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Folk na Kombi mostra nova formação com shows em SP

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Por Fabian Chacur

O grupo Folk na Kombi completa 8 anos de estrada com novidades. Durante a pandemia, lançou um álbum com releituras de composições alheias, e um de seus integrantes, o cantor, compositor e músico Jonavo, resolveu seguir novos rumos. Seus ex-colegas, os também cantores e multi-instrumentistas Felipe Câmara e Bhezão, convidaram Nô Stopa (vocal, bandolim e violão) e Bia Tucci (voz e violão) para uma nova encarnação da banda. E é essa escalação renovada que se apresenta neste sábado (19) às 20h e domingo (20) às 18h em São Paulo no Sesc 24 de Maio (rua 24 de maio, nº 109- Centro- fone 0xx11-3350-6300), com ingressos custando de R$ 20,00 a R$ 40,00.

Com vasto currículo, Nô marcou presença no DVD Folk na Kombi – Ao Vivo no Auditório Ibirapuera (2016), além de ter gravado um álbum em parceria com Bhezão. Ela é filha do grande cantor, compositor e músico Zé Geraldo. Por sua vez, Bia Tucci gravou trabalhos individuais bacanas como o EP Sunflower Sessions e participou do projeto Horses & Joy, que gerou o álbum Magnólia (2019). O potencial dessa nova formação parece dos mais promissores.

Marcarão presença nas apresentações paulistanas do Folk na Kombi o cantor e compositor Renato Godá (no sábado) e a banda Colomy (no domingo). O repertório mostrará músicas do repertório da banda e provavelmente algumas novidades geradas por essa nova fase do agora quarteto. Normalmente, essa combinação de vocais masculinos e femininos costuma dar coisa boa, especialmente nessa praia do folk à brasileira. Fica a torcida.

Dançar eu Vou (ao vivo)- Folk na Kombi e Nô Stopa:

Zélia Duncan lança clipe de Medusa usando tecnologia 3D

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Por Fabian Chacur

Lançado em 2019, o álbum Tudo É Um (leia a resenha de Mondo Pop aqui) flagra Zélia Duncan mergulhando de novo na sonoridade folk que a consagrou, e com muita inspiração . O clipe para a canção Medusa, que era para ter sido gravado de forma presencial, tomou outros rumos devido à pandemia do novo coronavírus, mas enfim está sendo disponibilizado. E valeu a espera.

A canção, parceria da cantora, compositora e musicista com Zeca Baleiro, tem um clima meio percussivo, meio eletrônico, e é um dos destaques do álbum. O clipe foi dirigido por Clarissa Ribeiro e Lorre Mota e se vale do trabalho em 3D da artista gráfica Bárbara Kani. Zélia fala um pouco sobre o processo todo:

“O roteiro do clipe sugere uma espécie de heroína, que passa por uma saga, por caminhos, portas e saídas que precisa inventar, sem se deixar paralisar. Descobri durante esses meses que a medusa da letra mora dentro de mim, tanto quanto a heroína. Só quem nos paralisa somos nós mesmos, não podemos delegar a ninguém o poder que é só nosso, de seguir adiante, sendo quem somos. A comunidade LGBT sabe muito bem o que é esse caminho que dói, mas liberta. Este clipe tem a ver com nossa luta, antes de mais nada. E com todas as lutas que enfrentamos dentro e fora de nós”.

