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Marillion tem relançado o seu álbum Clutching At Straws

marillion capa álbum-400x

Por Fabian Chacur

Os anos 1980 presenciaram alguns revivals em termos estilísticos, no universo do rock. Um deles foi o neoprogressivo, no qual algumas bandas, especialmente britânicas, reliam com uma pegada um pouco mais concisa e pop o rock progressivo da década de 1970. O Marillion foi quem conseguiu o melhor resultado comercial entre elas. Em seus anos iniciais, sua sonoridade era comparada de forma insistente à fase do Genesis com Peter Gabriel.

Ainda na ativa, embora sem a mesma popularidade, eles celebram 40 anos de estrada com o relançamento pela Warner de seu quarto álbum, Clutching At Straws, em duas versões, uma simples, que chegará ao mercado brasileiras no formato CD, e outra Deluxe, disponível apenas nas plataformas digitais por aqui.

Lançado originalmente em 1987, Clutching At Straws é um marco na discografia deste grupo britânico surgido em 1979 por ter sido o último trabalho de estúdio com a presença do carismático vocalista Fish, que sairia do time no final de 1988 rumo a uma carreira-solo, substituído por Steve Hogart.

Este trabalho atingiu o segundo lugar na parada britânica, impulsionado por três ótimas faixas: o rockão Incommunicado, cujo riff é bem semelhante ao de Fé Cega Faca Amolada (clássico do repertório de Milton Nascimento), a cativante balada rock Sugar Mice e a envolvente Warm Wet Circles.

A edição em CD simples brasileira traz a versão remasterizada e remixada do álbum original, trabalho feito por Andy Bradfield e Avril Mackintosh. A Deluxe Edition inclui CDs adicionais com gravações de um show realizado na Escócia, no Edinburgh Playhouse, em dezembro de 1987 e demos de faixas do álbum. Temos também um Blu-ray contendo um documentário de 60 minutos de duração com entrevistas sobre o álbum e os clipes das três faixas citadas acima.

Eis as faixas de Clutching At Straws: Deluxe Edition:

Disco um: 2018 Andy Bradfield & Avril Mackintosh Re-mix (versões digital e física)

Hotel Hobbies
Warm Wet Circles
That Time of the Night (The Short Straw)
Going Under (Alternate Version)
Just or the Record
White Russian
Incommunicado
Torch Song
Slàinte Mhath
Sugar Mice
The Last Straw
Happy Ending

Disco dois: Live at the Edinburgh Playhouse 1987 (2018 Michael Hunter Mix) (apenas versão digital)

La Gazza Ladra
Slàinte Mhath
“Assassing”
White Russian
Incubus
Sugar Mice
Fugazi
Hotel Hobbies
Warm Wet Circles
That Time of the Night (The Short Straw)

Disco três: Live at the Edinburgh Playhouse 1987 (2018 Michael Hunter Mix) (apenas versão digital)

Pseudo Silk Kimono (Intro)
Kayleigh
Lavender
Bitter Suite
Heart of Lothian
The Last Straw
Incommunicado
Garden Party
Market Square Heroes (incompleta, com trechos de My Generation, Margaret e Let’s Twist Again)

Disco quatro: 1999 Remaster Demos (apenas versão digital)

Beaujolais Day (Demo)
Story From A Thin Wall (Demo)
Shadows On The Barley (Demo)
Exile On Princes Street (Demo)
Sunset Hill (Demo)
Tic-Tac-Toe (Demo)
Voice In The Crowd (Demo)
White Russians (Demo)
Sugar Mice In The Rain (Demo)
Hotel Hobbies/ Warm Wet Circles (The Mosaic Demos)*
“Just for the Record” (Demo)*
“Torch Song” (Demo)*
“Slàinte Mhath” (Demo)*
*= nunca lançadas anteriormente

Ouça a nova versão de Clutching At Straws:

Gracias Por La Musica (Abba) é relançado em edição de luxo

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Por Fabian Chacur

Como forma de ampliar seu público fora de seus países de origem, diversos grupos e artistas solo gravaram trabalhos em outros idiomas. O Abba também se valeu dessa fórmula, e registrou várias de seus hits em castelhano. Seu álbum nessa língua, Gracias Por La Musica, acaba de ser relançado em belíssima Deluxe Edition, com direito a faixas-bônus, DVD e livreto.

O livreto de 20 páginas que acompanha o álbum reúne fotos da época, reproduções de capas de LPs e compactos simples, além de belíssimo texto (disponível em castelhano e inglês) que conta a história da incursão do grupo sueco no universo do castelhano. Tudo começou em 1979, quando ficou claro que a banda não tinha muito sucesso na América Latina e Espanha.

