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George Benson celebra 80 anos como um dos nossos mestres

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Por Fabian Chacur

Nada melhor do que celebrar aniversários e parabenizar pessoas que você ama e que te fizeram bem de uma forma ou de outra. E, no dia em que completa 80 anos muito bem vividos, George Benson não poderia passar sem ser devidamente reverenciado por este humilde fã. Dos inúmeros artistas da área musical que eu curto, este cantor e guitarrista norte-americano é um dos meus favoritos desde sempre. Um craque do mais alto gabarito, capaz de te fazer rir, dançar e se emocionar.

Minha paixão pela música deste artista nascido em 22 de março de 1943 em Pittsburg, Pensilvania, teve início nos anos 1970, quando conheci suas brilhantes releituras de On Broadway (ouça aqui)- uma das faixas mais irresistivelmente dançantes de todos os tempos- e Love Ballad, onde romantismo e swing se casam de forma irreversível e linda.

A partir daquele momento, lá pelos idos de 1978, o poder cativante de Benson me pegou e não largou mais. Logo, fui atrás e descobri que ele, na verdade, tinha começado sua trajetória “apenas” como guitarrista de jazz, sendo considerado na metade dos anos 1960 um dos mais promissores na área. Com o tempo, no entanto, percebeu que também era bom como cantor, e aos poucos foi incluindo faixas com vocais nos seus discos, algo similar ao ocorrido com um de seus ídolos, Nat King Cole.

Graças a álbuns sublimes como The Other Side Of Abbey Road (1970), no qual relê faixas do célebre álbum dos Beatles, uma ousadia pelo fato de este trabalho ter sido lançado há pouco tempo na época, Benson foi aos poucos se aproximando do público pop, sem que isso significasse queda na qualidade de seu trabalho. Muito pelo contrário, vale ressaltar de forma enfática.

Em 1976, chegou a hora do estrelato, quando seu álbum Breezin’, o 15º lançado por ele até aquele momento, atingiu o topo da parada norte americana, impulsionada pela deliciosa faixa-título instrumental (ouça aqui) e especialmente por sua sublime releitura de This Mascarade (ouça aqui), que muitos conheceram com os Carpenters.

Nem é preciso dizer que os críticos e os jazzistas mais ranzinzas baixaram o cacete em Benson por essa ampliação de horizontes, mas felizmente ele não deu bola e procurou fazer apenas aquilo que o agradava, conseguindo dessa forma transmitir suas emoções positivas para todos nós.

Pronto. O mundo ganhava um astro pop de proporções mundiais, e Benson soube aproveitar com categoria essa fase de muito sucesso comercial e artístico, que durou até a metade dos anos 1980. Com direito a obras primas como o álbum Give Me The Night (1980) (ouça a faixa-título aqui), que inclui duas faixas do nosso Ivan Lins, entre elas Dinorah Dinorah (ouça aqui).

Vi George Benson ao vivo pela primeira vez em 1979, em um show simplesmente espetacular no antigo Palace, em São Paulo. O segundo conferido por este que vos tecla ocorreu em 2009 (leia a resenha aqui), com direito a orquestra, hits e músicas de Nat King Cole.

Se não repetiu mais o sucesso comercial dos 1970 e 1980, este vencedor de 10 troféus Grammy, o Oscar da música, manteve-se sempre ativo e em altíssimo nível, tanto em shows quanto em novas gravações. Bons exemplos são Givin’ It Up (2006), gravado em dupla com o grande cantor Al Jarreau (leia a resenha aqui) e Songs And Stories (2009- leia a resenha aqui).

Além de cantor de timbre doce e delicioso, repleto de swing e sensualidade, e de tocar guitarra com uma habilidade impressionante, George Benson sabe como poucos reler composições alheias. Se ele compõe pouco e raramente, incorpora sua alma e talento às canções de outros autores que grava, tornando-se assim praticamente um coautor dessas obras.

Como último elogio a esse artista que tanto amo, afirmo que sempre que me sinto com o astral mais baixo e preciso de uma dose de energia positiva, sempre apelo para os discos de George Benson. E, acreditem em mim, SEMPRE dá certo! As flores em vida para esse artista completo, e que ele permaneça conosco por muitos e muitos anos ainda, sempre com saúde e paz. Gratidão a ele!

Love Ballad- George Benson:

Gorillaz lança clipe e promete álbum The Now Now pra logo

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Por Fabian Chacur

Novidades no front do mais bem-sucedido grupo pop virtual de todos os tempos. Até o fim deste mês, será lançado o sexto álbum dos Gorillaz, intitulado The Now Now. O quarteto traz uma alteração anunciada como temporária: sai o baixista Murdoc Niccals, entra em seu lugar Ace, integrante da Gang Green, personagem da animação As Meninas Superpoderosas. 2D (vocal), Noodle (guitarra) e Russel Hobbs (bateria) continuam firmes e fortes no time que superou os lendários Archies.

