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Zé Guilherme homenageia um lendário Orlando Silva em CD

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Por Fabian Chacur

O cantor Orlando Silva (1915-1978) foi provavelmente o primeiro grande ídolo popular da nossa música. Não por acaso, recebeu o apelido de O Cantor das Multidões, graças ao sucesso que suas interpretações intensas ganharam por parte do público. O cearense radicado em São Paulo Zé Guilherme resolveu homenageá-lo com um CD cujo repertório será apresentado nesta sexta-feira (29) em São Paulo no Bistrô Esmeralda (rua Esmeralda, nº 29- Aclimação- fone 0xx11-95850-0040), com ingressos a R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).

Com distribuição da Tratore, o CD Abre a Janela- Zé Guilherme Canta Orlando Silva traz canções importantes do repertório do saudoso intérprete relidas de forma personalizada e com arranjos caprichados. “Resgatar e reler a obra desse artista que foi, desde a minha infância, o combustível para meu desejo de ser cantor, faz desse um momento ímpar na minha carreira. Minha principal diversão era ouvir no rádio a voz majestosa e brejeira do cantor, considerado a maior voz masculina do Brasil”, afirma o artista ao justificar seu belo projeto.

Em seu show, Zé Guilherme interpretará clássicos do porte de A Jardineira, Dama do Cabaré, Aos Pés da Cruz, Lábios Que Beijei, Preconceito, O Homem Sem Mulher Não Vale Nada e Alegria, entre outros. A seu lado, estarão os músicos Cezinha Oliveira (violão e direção musical), Adriano Busko (percussão) e Pratinha Saraiva (flauta).

Alegria– Zé Guilherme:

Preconceito– Zé Guilherme:

Pela Primeira Vez– Zé Guilherme:

Cauby Peixoto, o professor, o irmão gêmeo do meu irmão

cauby peixoto-400x

Por Fabian Chacur

Cauby Peixoto nos deixou às 23h50 da noite deste domingo (15) aos 85 anos. Ele estava internado desde o dia 9 de maio, e foi vítima de pneumonia. Na verdade, tinha problemas sérios de saúde há alguns anos, mas com sua incrível garra e vontade de viver, continuou ativo, fazendo shows e gravando discos. Mais um verdadeiro mito que nos deixa, felizmente reconhecido e saudado enquanto ainda estava entre nós. Vai fazer muita, mas muita falta mesmo. Um estilista da canção.

Difícil fugir do que todo mundo já escreveu sobre esse artista nascido em Niterói (RJ) no dia 10 de fevereiro de 1931. Lançou seu primeiro disco em 1951, e foi um dos últimos grandes ídolos surgidos na chamada Era do Rádio. Com o estouro de Conceição, tornou-se mania nacional, com direito a roupas rasgadas pelas fãs e uma idolatria digna de Frank Sinatra, Roberto Carlos, Beatles e outros artistas desse mesmo porte.

Ainda nos anos 1950, lançou trabalho em inglês com o pseudônimo Ron Coby, e uma carreira internacional se mostrou viável. Mas ele acabou sendo o nosso Cauby, mesmo, para felicidade geral da nação. Versátil, enveredou por diversos estilos, até pelo rock and roll, sempre com uma categoria e um vozeirão que nunca o deixou na mão, nesses mais de 60 anos de trajetória repleta de realizações e glória.

Em 1980, voltou com força aos holofotes ao lançar o excelente álbum Cauby! Cauby!, lançado pela gravadora global Som Livre, com direito a canções feitas especialmente para ele por autores como Chico Buarque, Caetano Veloso, Tom Jobim e Roberto & Erasmo Carlos, entre elas a célebre Bastidores, que o recolocou com todo o merecimento nas paradas de sucesso. De onde nunca deveria ter saído.

Em sua extensa discografia, trabalhos com a amiga e contemporânea Angela Maria, com quem por sinal estava realizando a turnê 120 Anos de Música e faria neste sábado (21) no Sesc Santo Amaro uma apresentação em São Paulo durante a Virada Cultural. Poucos poderiam se atrever a gravar um disco com músicas do repertório de Sinatra sem correr o risco de cair no ridículo, e ele superou bem tal desafio.

Mas existem outras lembranças em relação a Cauby Peixoto, essas bem particulares. Quando moleque, sempre via algumas amigas da minha mãe dizendo que meu irmão Victor era a cara do Cauby. Olhando foto dos dois nos anos 1960, dava para confundir um com o outro, mesmo. Ironicamente, essa comparação sobrou para mim nos anos 1990, quando usei um estilo de cabelo cacheado e longo muito semelhante ao dele naquele período e até o fim da vida.

Quando tive a honra de entrevista-lo para o extinto Diário Popular, lá pelos idos de 1993 ou coisa que o valha, o fotógrafo Paulo Pinto tirou uma foto na qual aparecíamos eu e o Professor, durante a entrevista. Pena que eu não tenha scanner para dividir essa bela recordação com vocês. O cara era um gentleman e muito acessível, oriundo de uma época em que os artistas se preocupavam em tratar bem a todos.

Cauby! Cauby!- Cauby Peixoto (1980-CD em streaming):

Conceição– Cauby Peixoto (1956- versão original):

I Go (Maracangalha)– Ron Coby (Cauby Peixoto):

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