Como forma de tentar superar essa aparente rejeição ao trabalho do Abba, o diretor de marketing da gravadora que os representava na época na América Latina, Buddy McCluskey, sugeriu que eles regravassem em castelhano alguma música deles que tivesse algum apelo para o público latina. E essa canção acabou sendo Chiquitita.

Gravada de forma fonética pelas cantoras Frida e Agnetha em janeiro de 1979, a canção foi lançada em compacto simples nos mercados latinos, e estourou na Argentina, Espanha e México. I Have a Dream (Estoi Soñando) se seguiu em agosto daquele mesmo ano, e semanas depois o sucesso se repetiu. Aí, ficou claro que um álbum seria bastante viável.

Em janeiro de 1980, Agnetha e Frida voltaram aos estúdios, gravando em cima dos playbacks dos registros originais das canções uma mistura de sucessos com influência latina, tipo Fernando, Mamma Mia, Hasta Mañana e Thanks For The Music (Gracias Por La Musica) com hits como Dancing Queen (Reina Danzante) e Knowing Me Knowing You (Conociéndome, Conociéndote).

Com 10 faixas em sua versão original, Gracias Por La Musica tornou-se um grande sucesso de vendas em toda a América Latina (Brasil incluso), Espanha e até mesmo Japão. Lógico que as versões em inglês são muito melhores, mas Agnetha e Frida até que não se saíram mal na língua de Julio Iglesias, e isso explica um pouco o êxito do álbum.

A reedição traz a versão remasterizada do LP original mais cinco faixas adicionais. Quatro delas foram acrescidas na época nas versões para os países latinos dos álbuns Super Trouper (1980) e The Visitors (1981),duas em cada. A quinta é uma versão em castelhano de Ring Ring, gravada e 1973 e lançada apenas em 1994 em uma coletânea.

O DVD que acompanha o pacote (em bela versão digipack com capa quádrupla) tem 43 minutos de duração, e inclui participações do grupo em dois programas de TV espanhóis, 300 Millones e Aplauso. Este segundo foi alvo de um especial, com entrevistas com os integrantes na qual apenas Bjorn Ulvaeus fala em castelhano, de forma desenvolta, por sinal. Os outros se viram em inglês, mesmo, com direito a tradução.

As performances em músicas como Chiquitita (duas vezes), Estoy Soñando e No Hay a Quien Culpar são simples e divertidas, com direito aos integrantes do grupo cantando Dame! Dame! Dame! (Gimme! Gimme! Gimme! A Man After Midnight) lendo as letras escritas a mão em papéis almaço ou coisa do gênero. Algumas são videoclipes. Pode ser uma espécie de souvenir mais indicado para fãs mais fiéis, mas pode ser interessante para qualquer simpatizante, pelo teor histórico.

Gracias por La Musica- Abba- álbum original em streaming:

Gracias Por la Musica– Abba- faixa remasterizada:

Lady Antebellum prioriza em novo CD a qualidade musical

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Por Fabian Chacur

O cenário musical nos últimos 20 anos se baseia cada vez mais em truques e elementos visuais e comportamentais para inflar seus novos produtos. A imagem e a vida pessoal dos artistas é tão priorizada que às vezes dá a impressão de que a música ali não passa de um “detalhe”. Bom ver bandas que vão contra essa corrente, como a Lady Antebellum, cujo novo álbum 747 acaba de sair no Brasil em versão Deluxe com três faixas a mais. Aqui, musicalidade conta. E muito.

Com quase dez anos de carreira, Lady Antebellum é integrado por Hillary Scott (vocal), Charles Kelley (vocal, guitarra e violão) e Dave Haywood (vocais, guitarra, violão, piano e mandolim). Chegaram aos primeiros postos da parada americana logo com seu primeiro álbum, autointitulado (de 2008), que atingiu o quarto lugar nos EUA. O seguinte, Need You Now (2010), primeiro a sair no Brasil, foi ainda mais longe, atingindo o nº1 graças a hits como a faixa título e Run To You.

Com produtividade alta, eles lançaram a seguir Own The Night (2011-outro número 1), Golden (2013, ponta da tabela mais uma vez) e agora o novo 747, que chegou “apenas” ao segundo lugar nos charts da Billboard. Seus shows estão sempre lotados, incluindo o da atual turnê. Qual o segredo deles?

Em termos visuais, nada de muito complicado. São jovens, bonitos e bem vestidos. O que realmente os torna relevantes é a qualidade de sua música. São adeptos das vertentes mais roqueiras e pop da música country, influenciados por Fleetwood Mac, Garth Brooks, The Eagles, Dixie Chicks, Alabama e outras fontes bacanas, sem cair na cópia barata.

