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David Crosby, 81 anos, um dos grandes gênios do rock and roll

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Por Fabian Chacur

Pelo menos desde os anos 1980 David Crosby se deparou com diversos problemas de saúde, alguns bem sérios. Ele, no entanto, não só lutou bravamente contra eles, como também se manteve ativo, fazendo shows e lançando novos trabalhos como artista solo e com grupos como CPR e Crosby, Stills & Nash (com ou sem Young). Este guerreiro se manteve ativo até o final. Que, infelizmente, chegou nesta quinta-feira (19), notícia confirmada pela sua esposa em comunicado nas redes sociais. Ele nos deixa com 81 anos.

Um de meus grandes ídolos, David Crosby foi alvo de diversas matérias de Mondo Pop (vasculhe nossos arquivo aqui ). Seu mais recente álbum, For Free, saiu em 2021. Leia a seguir um dos textos que fiz em homenagem a ele, flores que ofereci a esse gênio do rock ainda em vida, graças a Deus.

A carreira de David Van Cortland Crosby, nascido em 14 de agosto de 1941, equivale a uma inacreditável viagem, repleta de surpresas. Ele passou seus anos de formação nos Byrds, banda na qual ele era um coadjuvante de luxo para o líder Roger McGuinn (vocal, composições e guitarra) e também para Gene Clark (vocal). Com o tempo, percebeu que não conseguiria ter no grupo o espaço suficiente para dar vasão a seu talento, e no processo acabou sendo expulso do time, no final de 1967.

A partir daí, ele abriu as portas da sua carreira para novas experiências. Conheceu Stephen Stills (ex-Buffalo Springfield) e Graham Nash (ex-The Hollies) e criou o Crosby, Stills & Nash, grupo seminal para a história do rock no qual as individualidades eram respeitadas, e que volta e meia virava Crosby, Stills, Nash & Young com a eventual participação de Neil Young (também ex-Buffalo Springfield).

Paralelamente ao CSN/CNSY e a trabalhos em dupla com Graham Nash, Crosby também desenvolveu uma carreira solo que iniciou de forma brilhante, com If I Could Only Remember My Name (1971). Teríamos de esperar 18 longos anos para poder ouvir um segundo trabalho solo do artista, com o irônico título Oh Yes I Can (1989). “Se eu ao menos pudesse me lembrar do meu nome”, dizia o título da estreia solo. “Oh, sim, eu posso”, afirma sem sombra de dúvidas o segundo.

Nos anos 1990, foram três trabalhos solo, um de estúdio com composições alheias e duas de sua autoria, o belíssimo Thousand Roads (1991) e dois ao vivo, It’s All Coming Back To Me Now (1994) e King Biscuit Flower Hour (1996). Aí, surge o trio CPR com Raymond e Jeff Pevar, que lançou quatro álbuns (dois de estúdio e dois ao vivo) entre 1998 e 2001) com uma bela mistura de rock, jazz, folk e country.

Filho do premiado cineasta Floyd Crosby (1899-1985), David Crosby tem como marcas um forte lado intelectual, além de ouvinte atento de jazz, preferência audível nos acordes de violão que usa em suas composições. De temperamento difícil e rebelde, ele teve de superar problemas como prisão por consumo de drogas na metade dos anos 1980, um transplante de fígado nos anos 1990 e um problema cardíaco em 2014, percalços que venceu tal qual um highlander do rock.

Em 2014, após alguns anos se dedicando a trabalhos com o Crosby, Stills & Nash, Crosby volta à carreira solo com o excelente Croz. Ele lançaria mais quatro álbuns de estúdio, além de alguns ao vivo e um documentário sobre sua brilhante carreira, David Crosby: Remember My Name (2019), dirigido pelo consagrado Cameron Crowe.

David Crosby se apresentou ao vivo no Brasil em maio de 2012 como integrante do Crosby, Stills & Nash, e eu tive a honra de ver um desses shows, no hoje extinto Via Funchal, em São Paulo. Um dos melhores que já vi na minha vida, no qual ele teve uma performance simplesmente impecável. Leia mais sobre esse memorável show aqui.