Medusa (clipe)- Zélia Duncan:

Renato Teixeira lança a canção Humanos São Todos Iguais

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Por Fabian Chacur

Tem canção nova de Renato Teixeira no ar. O cantor, compositor e músico nascido em Santos que completou 75 anos no último dia 20 de maio se mostra em plena atividade. Recentemente, fez uma live ao lado do parceiro e amigo Sérgio Reis. Agora, nos apresenta Humanos São Todos Iguais, gravação de estúdio distribuída nas plataformas digitais pela Ditto Music. Mais um belo apelo à solidariedade entre as pessoas, em um momento duro como este. Ele explica a intenção deste novo trabalho:

“Humanos São Todos Iguais” é uma cantilena, dessas que se canta quase de improviso, quase declamando, um canto convicto e ensimesmado, soprado pela fé escancarada de quem acredita na salvação da humanidade. Nossa Senhora é intercessora como são intercessoras nossa mães. Na minha imaginação, ela aparece para interceder em nome dos pobres e dos desvalidos, clamando pelo fim da pobreza e de todas as diferenças que existem entre os humanos. A hora é agora! A canção nasceu sem maiores pretensões mas quem sabe não seja ela, como já havia sido Romaria, a nova mensageira dos nossos anseios por um mundo melhor e mais justo?”.

Humanos São Todos Iguais– Renato Teixeira:

Massonettos lança seu álbum de estreia com show em São Paulo

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Por Fabian Chacur

Massonettos é ao mesmo tempo um duo iniciante, com pouco mais de um ano de existência, e veterano, pela experiência dos seus integrantes. Ricardo Massonetto (vocal, violão, bandolim, gaita, kazoo e percussão) integra há 13 anos a banda Doutor Jupter, uma das melhores do folk-rock brasileiro (leia mais sobre eles aqui), enquanto sua esposa Mariana Massonetto (vocal, percussão e efeitos sonoros) é sua parceira em inúmeras composições gravadas pelo grupo.

A dupla lançará seu autointitulado disco de estreia, disponível em CD e nas plataformas digitais, com show em São Paulo nesta sexta (11) às 21h no Teatro Bruta Flor (rua Augusta, nº 912- Cerqueira Cesar), com ingressos a R$ 15,00 (antecipado) e R$ 30,00 (no dia, saiba mais aqui).

Com uma sonoridade centrada no acústico mas com tempero elétrico proporcionado pelo integrante honorário do time, Brenno Rubem (guitarra, banjo e vocais), o duo investe em vocalizações deliciosas (com direito a intervenções solo também) e canções delicadas que no entanto volta e meia esbarram em temas pesados do difícil dia-a-dia desse país maluco chamado Brasil. O casal com quase 18 anos de vida conjunta agora também vai aos palcos graças ao desabrochar de Mariana nessa tarefa.

O repertório de Massonettos (o álbum) conta com dez canções autorais, sendo oito inéditas e duas gravadas anteriormente pelo Doutor Jupter e agora relidas à moda da dupla. O disco conta com participações especiais pontuais e bacanas, entre as quais a do consagrado Sizão Machado (contrabaixo) e de Brenno Rubem.

No show, além de todas as músicas do álbum de estreia, a dupla também promete algumas releituras de material alheio, entre as quais Sobradinho (Sá & Guarabyra, com direito a algumas atualizações na letra) e Balada do Louco (Mutantes). Boa chance de se ouvir, ao vivo, um dos melhores lançamentos de 2019 da música brasileira, especialmente no setor folk-country.

Milésima Vez (clipe)- Massonettos:

Roberta Campos lança o seu 1º DVD com um show em São Paulo

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Por Fabian Chacur

Uma das vertentes mais populares da atual música pop brasileira é a que mistura o folk com elementos de pop, rock e MPB. Uma de suas principais representantes é a cantora, compositora e violonista mineira Roberta Campos. Como forma de celebrar os 10 anos de sua carreira discográfica, ela lançou há pouco o seu primeiro DVD, Todo Caminho é Sorte- Ao Vivo (gravadora Deck), no qual dá uma geral em seus hits e traz novidades. O show de lançamento em São Paulo será nesta sexta (28) às 21h no Auditório Ibirapuera (avenida Pedro Álvares Cabral, s-nº- Portão 2 do Parque do Ibirapuera- fone 0xx11-3629-1075), com ingressos a R$ 15,00 (meia) e R$ 30,00 (inteira).