As vocalizações do trio são sempre certeiras, com as vozes masculinas de Kelley e Haywood se casando feito luva com as belas melodias seguradas pela ótima Hillary. Com arranjos sempre precisos e preciosos, suas canções simples e diretas são muito boas de se ouvir, e são responsáveis pelos mais de 10 milhões de álbuns já vendidos por eles.

747 é para se ouvir sem pular faixas. Inclui ótimos momentos como Long Stretch Of Love (com muita influência de Stevie Nicks e do Fleetwood Mac; aliás, a banda já gravou com essa lendária cantora a música Blue Water), a sacudida Bartender, a deliciosa balada Lie With Me e a mais ardida All Nighter. Nada que vá revolucionar ou mudar o mundo. Mas precisa? Creio que não…

Ouvir um álbum como 747 e um repertório (vale também citar Sounded Good At The Time) como esse atingindo os mais altos postos das paradas é prova de que o velho e bom poder das canções continua sendo capaz de alavancar carreiras, sem truques baixos ou fofocas de baixo calão. Enquanto isso ocorrer, ainda vale ter fé na música.

Long Stretch Of Love– Lady Antebellum:

Lie With Me– Lady Antebellum:

New Jersey, do Bon Jovi, volta em caprichada edição Deluxe

Bon Jovi - New Jersey-400x

Por Fabian Chacur

O grupo americano Bon Jovi demorou três álbuns para conseguir chegar ao topo do universo roqueiro. Quando isso ocorreu, no entanto, foi a glória. Slippery When Wet (1986) vendeu milhões de cópias no mundo todo e colocou o quinteto à frente dos concorrentes no setor heavy metal melódico. Mas como fazer para manter esse sucesso todo? Eis o desafio que seu disco posterior, New Jersey, teve de encarar.

A Universal Music acaba de lançar no Brasil uma Deluxe Edition deste álbum que nos permite a chance de entender o porque New Jersey conseguiu atingir o seu objetivo, que era firmar de vez a banda integrada por Jon Bon Jovi (vocal), Richie Sambora (guitarra), Alec John Such (baixo), Tico Torres (bateria) e David Bryan (teclados) no topo do universo roqueiro em termos comerciais.

Logo após o fim da turnê que divulgou Slippery When Wet, o grupo concentrou esforços no sentido de reunir um novo repertório consistente. A escolha foi cirúrgica, com canções na mesma linha do trabalho anterior, mas sem cair em uma repetição exagerada. Ou seja, mantinham o estilo vencedor, mas sem xerocopiá-lo em demasia.

No setor rocks mais ardidos, temos Lay Your Hands On Me, Bad Medicine e Homebound Train como destaques. A balada mais ardida Wanted Dead Or Alive do disco anterior teve como sucessora a ótima Stick To Your Guns, enquanto as românticas mais melosas tiveram em Born To Be My Baby e I’ll Be There For You os momentos que cativaram as fãs mundialmente.

New Jersey vendeu tanto quanto Slippery When Wet e de quebra gerou uma turnê mundial que durou 16 meses, com direito a 267 shows em 26 países, incluindo o Brasil, onde eles tocaram pela primeira vez em janeiro de 1990 durante o badalado Hollywood Rock Festival no Rio e em São Paulo. A partir de então, o Bon Jovi nunca mais saiu dos estádios e das paradas de sucesso.

A caprichada Deluxe Edition de New Jersey traz dois CDs. No primeiro, o álbum original remasterizado e com o acréscimo de três faixas bônus: The Boys Are Back In Town (cover da banda Thin Lizzy), Love Is War e a versão acústica de Born To Be My Baby, que Jon Bon Jovi considera melhor do que o registro elétrico incluído no álbum normal.

O segundo CD inclui as demos gravadas para o álbum e até então inéditas, com direito a versões bem mais cruas de algumas das faixas de New Jersey e também algumas que não saíram nesse disco, sendo ou gravadas posteriormente pela própria banda ou registradas por artistas como Cher e Alice Cooper. De quebra, uma embalagem linda e um encarte luxuoso com direito a texto impecável contando a história do CD, letras e ficha técnica completa.

Ouça em streaming o CD New Jersey, do Bon Jovi:

Ouça em streaming o CD bônus da edição Deluxe de New Jersey:

Made in Japan (Deep Purple) volta em bela versão deluxe

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Por Fabian Chacur

Made in Japan, do Deep Purple, costuma ser presença certa nas listas dos melhores álbuns ao vivo da história do rock. Com toda a justiça. Quem por ventura ainda não entende o porque este álbum é tão cultuado tem agora a oportunidade de conferir uma Deluxe Edition lançada no Brasil pela Universal Music que reforça a qualidade deste trabalho sublime.

