Mondo Pop

O pop de ontem, hoje, e amanhã...

Tag: fleetwood mac (page 1 of 3)

Christine McVie, 79 anos, uma integrante do Fleetwood Mac

christine-McVie-400x

Por Fabian Chacur

Em junho deste ano, foi lançada a coletânea Songbird- A Solo Collection (leia sobre este álbum aqui), a primeira dedicada à carreira-solo de Christine McVie. Infelizmente, foi o último trabalho lançado pela também cantora e compositora da banda Fleetwood Mac, que nos deixou nesta quarta-feira (30/11) aos 79 anos.

A informação foi divulgada nas redes sociais através de seus familiares, dizendo que ela partiu em paz após um período de internação e vitima de uma curta doença não revelada aos seus fãs.

Nascida em 12 de julho de 1943 na Inglaterra. ela começou a se tornar conhecida na cena musical do Reino Unido ao integrar a banda Chicken Shack, com quem gravou dois álbuns entre 1967 e 1969. Ela saiu do grupo e começou um flerte com outra banda que vivia seus primeiros tempos de sucesso na mesma época. o Fleetwood Mac. A ligação foi musical e afetiva, pois ela se casou em 1968 com seu baixista, John McVie.

Antes de entrar efetivamente na banda, ela lançou o seu primeiro álbum solo, que levou o seu nome de solteira, Christine Perfect (1970), trabalho no qual regravou o clássico do blues I’d Rather Go Blind, hit de Etta James que ela já havia gravado com a sua banda anterior, sendo a vocalista principal.

Christine participou como convidada dos álbuns Mr. Wonderful (1968) e Kiln House (1970), sendo que neste último foi a autora da pintura que ilustra a sua capa. No trabalho seguinte, Future Games (19710, Christine McVie foi enfim efetivada como tecladista e vocalista do FM. Embora tenha base blueseira também, ela certamente ajudou e muito a banda na sua transição para uma sonoridade um pouco mais pop e melódica.

Ela topou, junto com os fundadores da banda, o marido John e o baterista Mick Fleetwood, a encarar a mudança em 1974 para os EUA. E foi lá que o grupo encontrou o guitarrista e vocalista Lindsey Buckingham e a cantora Stevie Nicks, que com os três britânicos integrou a formação mais bem-sucedida do grupo em termos comerciais e para muitos também artística (estou entre os que pensam assim).

Entre 1975 e 1987, o Fleetwood Mac se tornou uma das mais bem-sucedidas bandas de rock do mundo, graças a álbuns impactantes como Fleetwood Mac (1975), Rumours (1977). Tusk (1979) e Mirage (1982). Neles, Christine se destacou como cantora e compositora, em hits como Say You Love Me, You Make Loving Fun, Songbird, Hold Me e Everywhere, além de encaixar com categoria seus vocais e teclados nas canções dos colegas.

Além do trabalho com a banda, ela lançou mais dois discos solo, Christine McVie (1984), com o hit Got a Hold On Me, e In The Meantime (2004), este seu único lançamento em um longo período longe do Fleetwood Mac, entre 1998 e 2013. Ela também lançou um excelente álbum em parceria com o Lindsey Buckingham em 2017 (leia a resenha aqui).

Depois de se separar de John McVie em 1976, Christine ainda conseguiu trabalhar com o ex-marido, mesmo tendo alguns perrengues com ele, alguns inspiradores de canções do célebre álbum Rumours, o mais famoso da banda. Um dos pontos altos da recente coletânea é uma versão de Songbird, um de seus clássicos do Fleetwood Mac, acrescido de um belíssimo arranjo de cordas, que acaba soando como uma bela despedida dela de cena.

Songbird (nova versão)- Christine McVie:

Christine McVie lança em junho uma coletânea da carreira solo

christine-mcvie-songbird-400x

Por Fabian Chacur

O selo Rhino Records, hoje parte do conglomerado Warner, lançará no dia 24 de junho uma coletânea com gravações solo de Christine McVie, cantora, compositora e tecladista que ficou famosa como integrante do Fleetwood Mac. Com o título Songbird- A Solo Collection, o álbum traz dez faixas. Temos duas extraídas de Christine McVie (1984), cinco de In The Meantime (2004), duas inéditas e uma nova versão de Songbird, que a cantora gravou com o Fleetwood Mac.

