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Caçulinha celebra 60 anos de carreira com muita elegância

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Por Fabian Chacur

No dia 15 de março deste ano, um certo Rubens Antonio da Silva celebrou 80 anos de uma vida muito bem desfrutada. Esse cidadão, conhecido no meio musical e televisivo por um apelido tão simpático quanto ele, Caçulinha, também está comemorando 60 anos de carreira musical. Como forma de marcar essa efeméride poderosa, o produtor e diretor artístico Thiago Marques concebeu Caçulinha 60 Anos de Música, lançado nos formatos CD e digital pela Kuarup. Uma homenagem à altura desse gentleman da música brasileira.

A gravação foi realizada ao vivo em um show realizado no Teatro Itália (SP) em 9 de novembro de 2019. Além do próprio homenageado se incumbindo de piano e acordeon, temos em ação os músicos Renato Loyola (baixo), Jorginho Saavedra (bateria) e o lendário Caixote (teclados), com direito à participação especial de outro músico de currículo generoso, o violonista Edmilson Capelupi.

Nessas seis décadas de estrada musical, Caçulinha sempre teve como marca ser aquilo que no futebol a gente designa como “garçom”, o jogador cuja função é colocar os colegas na cara do gol. E se há algo que ele sempre fez nesse tempo todo de atividade, foi proporcionar o acompanhamento musical preciso para craques como Elis Regina, Roberto Carlos, Clara Nunes, Elizeth Cardoso, Caetano Veloso, Gonzagão e um Maracanã lotado de outros darem vasão a seus imensos talentos. Sempre com elegância, qualidade musical e simplicidade.

O show se desenvolve precisamente como se fosse um dos programas televisivos dos quais o Caçula participou, com a presença de 11 convidados especialíssimos. O repertório ressalta a versatilidade do músico, indo da música sertaneja ao jazz, passando por bolero, bossa nova, samba e até música francesa. Os “canários” em cena são Mônica Salmaso, Ayrton Montarroyos, Daniel, Sérgio Reis, Wanderléa, Agnaldo Rayol, Claudette Soares, Simoninha, Zé Luiz Mazziotti, Wanda Cavalheiro e Thobias da Vai Vai, que vestiram a camisa do projeto com categoria.

Em um repertório que comporta 14 faixas (incluindo dois pot-pourrys), alguns momentos se destacam. Agnaldo Rayol, por exemplo, outro estilista da canção, dá um banho de classe na maravilhosa Começaria Tudo Outra Vez (Gonzaguinha). Zé Luiz Mazziotti, muito menos conhecido do que merece neste Brasil, nos delicia com uma interpretação da clássica La Vie En Rose (Pierre Louiguy e Edith Piaf) cujo arranjo instrumental traz, como sutileza, um pequeno trecho do hino francês em sua parte final.

Thobias da Vai Vai, um sambista excepcional, dá um banho em um pot-pourry com canções do saudoso Ataulpho Alves, enquanto a Ternurinha Wanderléa injeta seu estilo próprio em A Saudade Mata a Gente (João de Barro e Antonio Almeida)-Felicidade (Lupicínio Rodrigues).

Caçulinha destila a categoria que sempre demonstrou ao acompanhar outros artistas, e também investe em dois temas instrumentais, Waltz For Debby (Bill Evans, Lee Gene e Beppe Wolgers) e Sufixo (de sua autoria), este último conhecido por encerrar os episódios do programa global Sai de Baixo.

Esbanjando energia e a classe habituais, Caçulinha não poderia festejar esses 60 anos de carreira de uma forma mais próxima daquilo que sempre foi, e que o tornou um dos músicos mais respeitados e queridos dos meios musical e televisivo. Nada melhor do que ver alguém com a sua envergadura receber as flores em vida, como sempre deveria ser.

Ouça as músicas de Caçulinha 60 Anos de Música:

O premiado produtor musical que resgatou astros da MPB

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Por Fabian Chacur

Thiago Marques Luiz contribui para manter viva a memória musical brasileira produzindo discos e shows de artistas veteranos da MPB

Há 15 anos, o jornalista Thiago Marques Luiz teve a oportunidade de se envolver pela primeira vez na produção de um CD. Seria o início de uma trajetória intensa e repleta de momentos importantes. Trabalhos nos quais a frase “disco é cultura”, imprimida nos discos brasileiros nos anos 1970, seria mais do que justa e merecida para adjetiva-los.