Nesta apresentação, Roberta terá a seu lado o mesmo afiadíssimo time musical que a acompanhou na gravação do DVD, composto por Fabio Pinc (teclados e direção musical), Fabio Sá (baixos acústico e elétrico), João Erbetta (violão, guitarra e lep steel), Loco Sosa (bateria) e a adorável Patricia Ribeiro (cello).

O repertório traz hits autorais de Roberta, entre os quais Minha Felicidade, Abrigo, Todo Dia e De Janeiro a Janeiro, e releituras de My Love (Paul McCartney), Casinha Branca (Gilson) e Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor (Lô Borges).

Leia entrevista com Roberta Campos falando sobre o DVD e sua carreira aqui.

Todo Dia (ao vivo)- Roberta Campos:

Barbara Mendes lança o CD Orgânico com um show no Rio

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Por Fabian Chacur

Orgânico apresenta ao grande público uma parceria musical de grande quilate. A cantora mineira criada no Rio de Janeiro Barbara Mendes interpreta 11 canções inéditas do excelente cantor, compositor e músico pernambucano Tito Marcelo. O resultado do trabalho do também casal na vida pessoal não poderia ser mais bem-sucedido. Primeiro álbum autoral da cantora desde Nada Pra Depois (2009) e disponível em CD e nas plataformas digitais, o disco será lançado com show no Rio de Janeiro nesta terça (18) às 21h no Teatro XP Investimentos (Jockey Club Brasileiro- avenida Bartolomeu Mitre, nº 1.100- Leblon- fone 0xx21-3807-1110), com ingressos custando a R$ 40,00 (meia) e R$ 80,00 (inteira).

O currículo de Barbara Mendes é dos mais respeitáveis. Ela morou por dez anos em Nova York, onde estudou canto e fez shows. Além disso, participou por lá de trilhas de filmes, teatro e balé. Seu primeiro álbum foi lançado em 2000, Live In Greece, gravado ao vivo em Atenas, na Grécia.

No álbum Nada Para Depois (2009), contou com as participações especiais de Djavan, Ivan Lins e Hamilton de Holanda. De quebra, lança em breve no exterior álbum com composições do genial Roberto Menescal vertidas para o inglês.

O clima musical contido em Orgânico é pontuado por belas canções que navegam entre MPB, folk, pop, blues e um leve tempero jazzístico. Colabora intensamente para sua alta qualidade artística a presença efetiva, nos arranjos, produção musical, guitarra e violões, do consagrado argentino radicado no Brasil Victor Biglione, que dá uma aula master de como ser acompanhante de forma elegante, criativa e expressiva.

Tito Marcelo se mostra um excelente compositor, ele que também viveu em Brasília (DF) e tem três bons discos solo em seu currículo- Frágil Verde, Força de Quebrar (2011), Pra Ficar no Sol (2014) e O Futuro Ligeiro da Demora (2016). Ele participa de duas faixas do CD, Degelo (voz e violão) e Recalques (violão).

No show desta terça (18), Barbará será acompanhada por uma banda composta por André Valle (violão de cordas de aço), Pedro Braga (violões), Alexandre Katatau (contrabaixo) e Allen Pontes (bateria). Nele, sua voz de belo timbre explorada de forma competente e sensível certamente trará também alguma coisa de trabalhos anteriores, além de faixas do ótimo Orgânico.

Veja o clipe de Recalques, de Barbara Mendes:

Lô Borges nos oferece 10 novos clássicos no inspirado Rio da Lua

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Por Fabian Chacur

Em 2018, Lô Borges nos ofereceu uma bela e emocionante releitura de seus trabalhos de estreia de 1972, o maravilhoso DVD Tênis+Clube Ao Vivo no Circo Voador (leia a resenha aqui). Seria até normal esperar que ele ficasse um bom tempo capitalizando os louros oriundos desse lançamento. No entanto, o cantor, compositor e cantor mineiro prova que, aos 67 anos, quer mesmo é viver novas emoções. No caso, um novo CD, o maravilhoso Rio da Lua (Deck).

