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Crosby,Stills & Nash tocam 1º CD na íntegra

Por Fabian Chacur

Em maio, o brasileiro teve a honra de ver e ouvir ao vivo, pela primeira vez, uma das mais talentosas e importantes bandas da história do rock, o Crosby, Stills & Nash. Os shows foram maravilhosos. O trio, no entanto, reservou uma belíssima surpresa aos fãs de Nova York que certamente deixou todos os outros morrendo de inveja.

Além de dar aquela belíssima viagem pelo passado, presente e até futuro do trio (músicas inéditas fizeram parte do set list dos shows) que vimos por aqui, CSN tocaram no último de uma série de cinco shows no mítico Beacon Theatre nova-iorquino, no último domingo (21), nada menos do que o repertório de seu álbum de estreia, Crosby, Stills & Nash. Na íntegra.

Lançado em 1969 e considerado um dos melhores álbuns de estreia de todos os tempos, além de ser também um dos marcos da discografia do rock and roll, esse álbum inclui maravilhas do naipe de Suite: Judy Blue Eyes, Guinnevere, You Don’t Have To Cry, Helplessy Hoping, Wooden Ships e Long Time Gone, só para citar algumas.

Foi a primeira vez que David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash realizaram essa difícil tarefa em toda a sua consagradora carreira, e o presente acabou sendo dado ao público presente naquele que foi o último show da atual turnê mundial do trio, que contou com um total de 80 apresentações espalhadas por diversos países.

Segundo matéria publicada no site americano da revista Billboard, Nash não escondeu o orgulho de o grupo ter concretizado essa missão, até ressaltando o fato de aquilo ter sido inédito. Crosby também ressaltou isso, quando o grupo iniciava 49 Bye-bye’s, última faixa daquele fantástico álbum, um dos meus favoritos de todos os tempos. Nova York sortuda!

Suite: Judy Blue Eyes, com Crosby, Stills & Nash, ao vivo em 2012:

Guinevere, com Crosby, Stills & Nash, ao vivo em Belo Horizonte, 2012:

Deja Vu, com Crosby, Stills & Nash, ao vivo em São Paulo, 2012:

Mais sobre Crosby, Stills & Nash em SP

Por Fabian Chacur

O show de Crosby, Stills & Nash realizado em São Paulo na noite desta quinta-feira (10) marcou tanto as pessoas que o viram que achei interessante acrescentar coisas e fatos ao que escrevi na minha resenha.

Farei de forma desorganizada e sem me prender a uma ordem específica. Trata-se apenas de uma desculpa para escrever mais sobre um show que realmente marcou a sensibilidade de muita gente boa.

De cara, vamos a uma análise mais pormenorizada do repertório apresentado por eles. Do álbum Crosby, Stills & Nash (1969), que marcou a estreia do trio, tivemos Marrakesh Express, Long Time Comin’, Wooden Ships, Helplessy Hoping, Guinevere e Suite: Judy Blue Eyes.

De Dèja Vu (1970), primeiro álbum creditado a Crosby, Stills, Nash & Young, marcaram presença no show Carry On/Questions, Dèja Vu, Our House, Almost Cut My Hair e Teach Your Children.

The Lee Shore e Love The One You’re With podem ser encontrados em Four Way Street (1971), álbum duplo ao vivo do Crosby, Stills, Nash & Young, sendo que a segunda teve sua versão de estúdio registrada no primeiro álbum solo do Stills, intitulado Stephen Stills (1970).

Bluebird e For What’s Worth foram gravadas em suas versões originais de estúdio pelo grupo Buffalo Springfield, respectivamente Buffalo Springfield Again (1967) e Buffalo Springfield (1966). So Begins The Task é do álbum Manassas (1972), do grupo liderado por Stills e Chris Hillman (dos Byrds), e As I Come To Age é do álbum solo Stills (1975).

Crosby Nash (2004), belíssimo álbum duplo da dupla que não foi muito badalado na época de seu lançamento (uma injustiça, pois o disco é ótimo!!!), contribuiu com duas músicas, Lay Me Down e Jesus Of Rio.

Military Madness, que o trio e o quarteto tocaram em diversos shows, é do disco solo de Graham Nash Songs From Beginners (1971). Já a bela e quase progressiva Cathedral vem de CSN (1977).

Girl From The North Country é de Bob Dylan e foi lançada originalmente no álbum The Freewheelin’ Bob Dylan (1963).

E duas canções interpretadas no show são inéditas em disco: Radio, de David Crosby, e Almost Gone (The Ballad Of Bradley Manning), de Graham Nash e James Raymond. Esta última possui até clipe.

Durante o show, David Crosby aprsentou duas músicas com especial deferência: Girl Of The North Country e As I Come Of Age, que ele definiu como suas canções favoritas de, respectivamente, Bob Dylan e Stephen Stills.