Nenhuma faixa de Christine Perfect (1970), o primeiro álbum-solo da artista (antes de usar o sobrenome McVie, de seu ex-marido, John McVie, baixista do Fleetwood Mac), entrou no projeto. As sete faixas lançadas anteriormente foram devidamente remasterizadas por ninguém menos do que Glyn Johns, premiado produtor britânico conhecido por seus belos trabalhos com os Rolling Stones, The Who e Eagles.

Já está nas plataformas digitais uma das inéditas, Slowdown, escrita, composta e gravada em 1985 por McVie para o filme American Flyers e que acabou não sendo utilizada. Belo vacilo, pois se trata de um rock melódico delicioso, digno dos melhores momentos do Fleetwood Mac.

A outra inédita, All You Gotta Do, ficou de fora de In The Meantime. Curiosamente, Got a Hold on Me, de Christine McVie (o álbum) e seu único hit fora do FM (atingiu o 10º posto na parada pop americana), ficou de fora desta compilação, sabe-se lá porque. Vai ver que ela não curte a canção…

Songbird é basicamente a mesma versão lançada pelo Fleetwood Mac no álbum Rumours (1977), com apenas McVie cantando e tocando piano. Aqui, tivemos o acréscimo de uma sessão de cordas com arranjo a cargo de Vince Mendoza, que tem seis troféus Grammy em seu belo currículo.

Eis as faixas de Songbird- A Solo Collection:

1 Friend (Remix) In The Meantime (2004)
2 Sweet Revenge (Remix)- In The Meantime (2004)
3 The Challenge (Remix)- Christine McVie (1984)
4 Northern Star (Remix)- In The Meantime (2004)
5 Ask Anybody (Remix)- Christine McVie (1984)
6 Slow Down (inédita)
7 Easy Come, Easy Go (Remix)- In The Meantime (2004)
8 Givin’ It Back (Remix)- In The Meantime (2004)
9 All You Gotta Do (inédita)
10 Songbird (Orchestral Version) (versão inédita)

Slow Down (áudio)- Christine McVie:

Lindsey Buckingham lança singles e promete álbum para setembro

lindsey buckingham 400x

Por Fabian Chacur

Após dar um grande susto nos fãs em 2019, com direito a ter de fazer uma cirurgia cardíaca, Lindsey Buckingham felizmente está saudável novamente. Melhor ainda: ele anunciou que lançará no dia 17 de setembro seu 1º álbum solo em 10 anos, o 1º desde que saiu do Fleetwood Mac. Autointitulado, o trabalho sairá pelo selo Reprise (da Warner Music) e acaba de ter mais uma faixa divulgada, On The Wrong Side. Anteriormente, a introspectiva e levemente psicodélica I Don’t Mind (ouça aqui) já havia criado boas expectativas em torno do álbum.

O novo trabalho sai exatamente uma década após o anterior, o ótimo Seeds We Sow (2011), e de certa forma celebra os 40 anos do lançamento de seu 1º álbum solo, o marcante Law And Order (1981), do qual faz parte seu maior hit fora do Fleetwood Mac, Trouble. Em comunicado à imprensa, ele falou sobre o que gira em torno de On The Wrong Side em termos criativos:

On the Wrong Side trata dos altos e baixos da vida na estrada com o Fleetwood Mac e mostra uma das letras mais reflexivas do álbum: “we were young, now we’re old / Who can tell me which is worse?” (em tradução livre: “éramos jovens, agora somos velhos / Quem pode dizer qual o pior?”). A música evoca Go Your Own Way, no sentido de que não é uma música feliz, no que diz respeito ao assunto, mas foi efervescente musicalmente”.

Como forma de divulgar seu sétimo álbum de estúdio, Buckingham fará uma turnê pelos EUA a partir do início de setembro que tem até agora 30 datas confirmadas. O cantor, compositor e guitarrista americano, aos 71 anos (completará 72 em 3 de outubro) felizmente parece pronto para encarar esses novos projetos com força total.