Em 1972, o grupo inglês de heavy metal vivia um momento iluminado de sua existência, provavelmente o auge da chamada mark II, segunda formação de sua história e iniciada em 1969. Faziam parte dela o carismático vocalista Ian Gillan, o incrível guitarrista Ritchie Blackmore, o excepcional tecladista Jon Lord, o seguro baixista Roger Glover e o potente baterista Ian Paice. Um timaço com talento acima da média.

O grande mérito do Deep Purple sempre foi a capacidade de dosar o pique e a simplicidade do rock and roll com improvisações criativas e dignas do jazz e da música erudita, gerando uma sonoridade própria que influenciou gerações de outros músicos nos anos que viriam. Técnica e garra em um único e generoso pacote musical cultuado até hoje.

As sete faixas de Made in Japan foram gravadas em três shows realizados no Japão nos dias 15 e 16 de agosto de 1972 em Osaka e um terceiro no dia 17 de agosto do mesmo ano em Tokyo, este último no lendário Budokan Hall. Uma é do primeiro show, quatro do segundo e duas do terceiro, montadas de forma a soar como um único espetáculo.

As releituras “live” de Highway Star, Child In Time, Smoke On The Water, The Mule, Strange Kind Of Woman, Lazy e Space Truckin’ acrescentam adrenalina aos já ótimos registros de estúdio, mantendo o formato básico de cada música e acrescentando a elas com brilhantismo novos solos, novos duelos instrumentais e novas interpretações vibrantes do cantor Ian Gillan. De tirar o fôlego.

Essa sublime Deluxe Edition traz, além da versão remasterizada do álbum original, um segundo CD com os bis de cada show, com direito a três versões de Black Night, duas de Speed King e uma de Lucille, esta última cover do hit do roqueiro Little Richard. Uma ótima ideia, pois essas interpretações são também bastante legais e diferentes entre si, com nuances entre uma e outra versão.

A bela embalagem digipack do álbum é em cartão duro e abre em quatro partes. Além de trazer fotos expressivas, o encarte conta com prefácio de Slash e um belíssimo texto assinado por Malcom Dome repleto de informações das mais interessantes. Uma delas é simplesmente inacreditável: nenhuma das fotos usadas na capa, contracapa e encarte do CD foram tiradas nos shows japoneses!

Sim, é isso mesmo que você leu. As imagens são de shows realizados em Londres na mesma época, e a explicação dada pela produção do disco fica por conta de o público no Japão na época ficar muito distante do palco e sentado, impossibilitando registros que fossem compatíveis com a energia do show. Temos também outra peculiaridade surpreendente.

A foto na contracapa traz, agitando na plateia e na direção de Ritchie Blackmore, um loirinho cabeludo de 14 anos que, tempos depois, iria se tornar também um astro do rock. Trata-se de Phil Collen, guitarrista do Def Leppard, que no texto incluído no encarte afirma que aquele show foi uma das razões que o levaram a querer se tornar um músico de rock.

Indispensável em qualquer discoteca básica roqueira decente, Made in Japan é a prova definitiva de que em determinados estilos do nosso amado rock and roll o que vale mesmo é a capacidade de se entrar em um palco e ir além das expectativas, acrescentando qualidade ao que já era bom na sua origem. Arrepiante e seminal.

Ouça Made in Japan, do Deep Purple, em streaming:

Faixa inédita do Abba sairá em abril

Por Fabian Chacur

Os fãs do grupo Abba podem esfregar as mãos. Uma faixa inédita da banda sueca será a atração do relançamento do álbum The Visitors, previsto para chegar ao mercado no dia 23 de abril.

A canção intitula-se From a Twinkling Star To a Passing Angel, e equivale ao principal atrativo do relançamento no formato Deluxe Edition de The Visitors, que também incluirá mais faixas-bônus e um DVD.

Lançado originalmente em 30 de novembro de 1981, este foi o último álbum de estúdio lançado pelo lendário grupo sueco antes de sua separação, que ocorreria um ano depois.

O trabalho tem como marca um flerte do quarteto com as sonoridades eletrônicas que predominavam no pop da época, e inclui como destaques as faixas The Visitors (Crakin’ Up), When All Is Said And Done e One Of Us.

Apesar das inovações e de seu bom conteúdo artístico, The Visitors teve repercussão abaixo da dos trabalhos anteriores de Agnetha, Benny, Bjorn e Frida, atingindo apenas a posição de número 29 nos EUA, por exemplo.

Ouça The Visitors (Crakin’ Up), com o Abba:

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