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Clássicos da MPB nas bancas e livrarias

Por Fabian Chacur

Nos anos 70, muitos tiveram a oportunidade de conhecer grandes clássicos da MPB graças a uma coleção da Abril Cultural que incluía fascículos e LPs de vinil com sucessos dos artistas enfocados.

O formato evoluiu no decorrer das décadas subsequentes, e chega agora ao seu momento máximo em duas coleções atualmente disponíveis nas bancas de jornais e livrarias de todo o país.

Coleção Chico Buarque é uma iniciativa da Folha de S.Paulo, e terá o seu volume 12 lançado nesta sexta (12).

Trata-se de uma seleção com 20 dos mais importantes álbuns da carreira de um dos maiores (para muitos, o maior) compositores da história da música brasileira de todos os tempos.

Cada volume é dedicado a um disco específico, com direito a reprodução da capa em formato de livro/digipack, encarte com letras e ficha técnica e uma história dos trabalhos enfocados. O CD é incluído em um envelope interno.

O único senão fica por conta de frequentes redundâncias nos textos, assim como algumas informações errôneas em um ou outro volume, o que, no entanto, não tira o mérito do trabalho como um todo.

Discos como Chico Buarque (1978), Construção (1971), Meus Caros Amigos (1976), Almanaque (1981) e Paratodos (1992) figuram entre o que há de melhor em termos de MPB. Cada volume custa R$ 14,90.

Não querendo ficar atrás, o Estado de S.Paulo criou Grande Discoteca Brasilera- 25 CDs que Fizeram História, coleção que chegará nesta semana a seu quinto volume já lançado.

A seleção foi muito bem pensada, pois dá uma geral na MPB e de quebra no pop rock brasileiro entre os anos de 1968 e 1988. Os volume têm um formato um pouco maior do que os da Coleção Chico Buarque.

A diferença fica por conta dos textos do especialista Ricardo Moreira. Pelo menos, os publicados até agora são primorosos, com direito a muitos detalhes, análises inteligentes e contextualização impecável de cada trabalho em seu contexto histórico.

Entre outros, estão nesta coleção maravilhas do calibre de Tropicália Ou Panis Et Circenses (1968), Clube da Esquina – Milton Nascimento (1972), Somos Todos Iguais Nesta Noite – Ivan Lins (1977), Ideologia – Cazuza (1988) Gonzaguinha da Vida – Gonzaguinha (1979), Caça à Raposa – João Bosco (1975), Acabou Chorare – Novos Baianos (1972) e Cabeça Dinossauro – Titãs (1976).

Além da análise dos discos em questão, o autor aproveitou para sugerir outros ítens importantes ligados a cada um dos trabalhos selecionados para a coleção, com riqueza de detalhes.

Únicos pontos fracos: os livros não trazem as letras das músicas, e os CDs estão em embalagem à parte, facilitando um possível sumiço na hora de se guardar os livrinhos. Também problemas relevantes. Cada volume custa os mesmos R$ 14,90 por volume da concorrência.

Essa é uma belíssima iniciativa que merece o apoio de todos, pois, se der certo, pode ser um belo caminho para o formato fixo de áudio. E nada melhor do que música de primeira com embalagem e informações de primeira como acompanhamento.

Coleção Chico Buarque da Abril é um luxo

Por Fabian Chacur

Chico Buarque é indispensável em qualquer discoteca que se preze. Em seus melhores trabalhos, temos a MPB em estado de graça, com padrão internacional de letras, melodias, arranjos, tudo.

Levando essa constatação óbvia em conta, a editora Abril lançou na semana passada a Coleção Chico Buarque. São 20 álbuns lançados pelo fantástico cantor, compositor e músico carioca em seus quase 50 anos de carreira.

Cada álbum original chega às bancas de jornais e outros pontos de venda com capa dura, encarte luxuoso repleto de fotos, texto sobre os discos, contextualização de época, letras de todas as músicas incluídas e fichas técnicas. Respeito total ao consumidor.

Os volumes podem ser adquiridos separadamente ao excelente preço de R$7,90 (o primeiro volume) e R$ 14,90 (os outros). Também está disponível uma caixa na qual os discos-livros podem ser guardados, encontrável nos pontos de venda.

A coleção abrange desde o início da carreira de Chico Buarque, na metade dos anos 60, até o recente Carioca. Seus mais importantes trabalhos estão aqui, sem exceção.

Já saíram até agora Chico Buarque, de 1978 (inclui Apesar de Você, Feijoada Completa, Trocando Em Miúdos e Cálice) e o seminal Construção (1971), na minha humilde opinião o melhor disco da história da MPB, com as fantásticas Construção, Olha Maria, Deus Lhe Pague e Cotidiano como destaques.

A possibilidade de adquirir os volumes semanalmente equivale a um parcelamento que torna viável a aquisição de todo o pacote, além de também permitir ao fã mais exigente selecionar o que de fato lhe interessa.

Apesar de genial, Chico também tem discos não tão consistentes, e alguns deles fazem parte da coleção, como Uma Palavra (1995), Per Un Pugno Di Samba (1970, gravado na Itália). De qualquer forma, um disco fraco do autor de As Vitrines é melhor do que 90% das obras completas de muita gente boa por aí.

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