Eis as faixas do álbum Lindsey Buckingham:

1. Scream
2. I Don’t Mind
3. On The Wrong Side
4. Swan Song
5. Blind Love
6. Time
7. Blue Light
8. Power Down
9. Santa Rosa
10. Dancing

On The Wrong Side– Lindsey Buckingham:

David Gilmour toca Albatross em um intenso tributo a Peter Green

mick fleetwood_capa_albatross

Por Fabian Chacur

No dia 30 de abril, será lançado em vários formatos físicos e nas plataformas digitais Mick Fleetwood And Friends Celebrate The Music Of Peter Green And The Early Years Of Fleetwood Mac (saiba mais detalhes aqui). Uma bela amostra do conteúdo deste trabalho histórico acaba de chegar ao mundo virtual. Trata-se da faixa Albatross, com participação de David Gilmour.

“Há mais de três anos, quando o ímpeto dessa ideia começou, meu primo Kells sugeriu entrar em contato com David porque está claro que Peter foi uma influência em seu estilo e tom. Tenho a lembrança do David Gilmour ter vindo ver o Fleetwood Mac com o Peter em Nova York no clube Scene, que era um pequeno local onde Hendrix e as pessoas apareciam para tocar a noite toda. Quando entrei em contato e perguntei se ele tocaria no tributo, recebi de volta a carta mais inacreditável, na qual ele dizia que não tinha certeza se poderia fazer justiça às músicas e que tinha tanta reverência por elas que não sabia ao certo se era corajoso o suficiente para tentar”, relembra Mick Fleetwood.

“Dois anos depois, quando tudo estava acontecendo, perguntei de novo: ‘David, você está se sentindo corajoso o suficiente?’ Desta vez, ele disse que adoraria, então eu o deixei escolher qualquer música que ele gostasse. Ele era, e é, a personificação do ‘menos é mais’ estético que impulsionou a composição e execução de Peter, e ele me tirou o fôlego tocando ‘Albatross’”, completa, em comunicado enviado à imprensa.

Albatross (live)- Mick Fleetwood and Friends feat David Gilmour:

Fleetwood Mac relança LP ao vivo de 1980 com faixas-bônus

fleetwood mac live 400x

Por Fabian Chacur

Está prevista para o dia 9 de abril o lançamento pela Warner Music da Super Deluxe Edition referente ao álbum Fleetwood Mac Live (1980). Trata-se de um relançamento luxuoso que no Brasil chegará apenas nas plataformas digitais. No exterior, teremos um CD triplo, um LP duplo de vinil e um single bônus de 7 polegadas com demos das faixas Fireflies e One More Night.

Lançado originalmente em dezembro de 1980, o álbum ao vivo flagra a seminal banda no auge de sua popularidade. Além de energéticas versões de canções de sucesso, o disco original também trazia como novidades três faixas até então inéditas na interpretação do quinteto. São elas One More Night (Christine McVie), Fireflies (Stevie Nicks) e The Farmer’s Daughter (Brian Wilson e Mike Love), esta última gravada originalmente pelos Beach Boys em 1963 no álbum Surfin’ USA.

O grande atrativo para os colecionadores é o terceiro CD, que conta com gravações ao vivo realizadas entre os anos de 1977 e 1982. Uma dessas faixas, The Chain, já está disponível nas plataformas digitais, e foi gravada em um show realizado em Cleveland no dia 20 de maio de 1980. O álbum original atingiu o 14º posto na parada dos EUA.

Disco 1: Album Original Remasterizado

Monday Morning
Say You Love Me
Dreams
Oh Well
Over & Over
Sara
Not That Funny
Never Going Back Again
Landslide

Disco 2: Álbum Original Remasterizado

Fireflies
Over My Head
Rhiannon
Don’t Let Me Down Again
One More Night
Go Your Own Way
Don’t Stop
I’m So Afraid
The Farmer’s Daughter

Disco 3 (gravações inéditas)

Second Hand News
The Chain
Think About Me
What Makes You Think You’re The One
Gold Dust Woman
Brown Eyes
The Green Manalishi (With The Two-Pronged Crown)
Angel
Hold Me
Tusk
You Make Loving Fun
Sisters Of The Moon
Songbird
Blue Letter
Fireflies – Remix – Long Version

Ouça The Chain (live 1980- Cleveland)- Fleetwood Mac:

Mick Fleetwood lançará álbum ao vivo homenageando Peter Green

Mick-Fleetwood&Friends - 400x

Por Fabian Chacur

No dia 25 de fevereiro deste ano, Mick Fleetwood realizou um show homenageando Peter Green e a fase inicial do grupo que criou em 1967, o Fleetwood Mac. Essa celebração se tornou histórica e acabou sendo uma espécie de flores em vida para o mitológico guitarrista, cantor e compositor britânico, que nos deixou no último dia 25 de julho, aos 73 anos. Esse evento histórico foi registrado em áudio e vídeo e será lançado no exterior em vários formatos físicos e digitais (saiba mais aqui) no dia 30 de abril de 2021 pela gravadora BMG.