O novo trabalho do grupo comandado no mundo real por Damon “Blur” Albarn, que se incumbe dos vocais e diversos instrumentos, além da composição das músicas, trará 11 faixas. Entre elas, duas acabam de ser divulgadas. Uma é Humility, um funk a la anos 1970 com a participação especial de George Benson com seus deliciosos links de guitarra.

O clipe, no qual Benson só surge no cenário, em um desenho que aparece pintado em um muro, conta com a participação do ator e músico Jack Black empunhando uma guitarra semiacústica igual à que celebrizou o intérprete de On Broadway e Give Me The Night.

A outra, divulgada com imagens básicas (veja aqui), é a faixa dançante com cara eletrônica do início dos anos 1980, é a também muito bacana Lake Zurich. A música Hollywood conta com as participações especiais de Snoop Dogg e Jamie Principle.

Criado no finalzinho dos anos 1990, o grupo Gorillaz uniu Damon Albarn ao cartunista Jamie Hewllet, autor do cartoon Tank Girl e responsável pela representação visual dos personagens que integram o quarteto. A banda também faz turnês, nas quais Albarn é acompanhado por músicos diversos. Eles passaram por São Paulo, mais precisamente pelo Jockey Club, em 30 de março deste ano, e continuam na estrada, participando de festivais badalados e shows individuais.

Humility (clipe)- Gorillaz + George Benson:

Tommy LiPuma, um produtor lendário, morre aos 80 anos

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Por Fabian Chacur

A primeira vez que eu li o nome Tommy LiPuma em um disco foi em um trabalho de George Benson, para ser mais preciso o compacto simples de vinil com a música Love Ballad (1978). Mal sabia eu que ainda ouviria muita coisa boa com o toque mágico de seu trabalho. Ele infelizmente nos deixou nesta segunda(13) aos 80 anos, em Nova York. Seu legado, no entanto, permanecerá eterno.

Nascido em 5 de julho de 1936, LiPuma começou o seu envolvimento no cenário musical como instrumentista, mas acabou enveredando para a área de divulgação no fim dos anos 1950. Após algumas experiências na área de produção, incluindo uma com o então ainda emergente trio de r&b The O’Jays, foi contratado pela gravadora A&M, onde ficou de 1965 a 1968 e assinou a produção de ao menos um grande hit, The More I See You, lançada em 1965 por Chris Montez.

Em 1968, resolveu se associar a outro profissional da área musical, Bob Krasnow (que por sinal nos deixou em 11 de dezembro de 2016), para criar o selo Blue Thumb Records. Até 1978, a gravadora lançaria discos de artistas como Sylvester (os dois primeiros, Sylvester & The Hot Band e Bazaar, ambos de 1973), Gerry Rafferty, Phil Upchurch, The Crusaders, Dave Mason e The Pointer Sisters, entre outros.

Sem se dedicar com exclusividade ao próprio selo, ele tirou a sorte grande em 1976, quando produziu Breezin’, álbum que tornou George Benson uma estrela pop, atingiu o primeiro lugar na parada ianque e rendeu a ele, LiPuma, o primeiro dos cinco troféus Grammy que conquistaria no decorrer de sua vida.

A parceria com Benson rendeu os também clássicos álbuns In Flight (1976), Livin’ Inside Your Love (1978) e o ao vivo Weekend In L.A. (1977, com aquela eletrizante releitura de On Broadway, dos Drifters). Eles voltariam a trabalhar juntos posteriormente em algumas ocasiões.

Em vários momentos de sua carreira, Tommy atuou como produtor e também como executivo de gravadoras, e dessa forma trabalhou com vários artistas brasileiros, como Eumir Deodato, Tom Jobim, João Donato e João Gilberto. Também trabalharam com ele Al Jarreau, Barbra Streisand, Michael Bublé, Willie Nelson e muitos outros.

Em 1991, ele assinou a produção de oito músicas de Unforgettable…With Love, tributo de Natalie Cole a seu pai Nat King Cole que se tornou um campeão de vendas e de Grammys.

Quando resolveu gravar um disco com releituras de standards de jazz, Paul McCartney acabou escolhendo Tommy LiPuma para a tarefa. A colaboração gerou o álbum Kisses On The Bottom (2012), que chegou ao top 5 da parada americana e posteriormente geraria também um belíssimo DVD gravado ao vivo com o seu repertório, que também incluiu duas composições inéditas do Macca seguindo o estilão do material compilado aqui por ele.