Dos três, Stills foi de longe o que mais vezes saiu do palco. No entanto, foi ele quem demonstrou certa insatisfação quando David Crosby, aparentemente de forma inesperada, saiu do palco pelo lado esquerdo. “Where’s the fucking Crosby?”, disse ele, ao não ver o colega no palco. Sorte que o ex-Byrds logo voltou e ficou tudo por isso mesmo.

Graham Nash, por sua vez, é aparentemente o mais simpático, e sem dúvida quem está em melhor forma física, fato ressaltado por seu visual (camiseta preta básica e jeans) e pelo fato de cantar descalço, o que não o impediu de dar umas corridas pelo palco bem elogiáveis.

Se estava meio rouco, Stills deu um banho de categoria em seu desempenho como músico. Dos vários violões e guitarras que tocou durante o show, minha favorita foi a guitarra modelo strato na cor verde limão. Linda, e da qual ele tirou sons simplesmente arrepiantes e virulentos, especialmente em Bluebird.

Veja o clipe de Almost Gone (The Ballada Of Bradley Manning):

Crosby,Stills & Nash enfim virão ao Brasil!

Por Fabian Chacur

Há notícias que você sonha divulgar, mas que imagina não serem possíveis. Pois eis uma que teclo com os dedos tremendo de emoção: Crosby, Stills & Nash vão tocar no Brasil em maio!

É, meus caros, o trio que gravou algumas das mais arrepiantes e intrincadas harmonias vocais da história da música popular finalmente virá ao Brasil, confirmou a produtora Planmusic, a mesma que nos proporcionou os inesquecíveis shows de Paul McCartney por aqui em 2010 e 2011.

O primeiro show confirmado irá rolar no dia 10 de maio de 2012 em São Paulo, na Via Funchal, com ingressos de R$ 140 a R$ 390 (www.viafunchal.com.br). Outros devem ser divulgados nos próximos dias, e devem ser realizados no Rio e em Belo Horizonte.

Criado em 1968, o trio surgiu graças à união de três músicos que já tinham um pedigree enorme na época: David Crosby, ex-The Byrds, Stephen Stills, ex-Buffalo Springfield, e Graham Nash, ex-The Hollies.

Em 1969, eles lançaram um dos 10 melhores álbuns de rock de todos os tempos, o seminal Crosby, Stills & Nash, no qual misturaram vocalizações criativas e arrepiantes e canções fantásticas com elementos de rock, folk, country, hard rock e até jazz.

Em seu segundo show, eles encararam a multidão do festival de Woodstock, em agosto de 1969, levando o público à loucura graças a músicas como Suite: Judy Blue Eyes e Long Time Gone.

Eles também gravaram e fizeram belos shows tendo como quarto integrante Neil Young (Crosby, Stills, Nashy & Young), uma espécie de D’Artagnan desses três mosqueteiros do rock, mas o trio original interage de forma mais completa, com mais liga.

Nas últimas décadas, o grupo vai e volta, enquanto seus integrantes se dividem entre suas carreiras solo e outros projetos. A qualidade artística, no entanto, continua a mesma.

Tipo do show que o fã de rock não pode se dar ao luxo de perder. Aliás, não será um show, e sim uma verdadeira aula! Lógico que você lerá mais coisas sobre eles aqui em Mondo Pop nas próximas semanas!

Ouça três grandes clássicos de Crosby, Stills & Nash:

Homenagem atrasada ao genial David Crosby

Por Fabian Chacur

Mas que fã relapso eu sou! No dia 14 de agosto desse 2011 que já saiu de cena, um de meus grandes ídolos completou 70 anos de idade. Uma façanha que muitos não acreditariam que ele seria capaz de realizar, tamanhas as loucuras que cometeu em sua atribulada vida pessoal.

No entanto, David Crosby, o artista em questão, não virou meu ídolo por essas questões pessoais. Para mim, ele é um dos mais importantes e talentosos músicos da história do rock.

Inicialmente, nos anos 60, integrou os Byrds, banda que praticamente inventou o folk rock, emplacando hits como Mr. Tambourine Man, Turn!Turn!Turn! e Eight Miles High.

Ele era o responsável pelas harmonizações vocais e pelos acordes dissonantes aqui e ali, influência jazzística que o acompanharam em todas as fases de sua carreira.

Após ser demitido (sim, demitido, acredite se quiser) de sua primeira banda famosa, ele criou com Stephen Stills e Graham Nash o Crosby, Stills & Nash, quando as harmonizações vocais atingiram um patamar ainda mais alto nessa seminal formação de rock, folk, country e psicodelia.

Em 1971, lançou despretensiosamente seu primeiro álbum solo, o excepcional If I Could Only Remember My Name, um disco viajante e de uma beleza a flor da pele.

Nos anos 80, esteve em vias de ir dessa pra melhor, com direito a ter ficado uns bons meses preso por posse de drogas. De quebra, ainda teve de lidar com sérios problemas de saúde que o obrigaram a fazer um transplante. Lógico que seu lado artístico viveu seu momento mais baixo e inoperante.