Laughing– David Crosby:

The Rolling Stones lança álbum ao vivo gravado no ano de 2012

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Por Fabian Chacur

Nos últimos anos, os Rolling Stones estão oferecendo à sua imensa legião de fãs um número enorme de lançamentos extraídos de seus arquivos de áudio e vídeo. Desta vez, eles acabam de divulgar que sairá no dia 10 de fevereiro de 2023 Grrrr Live!, que será disponibilizado nas plataformas digitais e também sairá em CD duplo, LP triplo de vinil e pacotes DVD+CD duplo e Blu-Ray+CD duplo, com algumas variações atraentes para os colecionadores.

Para quem acha que já ouviu esse título antes, você está certo. Grrr! é o nome de uma coletânea dupla de hits da banda lançada em 2012. E o novo material lançado por Mick Jagger e seus asseclas foi gravado ao vivo naquele mesmo ano, mais precisamente em dezembro, em show realizado no Previdential Centre de Newark, New Jersey, durante a turnê 50’s & Counting, que celebrou os 50 anos de estrada do grupo.

Dando uma bela geral nos seus maiores hits, os Stones também contaram com participações mais do que especiais no show, entre elas as de Bruce Springsteen, Lady Gaga, The Black Keys e John Mayer.

Eis as faixas incluídas em GRR Live!:

CD1

Get Off Of My Cloud
The Last Time
It’s Only Rock ‘n’ Roll (But I Like It)
Paint It Black
Gimme Shelter (with Lady Gaga)
Wild Horses
Going Down (with John Mayer and Gary Clark Jr)
Dead Flowers
Who Do You Love? (with The Black Keys)
Doom And Gloom
One More Shot
Miss You
Honky Tonk Women
Band Introductions

CD2

Before They Make Me Run
Happy
Midnight Rambler (with Mick Taylor)
Start Me Up
Tumbling Dice (with Bruce Springsteen)
Brown Sugar
Sympathy For the Devil
You Can’t Always Get What You Want
Jumpin’ Jack Flash
(I Can’t Get No) Satisfaction

Veja o trailler do DVD/Blu-Ray de Grrr Live!:

Christine McVie, 79 anos, uma integrante do Fleetwood Mac

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Por Fabian Chacur

Em junho deste ano, foi lançada a coletânea Songbird- A Solo Collection (leia sobre este álbum aqui), a primeira dedicada à carreira-solo de Christine McVie. Infelizmente, foi o último trabalho lançado pela também cantora e compositora da banda Fleetwood Mac, que nos deixou nesta quarta-feira (30/11) aos 79 anos.

A informação foi divulgada nas redes sociais através de seus familiares, dizendo que ela partiu em paz após um período de internação e vitima de uma curta doença não revelada aos seus fãs.

Nascida em 12 de julho de 1943 na Inglaterra. ela começou a se tornar conhecida na cena musical do Reino Unido ao integrar a banda Chicken Shack, com quem gravou dois álbuns entre 1967 e 1969. Ela saiu do grupo e começou um flerte com outra banda que vivia seus primeiros tempos de sucesso na mesma época. o Fleetwood Mac. A ligação foi musical e afetiva, pois ela se casou em 1968 com seu baixista, John McVie.

Antes de entrar efetivamente na banda, ela lançou o seu primeiro álbum solo, que levou o seu nome de solteira, Christine Perfect (1970), trabalho no qual regravou o clássico do blues I’d Rather Go Blind, hit de Etta James que ela já havia gravado com a sua banda anterior, sendo a vocalista principal.

Christine participou como convidada dos álbuns Mr. Wonderful (1968) e Kiln House (1970), sendo que neste último foi a autora da pintura que ilustra a sua capa. No trabalho seguinte, Future Games (19710, Christine McVie foi enfim efetivada como tecladista e vocalista do FM. Embora tenha base blueseira também, ela certamente ajudou e muito a banda na sua transição para uma sonoridade um pouco mais pop e melódica.

Ela topou, junto com os fundadores da banda, o marido John e o baterista Mick Fleetwood, a encarar a mudança em 1974 para os EUA. E foi lá que o grupo encontrou o guitarrista e vocalista Lindsey Buckingham e a cantora Stevie Nicks, que com os três britânicos integrou a formação mais bem-sucedida do grupo em termos comerciais e para muitos também artística (estou entre os que pensam assim).

Entre 1975 e 1987, o Fleetwood Mac se tornou uma das mais bem-sucedidas bandas de rock do mundo, graças a álbuns impactantes como Fleetwood Mac (1975), Rumours (1977). Tusk (1979) e Mirage (1982). Neles, Christine se destacou como cantora e compositora, em hits como Say You Love Me, You Make Loving Fun, Songbird, Hold Me e Everywhere, além de encaixar com categoria seus vocais e teclados nas canções dos colegas.

Além do trabalho com a banda, ela lançou mais dois discos solo, Christine McVie (1984), com o hit Got a Hold On Me, e In The Meantime (2004), este seu único lançamento em um longo período longe do Fleetwood Mac, entre 1998 e 2013. Ela também lançou um excelente álbum em parceria com o Lindsey Buckingham em 2017 (leia a resenha aqui).

Depois de se separar de John McVie em 1976, Christine ainda conseguiu trabalhar com o ex-marido, mesmo tendo alguns perrengues com ele, alguns inspiradores de canções do célebre álbum Rumours, o mais famoso da banda. Um dos pontos altos da recente coletânea é uma versão de Songbird, um de seus clássicos do Fleetwood Mac, acrescido de um belíssimo arranjo de cordas, que acaba soando como uma bela despedida dela de cena.

Songbird (nova versão)- Christine McVie:

Neil Young divulga uma nova faixa com o grupo Crazy Horse

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Por Fabian Chacur

No dia 18 de novembro, será lançado World Record, novo álbum de Neil Young & Crazy Horse, parceria que, entre idas e vindas, já ultrapassa as cinco décadas de existência. Como forma de divulgar previamente o trabalho, duas de suas 10 faixas já foram divulgadas previamente. Inicialmente, tivemos a suave e country-jazz Love Earth (veja o clipe aqui).

Agora, chegou a vez de Break The Chain, um blues rock ardido e compassado no melhor estilo de Neil Young (vocal e guitarra) e seus colegas Nils Lofgren (guitarra), Billy Talbot (baixo) e Ralph Molina (bateria). O álbum foi gravado no estúdio Shangri-la, situado em Malibu, na Califórnia (EUA), e conta com a produção de Young em parceria com o célebre Rick Rubin.

Break The Chain (clipe)- Neil Young & Crazy Horse:

David Bowie e o filme Moonage Daydream: trilha sonora à vista

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Por Fabian Chacur

Será lançado em setembro nos cinemas Moonage Daydream, documentário dirigido por Brett Morgen (o mesmo de Kurt Cobain: Montage Of Heck, de 2015) que dá uma geral na carreira de David Bowie. Trata-se da primeira atração aprovada pelos herdeiros do genial e saudoso astro britânico. E, como seria de se esperar, o documentário será acompanhado por uma trilha sonora que certamente irá atrair as atenções de seus fãs.

A trilha chegará às plataformas digitais pelo selo Parlophone (distribuído atualmente pela Warner Music) no dia 16 de setembro, e no formato CD duplo em 18 de novembro. A seleção traz gravações de todas as fases da prolífica trajetória de Bowie, incluindo novas mixagens, raridades e pequenos trechos de áudio extraídas do filme entre algumas das faixas. Um dos pontos altos é o medley The Jean Genie/Love Me Do, gravado ao vivo em 1973 com a participação especial de Jeff Beck na guitarra.

O documentário é narrado pelo próprio David Bowie, narração essa montada a partir de trechos de entrevistas concedidas por ele em diversas ocasiões, e procura dar uma geral em uma das carreiras mais sólidas e surpreendentes da história do rock. Tem tudo para atrair as atenções das novas gerações a essa obra consistente e repleta de nuances.

Eis as faixas da trilha de MOONAGE DAYDREAM:

– “Time… one of the most complex expressions…”
– Ian Fish U.K. Heir (Moonage Daydream Mix 1)
– Hallo Spaceboy (Remix Moonage Daydream Edit)
– Medley: Wild Eyed Boy From Freecloud / All The Young Dudes / Oh! You Pretty Things (Live)
Life On Mars? (2016 Mix Moonage Daydream Edit)
– Moonage Daydream (Live)
– The Jean Genie / Love Me Do / The Jean Genie (Live) (featuring Jeff Beck)
– The Light (Excerpt)*
– Warszawa (Live Moonage Daydream Edit)
– Quicksand (Early Version 2021 Mix)
– Medley: Future Legend / Diamonds Dogs intro / Cracked Actor
– Rock ‘n’ Roll With Me (Live in Buffalo 8th November, 1974)
– Aladdin Sane (Moonage Daydream Edit)
– Subterraneans
– Space Oddity (Moonage Daydream Mix)
– V-2 Schneider
– Sound And Vision (Moonage Daydream Mix)
– A New Career In A New Town (Moonage Daydream Mix)
– Word On A Wing (Moonage Daydream Excerpt)
– “Heroes” (Live Moonage Daydream Edit)
– D.J. (Moonage Daydream Mix)
– Ashes To Ashes (Moonage Daydream Mix)
– Move On (Moonage Daydream acappella Mix Edit)
– Moss Garden (Moonage Daydream Edit)
– Cygnet Committee/Lazarus (Moonage Daydream Mix)
– Memory Of A Free Festival (Harmonium Edit)
– Modern Love (Moonage Daydream Mix)
– Let’s Dance (Live Moonage Daydream Edit)
– The Mysteries (Moonage Daydream Mix)
– Rock ‘n’ Roll Suicide (Live Moonage Daydream Edit)
– Ian Fish U.K. Heir (Moonage Daydream Mix 2)
– Word On A Wing (Moonage Daydream Mix)
– Hallo Spaceboy (live Moonage Daydream Mix)
– I Have Not Been To Oxford Town (Moonage Daydream acappella Mix Edit)
– “Heroes”: IV. Sons Of The Silent Age (Excerpt) *
– ★ (Moonage Daydream Mix Edit)
– Ian Fish U.K. Heir (Moonage Daydream Mix Excerpt)
– Memory Of A Free Festival (Moonage Daydream Mix Edit)
– Starman
– “You’re aware of a deeper existence…”
– Changes
– “Let me tell you one thing…”
– “Well, you know what this has been an incredible pleasure…”

* Interpretada pela Bournemouth Symphony Orchestra dirigida por Marin Alsop

Modern Love (Moonage Daydream mix)- David Bowie:

The Kinks terão dois álbuns clássicos relançados em CD e LP

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Por Fabian Chacur

Os Kinks foram uma das bandas mais bem-sucedidas em termos criativos da história do rock, embora tenham alternado momentos de altos e baixos em termos comerciais. A obra do grupo liderado pelo cantor, compositor e músico britânico Ray Davies sempre primou pela qualidade artística e criatividade, e merece ser reverenciada. A gravadora BMG relançará no dia 9 de setembro dois de seus álbuns.

Muswell Hillbillies e Everybody’s In Show-Biz saíram em 1972 e marcaram a estreia dos Kinks na gravadora RCA. Os álbuns chegarão ao mercado nas plataformas digitais e também em versões deluxe nos formatos físicos CD e LP de vinil, todos com direito a faixas-bônus e remasterizadas. Ambos mostram a banda mergulhada em sua experiência com estilos como music hall, country, bluegrass e hillbilly, com fortes tendências teatrais.

A 1ª faixa remixada a ser disponibilizada é uma das baladas mais lindas do songbook de Ray Davies. Trata-se de Celluloid Heroes, uma emocionante e emotiva homenagem aos heróis do cinema. Os dois álbuns merecem ser reavaliados como um todo, sendo que Everybody’s In Show-Biz também traz gravações ao vivo feitas pela banda no Carnegie Hall, na época.

Celluloid Heroes– The Kinks:

Chicago celebra 55 anos com o álbum Born For This Moment

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Por Fabian Chacur

Em um ambiente tão afeito a mudanças e fins de linha, é surpreendente constatar que o Chicago está completando 55 anos de carreira. Melhor do que isso: ainda ativo e disponibilizando material atual e inédito. A consagrada banda norte-americana acaba de lançar seu álbum de nº 38, Born For This Moment, que a gravadora BMG lança em CD e nas plataformas digitais, e que também terá a sua versão em LP de vinil em outubro.

A atual formação do Chicago traz três de seus criadores. São eles Robert Lamm (teclados e vocais), James Pankow (trombone e arranjos de metais) e Lee Louchlane (trompete e flugelhorn). Completam o time Neil Donell (vocal principal e guitarra), Ray Herrmann (sax, flauta e clarinete), Waldredo Reyes Jr. (bateria), Ramon “Ray” Islas (percussão), Tony Obrohta (guitarra e vocais), Loren Gold (teclados e vocais) e Eric Baines (baixo e vocal).

O som do novo álbum está mais próximo do que eles faziam nos anos 1970, mesclando baladas bacanas como If This Is Goobye (a primeira a ser divulgada e a contar com um clipe) a canções com pegada mais sacudidas como as excelentes Firecracker (ouça aqui) e She’s Right (ouça aqui).

Outro destaque importante do álbum para nós, brasileiros, é a faixa The Mermaid (Sereia de Mar) (ouça aqui), parceria de Robert Lamm com ninguém menos do que Marcos Valle, que já havia trabalhado anteriormente com a banda. Com levada de bossa nova, tem citação de Samba de Verão, clássico de Marcos & Paulo Sérgio Valle.

Como de praxe, os arranjos de metais e vocais estão irrepreensíveis. As 14 canções são bem consistentes, e se não trazem novidades ao som habitual deles, não cai em mera diluição ou repetição banal de glórias passadas. Born For This Moment (ouça a bela faixa-título aqui) flagra uma banda importante em um momento dos mais dignos e competentes.

O Chicago surgiu em 1967 como uma das primeiras bandas de rock a incorporar metais à sua formação habitual. Com uma mescla de rock, jazz, r&b, música latina e até elementos eventuais de música erudita, eles estouraram nos anos 1980 com canções como Saturday In The Park, Happy Man, 25 Or 6 To 4, If You Leave Me Now e Just You ‘N’ Me.

Em 1985, Peter Cetera, baixista que com o tempo se tornou o vocalista de seus principais hits, saiu da banda rumo a uma bem-sucedida carreira-solo. O grupo, no entanto, soube superar essa perda, e continuou a emplacar hits nas paradas de sucesso pelo menos até a metade da década de 1990. O saudoso e excelente percussionista brasileiro Laudir de Oliveira (1940-2017) integrou a banda entre 1973 e 1981.

If This Is Goodbye (clipe)- Chicago:

Graham Nash celebra 80 anos como um roqueiro elegante

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Por Fabian Chacur

Em maio de 2012, tive um dos momentos mais sublimes da minha vida. Vi, na extinta Via Funchal, o show dos meus amados Crosby, Stills & Nash (leia a resenha aqui). Dos três ícones do rock, o que parecia estar mais em forma era Graham Nash, então com 70 anos. Ele completa 80 nesta quarta (2) e mostra que continua firme e forte (veja entrevista dele em dezembro de 2021 aqui). Ele acabou de lançar no exterior um livro com fotos feitas por ele, A Life In Focus: The Photography Of Graham Nash.

Uma forma simples de definir a trajetória musical de Graham Nash é chamá-lo de um roqueiro elegante. Sim, ele é cria da primeira geração que cresceu tendo o rock and roll como a principal influência musical e comportamental. Foi inspirado por esse estilo musical que este cantor, compositor, músico e fotógrafo britânico resolveu se dedicar à música. Inicialmente, foi integrante de um dos mais bem-sucedidos grupos da chamada British Invasion, The Hollies, com suas canções melódicas, bem arranjadas e fortemente próximas da música pop.

Depois de aproximadamente cinco anos com a banda, Nash começou a ambicionar voos mais ambiciosos em termos musicais, que refletiram em faixas dos Hollies como King Midas In Reverse, por exemplo. Durante uma viagem aos EUA em 1968, mais precisamente na casa da cantora Mama Cass (dos The Mammas And The Papas) teve a oportunidade de fazer uma jam session com David Crosby (dos Byrds) e Stephen Stills (do Buffalo Springfield). O entrosamento das vozes foi tão imediato que nenhum dos três teve dúvidas: uma parceria importante nascia ali.

E a ideia era a da liberdade, sem amarras. Tanto que o supergrupo foi intitulado Crosby, Stills & Nash. Seu álbum de estreia, de 1969, é um dos melhores de todos os tempos, com canções maravilhosas e icônicas. Marrakesh Express, de Nash, foi um dos grandes sucessos. No ano seguinte, o trio viraria quarteto com a entrada de Neil Young (outro ex-Buffalo Springfield), e lançaria Dèja Vu (1970), cujo maior hit foi a doce Our House, dedicada por Nash a Joni Mitchell, com quem teve um breve, porém marcante relacionamento afetivo.

Vale lembrar que em agosto de 1969 Crosby, Stills & Nash, em sua segunda apresentação ao vivo (já com Young no time), tiveram grande destaque no mitológico festival de Woodstock, ganhando fama mundial após o lançamento do documentário que imortalizou o evento. Livre para voar musicalmente, Graham Nash passou, a partir da saída dos Hollies, a alternar parcerias com os amigos com trabalhos individuais, com direito a canções românticas e também brados de inspiração política como Military Madness e Chicago.

Além de grande cantor e compositor, o astro britânico sempre encontrou tempo para defender causas ecológicas e políticas das mais justas, mas sem perder a ternura jamais. Dos integrantes do Crosby, Stills & Nash (com ou sem o Young), sempre se mostrou o mais simpático, acessível e tranquilo. Em 1983, até teve um breve retorno com os Hollies, que gerou um álbum de estúdio e alguns shows.

Graham Nash é a prova de que um artista de rock pode ser romântico, doce e delicado, sem no entanto deixar o lado vigoroso e contestador do rock de lado. No momento, dedica-se a lançar livros com fotografias que tirou desde que era criança, uma paixão paralela à da música. Ele promete mais uma publicação para breve. Pena que sua briga com David Crosby há não muito tempo parece ter encerrado para sempre o Crosby, Stills & Nash. Mas, com esses caras, nunca se sabe… Bem, pelo menos pude ver um de seus shows, pena que sem uma companhia essencial a meu lado. Parabéns a ele, com votos de muitos anos mais de vida com saúde, paz e produtividade.

Nota de última hora: em solidariedade ao velho amigo e parceiro Neil Young, Graham Nash também vai tirar as suas músicas da plataforma digital Spotify.

Our House– Crosby, Stills & Nash:

Get Back- The Rooftop Concert é novo lançamento dos Beatles

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Por Fabian Chacur

Mais um desdobramento do mergulho do diretor neozelandês Peter Jackson no material gravado pelos Beatles para o filme Let It Be em 1969 está em vias de ser disponibilizado. Depois da série Get Back, com aproximadamente 7 horas de duração e disponível na plataforma de streaming Disney+, temos agora Get Back- The Rooftop Concert, filme com 60 minutos de duração que apresenta o célebre show, o último dos lendários Fab Four, realizado no teto da sede da Apple em Saville Row, Londres, em 30 de janeiro de 1969. Quando poderei ver, pergunta você?

Pois essa é a parte ruim da história. Por enquanto, os felizardos serão os americanos e europeus, que irão conferir o filme precisamente no dia 30 deste mês exclusivamente nas salas IMAX, aquela tecnologia que dá ao espectador qualidades de áudio e vídeo impressionantes. A apresentação aparece remasterizada digitalmente no padrão The IMAX Experience e com tecnologia proprietária IMAX DMR (digital remastering).

Ainda não foram divulgadas informações sobre quando Get Back The Rooftop Concert será exibido no Brasil, nem sobre a sua exibição em TV ou mesmo disponibilização em plataformas de streaming, o que imagino que ocorrerá em um futuro não muito distante. Seja como for, legal poder ver esse show assim, na íntegra, fora do documentário original.

Veja um trecho do Rooftop Concert:

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