado (bateria), Thiago França (sax e flauta), Pepe Cisneros (piano suette), Alexandre Ribeiro (clarone) e Regis Damasceno (violão de 12 cordas e violão de aço).

Há dez anos na estrada, Verônica Ferriani já atuou em diversos projetos, como uma belíssima homenagem a Ivan Lins realizada em 2007 e lançada em DVD. Seu excelente primeiro álbum solo, autointitulado e lançado em 2009, mostrou-a relendo com categoria canções de Gonzaguinha, Tim Maia e diversos outros. No mesmo ano, gravou o álbum Sobre Palavras ao lado de Chico Saraiva. Em 2011, realizou uma turnê ao lado de Toquinho no melhor esquema voz e violão e com ótima recepção por parte de público e crítica.

Estampa e Só, com Verônica Ferriani:

Ouça na íntegra, sem precisar baixar, o novo CD de Verônica Ferriani:

Caixa reúne CDs clássicos de Fafá de Belém

Por Fabian Chacur

Poucas intérpretes da história da MPB começaram suas trajetórias com tanta força como Fafá de Belém. Em 1975, com apenas 19 anos, ela estourou nacionalmente com a música Filho da Bahia, trilha da novela global Gabriela. No ano seguinte, lançou seu primeiro álbum, Tamba Tajá, com boa repercussão.

Até o fim dos anos 70, a cantora paraense conseguiu consolidar sua carreira no cenário nacional graças a três álbuns excelentes: Água (1977), Banho de Cheiro (1978) e Estrela Radiante (1979).

A Universal Music está resgatando esses três álbuns em versões remasterizadas e luxuosas na caixa Três Tons de Fafá de Belém, com direito a embalagem luxuosa, encartes repletos de informações e com textos e organização a cargo do produtor Thiago Marques Luiz.

Água traz como marca a presença de sonoridades de várias regiões do Brasil, especialmente do Norte, e canções marcantes como Pauapixuna, Ontem Ao Luar, Raça, Sedução e Foi Assim. A nova versão conta com quatro faixas bônus: Emoriô, Naturalmente, Não Há Dinheiro Que Pague e uma versão em espanhol de Foi Assim.

Banho de Cheiro segue o mesmo espírito do trabalho anterior, e emplacou hits como Dentro de Mim Mora Um Anjo, Maria Solidária, Moça do Mar e Tanto.

O romantismo mais refinado é a marca de Estrela Radiante, como provam baladas belíssimas como Sob Medida, Memória e Que Me Venha Esse Homem, provando ser possível falar de amor sem cair em lugares comuns já frequentados por outros artistas.

Vale ressaltar a qualidade dos músicos que participam desses discos, que inclui entre outros gente do naipe de Wagner Tiso, Antonio Adolfo, Chico Batera, João Donato, Luis Alves, Francis Hime, Artur Verocai, Raul Mascarenhas e Cristóvão Bastos.

Três Tons de Fafá de Belém é uma boa oportunidade para reavaliarmos o lugar de Fafá de Belém na MPB, praticamente esquecida por boa parte dos críticos, embora tenha em seu repertório discos com a excelência dos três trabalhos incluídos nesta bela caixa.

Foi Assim, com Fafá de Belém:

Sedução, com Fafá de Belém:

Cantoras homenageiam Guilherme Arantes

Por Fabian Chacur

Em 2011, nove bandas de Salvador (BA), entre as quais Maglore, Setembro e Neologia, homenagearam Guilherme Arantes ao gravar o álbum A Cara e o Coração, no qual releram as músicas de dois importantes álbuns do cantor, compositor e músico paulistano, A Cara e a Coragem (1978) e Coração Paulista (1980).

Agora, é a vez de vinte cantoras de diversas gerações fazer seu tributo a um dos grandes nomes da história da nossa música pop.

O resultado é A Voz da Mulher Na Obra de Guilherme Arantes, lançamento que o selo Joia Moderna, do DJ Zé Pedro, deve lançar no formato físico até o fim de maio. Mas o trabalho já está disponível em mídia digital na loja virtual de música iTunes.