Rio da Lua adiciona duas novidades a sua carreira. Normalmente, Lô compõe as melodias, para depois encaixar as letras, feitas por ele ou outros parceiros. Desta vez, inverteu-se o processo. As letras apareceram primeiro, para serem posteriormente musicadas. A segunda nova decorre daí: pela primeira vez, ele compôs em parceria com o cantor, compositor e músico mineiro Nelson Angelo, outro egresso do Clube da Esquina. O amigo mandava as letras via aplicativo digital, e ele as ia transformando em canções. O resultado gerou dez belezuras compatíveis com o que de melhor eles já fizeram.

Tendo seu violão como âncora, Lô traz a seu lado Henrique Matheus (guitarras), o irmão Telo Borges (piano e teclados), Thiago Corrêa (baixo) e Fernando Monteiro (bateria). Esse time criou uma sonoridade envolvente e consistente, repleta de sutilezas e de uma capacidade inesgotável de embelezar canções que já seriam capazes de nos cativar, mesmo que fossem executadas só no modo voz-e-violão. Virou uma sólida banda de folk-pop-rock, ou de MPB pop, se preferir. Tudo criando o clima ideal para abrigar a voz suave, docemente apaixonada e fantasticamente bem colocada desse trovador roqueiro que é Lô Borges.

O parceiro de Milton Nascimento soube aproveitar a poesia visionária e viajante de Nelson Angelo, cujas letras nos falam de sonhos e de como encarar a vida, os momentos difíceis, as paixões e as perspectivas futuras, tudo sem cair em autoajuda barata ou reducionismo imbecilizante. Aqui, o tom é a beleza estética com forte conteúdo filosófico. Tudo embalado por aquelas melodias que vão te ganhando de tal forma que, quando você se dá conta, já ouviu o CD umas mil vezes. E que venha a milésima primeira!

Qualquer uma das dez canções merece elogios efusivos, mas a faixa-título, Em Outras Canções, Flecha Certeira, Partimos, Inusitada e especialmente Profeta, que encerra o álbum com seu clima jazzy misterioso, são pepitas preciosas em meio a uma verdadeira Serra Pelada musical. Rio da Lua, é obra ao mesmo tempo repleta da consistência que só a maturidade dá ao artista e recheada daquele idealismo juvenil inspirado e sincero que tantas coisas boas proporcionou no mundo da música. Que venham boas novas todo dia!

Ouça Rio da Lua, de Lô Borges:

Zélia Duncan lança novo single e vem com álbum inédito em maio

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Por Fabian Chacur

Zélia Duncan retoma em 2019 duas marcas de sua trajetória artística mais conhecida do grande público. Uma é o retorno ao som pop folk autoral que marcou os seus maiores hits, como Catedral e Enquanto Durmo, após dez anos dedicados a composições alheias e a ritmos como o samba. A outra é reiniciar a parceria musical e de trabalho com o compositor, músico e produtor Christiaan Oyens. O álbum que marca esses novos rumos é Tudo É Um, que a cantora lançará dia 17 de maio pelo selo Duncan Discos, em parceria com a gravadora Biscoito Fino.

Como forma de dar ao público pistas de como soará esse trabalho, Zélia lançou dois singles. O primeiro, O Que Mereço, conta inclusive com um clipe para divulgá-lo (veja aqui). O outro acaba de ser disponibilizado para o público. Trata-se de Breve Canção de Sonho, composição dela em parceria com Dimitri BR lançada originalmente em 2012 na trilha da novela global Cheias de Charme, e agora relida em versão mais encorpada, nas palavras da própria intérprete.

Tudo É Um trará parcerias da cantora e compositora com nomes do porte de Chico Cesar, Zeca Baleiro, Paulinho Moska e Dani Black, além do próprio Christiaan, que se incumbe da direção geral do álbum, com direção artística a cargo da própria artista. Seu álbum imediatamente anterior a este é o delicado e ótimo Invento+ (2017), gravado em parceria com o consagrado músico carioca Jaques Moreleubam (leia a resenha de Mondo Pop aqui).

