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Clara Nunes tem álbum de 1973 relançado em um vinil amarelo

clara nunes 1973-400x

Por Fabian Chacur

Se estivesse entre nós, a maravilhosa cantora mineira Clara Nunes celebraria 81 anos de idade neste sábado (12). Como forma de marcar essa efeméride, a gravadora Universal Music está relançando no formato LP de vinil amarelo o álbum Clara Nunes (1973), que está completando 50 anos de seu lançamento original, pela extinta gravadora EMI Odeon. Saiba como adquirir e também o preço do mesmo aqui.

Este trabalho flagra a grande estrela do samba em grande forma, especialmente graças ao sucesso da música Tristeza Pé No Chão. Livre das limitações anteriormente impostas a ela, especialmente nos anos 1960, Clara nos oferecia um repertório repleto de canções marcantes, entre elas uma parceria de Jards Macalé e Vinícius de Moraes, O Mais Que Perfeito.

Com linda capa concebida e executada pelo artista plástico Luiz Jardim, o LP contou com a produção do radialista Adelzon Alves, que foi extremamente importante na evolução da grande intérprete mineira, processo que atingiria seu auge a partir da sua associação com o grande poeta e compositor Paulo Cesar Pinheiro, pouco tempo depois.

Eis as músicas incluídas no LP Clara Nunes (1973):

Lado A:

1 – Tristeza pé no chão (Armando Fernandes Mamão)

2 – Fala viola (Eloir Silva/ Francisco Inácio)

3 – Minha festa (Guilherme de Brito/ Nelson Cavaquinho)

4 – Umas e outras (Chico Buarque de Holanda)

5 – Arlequim de bronze (Ao voltar no samba) (Synval Silva)

6 – O mais que perfeito (Jards Macalé/ Vinicius de Moraes)

Lado B:

1 – Quando eu vim de Minas (Xangô da Mangueira)

2 – Meu Cariri (Dilú Mello/ Rosil Cavalcanti)

3 – Homenagem à Olinda, Recife e Pai Edu (Baracho)

4 – É doce morrer no mar (Dorival Caymmi)

5 – Amei tanto (Baden Powell/ Vinicius de Moraes)

6 – Valeu pelo amor (Ivor Lancellotti)

Tristeza Pé No Chão (ao vivo)- Clara Nunes:

Clara Nunes e a falta que faz uma Guerreira

Por Fabian Chacur

Em 2 de abril de 1983, o Brasil perdeu Clara Nunes. Com apenas 40 anos de idade, partia de forma prematura para o outro lado do mistério uma das melhores cantoras da história da nossa música, intérprete de grandes recursos vocais e performáticos e de uma personalidade artística simplesmente imbatível.

A bela mineira nascida em Caetanópolis em 12 de agosto de 1942 não teve vida fácil, e passou por muitas e não tão boas até chegar ao estrelato. Foi operária, venceu concursos de rádio, gravou discos irregulares nos quais investiu em diversos estilos musicais, teve o apoio do impagável Carlos Imperial, sofreu com a vida amorosa…

Clara pegou no breu mesmo na década de 70, quando descobriu que, embora tivesse talento para cantar o que quisesse, era no samba que conseguiria ampliar de forma incomensurável os seus horizontes artísticos e de popularidade. E graças a seu mergulho apaixonado nesse gênero musical, tornou-se a nossa Guerreira, repleta de graça, carisma e talento.

A voz de Clara era poderosa, forte, agressiva, mas impressionantemente melódica, ao mesmo tempo. Daqueles gogós com assinatura, que nas primeiras notas ouvidas já se fazia reconhecida por todos. Em sucessos como Conto de Areia, O Canto das Três Raças, Meu Sapato Já Furou, Tristeza Pé No Chão e O Mar Serenou, ela provava que dava para fazer sucesso e cantar música relevante em termos artísticos ao mesmo tempo.

Nunca deixou de ser versátil, mesmo depois de vestir o manto da sambista clássica. Gravou com categoria forró, música baiana, samba-canção, bolero e o que mais pintasse, sempre esbanjando categoria e personalidade- vide Feira de Mangaio, Basta Um Dia, Fado Tropical e Lama,bons exemplos dessa vertente musical de Clara.

Como herança, Clara Nunes nos deixou uma discografia repleta de grandes momentos e a certeza de que poderemos ter novas cantoras bem interessantes, mas nenhuma com o seu perfil. Chega a ser hilariante ouvir algumas intérpretes que tentam regravar ou cantar ao vivo seus sucessos, pois raríssimas (uma delas é a ótima Aline Calixto) conseguem dar conta do recado. Seria melhor escolherem outras canções, pois as que a Guerreira eternizou são dela e de ninguém mais. Uma diva de verdade!

O Canto das Três Raças, com Clara Nunes:

Karyme Hass homenageia Clara Nunes

Por Fabian Chacur

Como forma de homenagear Clara Nunes, a cantora Karyme Hass gravou a canção Clareia, composição inédita de autoria de Norma Acquarone inspirada na saudosa intérprete mineira, que nos deixou em um triste 2 de abril de 1983. O arranjo de cordas da gravação foi concebido por Leonardo Bruno, arranjador do álbum A Beleza Que Canta (1969), da Guerreira.

Karyme, há mais de uma década na estrada, já foi comparada a Clara Nunes em um programa de rádio (Botequim da Globo), e encarou o comentário proferido pelo apresentador da atração radiofônica, José Loureiro, de forma comedida. “Só posso dizer que é uma honra (tal comparação), já que sou muito fã dela”.

Outra aproximação com Clara é o fato de Karyme ter gravado em seu mais recente CD, Barra da Saia, uma música (Caminhos) que tem como coautor Toninho Nascimento, autor de vários sucessos da estrela, entre os quais Conto de Areia.

Barra da Saia saiu recentemente, e é o primeiro totalmente dedicado ao samba de Karyme, com direito a participação especial de Zeca Pagodinho na faixa título e composições dela própria (sete) e de autores consagrados do naipe de Cartola, Elton Medeiros, Toninho Geraes, Adoniran Barbosa, Johnny Alf e Nelson Cavaquinho. Ela ganhou no Rio o apelido de Branka, e tem sido presença de destaque nas rodas de samba da Cidade Maravilhosa.

Por sinal, Karyme possui outra característica, em termos de carreira, que a associa de certa forma a Clara Nunes. Ambas começaram a carreira enveredando por diversos estilos musicais até se firmarem como intérpretes imediatamente identificáveis com o samba, que se tornou então a pedra de toque de seus repertórios.

Ouça Barra da Saia, com Karyme Hass e Zeca Pagodinho:

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