Com um currículo incluindo perto de 100 CDs, sem contar inúmeros shows, o produtor se notabilizou por trabalhar com artistas veteranos, aos quais deu o tratamento nobre e atencioso que os mesmos mereciam. Ele ajuda a dar a esses mestres as flores em vida!

Em entrevista por e-mail a Mondo Pop, Thiago dá detalhes sobre seus trabalhos com feras do porte de Angela Maria, Cauby Peixoto, Wanderléa, Claudette Soares e outros deste mesmo gabarito. Um jovem para o qual a infeliz frase “esse artista não é do meu tempo” nunca sequer esteve em seu vocabulário.

Mondo Pop- Para começar, fale um pouco sobre a sua formação, onde estudou, onde trabalhou etc. Você toca algum instrumento, compõe, escreve letras?
Thiago Marques Luiz-
Eu sou jornalista de formação profissional, mas logo que me formei fui trabalhar com produção. Isso faz 15 anos. Não sou músico e não componho; meu trabalho como produtor musical está mais ligado a direção artística.

Mondo Pop- Quais são as suas primeiras recordações musicais, e como se desenvolveu o processo de a música se tornar uma prioridade em sua vida profissional e pessoal?
Thiago Marques Luiz
– Nasci numa casa musical, com muitos discos e muita referência dos cantores populares brasileiros. Logo me tornei um apaixonado colecionador e curioso da nossa música.

Mondo Pop- O que você ouvia quando era criança/adolescente?
Thiago Marques Luiz
– Meus ídolos de criança eram Roberto Carlos e Clara Nunes.

Mondo Pop- Quando e por que você decidiu se tornar produtor musical?
Thiago Marques Luiz
– Em 2002, formei-me jornalista e logo tive a oportunidade de trabalhar como auxiliar de produção do disco que comemorou os 50 anos de carreira da diva Angela Maria. Essa ponte foi feita por uma amiga que sabia da minha paixão por música e, principalmente, cantores veteranos.

Mondo Pop- Como surgiu a ideia de concentrar o seu trabalho em artistas veteranos? E como foi sua aproximação com eles? Houve algum tipo de problema nessa aproximação, do tipo “você não se acha muito novo para nos produzir?”, coisas desse tipo?
Thiago Marques Luiz
– Na realidade, a vida foi me encaminhando pra isso a partir do trabalho com Angela Maria. A partir dela, comecei a fazer um resgate de grandes ídolos que nunca deixaram de atuar, mas que ficaram muitos anos sem gravar disco. Isso ocorreu com Wanderléa, Cauby Peixoto, Maria Alcina, Amelinha, Claudette Soares e outros.

Mondo Pop- Fale sobre como foi o primeiro trabalho, show ou disco, que você produziu, que tipo de recordações você tem desse momento inicial de sua trajetória como produtor.
Thiago Marques Luiz
– O “Disco de Ouro”, que Angela Maria gravou pela Lua Discos em 2003. Aos 24 anos eu me vi dentro de um estúdio sugerindo músicas e compositores pra maior cantora do Brasil. Foi um presente que a vida tão cedo me deu.

Mondo Pop- Quantos trabalhos você produziu até hoje, e de quais artistas?
Thiago Marques Luiz
– Quase 100 discos, inclusive de shows que foram concebidos e dirigidos por mim e transformados em álbum, assim como também grandes homenagens a ídolos expressivos do nosso cancioneiro popular, principalmente na ocasião da celebração de seus centenários (Gonzagão, Adoniran Barbosa, Ataulfo Alves, Nelson Cavaquinho, Herivelto Martins e, mais recentemente, Dalva de Oliveira. )

Mondo Pop- Faça um top 5 dos trabalhos produzidos por você que considere os mais importantes, e dê uma pequena justificativa de cada escolha.
Thiago Marques Luiz
– Vamos lá:
100 anos de Adoniran Barbosa (2010)– Mais de 30 grandes artistas de varias gerações, de Arnaldo Antunes a Jair Rodrigues, em gravações inéditas. Com esse disco ganhei o meu primeiro Prêmio da Música Brasileira.
Angela e Cauby – Reencontro (2013)– Foi um grande desafio produzir um álbum dos dois maiores ícones da era de ouro do Rádio.
Maria Alcina – De Normal Bastam os Outros (2013)– Disco que comemorou os 40 anos de carreira dessa grande artista com músicas inéditas de Zeca Baleiro, Arnaldo Antunes, Karina Buhr e participação especial de Ney Matogrosso.
Maysa – Esta Chama Que Não Vai Passar (2007)– Meu primeiro trabalho de grande repercussão na mídia. Gravações inéditas de 20 super intérpretes, incluindo Bibi Ferreira e Maria Bethânia.
Alaíde Costa e Claudette Soares – 60 anos de Bossa Nova (2018)– O primeiro disco em duo de dois ícones da Bossa Nova, que foram as responsáveis por trazer o movimento musical para São Paulo.

