Por Fabian Chacur

Se há algo que me incomoda é ver um grande nome da música pagando mico em entrevistas feitas no tapa nas Globos da vida. A mais nova vítima foi o genial Eric Clapton.

Antes do show que fez em Porto Alegre, o mestre da guitarra teve a gentileza de ceder um pouco do seu tempo e conceder uma entrevista à jornalista Cristiane Pelajo, exibida originalmente no Jornal da Globo.

Logo de cara, uma grosseria imperdoável: na introdução, o texto lido pela apresentadora dizia que, embora britânico, Clapton havia se atrasado uma hora e meia.

A troco de que eles colocaram essa informação? Para dar uma agulhada no artista, gravadora ou empresário? Eita coisa desnecessária!

Mas o pior viria com as perguntas, todas recheadas de clichês antigos, do tipo “se o blues é coisa do Diabo, como vai você no momento?”, ou então “o que você conhece de música brasileira?”

Nada foi perguntado sobre seu mais recente álbum, ou sobre suas passagens anteriores no Brasil, ou referente ao repertório dos shows, ou mesmo sobre sua atual fase, na qual tem gravado vários trabalhos ao lado de outros músicos famosos, entre os quais Steve Winwood e Wynton Marsalis.

Além disso, a jornalista/tiete alegrinha ainda insistiu naquela conversa de “Clapton is God”, que já passou dos 40 anos de existência, e nem deve ter percebido quando o músico a ironizou, dizendo que aquela era uma questão antiga.

De quebra, a moçoila poderia ter perguntado mais sobre a autobiografia contundente lançada por ele, mas ficou na fofoquinha barata do namoro com Carla Bruni, décadas antes de virar a senhora Sarkozi.

Depois ainda tem gente que não entende o porque astros desse porte tem cada vez menos paciência para conceder entrevistas a jornais, revistas e emissoras de rádio e TV, quando vem ao Brasil. Para encarar esse tipo de pergunta? Haja saco!

Veja a entrevista e tire suas próprias conclusões: