Por Fabian Chacur

Após uma excelente coleção sobre o jazz, a Folha de S. Paulo lança a Coleção Folha Raízes Da Música Popular Brasileira. São 25 livros com capa dura e contendo um CD com músicas representativas de nomes que ajudaram a fundar os alicerces do que hoje chamamos de MPB.

Com edição do extremamente competente jornalista Carlos Calado, não por acaso o mesmo por trás dos volumes jazzísticos, a coleção equivale a uma belíssima iniciação aos que não tem muitas informações sobre os artistas enfocados, além de uma ótima chance de descobrir a imensa riqueza da nossa música.

Preferi só escrever sobre o projeto agora pelo fato de ter adquirido e lido os sete primeiros volumes (os lançamentos são semanais), dedicados, respectivamente, a Noel Rosa, Lamartine Babo, Cartola, Pixinguinha, Ataulfo Alves, Lupicinio Rodrigues e Adoniran Barbosa. E só faço objeções a um.

Escrito por Matilda Kóvac, a bio de Lamartine Babo  se perde em gracinhas e comparações meio absurdas com artistas que viriam depois, e se mostra bastante equivocado, especialmente se comparado aos outros.

Menos mal que, ao menos, o CD que o acompanha seja ótimo, e que este volume tenha vindo de graça junto com o de Noel Rosa.

Quanto aos outros que li, nenhuma objeção, todos escritos por gente do calibre do próprio Calado (Adoniran Barbosa e Pixinguinha), Arthur de Faria (Lupicínio Rodrigues, o melhor da série até agora), Hugo Sukman (Ataulfo Alves) e do mestre João Máximo (Noel Rosa).

Antes que alguém venha dizer alguma besteira em relação ao meu comentário sobre Matilda, uma informação: minha heroina máxima em textos sobre música é Ana Maria Bahiana. Ponto.

De resto, a Coleção Folha Raízes da Música Popular Brasileira é uma daquelas iniciativas que só merecem elogios por quem gosta de música. E que servem de prova de que essa pode ser uma ótima forma de se fugir da pirataria no meio musical. Nota dez. E que venham outros projetos assim por aí.