Mondo Pop- Com quem você ainda não trabalhou que gostaria de poder trabalhar?
Thiago Marques Luiz
– Tantos artistas… Lamento por não ter produzido o Emilio Santiago. Tínhamos uma ideia de fazer um tributo a Agostinho dos Santos.

Mondo Pop- Desde sempre, dizem que o Brasil é um país sem memória. Você acha que, com o seu trabalho, contribuiu para reduzir um pouco isso, ajudando a atrair a atenção para artistas do primeiro time que estavam um pouco esquecidos?
Thiago Marques Luiz
– O público tem memória! É a grande mídia que esquece e substitui os artistas.

Mondo Pop- Se tiver mais alguma coisa que gostaria de ressaltar quanto à sua trajetória, Thiago, fique à vontade, e obrigado desde já por topar fazer essa entrevista!
Thiago Marques Luiz
– Quero informar aos seus leitores que os meus dois próximos projetos a serem lançados no final do ano serão tributos a Luiz Vieira e Inezita Barroso.

Ouça 60 Anos de Bossa Nova, com Claudette Soares e Alaíde Costa:

ClaudetteSoares-AlaídeCosta são realmente o fino da bossa

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Por Fabian Chacur

Muitas homenagens aos 60 anos da Bossa Nova estão sendo feitas neste ano, e uma das mais louváveis e bem realizadas acaba de chegar às lojas e às plataformas digitais. Trata-se do estupendo álbum 60 Anos de Bossa Nova, lançado pela gravadora Kuarup e que reúne duas expoentes do gênero, as cantoras Claudette Soares e Alaíde Costa. O show de lançamento no Rio ocorre nesta terça (9) às 21h o Theatro Net Rio (rua Siqueira Campos, nº 143- 2º piso- fone 0xx21-2147-8060), com ingressos de R$ 50,00 a R$ 100,00.

As cariocas Claudette e Alaíde estavam na área quando João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e outros mestres desse naipe deram o pontapé inicial no gênero musical que somou o swing do samba com a elaboração do jazz. Foram participantes desde o começo, e ajudaram a divulgar essa “batida diferente” no Rio e principalmente em São Paulo, onde elas se radicaram ainda na década de 1960. Ou seja, as moças possuem conhecimento suficiente para encarar a tarefa.

Com produção musical a cargo de Thiago Marques Luiz, que há muito já virou uma verdadeira grife desses projetos envolvendo craques da nossa música com muita estrada nas costas, as duas intérpretes foram acompanhadas no show que deu origem ao álbum e gravado em 23 de março de 2018 em São Paulo no Teatro Itália por Giba Estebez (produção musical, arranjos e piano), Renato Loyola (baixo acústico) e Nahame Casseb (bateria, o célebre Naminha, que integrou o grupo Língua de Trapo na década de 1980).

Com arranjos classudos e despojados a acompanha-las, as cantoras deram conta do recado diante de um repertório composto por 18 faixas, sendo algumas delas pot-pourris. Em alguns momentos elas atuam juntas, mas na maior parte se incumbem de blocos solo. A seleção traz canções integrantes do songbook máximo da bossa, entre as quais Insensatez, Dindi, Caminhos Cruzados, Chega de Saudade, O Barquinho, Os Grilos, Oba-la-la e Vem Balançar, só para citar algumas.

Os estilos das protagonistas se mostram bem claros. Alaíde é mais contida, discreta e doce, brilhando muito nos momentos intimistas. Por sua vez, Claudette é serelepe, sabendo alternar partes introspectivas com momentos de puro swing, encantando e sendo capaz de conquistar até o ouvinte mais distante e cético em relação ao gênero musical homenageado. A interação entre as duas é ótima e cordial, proporcionando momentos de raro prazer ao ouvinte.

60 Anos de Bossa Nova flui deliciosamente em sua viagem encantadora pelas preciosidades bossa novísticas, e demonstra que Claudette e Alaíde se mantém em plena forma, capazes ainda de oferecer a seus inúmeros fãs shows maravilhosos e discos com este altíssimo padrão artístico e técnico. Prova mais do que concreta de que elas continuam o fino da bossa, 60 anos depois, e que esse repertório é para sempre.

60 Anos de Bossa Nova- ouça em streaming:

Claudette Soares nos encanta com seu CD Canção de Amor

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Por Fabian Chacur

Claudette Soares iniciou a carreira ainda criança, na década de 1950. Carioca, ajudou de forma decisiva na divulgação da bossa nova em São Paulo nos anos 1960, interpretando canções do gênero ainda fresquinhas, recém-lançadas. Com o tempo, firmou-se como grande intérprete de música romântica. E, mesmo com mais de 60 anos de carreira, ainda se mostra inquieta e ativa. Canção de Amor, seu novo CD, lançado pela Kuarup, é encantador.

Inspirada no livro A Noite do Meu Bem, de Ruy Castro, a simpática e talentosa cantora mergulha no universo do samba-canção, gênero que só agora ela abraça. A razão: quando essa intensa vertente da música brasileira viveu o seu auge, na década de 1950, ela ainda era muito, digamos assim, novinha para encarar as letras dessas composições, que falam de forma forte e poética sobre as idas e vindas do amor.

O repertório traz 21 músicas, algumas delas agrupadas em pot-pourrys, que dão uma geral não só no auge do samba-canção, entre o fim dos anos 1940 e o início dos anos 1960, como também nos traz algumas amostras da produção posterior do gênero, dos anos 1970, 1980 e 1990. A seleção nos oferece obras de nomes como Maysa, Dolores Duran, Tom Jobim, Chico Buarque, João Donato e Cristóvão Bastos. São canções nunca menos do que excepcionais.

A moldura instrumental oferecida a Claudette pelo arranjador e pianista Alexandre Vianna é concisa e repleta de bom gosto, no melhor esquema piano-baixo acústico-sopros. O bom gosto do produtor, o jornalista Thiago Marques Luiz, que virou um especialista em resgatar de forma luxuosa grandes nomes da nossa música esquecidos pelas gravadoras multinacionais, mais uma vez nos oferece um produto daqueles para se ouvir de joelhos, tamanha a qualidade.

Toda essa estrutura proporciona à intérprete de hits como De Tanto Amor o campo necessário para brilhar, e é exatamente isso o que ela faz. Suas interpretações mesclam sensualidade, classe e uma capacidade de extrair o máximo de canções já excelentes em sua essência.

Impressionante como Claudette esbanja vitalidade, categoria e total controle de sua voz nestas gravações. Prova de que se mantém na ativa, acima de tudo, por prazer, por amar aquilo que faz. E faz bem.

O álbum já começa a mil, com o pot-pourry A Noite do Meu Bem/Foi a Noite/Fim de Noite, e vai até o fim arrancando arrepios, suspiros e, porque não, lágrimas dos ouvintes. Saia do Caminho/Molambo, Tatuagem, Tola Foi Você, Meu Mundo Caiu/Resposta/Ouça e Resposta ao Tempo são momentos bem elogiáveis que fazem com que nos sintamos sentados em um barzinho, no clima proposto por esse rico repertório.

Coroa esse álbum incrível a sua capa, nitidamente inspirada naquelas dos discos clássicos daquele período, além da embalagem digipack, encarte com as letras e fotos belíssimas. Canção de Amor é mais uma prova concreta de que precisamos respeitar e cultuar com carinho e respeito os artistas veteranos, pois eles frequentemente ainda tem muito a nos oferecer, especialmente em um cenário musical tão pobre como o que nos é apresentados pelos grandes meios de comunicação.

Tatuagem– Claudette Soares:

Claudette Soares relembra a década de 50 em show em SP

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Por Fabian Chacur

Bem-humorada e extremamente simpática, Claudette Soares brincou com a sua pequena estatura em termos físicos ao lançar em 1969 o LP Quem Não é a Maior Tem de Ser a Melhor. Em termos profissionais, no entanto, sempre primou pela seriedade, bom gosto e talento lapidado, o que explica o fato de ela estar na ativa há mais de 60 anos. Neste sábado (13) às 21h30, ela canta em São Paulo na comedoria do Sesc Pompeia (rua Clélia, nº 93- Pompeia-fone 0xx11-3871-7700), com ingressos a R$ 15,00 (meia) e R$ 30,00 (inteira).

O show tem tudo para ser marcante, pois o seu roteiro é baseado no livro A Noite do Meu Bem- A História e as Histórias do Samba-Canção. Aliás, o autor do livro e do roteiro do espetáculo são o mesmo, o jornalista e escritor Ruy Castro, com direção geral do badalado Thiago Marques Luiz e direção musical e arranjos de Alexandre Vianna, líder do quarteto que acompanhará a intérprete carioca durante a apresentação.

No repertório, teremos canções célebres ligadas a nomes que dominaram o cenário musical brasileiro na década de 1950, período apelidado de Anos Dourados. Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Lupicínio Rodrigues, Dolores Duran, Maysa, Tito Madi, Johnny Alf, Elizeth Cardoso, Nora Ney, Isaurinha Garcia, Doris Monteiro e Carmem Costa são algumas dessas celebridades marcantes em uma era pontuada por canções densas, belas e ligadas aos temas do romance. A cantora Alaíde Costa fará uma participação especial no show.

Claudette nasceu no Rio de Janeiro e iniciou sua carreira ainda criança, na década de 1950, e logo se envolveu com os ritmos em voga na época, o baião, o samba-canção e a então iniciante bossa nova. Mostrou talento para encarar todos, e consolidou sua carreira nos anos 1960 e 1970, tendo como marcas a versatilidade, uma voz encantadora e a opção por canções românticas. Lançou em 1968 o ousado Gil, Chico e Veloso Por Claudette Soares, com músicas dos então ainda iniciantes Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso.

Após emplacar aquela que foi provavelmente a canção de maior sucesso de seu repertório, De Tanto Amor (de Roberto e Erasmo Carlos) e lançar dois discos em parceria com Dick Farney, Claudette saiu de cena por uns anos, mas voltou nos anos 1990. Em 2000, lançou Claudette Soares ao Vivo, do qual participaram Roberto Menescal, Paulinho da Viola, Claudinha Telles, Jorge Benjor e Garganta Profunda, entre outros. Em 2015, saiu Claudette Soares e a Bossa de Caymmi, lançamento do selo Nova Estação, de Thiago Marques Luiz.

De Tanto Amor– Claudette Soares:

Gonzaguinha terá um tributo de Fábio Jorge em São Paulo

Fabio Jorge - Foto Marco Maximo 2015 HZ-400x

Por Fabian Chacur

Se estivesse ainda entre nós, Gonzaguinha, que nos deixou em 1991, teria completado 70 anos neste 2015. Como forma de louvar sua belíssima obra, o cantor Fábio Jorge fará nesta sexta-feira (20) às 21h no Teatro do Ator (Praça Roosevelt, nº 172- Consolação- fone 0xx11-3257-3207) o show tributo Um Mergulho na Obra de Gonzaguinha- Eu Apenas Queria Que Você Soubesse, incluindo apenas canções do autor de Explode Coração e de tantos outros clássicos da MPB. Os ingressos custam R$ 40,00.

Para Fábio, a homenagem que fará ao cantor, compositor e músico carioca nascido em 1945 é repleta de justificativas. “Considero Gonzaguinha um dos cinco maiores compositores do Brasil. Versátil e sensível, em sua obra abraçou todas as verves do cotidiano: sócio-político, sentimental, cronista ou tão apenas um expectador da vida, celebrando a mesma em todos os seus aspectos, festivos ou contemplativos, irônicos ou sinceros”.

O espetáculo contará com as participações especiais das consagradas cantoras Claudette Soares e Milena. Vale lembrar que Fábio gravou Jeu de Blâme, versão em francês para Grito de Alerta, de Gonzaguinha, em seu CD Chanson Française 2 (2011). Com dez anos de careira, o artista lançou três CDs solo, e cita como influências Edith Piaf, Charles Aznavour, Paralamas, Cazuza, Guilherme Arantes e Zizi Possi.

Bravo Pour Le Clown (ao vivo)- Fabio Jorge:

La mer (ao vivo)- Fábio Jorge & Orquestra Pinheiros:

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