Felizmente, a partir do lançamento de seu segundo CD solo, Oh! Yes I Can (1989), voltou de novo a ser produtivo como artista, atuando com o CSN, em dupla com Graham Nash e em um grupo ótimo e inusitado, o CPR.

O trio foi formado pelo experiente guitarrista Jeff Pevar, Crosby e o talentoso tecladista James Raymond, que o ex-The Byrds só descobriu ser seu filho décadas depois. Grande banda, que apostou em harmonias sofisticadas e canções marcantes, entre as quais Morrison, belíssima homenagem ao vocalista dos Doors.

Nada estranha essa história, se levarmos em conta que Crosby cedeu esperma para que a roqueira Melissa Etheridge tivesse um filho com sua parceira nos anos 90. Virou até capa da Rolling Stone americana…

Ainda na ativa, Crosby é o que se pode chamar de um artista versátil, pois rendeu bem em carreira solo, dupla, trio, quarteto, quinteto…Mesmo com atraso (e que atraso! que vergonha…), minha homenagem a esse gênio.

Eight Miles High – The Byrds:

Guinevere – Crosby, Stills & Nash:

Dèja Vú – Crosby, Stills & Nash:

Cowboy Movie – David Crosby:

Morrison – CPR:

Crosby Stills & Nash lançam ótimo CD de demos

Por Fabian Chacur

Crosby, Stills & Nash é certamente um de meus cinco grupos favoritos. Isso mesmo, na formação que deixa Neil Young de fora e inclui David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash. Em trio, embora com individualidades bem a mostra, eles se completam como poucos. Young só bagunça a coisa, embora o CNS & Y também seja beeeeeem legal.

O elemento perfeccionista faz parte do DNA dos trabalhos feitos por esses três amigos, e se mostra presente até em um trabalho como o lançado por eles em 2009 e só agora descoberto (e adquirido) por este que vos tecla. O título não deixa margem a dúvidas sobre seu conteúdo: Demos.

São 12 gravações inéditas de canções posteriormente lançadas por eles ou como trio, ou como quarteto, ou ainda em suas carreiras solo. Algumas são bem conhecidas, enquanto outras, nem tanto. Mas a edição, a cargo de Nash e de Joel Bernstein, dá ao álbum uma fluência elogiável. Os registros foram feitos entre 1968 e 1971.

Características pessoais aparecem mais claras para quem por ventura não as percebeu nas gravações originais. Marrakesh Express, por exemplo, ressalta a habilidade de Crosby e Nash em concatenar vocalizações. Stills, aqui, fica só no baixo.

Em Long Time Gone, na qual Crosby e Stills se dividem em vários instrumentos, o duelo de guitarras entre os dois é excitante, com o primeiro improvisando alguns versos que não entraram na roupagem da canção que conhecemos através do álbum Crosby Stills & Nash (1969).

O mais fraco (embora não ruim) no violão deles é Nash, como se pode constatar em Be Yourself, na qual ele está sozinho se acompanhando. Solo também em Chicago, ele demonstra ser mais habilidoso com os teclados. Mas a sua voz é aquela coisa maravilhosa de sempre.

David Crosby toca um violão personalizado, no qual belíssimos acordes oriundos do jazz misturados a elementos de folk, country e rock dão a suas canções uma riqueza enorme, mesmo só com ele na voz e violão.

Se tiver dúvidas em relação a isso, ouça sua versão solitária de Dèja Vu, cuja estrutura da gravação definitiva já aparece toda definida nesta demo, com os espaços devidamente reservados para baixo, guitarra, bateria e vocalizações. Arrepiante.

Um verdadeiro virtuose no violão, Stephen Stills esmerilha em You Don’t Have To Cry, My Love Is a Gentle Thing e Love The One You’re With, nas quais ele vai na base do eu, eu mesmo e o Stills. E quase deixei de citar Singing Call, a melhor das quatro, na qual sua performance no violão é fluente e deliciosa, lembrando um pouco a de um clássico incluído em Dèja Vu, a tocante 4+20.

Neil Young aparece em uma faixa. Trata-se da gravação bruta de Music Is Love, da qual também participam Nash e Crosby, e que aparece, em sua versão com overdubs feitas por Young posteriormente, no primeiro álbum solo do ex-integrante dos Byrds, o seminal If I Could Only Remember My Name, de 1971.

Na verdade, nove das 13 faixas inclui apenas um dos músicos. Alguns poderão reclamar disso. Não eu. Nos trabalhos em que esses caras estão envolvidos, qualquer acorde, qualquer vocalização, qualquer canção é sempre bem-vinda. Sabe porque? Pelo fato de eles sempre, sempre e sempre respeitarem os fãs. E esse é, mais uma vez, o caso, aqui nessa maravilha de Demos.

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