Breve Canção de Sonho– Zélia Duncan:

Paula Santisteban lança seu CD de estreia com show em Sampa

Paula Santisteban por Bob Wolfenson 400x

Por Fabian Chacur

Independente de sua qualidade artística, o álbum de estreia da cantora e compositora Paula Santisteban já nasceu histórico, por ter sido o último produzido pelo saudoso Carlos Eduardo Miranda. Felizmente, este lançamento em belíssima versão física (CD) e também nas plataformas digitais vai além desse fato, com um repertório belíssimo defendido com galhardia por essa ótima artista. Ela faz o show de lançamento em São Paulo neste sábado (9) às 21h no Sesc Belenzinho (rua Padre Adelino, nª 1.000- Belenzinhop- fone 0xx11-2076-9700), com ingressos de R$ 6,00 a R$ 20,00.

A cantora e compositora terá a seu lado neste show o auxílio luxuoso de uma banda formada por Eduardo Bologna (guitarra e direção musical), Eric Budney (baixo), Daniel de Paula (bateria), Marcos Romera (teclados), Grazi Rodrigues (violino), Irina Kodin (violino), Emerson Di Biaggi (viola), Vana Bock (violoncelo), Nahor Gomes (trompete), Paulinho Malheiros (trombone), Daniel Allain (flauta e sax alto) e Ed Côrtes (sax tenor, sax barítono e clarinete).

Entre as 10 faixas incluídas no álbum, lançado pela Warner Music Brasil, temos cinco composições de Paulo Santisteban em parceria com Eduardo Bolonha, duas só de Bolonha e uma, cada, de Tim Bernardes, Tchello Palma e Fabio Góes.

São canções delicadas, sutis e com um clima interiorizado e urbano, bem ilustrado pelas belas fotos incluídas no encarte do CD que trazem Paula em várias locações na região da icônica Avenida Paulista feitas pelo consagrado fotógrafo Bob Wolfenson. As Janelas da Cidade, Frágil, Meu Silêncio e Estranho são destaques de um trabalho consistente e tocante. Veja o making of aqui.

Além do repertório do álbum, o set list trará, entre outras, releituras personalizadas de Better Be Quiet Now (Elliot Smith), De Tanto Amor (Roberto e Erasmo Carlos) e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo (Lô e Márcio Borges).

As Janelas da Cidade (lyric video)– Paula Santisteban:

Roberta Campos lança o seu 1º DVD com hits, inéditas e covers

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Por Fabian Chacur

Roberta Campos iniciou a sua carreira no mundo da música em 1998. Foram dez anos até o lançamento de seu primeiro CD, Para Aquelas Perguntas Tortas (2008). Desde então, gravou outros três- Varrendo a Lua (2010), Diário de um Dia (2012) e Todo Caminho é Sorte (2015)- e conquistou um público fiel Brasil afora. Só agora ela nos proporciona o seu primeiro DVD, Todo Caminho é Sorte Ao Vivo, lançado pela gravadora Deck. E a explicação que ela dá, durante entrevista para Mondo Pop, sobre essa aparente demora é simples e bastante lógica, levando-se em conta a sua origem mineira (nasceu em Caetanópolis em 29 de dezembro de 1977).

“Esse DVD é uma celebração a meus 20 anos de carreira. Agora, eu já tenho o conteúdo de quatro CDs lançados, acho que faz mais sentido fazer isso (lançar o DVD) nesse momento, pois estou mais madura artisticamente. Procuro realizar uma coisa de cada vez, sem pressa. Esse é um registro muito bonito, sensível, de como é o meu show, e feito no momento exato. Quis fazer algo que mostrasse a minha essência da melhor forma possível, de um jeito simples, mas chique”.

Gravado no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, no dia 3 de julho de 2018, o DVD traz Roberta nos vocais, violão e guitarra, acompanhada por Patrícia Ribeiro (violoncelo), Fabio Pinczowski (teclados, percussão, vocais), Fábio Sá (baixo), João Erbetta (guitarra, violão, loop steel) e Loco Sosa (bateria e percussão). O repertório traz 18 faixas, sendo duas inéditas autorais (Todo Dia e Dois Flamingos), um cover inédito (My Love, de Paul McCartney), sete canções do mais recente álbum de estúdio e oito faixas de seus outros três álbuns.

O DVD traz uma única participação especial, a da cantora e compositora Nô Stopa, na faixa Sinal de Fumaça. “De início eu não pensava em ter convidados no DVD, mas logo vi que a Nô se encaixaria muito bem neste projeto, pois a conheci bem no início da minha carreira, quando me mudei para Sâo Paulo (o que ocorreu em 2004). Ela me ajudou muito, fizemos juntos juntas, somos parceiras musicais, inclusive em Sinal de Fumaça“, relata.

Aliás, habitualmente Roberta costuma escrever suas canções sozinha. “Por volta de 90% das minhas músicas eu faço sozinha, aprendi desse jeito, é uma forma de falar comigo mesma”. As canções alheias que grava costumam ter ligações afetivas. “Casinha Branca, do Gilson, eu conheci quando tinha 4 anos de idade, o meu tio a tocava, e me inspirou muito, é a minha música favorita. Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor, do Lô e Márcio Borges, eu conheci na voz do Milton Nascimento e pensava que era de autoria dele. E fiz um pedido de casamento com My Love, do Paul McCartney”. Todas elas estão no DVD.

Uma das marcas da carreira de Roberta Campos é o fato de ter tido o impressionante número de 18 músicas incluídas em trilhas sonoras de novelas. “É uma boa forma de divulgar as minhas músicas, você entra nas casas das pessoas todos os dias, reflete em tudo de forma positiva. Lembro que, quando criança, eu assistia muito novelas, e sonhava em ter um dia músicas minhas em suas trilhas”, comenta. Como dizem por aí, cuidado com o que você deseja…

Roberta é uma das principais expoentes de uma geração cuja sonoridade tem fortes influências da musica folk. “Essa pegada do folk eu sempre tive, ouvi muito o Clube da Esquina (Lô Borges, Milton Nascimento, Beto Guedes etc), comecei a tocar violão aos 11 anos. Também ouvi muito Bob Dylan, Joni Mitchell, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso”, relembra.

A carreira desta cantora, compositora e musicista mineira ganhou impulso em plena era da internet, e ela procurou se aproveitar das novas ferramentas surgidas, embora sem deixar de lado os formatos físicos. “Você precisa se adequar ao que está acontecendo. Usei muito o Myspace no meu começo. Essa coisa do ‘faça você mesmo’ ajuda, vejo de forma muito positiva a coisa de internet, pois tem muitas formas de você espalhar a sua música. Penso em lançar EPs digitais, já lancei singles, mas ainda penso no formato álbum e nos formatos físicos, inclusive já lancei dois de meus discos em vinil”.

Ainda sem definir quando terá início a turnê de lançamento de seu DVD no Brasil, Roberta fará em abril shows em Portugal e Cabo Verde. Um novo trabalho de estúdio também já está em seus planos. “Tenho muitas músicas prontas, mas penso em compor outras especialmente para um novo trabalho, algo que ainda não fiz. Acho legal experimentar novas possibilidades. Ela encerra o papo relembrando dos tempos iniciais de sua bem-sucedida trajetória musical.

“Tive de superar muitas dificuldades até gravar meu primeiro CD. A cantora Duda Monteiro gravou uma composição minha, e me possibilitou ter o dinheiro para gravar esse CD, independente, no qual eu fiz até o encarte. Foi difícil, mas nada me impediu de fazer, e depois fui contratada pela Deck”.

Todo Dia– Roberta Campos:

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