O elenco escalado para esse show capitaneado pelo baterista Mick Fleetwood incluiu outro integrante daqueles anos de blues rock do FM, o guitarrista Jeremy Green, e também a cantora e tecladista Christine McVie, que entrou no time pelos idos de 1970. Além deles, tivemos, entre outros, feras do porte de Pete Townshend, Noel Gallagher, Kirk Hammett, John Mayall, Steven Tyler, Billy Gibbons e Neil Finn, com gravação a cargo do produtor Glyn Johns.

“O show foi uma homenagem ao blues, onde todos nós começamos, e é importante reconhecer o profundo impacto que Peter e essa primeira fase do Fleetwood Mac tiveram no mundo da música. Ele foi meu maior mentor e foi uma alegria homenagear seu incrível talento. Tive a honra de compartilhar o palco com alguns dos muitos artistas que Peter inspirou durante os anos e que compartilham meu grande respeito por ele”, conta Mick Fleetwood.

O filme com o registro do show, intitulado Mick Fleetwood & Friends Celebrate The Music Of Peter Green And The Early Years Of Fleetwood Mac, será exibido nos cinemas no exterior em março de 2021, e já tem um trailler disponível. Certamente, uma bela celebração ao blues rock britânico dos anos 1960.

Confira as faixas do álbum ao vivo de Mick Fleetwood & Friends:

Act I

1. Rolling Man (feat. Rick Vito)

2. Homework (feat. Jonny Lang)

3. Doctor Brown (feat. Billy Gibbons)

4. All Your Love (feat. John Mayall)

5. Rattlesnake Shake (feat. Billy Gibbons & Steven Tyler)

6. Stop Messin’ Round (feat. Christine McVie)

7. Looking For Somebody (feat. Christine McVie)

8. Sandy Mary (feat. Jonny Lang)

9. Love That Burns (feat. Rick Vito)

10. The World Keep Turning (feat. Noel Gallagher)

11. Like Crying (feat. Noel Gallagher)

12. No Place To Go (feat. Rick Vito)

13. Station Man (feat. Pete Townshend)

Act II

1. Man Of The World (feat. Neil Finn)

2. Oh Well (Pt.1) (feat. Billy Gibbons & Steven Tyler)

3. Oh Well (Pt.2) (feat. David Gilmour)

4. Need Your Love So Bad (feat. Jonny Lang)

5. Black Magic Woman (feat. Rick Vito)

6. The Sky Is Crying (feat. Jeremy Spencer)

7. I Can’t Hold Out (feat. Jeremy Spencer)

8. The Green Manalishi (With The Two Prong Crown) (feat. Billy Gibbons & Kirk Hammett)

9. Albatross (feat. David Gilmour)

10. Shake Your Moneymaker (group finale)

Veja o trailer do documentário do show:

Stevie Nicks mostra single prévio extraído de novo álbum ao vivo

stevie nicks live in concert 400x

Por Fabian Chacur

A presença de palco de Stevie Nicks sempre foi um de seus pontos altos em termos artísticos, nesses seus quase 50 anos de estrada. Logo, trabalhos nos quais ela foi flagrada ao vivo, na carreira solo ou como integrante do Fleetwood Mac, sempre atraem as atenções dos seus milhões de fãs mundo afora. O mais recente sairá no dia 4 de novembro. Trata-se de Live In Concert- The 24 Karat Gold Tour, gravado ao vivo em 2017 e agora lançado pela gravadora BMG.

O conteúdo deste live album foi registrado em dois shows durante a turnê que divulgou o álbum 24 Karat Gold (2014, leia a resenha aqui), que atingiu o posto de nº 7 nos EUA. Além das plataformas digitais, o trabalho também será comercializado no exterior nos formatos CD duplo e LP de vinil duplo.

O filme que registra estes shows foi exibido nos cinemas americanos nos dias 21 e 25 próximos passados, e estará disponível no formato video in demand entre os dias 29 deste mês e 5 de novembro, também apenas no exterior. Ainda não foi divulgado se teremos lançamentos em DVD e/ou Blu-ray. Nele, além das músicas, Stevie também fala um pouco sobre cada uma das canções do set list.

O repertório de Live In Concert- The 24 Karat Gold Tour se divide entre sucessos do Fleetwood Mac como Gypsy, hits de sua carreira solo como Stand Back e Edge Of Seventeen e algumas surpresas. Entre elas, a primeira versão ao vivo da fantástica Crying In The Night, faixa de abertura do hoje raríssimo álbum Buckingham Nicks (1973), gravado por ela em dupla com Linsey Buckingham antes de ambos entrarem no Fleetwood Mac.

Crying In The Night (live)- Stevie Nicks:

Peter Green, um inglês que ajudou na renovação do blues

peter green-400x

Por Fabian Chacur

Se o blues foi criado nos EUA por geniais músicos locais, também é fato que este seminal gênero musical só foi resgatado e tomou proporções mundiais graças a uma série de músicos britânicos nos anos 1960, período em que o americano pouco ou nada o valorizava. Entre os principais nomes deste revival temos o cantor, compositor e guitarrista britânico Peter Green, cofundador do Fleetwood Mac, que nos deixou neste sábado (25) aos 73 anos de causas naturais, segundo informação de seus advogados.

Filho de judeus radicados na Inglaterra, Peter Allen Greenbaum nasceu em 29 de outubro de 1946 em Bethnal Green, Londres. Ele tocou em pequenas bandas e aos poucos aprimorou sua performance na guitarra e vocais a ponto de ser convidado para substituir Eric Clapton em 1966 no grupo John Mayall & The Bluesbreakers, um dos mais importantes da cena britânica de blues. Lá, conheceu o baixista John McVie e o baterista Mick Fleetwood.

Após gravar com a banda o álbum A Hard Road (fevereiro de 1967), no qual incluiu duas composições de sua autoria (The Same Way e The Supernatural) e participar de mais algumas gravações com eles, resolveu que havia chegado a hora de montar a sua própria banda, e convidou, além de Mick Fleetwood, o guitarrista Jeremy Spencer e o baixista Bob Brunning.

Com o amigo John McVie (que também saiu dos Bluesbreakers) na vaga de Brunning, este novo grupo, o Fleetwood Mac, rapidamente se mostrou com muito poder de fogo. O álbum de estreia, autointitulado (que alguns apelidaram de “o LP da lata de lixo”, por causa da capa) e lançado em 1968, mesclava releituras de clássicos do blues como Shake Your Money Maker (Elmore James) a composições de Peter Green como Looking For Somebody.

O sucesso no Reino Unido lhes valeu o 4º lugar na parada de sucessos local. O público ficou fissurado na ótima voz e nas vigorosas frases de guitarra de Green, muito bem assessorado por seus colegas. Os álbuns Mr. Wonderful (1968) e Then Play On (1969) ajudaram a solidificar esse prestígio.

Green se mostrou um compositor de mão cheia, mesclando blues, rock e até elementos de jazz e música latina, proporcionando à banda canções que se tornariam clássicas do blues britânico, como Black Magic Woman (regravada por Santana no álbum Abraxas, de 1970), Oh Well (regravada por Joe Jackson em 1991 no CD Laughter And Lust), The Green Manalish (relida pelo Judas Priest em 1978 no LP Killing Machine), a instrumental Albatross e Rattlesnake Shake, só para citar algumas das mais marcantes de um belo repertório.

Aí, em 1970, quando o grupo se preparava para ampliar seus horizontes e tentar conquistar o mercado americano, o consumo excessivo de drogas, em especial o LSD, levou Green a deixar a banda, após ter ficado um tempo em uma comunidade alternativa na Alemanha. Era o início de anos bem difíceis.

Os primeiros tempos fora da banda que o consagrou até pareciam promissores, com direito a gravações com B.B. King e o lançamento de seu primeiro álbum solo, The End Of The Game (1970). A coisa se complicou quando ele foi diagnosticado com esquizofrenia. Ele ainda participou de forma pequena e não creditada em dois álbuns do Fleetwood Mac, Penguin (1973) e Tusk (1979).

A partir do fim dos anos 1970, foi aos poucos retornando, lançando sete álbuns solo. Sua melhor fase foi quando montou o Peter Green Splinter Group, que se manteve ativo entre 1997 e 2004, com oito álbuns no currículo e inúmeros shows. Ele também participou do disco The Visitor (1981), de Mick Fleetwood, e de trabalhos de Peter Gabriel, Richard Kerr e Country Joe McDonald, e entrou para o Rock And Roll Hall Of Fame com o Fleetwood Mac em 1998.

Oh! Well(ao vivo em 1969)- Fleetwood Mac:

Keith Olsen, o cara que ajudou o Fleetwood Mac a achar seu rumo

Keith-Olsen-400x

Por Fabian Chacur

Em dezembro de 1974, Mick Fleetwood, líder do Fleetwood Mac, estava perdidinho. Seu guitarrista e cantor, Bob Welch, havia acabado de sair da banda, justo no momento em que o time parecia caminhar para o sucesso comercial. Para sua sorte, surgiu na vida dele um certo Keith Olsen, que lhe abriria as portas para uma nova fase que tornaria o FM uma das bandas de maior sucesso da história do rock. Olsen nos deixou no último dia 9, aos 74 anos, vítima de um ataque cardíaco, mas deixou como herança um currículo dos mais respeitáveis.

Nascido em 12 de maio de 1945, Keith Olsen começou a sua carreira tocando baixo em bandas de folk e rock. Em 1966, entrou na The Music Machine, pioneira formação de garage rock que fez sucesso naquele mesmo ano com o matador single Talk Talk, com uma pegada que influenciaria o punk rock da década seguinte. Após sair do time, em 1967, integrou duas bandas efêmeras, The Millenium e Sagittarius, de pouco sucesso comercial.

As experiências como integrante de bandas o incentivaram a tentar uma outra atividade na área musical, a de engenheiro de som e produtor. Ele já havia trabalhado em um disco da James Gang quando conheceu um jovem e talentoso casal, Lindsey Buckingham e Stevie Nicks, que naquele 1973 atuavam como dupla. Entusiasmado com o talento deles, não só conseguiu atrair as atenções da gravadora Polydor, que os contratou, como de quebra foi o produtor e engenheiro de som de seu álbum de estreia, Buckingham Nicks (1973).

Embora seja excepcional em termos artísticos, o álbum obteve números decepcionantes em termos comerciais, o que deixou o casal roqueiro em uma situação muito difícil. O amigo Olsen, para ajudá-los, chegou a deixá-los morar em sua casa, e também contratou Nicks como empregada doméstica.

É nesse momento que ocorre o encontro entre Keith Olsen e Mick Fleetwood. Este último procurava um estúdio para a gravação de seu próximo álbum, e calhou de Olsen estar por lá. O produtor resolveu mostrar a qualidade do estúdio onde estavam, o hoje lendário Sound City, na Califórnia, tocando uma faixa de Buckingham Nicks. Após a audição, Fleetwood viu a oportunidade de resolver não um, mas três problemas ao mesmo tempo.

Além de definir o Sound City como o lugar onde gravaria seu novo LP, de quebra se interessou e muito pelo guitarrista daquele álbum, e pediu o contato dele para Olsen. Buckingham adorou o convite, mas impôs ao futuro patrão uma condição: sua esposa tinha de ir, também. Pedido aceito, surgia a formação que daria ao Fleetwood Mac fama mundial, com Nicks (vocal) e Buckingham (vocal e guitarra) se juntando a Fleetwood (bateria), John McVie (baixo) e sua então esposa Christine McVie (vocal e teclados).

Keith Olsen produziu Fleetwood Mac (1975), que levou a FM ao primeiro posto da parada ianque pela primeira vez em sua carreira e emplacou clássicos do rock como Rhiannon, Say You Love Me, Landslide, Monday Morning e Over My Head. Se a banda entrou para o primeiro time do rock, o produtor deste álbum também viu as portas da cena rocker se abrirem para ele.

A partir dali, Olsen foi o produtor ou coprodutor de álbuns que ajudaram outros artistas a alcançar o estrelato. O grupo Foreigner, por exemplo, estourou graças ao álbum Double Vision (1978), que traz os hits Hot Blooded e a faixa-título.