Não satisfeito, Tommy LiPuma também descobriu em 1995 uma jovem cantora, compositora e pianista canadense chamada Diana Krall. Naquele ano, produziu o segundo álbum da hoje megaestrela do jazz, Only Trust Your Heart, e assinou outros nove até 2009. Ela também participou do CD de McCartney produzido por ele. Aliás, seu último trabalho na produção marcou seu reencontro com a pupila, o álbum Turn Up The Quiet, que sairá nos EUA em 5 de maio deste ano.

Love Ballad– George Benson:

Morre Rod Temperton, autor de grandes sucessos do pop

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Por Fabian Chacur

Rod Temperton. Esse nome pode não ter registro para você, mas diversas canções assinadas por ele, sozinho e com parceiros, certamente terão. Que tal Thriller, Rock With You, Off The Wall, Give Me The Night e Love x Love, só para começar a conversa? Pois infelizmente ele entrou na lista das grandes perdas no mundo musical em 2016. Sua morte foi anunciada nesta quarta (5) por Jon Platt, CEO da editora Warner Chappel, que editou suas composições. Ele tinha 66 anos.

Este cantor, compositor e tecladista britânico nasceu no mesmo dia e mês de outro gênio da música pop, John Lennon, só que no ano de 1949. Ele começou a se tornar conhecido no meio musical ao integrar a banda Heatwave, com a qual lançou dois ótimos álbuns, Too Hot To Handle (1976) e Central Heating (1978). Ele compôs os principais hits do grupo, as ótimas Boogie Nights, Always & Forever e The Groove Line.

Temperton, no entanto, não curtia ficar à frente dos holofotes, e resolveu sair da banda, passando a se dedicar apenas ao ofício de compor. Na mesma época, o genial produtor Quincy Jones começava a selecionar repertório para o disco que iria produzir para Michael Jackson em 1979, e pirou quando ouviu os discos do Heatwave. Ele pediu para o inglês lhe mandar material, e três músicas acabaram entrando no álbum: Off The Wall (que de quebra virou faixa título), Rock With You e Burn This Disco Out. Pronto. O cara virou o dono da festa.

Em 1980, foi a vez de George Benson investir nele, e gravou duas de suas composições, outras pérolas pop: Give Me The Night (faixa título de novo!) e Love x Love. Essa verdadeira vocação para escrever faixas-título para os outros atingiu o auge em 1982, com nada menos do que Thriller, que além dessa canção trouxe mais duas outras maravilhas de Mister Temperton, Baby Be Mine e The Lady In My Life. Com o rendimento desses três álbuns, sua aposentadoria já estaria garantida.

Só que o cara preferiu continuar trabalhando, além de ser procurado por inúmeros outros artistas em buscas de boas músicas, alguns deles produzidos por Quincy Jones. Dessa forma, vieram Stomp! (com os Brothers Johnson), Ya Mo B There e Sweet Freedom (com Michael McDonald), Love’s In Control (Finger On The Trigger) (com Donna Summer) e Miss Celie’s Blues (Tata Vega), esta última composta em parceria com Quincy e Lionel Richie para a trilha do filme A Cor Púrpura (1985).

As canções do ex-tecladista do Heatwave também foram gravadas por artistas do porte de Karen Carpenter, Aretha Franklin, The Manhattan Transfer e Herbie Hancock, só para citar alguns. Avesso à mídia e à exposição perante o público, Temperton ganhou o apelido de The Invisible Man. A partir dos anos 1990, passou a atuar de forma mais espaçada, mas ainda assim nos ofereceu músicas ótimas como Family Reunion, gravada por George Benson em 2009. Ele também teve várias músicas incluídas no álbum Back On The Block (1989), que rendeu inúmeros prêmios a Quincy Jones. Adivinhe quem assinou a faixa título?

Give Me The Night– George Benson:

Coisas boas e ruins de 2009 em análise rápida

por Fabian Chacur

Não vou perder meu tempo com a culionésima retrospectiva 2009 no mundo da música. Entre em algum portal e mergulhe nas já existentes.

Minha despretensão aqui é total. Vou apenas relembrar algumas coisas deste ano que se vai para não mais voltar, como todos os anteriores.

A morte de Michael Jackson fica como grande momento negativo. Um artista genial, que nos deixou como herança um legado musical de grande qualidade e influência.

Na verdade, não morrerá nunca em nossos corações. E o documentário This Is It serve como bela despedida de cena do primeiro e único Rei do Pop.

Les Paul também se foi. Só o fato de ter criado a guitarra que leva o seu nome, e que protagonizou grandes momentos da história do rock e da música em geral já vale o registro dele por aqui.

O melhor álbum do ano na opinião deste que vos tecla é Let’s Change The World With Music, do sublime Prefab Sprout, hoje banda de um homem só, o genial Paddy McAloon. Melhor música do ano: Ride, do mesmo álbum.

A nova geração se firmou com Tonight Franz Ferdinand, excepcional terceiro álbum do grupo escocês que vai tocar novamente por aqui em 2010. Espero, desta vez, poder conferi-los ao vivo. Grande banda. Rock básico, dançante, vibrante, como deve ser.