Entre outras, estão presentes no álbum Zizi Possi, Vanessa da Mata, Fafá de Belém, Ângela RoRo, Verônica Ferriani, Mariana Aydar e Célia, em releituras inéditas de composições escritas por Guilherme e gravadas originalmente nos anos 70 e 80 do século passado.

Veja a relação das faixas de A Voz da Mulher Na Obra de Guilherme Arantes:

1Meu Mundo e Nada Mais (1976) – Zizi Possi
2 Brincar de Viver (1983) – Cida Moreira
3 Cuide-se Bem (1976) – Vanessa da Mata
4Planeta Água (1981) – Fafá de Belém
5Êxtase (1979) – Adyel Silva
6O Melhor Vai Começar (1982) – Marcia Castro
7Amanhã (1977) – Ângela RoRo
8Pedacinhos (1983) – Tiê
9Loucas Horas (1986) – Verônica Sabino
10Muito Diferente (1989) – Verônica Ferriani
11Cheia de Charme (1985) – Silvia Machete
12Águas Passadas (1976) – Mariana Aydar
13Primaveras e Verões (1989) – Vânia Bastos
14Aprendendo a Jogar (1980) – Maria Alcina
15O Amor Nascer (1981) – Célia
16Só Deus É Quem Sabe (1980) – Luciana Alves
17Despertar do Amor (1985) – Leila Pinheiro
18Toda Vã Filosofia (1988) – Fhernanda Fernandes
19Canção de Amor (1987) – Daniela Procópio
20Vivendo com Medo (1980) – Marya Bravo

A voz eterna da eterna Elis Regina

Por Fabian Chacur

Em um triste 19 de janeiro de 1982, ou seja, há precisos 30 anos, Elis Regina nos deixou, com apenas 36 anos e dona de uma das carreiras mais interessantes e brilhantes da história da MPB.

Falar o que dessa gaúcha baixinha e de temperamento forte que alguém já não tenha feito antes e melhor? Mas não dá para fugir do assunto, e a Pimentinha merece uma homenagem de Mondo Pop.

Não, meus, caros, ela infelizmente não faz parte do meu currículo de entrevistados ilustres. Ainda estava cursando jornalismo na Cásper Líbero quando a moça nos deixou. Uma pena.

Para mim, Elis foi, é e provavelmente será para sempre a nossa melhor cantora. São várias as razões que me levam a acreditar nisso. Logo de cara, pela potência e beleza de seu timbre vocal.

Versátil, ela cantou rigorosamente de tudo em sua trajetória. Do bolero ao rock, da bossa nova ao sambão, do pop ao sofisticado. Grande intérprete de Milton Nascimento, a ponto de o próprio dizer que, até hoje, compõe suas músicas pensando na saudosa amiga.

Do início imitando Celly Campello, ainda moleca, para a intérprete mais energética, técnica e ousada de todos os tempos, foram alguns anos. Para mim, ela viveu seu auge nos anos 70, sendo Falso Brilhante (1976) seu melhor disco. Um dos melhores da história da MPB, por sinal.

Em Falso Brilhante, essa versatilidade impressionante aparece com força total. Temos rock em Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida; música latina em Los Hermanos e Gracias a la Vida; folk em Quero; paixão pura em Tatuagem, Um Por Todos e Fascinação… São dez músicas simplesmente perfeitas, com arranjos perfeitos de Cesar Camargo Mariano.

E não posso me esquecer de que Elis Regina ajudou nomes fundamentais na história da MPB como Belchior, João Bosco & Aldir Blanc, Milton Nascimento, Edu Lobo, Guilherme Arantes e tantos outros a ganharem respeito e fama nacional.

Afinal, naqueles anos, o sonho da maior parte dos autores era ter suas composições gravadas pela Pimentinha. Uma artista brilhante, que nos deixou como legado uma obra com inúmeros grandes momentos.

Ouça Como Nossos Pais, lançada no Fantástico:

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