A excelente cantora e compositora americana Pat Benatar tornou-se uma estrela do rock graças aos álbuns Crimes Of Passion (1980) e Precious Time (1981), que atingiram respectivamente as posições de nº 2 e nº 1 no mercado americano e emplacaram hits certeiros do porte de Hit Me With Your Best Shot e Hell Is For Children, ambos produzidos por Olsen.

O maior hit da carreira do cantor, compositor e ator americano Rick Springfield, Jessie’s Girl, assim como o álbum no qual a canção está incluída, Working Class Dog (1981), está no currículo de Olsen, assim como Whitesnake (1987), álbum que emplacou de vez a banda de David Coverdale no mercado americano, atingindo o 2º posto na parada da Billboard.

Além desses trabalhos de grande sucesso, Keith Olsen também atuou em discos de artistas e grupos importantes como Scorpions (Crazy World-1980, o que inclui o megahit Winds Of Change), Ozzy Osbourne, Santana, Sammy Hagar, Heart, Kim Carnes, Emerson Lake & Palmer e Kingdom Come. A partir de 1996, Keith Olsen passou a trabalhar no desenvolvimento do surround sound na música para o selo Kore Group e outras empresas

Talk Talk– The Music Machine:

Musical sobre o Fleetwood Mac será encenado em SP, RJ e BH

fleetwood mac musical-400x

Por Fabian Chacur

Um de meus sonhos era ver o Fleetwood Mac ao vivo no Brasil com sua formação mais bem-sucedida. Como isso parece ser praticamente impossível, após a saída de Lindsey Buckingham (que de quebra luta contra sérios problemas de saúde), o mais próximo disso parece ser a turnê que a banda cover britânica Rumours Of Fleetwood Mac fará pelo Brasil, com shows dias 15 de Agosto de 2019 em São Paulo (Espaco das Américas), 16 de Agosto no Rio de Janeiro (Vivo Rio) e 17 de Agosto em Belo Horizonte (Teatro Palácio das Artes). Trata-se, no mínimo, de uma banda cover com um belíssimo pedigree.

Não é por acaso que intitulei esse post como se fosse a encenação de um musical sobre a banda. Porque, na prática, é isso mesmo que se passa nas apresentações do Rumours Of Fleetwood Mac. Criado em 1999 e com mais de 700 shows no currículo, o grupo tem o aval de ninguém menos do que Mick Fleetwood, o baterista que criou a seminal banda, e de Stevie Nicks, a cantora que entrou no time em 1975 e ajudou a elevá-lo ao topo do pop rock mundial. Além disso, Mick já participou de shows dessa banda-tributo, assim como o guitarrista Rick Vito, que substituiu Lindsey Buckingham no FM entre 1987 e 1991.

O grupo é integrado por Jess Harwood (vocal, interpreta as músicas de Stevie Nicks)), James Harrison (guitarra e vocal, faz as vezes de Lindsey Buckingham), Scott Poley (guitarra e vocal), Alan Cosgrove (bateria, até o visual lembra o de Mick Fleetwood), Emily Gervers (teclados e vocal, veste a pele de Christine McVie), Etienne Girard (baixo) e Dave Goldberg (teclados, guitarra e os vocais do primeiro cantor do grupo em sua fase de blues rock, Peter Green). Um time afiadíssimo, que replica com muito detalhismo e energia as canções do FM.

O repertório traz Dreams, Don’t Stop, You Make Loving Fun e todas as outras músicas do mitológico álbum Rumours (1977), um dos mais vendidos da história, e os hits mais importantes dos 50 anos de estrada da banda, entre os quais Black Magic Woman, Albatross, Sarah, Gypsy, Little Lies, Seven Wonders e Everywhere.

O show é aberto com um vídeo no qual Mick Fleetwood dá um depoimento sobre a banda, sendo que outros vídeos e textos são usados durante a apresentação para ilustrar a trajetória de uma das melhores bandas de rock de todos os tempos. Veja trechos de músicas com o grupo aqui .

Seven Wonders (ao vivo)- Rumours Of Fleetwood Mac:

Older posts

© 2024 Mondo Pop

Theme by Anders NorenUp ↑