O DVD/CD gravado em dupla Steve Winwood e Eric Clapton não só nos relembrou dos velhos e bons anos 60 e 70 como mostrou como esses dois gênios da música, hoje sessentões, continuam em ótima forma.

Se Michael Jackson nos deixou, George Benson provou que continua inspiradíssimo no cenário da black music com tempero jazzístico.

Songs And Stories é seu melhor CD em anos, uma pintura. Ouça as faixas Nuthin’ But a Party, Exotica e Living In High Definition e diga se não estou certo. Ou a releitura certeira de Rainy Night In Georgia. Coisa fina!

Enfim os maravilhosos CDs dos Beatles receberam versões a altura de sua qualidade e influência. Em termos sonoros e, principalmente, de embalagem, com os discos agora contando com capas triplas, encartes coloridos repletos de informações, fotos lindas… É assim que se tratam obras primas!

AC/DC lotando o Morumbi é a prova de que o velho, básico e vibrante rock and roll nunca morrerá. É por isso que considero “pós-rock” o rótulo mais imbecil de todos os tempos. Criado por “pós-idiotas”, por certo!

No Brasil, tivemos discos bacanas, como o novo de Lulu Santos, os relançamentos de trabalhos do genial Wilson Simonal (1938-2000), as estreias de Veronica Ferriani e Aline Calixto, o trio de rock instrumental Macaco Bong fazendo shows sensacionais…

Enfim, a música continua viva, graças a Deus. E certamente continuará em 2010. Obrigado a todos os meus leitores, a quem desejo um ano novo repleto de saúde, paz, felicidade, realizações e, é lógico, música de qualidade!

George Benson esbanja swing e tesão em novo CD

georgebensonpor Fabian Chacur

George Benson tem 66 anos, mas soa como se fosse ao menos uns 20 anos mais novo. Na estrada desde os anos 60, tornou-se inicialmente um respeitadíssimo guitarrista de jazz. Quando resolveu também cantar e investir em uma sonoridade mais pop, virou estrela a partir de 1976, com o CD Breezin’ e a balada This Masquerade.

Na sequência, gravou maravilhas da fusão funk-soul-disco-jazz-pop, como Give Me The Night, Love Ballad, On Broadway, Turn Your Love Around, Love x Love e tantas outras. Com o tempo, passou a alternar momentos mais jazzísticos com incursões pop. Sempre com categoria.

Mas Songs And Stories, seu novo CD, vai além do que andou fazendo nos últimos tempos. Se os trabalhos mais recentes eram bacanas, este aqui é excepcional, comparável a álbuns como Give Me The Night e Breezin’.

Trata-se de um trabalho pop, mas extremamente swingado e inspirado. Ele se divide entre releituras de clássicos antigos e canções novas de primeira, todas assinadas por autores do primeiríssimo time.

No setor inéditas, temos a fantástica Family Reunion, de Rod Temperton, inglês autor de clássicos absolutos como Give Me The Night, Thriller e Rock With You,  só para citar algumas. A nova está no mesmo nível das citadas.

As regravações são de primeira. A escandalosamente swingada Nuthin’ But a Party, de autoria dos saudosos irmãos Roger e Larry Troutman, do grupo Zapp, tem a participação do ótimo Norman Brown nos vocais e guitarra, e como diriam os antigos, levanta até defunto da tumba.

Nesse mesmo clima dançante e com espaços para muito swing e solos bacanas de guitarra e scat singing (aqueles vocais feitos em cima das notas da guitarra típicos de George Benson e do jazz) também se encaixam Exotica, do lendário baixista Marcus Miller (que toca em quase todo o CD) e Living In High Definition, de Lamont Dozier, que fez sua fama na Motown Records.

Quem curte as baladas vai adorar Come In From The Cold, puro soul, Rainy Night In Georgia, que fez sucesso anteriormente na voz de Brook Benton, e Someday We’ll All Be Free, do inesquecível Donny Hathaway, aquele que gravou com Roberta Flack clássicos como Back Together Again, Where Is The Love e The Closer I Get To You.

Naquele pique mezzo dançante mezzo romântico, se encaixam a releitura de Don’t Let Me Be Lonely Tonight, de James Taylor e gravada no Brasil com Toninho Horta, William Magalhães, Paulinho da Costa e outros músicos da qui, e Show Me The Love, de integrantes do Toto.

Para não dizer que o disco é perfeito, peca apenas a última faixa, uma releitura com jeitão de instrumental de churrascaria de Sailing, clássico de Christopher Cross, também gravada no Brasil.

De resto,  Songs And Stories é um verdadeiro banho de categoria, inspiração, swing e canções deliciosas. Ótima trilha sonora para dançar, namorar, ter prazer……

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